domingo, 10 de dezembro de 2017

Conversa com educadores que acreditam na potência da arte e cultura como forma de colaboração para superação do projeto de escola pública das elites.


O grande capital, também conhecido como mercado, sempre precisará criar inimigos e razões para o ódio, para que o verdadeiro inimigo da justiça, da paz e da verdadeira democracia, não seja descoberto ou percebido, ou seja ele próprio “o mercado”.


Quem pode favorecer o desmascaramento disso é a arte, mas não a arte que está totalmente incluída na lógica do mercado, daí a perseguição que artistas e intelectuais sofrem quando se instala um regime politico voltado ao fortalecimento ainda maior do grande capital, mesmo àqueles artistas críticos e questionadores que transitam por dentro e por fora do mercado.


Mas tem um detalhe importante, ser arte contra o mercado, não é reduzir a arte ao papel de denuncia, protesto, propaganda anti capitalista tão somente, mas também como espaço para homens e mulheres brincar, chorar, sorrir e sonhar . mesmo que Isso também possa ser bastante reduzido ou apropriado pelo mercado, como muitas vezes também é.


Podemos lembrar um poema de Ferreira Gullar, que nos remete a essa necessidade também.


"A história humana não se desenrola apenas nos campos de batalhas e nos gabinetes presidenciais. Ela se desenrola também nos quintais, entre plantas e galinhas, nas ruas de subúrbios, nas casas de jogos, nos prostíbulos, nos colégios, nas usinas, nos namoros de esquinas. Disso eu quis fazer a minha poesia. Dessa matéria humilde e humilhada, dessa vida obscura e injustiçada, porque o canto não pode ser uma traição à vida, e só é justo cantar se o nosso canto arrasta consigo as pessoas e as coisas que não tem voz."
Abaixo um programa de TV altamente recomendável e que aprofunda a abordagem desse post.






Para não ficarmos "presos" a idéia de militarização das escolas ou de privatização da gestão escolar.



Ainda há tempo, como diz Criolo e se há uma forma melhor de conseguirmos transformar este mundo em "festa, trabalho e pão" como disse outro poeta, Capinam, penso ser pela via da arte, da cultura e da comunicação.



Quando conseguirmos transformar as escolas em centros de arte e cultura, estaremos dando um verdadeiro " pulo do gato" no campo da educação e da cultura.



Com certeza, aprendizagem e disciplina deixarão de ser problema. Até porque, a escola passa a fazer mais sentido e os alunos passam a ser verdadeiros protagonistas, não apenas em palavras.


Desafio para isso ser ampliado: Considerar a formação cultural dos estudantes de licenciatura como prioridade, assim como dos professores em atividade, por meio da formação continuada. Em resumo: Mais matérias e práticas que relacionem arte e educação na formação dos futuros e atuais profissionais do magistério.


Uma proposta diferente do que está sendo oferecido pelo "cardápio" dos programas de formação das empresas de consultoria, ligadas as fundações empresariais que estão querendo dar direção ao modelo de escola do futuro.


No caso de professores ou estudantes da área da educação, e que não encontram muito respaldo das escolas e/ou secretarias de educação, o caminho é nos juntarmos em uma espécie de fórum permanente para troca de experiências e compartilhamento de saberes, recursos e fazeres. Quem topar é só entrar em contato é só deixar mensagem aqui no blog ou no grupo Produção Cultural nas Escolas e  página da Ação Cultural.


Porque, "amar e mudar as coisas me interessam mais. " E Viva Belchior!
Zezito de Oliveira

Uma experiência em Socorro(região metropolitana de Aracaju), mesmo com algumas limitações, e aqui.
Educação sem arte, educação para a obediência
A pioneira da arte-Educação fala sobre MBL, Escola Sem Partido, reforma do ensino médio e alerta sobre a importância do ensino das artes

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