segunda-feira, 1 de abril de 2013

OFICINA DE AUDIOVISUAL. MUITO ALÉM DA PRODUÇÃO DE IMAGENS.






Em 2012, um outro grupo de adolescentes participantes do projeto Ponto de Cultura: Juventude, Cultura e Cidadania acrescentou a sua agenda, novos encontros semanais que visaram contribuir para a ampliação do conhecimento em tecnologias digitais, estamos falando da oficina de  audiovisual voltado à residentes em sua maioria no Conjunto Jardim. Os demais são oriundos dos bairros Siqueira Campos, Almirante Tamandaré, Bugio. A. Franco, E. Gomes e Marcos Freire.
Com encontros  nas quintas e sábados, e coordenado  pelo diretor e produtor Marcel Magalhães, a oficina  de audiovisual buscou como foco mesclar o discurso cinematográfico com a linguagem audiovisual, envolvendo assim o estudo de história do cinema, roteiro, fotografia, som, produção, comunicação visual e manipulação digital de imagens.
Com um período de duração de sete meses, de setembro de 2012 a março de 2013, e duas turmas (cada uma com dez participantes), o oficina  permitiu aos alunos o desenvolvimento de diversas atividades práticas e teóricas. Na parte prática,  os alunos inicialmente trabalharam com procedimentos mais cotidianos como cobertura de eventos e vídeos institucionais, filmando, produzindo e entrevistando. Já numa segunda etapa os alunos tiveram condição de desenvolver atividades mais complexas como a produção de um documentário sobre a realidade das meninas que participam da oficina de dança moderna  no Conjunto Jardim,   assim como a produção de um videoclipe para a banda sergipana Kararoots.
Segundo o aluno Lucas Ranyere “aprendi a fazer um roteiro utilizando os planos de gravação e percebi o melhoramento de minhas fotos e das gravações com as câmeras profissionais, além de, editar vídeos e trabalhar em grupo com todos respeitando o seu papel”. O objeto principal das atividades é buscar nos alunos seu verdadeiro potencial de trabalho, seja fotografando, dirigindo ou editando vídeos, e, a partir daí mostrar que somos tão capazes de ser profissionais como qualquer outro. “Eu aprendi a tirar fotos melhores” Diz o aluno Willamis, que desde o início do curso despertou um olhar mais talentoso para a fotografia.
Vale considerar no entanto que estamos falando de turmas que estão passando pela fase da adolescência, e o seu comportamento ainda tem traços infantis, no geral. Coube ao curso despertar esse lado mais adulto da vida, mostrar aos alunos que já é hora deles começarem a pensar e planejar o seu futuro, e que o audiovisual pode ser uma chave para o seu sucesso. Auxiliar o adolescente a transitar com menos sofrimento por esta fase, através da criação de um ambiente propício para o compartilhamento de experiências, foi um dos objetivos do projeto que já mostrou os seus primeiros resultados.
Numa etapa social, alguns temas também foram trabalhados envolvendo a linguagem audiovisual: as diversas formas de opressão, a violência a mulher, a realidade do bairro jardim, e a dificuldade de diálogo com os professores são alguns dos temas já abordados pelo grupo que vem contribuindo para a ampliação do autoconhecimento e identificação de alternativas de comportamento nas situações vivenciadas.
Como resultado final da oficina, serão lançados 3 vídeos (dois documentários, e um videoclipe) além de dois books completos de fotos dos alunos participantes. Porém, para que a iniciativa não se encerre por completo, um grupo de estudos online foi criado para permitir aos velhos e novos alunos um diálogo permanente sobre a cultura audiovisual.
 

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