sábado, 22 de março de 2008

Relatório de Atividades - 2005

CONQUISTAS
O ano de 2005 começou com uma grande conquista para todos os nordestinos: O concurso de projetos culturais do Banco do Nordeste do Brasil (BNB). O processo de inscrição e o formulário são muito simples. Participamos com dois projetos: um, cujo objetivo era uma oficina de teatro no conjunto Jardim, e outro voltado para palestras e oficinas de metodologia do trabalho social-educativo com arte. Infelizmente não fomos classificados.

Para o ano de 2006 enviamos novamente um, tendo como foco uma oficina de dança no conjunto Jardim e outro semelhante ao que foi enviado no ano passado, que trata de palestras e oficinas de metodologia do trabalho social-educativo com arte, sendo desta vez enviado através da Prefeitura da Barra dos Coqueiros, como parte integrante da programação do II Encontro Cultural do município a ser realizado, em dezembro de 2006.

Uma conquista no final de 2005 foi o registro em cartório. Está faltando obter o número do CNPJ, o que deve acontecer até o final de janeiro de 2006.

Em Janeiro/ Fevereiro de 2005 mais uma conquista foi conseguirmos romper um bloqueio na escolha dos delegados para representar o estado no Seminário de Culturas Populares em Brasília, que deveria contar apenas com representantes de grupos folclóricos mais inseridos na área de influência de setores ligados à Secretaria de Estado da Cultura, especialmente mestres e brincantes da cidade de Laranjeiras e funcionários do órgão estadual.

Graças à visita à home page do Ministério da Cultura (MINC) ficamos sabendo de uma oficina preparatória, aqui em Aracaju, para o seminário em Brasília, da qual ninguém no Estado de Sergipe ligado à área de cultura, no âmbito da sociedade civil, tinha conhecimento. Foi mantido contato com Isaac Galvão (Presidente do Sindicato dos Artistas) e com a representação do MINC no Nordeste, e a mobilização foi realizada. Isso possibilitou que fosse agregada qualidade à representação de Sergipe no seminário em Brasília
Na capital federal Zezito fez algumas intervenções, inclusive conseguindo aprovar propostas de diretrizes prioritárias no relatório final.

Esse mesmo problema aconteceu no final de 2004, quando da vinda de Élder Vieira, assessor da Secretaria de Programa e Projetos Especiais do MINC esteve presente para falar sobre o Programa Cultura Viva e poucas pessoas na cidade tiveram conhecimento. Navegando através da página do MINC ficamos sabendo e conseguimos mobilizar cerca de 60% dos presentes no auditório.

Uma boa notícia no final do ano foi a eleição de Lucy Paixão, secretária da Ação Cultural, (numa escolha bem disputada, em São Cristóvão) para representar Sergipe na Conferência Nacional de Cultura, em Brasília.

Uma outra conquista importante foi a programação dos almoços culturais na residência do Zezito e Irene. A idéia no princípio foi pensada para gerar algum lucro e contribuir para uma maior integração dos amigos, colaboradores e sócios da Ação Cultural. Mas ficou constatado que não gera lucro financeiro. Contribui todavia para aproximar as pessoas. Foram realizados três momentos em 2005: Fevereiro (feijoada), junho (café nordestino) e novembro (mocotó).
almoço cultural


Por ultimo, não podemos deixar de registrar o evento cultural que mais marcou o ano de 2005 para a Ação Cultural: O I Fórum Popular de Cultura. Feito com raça, coragem e na base do apoio dos amigos e compaheir@s e com a colaboração da Biblioteca Municipal Clodomir Silva, do SESC, do Centro Educacional Bem-Me-Quer e Casa Santa Zita, que cederam espaços para reuniões e realização de atividades ligadas ao evento.
Os aspectos positivos foram os seguintes:
• O trabalho na equipe de coordenação do evento com pessoas com as quais os integrantes da Ação Cultural não tinha desenvolvido atividades em comum antes, como Real, Flávio, Nely e Ademir.
• A grande divulgação através da mídia impressa (Jornal Cinform) e da Rádio Cultura;
• A presença de José Cleto do Recife como palestrante na 2º parte do fórum;
• As ações que realizamos como desdobramento do Fórum, como os fóruns locais e o primeiro intercâmbio e mostra de dança em Pirambu;
• O Novembro Negro, que contou com a colaboração de alguns ativistas do fórum;
• A elaboração da carta cultural da periferia.






Em termos de aspectos negativos, devemos superar:
• A sobrecarga em cima de poucas pessoas;
• A forma precária como foi realizado o registro escrito das palestras e dos debates.
Obs.: Houve um maior cuidado nos fóruns locais.
• Os altos custos do telefone que recaiu sobre uma pessoa.

OPORTUNIDADES

• No ano de 2005 alguns componentes da Ação Cultural participaram de algumas oficinas de planejamento e elaboração de projetos: Curso de Incubação de Cooperativas de Economia Solidária, em Aracaju, promovido pela Universidade Federal de Sergipe; Oficina “Como elaborar projetos para a Lei Rouanet” em Aracaju, promovido pela Universidade Federal de Sergipe; Participação na oficina de orientação sobre o edital de projetos culturais do BNB, em Aracaju; Participação na oficina de elaboração de projetos do programa Petrobrás Cultural, em Aracaju.
• Zezito, Luci e Irene participaram de oficinas de danças circulares em Aracaju com Álvaro Pantoja, do Centro Nordestino de Animação Popular,
• A Ação Cultural esteve representada por Zezito em diversas reuniões da Articulação pela Democratização da Mídia, que tem como proposta discutir alternativas de diálogo com os Movimentos Sociais e Estudantis, Rádios Comunitárias, Sindicatos, Organizações Não Governamentais na busca pela democratização da informação, com foco em ações referentes ao direito humano à comunicação.
Reconhecemos que essas questões devem ser trazidas para uma discussão com os integrantes da Ação Cultural e colaboradores para que a representação seja mais firme e expresse a vontade dos integrantes da ONG.
• O diretor-presidente da Ação Cultural participou dos seguintes eventos como palestrante:
No projeto Palco Giratório, discorrendo sobre o tema “Cultura e Cidadania” promovido pelo Departamento Nacional do SESC, em Aracaju; Na Conferencia Municipal da Barra dos Coqueiros, discorrendo sobre o tema “Política Municipal de Cultura”; No Encontro Nacional de Estudantes de Arte-Educação, discorrendo sobre o tema “Cultura e Movimentos Sociais”; No I Simpósio Cultural de Pirambu, discorrendo sobre o tema “Um outro mundo é possível através da arte”, promovido pela organização Veredas da Cultura; No I FAES – Festival de arte-educação e saúde do Conjunto Orlando Dantas, promovido pela Secretaria Municipal de Saúde, discorrendo sobre o tema: “Diversidade Cultural”.

DIVULGAÇÃO DAS INICIATIVAS CULTURAIS NA IMPRENSA

Fevereiro de 2005 - Arte na cesta básica de todos. (artigo) – Jornal Cinform
Abril de 2005 – Aracaju, seus 150 anos e a cultura que fica. (artigo) – Jornal Cinform
Maio de 2005 – Circuito estimula produção de cultura nos municípios (reportagem) – Jornal Cinform
Julho de 2005 – A conferência municipal de cultura vem aí. (artigo) – Jornal Cinform


Sobre o Fórum Popular de Cultura
Fórum Popular de Cultura – Bilhetim – 31 de Julho de 2005
Cultura dos Excluídos pede passagem – Jornal Cinform - 25 a 31 de julho de 2005
Ação Cultural promove Fórum – Jornal Cinform – 18 a 24 de julho de 2005
Opinião do Leitor – Artistas Anônimos – Jornal Cinform – 08 a 14 de julho de 2005
Montanha Cult/O sobe e desce da cultura – Jornal Cinform – 01 a 07 de agosto de 2005.
Breves – Fórum Popular – Jornal Cinform – 08 a 14 de agosto de 2005.
Fórum Popular - Jornal Cinform – 05 a 11 de setembro de 2005.

DESAFIOS
Durante o primeiro semestre de 2005 elaboramos e tentamos negociar o projeto “Revitalizando a escola através da ação cultural”, junto às Secretarias de Educação de Aracaju, São Cristóvão e Barra dos Coqueiros. Não obtivemos sucesso. Alguns fundamentos do projeto foram aproveitados na construção do fórum popular de cultura (edição 2006).
Um outro projeto elaborado e apresentado em 2005 para o Banco do Nordeste do Brasil, Superintendência de Sergipe, chama-se “Seminário - Cultura e Desenvolvimento Local”. A proposta foi bem recebida e poderemos negociá-lo junto a diversos patrocinadores para a obtenção de apoio, a partir do segundo semestre de 2006.
Também, em termos de projeto elaborado em 2005, - Show e oficina “Arte e Vida”, do poeta, compositor e cantor cearense Zé Vicente. Chegamos a fazer uma reunião onde apresentamos vídeos com clips e imagens de shows do artista, mas não conseguimos êxito em virtude da pequena participação de pessoas e entidades na reunião, que buscou ampliar as parcerias na realização do evento.
Pretendemos retomar as discussões do projeto no segundo semestre de 2006 na perspectiva de incorporação da proposta do Show e da oficina do Zé Vicente dentro da programação do Fórum 2007.
Uma pergunta constante que é feita para nós é por que não participamos do concurso de projetos do Programa Cultura Viva (MINC), cujo foco é promover inclusão através da cultura, semelhante ao da Ação Cultural. O problema esbarra no registro legal da entidade que deve ter no mínimo dois anos. Se esse impedimento não for incluído nos próximos editais poderemos participar mais cedo.
Outro desafio para 2005 é elaborar projetos para incluir a Companhia de Dança Rick di Karllo, a Companhia Teatral Pró-Cena, a Escola de Música Santa Cecília e o poeta Carlos Augusto Real, visando à participação dos mesmos nos diversos concursos, especialmente o do Banco do Nordeste (edição 2007).

FRUSTRAÇÕES

A Conferencia Municipal de Cultura foi a principal decepção no final do ano de 2005. Como foi em 2004, amargamos a falta de atenção da administração municipal em relação à lei que instituiu o Programa VAI.
Já a conferência estadual, não se realizou, o que comprova a permanente falta de compromisso e de responsabilidade do governo estadual com a gestão democrática da cultura.

LIMITES
O fórum intermunicipal de cultura, que foi iniciado após o retorno do seminário de culturas populares em Brasília, não decolou. A iniciativa contou com a participação de Tereza (de Pirambu) e Vânia (de São Cristóvão) e, da parte da Ação Cultural, Zezito e Maxivel. Foram realizadas diversas reuniões nas cidades de Pirambu e São Cristóvão, mas não houve continuidade. O saldo positivo foi a aproximação e/ou fortalecimento dos laços de amizade. Além das pessoas já citadas, Edineide (da Secretaria de Cultura da Barra dos Coqueiros) e Zailton (da Secretaria de Cultura de Japaratuba). Algumas das idéias que nortearam a realização do I Fórum Popular de Cultura têm origem nas reuniões do fórum intermunicipal.
Outro projeto que não decolou foi o Circuito Arte e Cidadania. Embora tenha sido realizado com relativo sucesso nas cidades de Pirambu e Itabaiana, não conseguimos parcerias para estendê-lo a outros municípios. Entretanto, algumas ações do projeto foram incorporadas aos fóruns locais.

Escritos sobre o fórum popular de cultura sob o calor da emoção.

"O Fórum Popular de Cultura foi um sucesso em todos os sentidos, em termos de quantidade chegamos a atingir 20% a mais do numero estimado que foi de 50 pessoas, as pessoas elogiaram bastante a organização e a dinâmica do evento, o debate entre os artistas da periferia, educadores e produtores culturais foi de alto nível. Os palestrantes – Chico Buchinho, Virgínia Lúcia, Antônio Cruz e Jeane Marcelino foram bastante elogiados certamente porque há um clamor popular querendo vida em abundância, mas vida com beleza. Como disse Caetano Veloso: “Gente e prá brilhar e não pra morrer de fome” e a Banda Titãs: “A gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte” e digo mais “a gente quer arte e informação de qualidade para ajudar a construir um outro Brasil”.
Nossos agradecimentos em primeiro lugar ao Deus artista do universo e que também se diverte com as nossas criações e a Maria de Nazaré que gostava tanto de festa que nas bodas de caná pediu para seu filho transformar a água em vinho e a todos e todas que contribuíram para o sucesso do evento."


"Há alguns anos participei ativamente juntamente com artistas, lideranças do movimento popular, adolescentes, educadores populares ou sociais como queiram chamar de uma das coisas mais fantásticas em termos de mobilização social que foi a passeata contra a chacina das crianças da terra dura, naquele tempo eu era e continuo aprendiz embora hoje saiba de muito mais coisa do que antes.

Naquela passeata eu percebi que as lutas por mais justiça e por mais dignidade fica muito melhor quando busca denunciar as mazelas e o sofrimento que sofremos quando e feita com criatividade e com beleza.

O mesmo se aplicando a educação popular que pretende formar cidadãos muito mais que solidários como também cheios de beleza, ternura, criativo e éticos conforme aprendi nas oficinas do Centro Nordestino de Animação Popular e no curso de verão do Centro Ecumênico de Serviços a Evangelização e Educação Popular de São Paulo.

O tempo passou e através do Projeto Reculturarte no Bairro América com o apoio de agencias internacionais de cooperação como Visão Mundial, Cese, Unicef e duas vezes com a colaboração do Deputado Estadual Renatinho realizamos aquela que e considerada uma das melhores experiências de arte-educação popular e mobilização social em Aracaju.

Naquele tempo eu pensava que poderíamos construir a partir do projeto uma entidade cultural potente que fosse suficiente para resistir a omissão e negligencia de muita gente que hoje lamenta o fim daquela experiência, pensava que a fogueira da vaidade de muitos educadores que se julgavam superior aos outros não iria engolir todos inclusive aqueles que pensaram que iriam sair ilesos da irresponsabilidade de espalhar mentiras levianas, intrigas e fofocas contra os demais Mas ta bom, éramos todos jovens, sem muita experiência e apesar de alguns defeitos, idealistas e rebeldes.

E novamente aqui estamos, a vida nos da outra chance a partir da Rede PROVAI e posteriormente da criação da ONG Ação Cultural e novamente na realização deste fórum pude perceber que muita gente nova e outras companheiros velhos de guerra acreditam e lutam por um outro Brasil onde justiça e beleza possam se abraçar.
E os elogios ao evento foram muitos como organização, dinâmica e localização, palestrantes, diversidade de linguagens artísticas, raça/etnia, sexo, idade, nível de escolaridade, movimentos, religião, escolaridade, o nível dos palestrantes e como resposta que dei para alguns e que deixo aqui registrada o sucesso foi/e fruto da contribuição de muita gente.

Em primeiro lugar de DEUS pai/mãe todo(a) poderoso(a) e daqueles que nos judeus/cristãos chamamos de anjos, que os índios chamam de encantados e de orixás por aqueles ligados aos cultos afros.

Daqueles que acreditaram desde o inicio que o caminho e por ai e que participaram de todas as reuniões como Reall, Lucy e Flavio.

Da imprensa como a Radio Cultura e em particular a equipe do caderno de cultura do CINFORM que deu um apoio bem maior do que o esperado, o que surpreendeu muita gente especialmente os que desejam que o povo das comunidade marginalizadas continue com a alma pequena, sem acreditar na força da união, na necessidade de continuar lutando para ocupar espaços nas instancias de decisao, que continue crescendo o publico consumidor das porcarias da industria cultural , que os artistas e o povo da periferia não tenha auto-estima e que a maioria pense que não vale a pena continuar lutando por um outro mundo o qual para ser verdadeiramente possivel deve começar dentro da gente.

Agradecemos também o apoio da direção da biblioteca Clodomir Silva que acatou o pedido que fizemos de liberar uma sala para as reuniões, de Irma Simone, diretora da Casa Santa Zita que cedeu as instalações da Pastoral do Menor e que obteve a liberação do anexo do Centro Educacional Bem-Me-Quer."
José de Oliveira Santos "Zezito"
Coordenador Geral do I Fórum Popular de Cultura

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