terça-feira, 1 de abril de 2014

Letras e Arte na resistência (2ª parte)

 

Frei Tito.
"Quando secar o rio da minha infância / secará toda dor. / Quando os regatos límpidos de meu ser secarem / minh'alma perderá sua força. / Buscarei, então, pastagens distantes / lá onde o ódio não tem teto para repousar. / Ali erguerei uma tenda junto aos bosques. / Todas as tardes me deitarei na relva / e nos dias silenciosos farei minha oração. / Meu eterno canto de amor: / expressão pura de minha mais profunda angústia. / Nos dias primaveris, colherei flores / para meu jardim da saudade. / Assim, exterminarei a lembrança de um passado sombrio."
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Trecho de uma carta de Frei Tito de Alencar Lima a um irmão de Ordem, datada de 02/02/1970

Muitas vezes somos arrastados para onde não queremos ir. Temo que isto venha a acontecer com o conjunto da Igreja do Brasil. Se vier, e se for como consequência de uma fidelidade e de uma responsabilidade mais profunda ao Evangelho, que seja bem-vinda essa hora.
Na cadeia tenho descoberto o evangelho de São Mateus. O troço tem que ser ou pão ou pedra. Noutras palavras, acho que ele nos convida a sermos simplesmente homens. É impressionante como tantos não-cristãos aqui, vivem isso até às últimas consequências. 0utro dia dizia-me um jovem: “Não falei nada porque fiz uma opção e diante dela, morrer ou não é secundário”.

Frei Tito
Quanto a mim, estou só. Num mundo, não sei qual mundo./Talvez da incerteza, mas também da Esperança:/De um dia de ver-te face-a-face./Como gostaria de ver,/E de perguntar apenas:/O que queres de mim?Por acaso não me chamastes à vida?/E por que me abandonas?/Ou será que meus ouvidos já estão/surdos à tua voz? (fragmento da poesia "Lasciate ogni speranza, voi ch’entrate!" - frei Tito)

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