sábado, 22 de março de 2008

Falta de Preparo e de Visão de Futuro.

De tanto falar e escrever sobre planejamento, políticas públicas de cultura, metodologia, sistematização de iniciativas culturais etc. acabo convencendo alguns dirigentes de entidades e grupos culturais, colegas educadores, gestores culturais de prefeituras do interior etc. a respeito da necessidade de elaborar bons projetos, participar das discussões de políticas culturais, e investir na capacitação dos arte-educadores sociais, que estão a frente das inúmeras iniciativas culturais que pipocam por todo o lado.

O problema é que isso tem custos monetários, inclusive a nossa assessoria/consultoria, como já faço isso gratuitamente para alguns grupos e organizações, fica inviável atender a mais pedidos de forma gratuíta.

Para tentar atenuar e até mesmo resolver o problema a longo prazo, buscando preparar agentes culturais a altura dos desafios atuais, elaboramos o projeto “Oficina de Formação de Agentes Culturais” no ano de 2004 e tentamos obter o patrocínio de algumas empresas estatais e só recebemos resposta positiva do Banco do Nordeste, que financiou a realização do primeiro módulo, que diga-se de passagem, foi um grande sucesso em quantidade de participação e em qualidade de conteúdo na medida em que baseou-se na premissa de que a qualificação técnica da produção e gestão cultural não pode estar dissociada de uma reflexão filosófica, nem da discussão ética.

Na vã tentativa de obter apoio financeiro para a continuidade do projeto, naquele ano, apresentamos a proposta de financiamento dos demais módulos para o então vereador Magal da Pastoral, “autor da lei que cria o programa de fomento para iniciativas culturais da periferia (VAI), em Aracaju”, para a superintendência regional do Banco do Brasil, para a superintendência regional da Petrobrás e para prefeituras ditas “progressistas”. O resultado pode ser resumido com uma antiga gíria “necas de pitibiriba”.

Em função disso, que tal artistas emergentes e representantes de entidades e grupos culturais que desenvolvem trabalhos em comunidades da periferia se unir a nós para tentar convencer quem dispõe de recursos materiais e financeiros a apoiar o projeto “Oficina de Formação de Agentes Culturais”? Do contrário, muito dificilmente obteremos sucesso nos editais para a escolha de projetos que receberão recursos financeiros do Ministério da Cultura, de empresas e de agências internacionais de cooperação para a consolidação e ampliação das iniciativas culturais em nossa tão querida provincia.

Zezito de Oliveira em 2005

Nenhum comentário: