OVERMUNDO

Natal e seus simbolos

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Zezito de Oliveira · Aracaju, SE
26/12/2013 · 8 · 1
Muito grato aos amigos que nos enviam mensagens de natal, por meio de símbolos, tanto aqueles que enviam de maneira direta, como de maneira indireta.

Gosto de símbolos porque são sinais ou signos que unem e recordam e quando falamos em recordar não queremos dizer algo que necessariamente tenha acontecido da forma como nos é apresentado.

No caso do natal, por exemplo, muitos já sabem que Jesus de Nazaré, não nasceu em Belém, nem no dia 25 de dezembro e nem recebeu a visita de reis magos, porém todas estas fatos “simbólicos” nos querem remeter a questões que não podemos esquecer.

No caso da cidade de Belém, a necessidade de ligar Jesus a genealogia da casa do Rei Davi, 25 de dezembro por causa de uma celebração em homenagem ao Deus-Sol, bastante vigorosa e pertencente ao repertório das religiões pré-cristãs em Roma, e no caso dos reis magos, a participação de toda a humanidade na promessa do reino de fartura, alegria e partilha inaugurado com a chegada do Messias.

De outro lado, há aqueles que constroem e difundem símbolos para unir e recordar outros interesses como o consumo exarcebado, tendo no papai noel um grande modelo desse tipo de visão de mundo.

Apesar disso, é sempre bom receber e espalhar símbolos que nos recordam e nos unem em torno do propósito de construir e reconstruir homens e mulheres melhores, a começar por nós mesmos.

E aqui, vale toda a forma de símbolos, seja em forma de desenho, fotografia, poesia, música, lendas e etc., como na forma de conceitos mais racionais ou científicos, de preferência, tudo isso, quando possivel, junto e misturado.

Para encerrar, dois símbolos para reforçar o argumento que defendo acima:

“É saudade que a gente tem
Pe. Zezinho, scj

Esta fome de felicidade
É saudade do infinito
É saudade do paraíso
É saudade que a gente tem
É saudade que a gente tem

De vez em quando
Quando eu passo por aí
Procurando Jesus Cristo
No semblante do meu povo
Em cada rosto eu torno a ler o que eu já li
Jesus Cristo está presente
E um dia voltará de novo

O homem rico tem saudade
Mas não sabe
Cada novo investimento
Mostra medo e uma quimera
O homem pobre que procura igualdade
Também ele tem saudade
Da verdade que ele espera

O homem velho que só fala no passado
Tem saudade, está cansado
e já viveu o suficiente
Aquele jovem que só fala no futuro
Tem saudade, eu quase juro
Do infinito à sua frente

Vou caminhando e meditando esta verdade:
Minha gente tem saudade
do que estava prometido
Esta procura de encontrar felicidade
É nada mais do que saudade
De um valor que foi perdido”

A canção da letra acima é muito bonita, porém não está disponivel, por enquanto.

Poema do Menino Jesus

Num meio-dia de fim de Primavera
Tive um sonho como uma fotografia.
Vi Jesus Cristo descer à terra.
Veio pela encosta de um monte
Tornado outra vez menino,
A correr e a rolar-se pela erva
E a arrancar flores para as deitar fora
E a rir de modo a ouvir-se de longe.

Tinha fugido do céu.
Era nosso demais para fingir
De segunda pessoa da Trindade.
(...)

Um dia que Deus estava a dormir
E o Espírito Santo andava a voar,
Ele foi à caixa dos milagres e roubou três.
Com o primeiro fez que ninguém soubesse que ele tinha fugido.
Com o segundo criou-se eternamente humano e menino.
Com o terceiro criou um Cristo eternamente na cruz
E deixou-o pregado na cruz que há no céu
E serve de modelo às outras.
Depois fugiu para o Sol
E desceu no primeiro raio que apanhou.
Hoje vive na minha aldeia comigo.
É uma criança bonita de riso e natural.
Limpa o nariz ao braço direito,
Chapinha nas poças de água,
Colhe as flores e gosta delas e esquece-as.
Atira pedras aos burros,
Rouba a fruta dos pomares
E foge a chorar e a gritar dos cães.
E, porque sabe que elas não gostam
E que toda a gente acha graça,
Corre atrás das raparigas
Que vão em ranchos pelas estradas
Com as bilhas às cabeças
E levanta-lhes as saias.

A mim ensinou-me tudo.
Ensinou-me a olhar para as coisas.
Aponta-me todas as coisas que há nas flores.
Mostra-me como as pedras são engraçadas
Quando a gente as tem na mão
E olha devagar para elas.

(...)

Ele mora comigo na minha casa a meio do outeiro.
Ele é a Eterna Criança, o deus que faltava.
Ele é o humano que é natural.
Ele é o divino que sorri e que brinca.
E por isso é que eu sei com toda a certeza
Que ele é o Menino Jesus verdadeiro.

(...)

A Criança Nova que habita onde vivo
Dá-me uma mão a mim
E outra a tudo que existe
E assim vamos os três pelo caminho que houver,
Saltando e cantando e rindo
E gozando o nosso segredo comum
Que é saber por toda a parte
Que não há mistério no mundo
E que tudo vale a pena.

A Criança Eterna acompanha-me sempre.
A direcção do meu olhar é o seu dedo apontado.
O meu ouvido atento alegremente a todos os sons
São as cócegas que ele me faz, brincando, nas orelhas.

Damo-nos tão bem um com o outro
Na companhia de tudo
Que nunca pensamos um no outro,
Mas vivemos juntos e dois
Com um acordo íntimo
Como a mão direita e a esquerda.

Ao anoitecer brincamos as cinco pedrinhas
No degrau da porta de casa,
Graves como convém a um deus e a um poeta,
E como se cada pedra
Fosse todo o universo
E fosse por isso um grande perigo para ela
Deixá-la cair no chão.

Depois eu conto-lhe histórias das coisas só dos homens
E ele sorri porque tudo é incrível.
Ri dos reis e dos que não são reis,
E tem pena de ouvir falar das guerras,
E dos comércios, e dos navios
Que ficam fumo no ar dos altos mares.
Porque ele sabe que tudo isso falta àquela verdade
Que uma flor tem ao florescer
E que anda com a luz do Sol
A variar os montes e os vales
E a fazer doer aos olhos dos muros caiados.

Depois ele adormece e eu deito-o.
Levo-o ao colo para dentro de casa
E deito-o, despindo-o lentamente
E como seguindo um ritual muito limpo
E todo materno até ele estar nu.

Ele dorme dentro da minha alma
E às vezes acorda de noite
E brinca com os meus sonhos.
Vira uns de pernas para o ar,
Põe uns em cima dos outros
E bate palmas sozinho
Sorrindo para o meu sono.

Quando eu morrer, filhinho,
Seja eu a criança, o mais pequeno.
Pega-me tu ao colo
E leva-me para dentro da tua casa.
Despe o meu ser cansado e humano
E deita-me na tua cama.
E conta-me histórias, caso eu acorde,
Para eu tornar a adormecer.
E dá-me sonhos teus para eu brincar
Até que nasça qualquer dia
Que tu sabes qual é.

Esta é a história do meu Menino Jesus.
Por que razão que se perceba
Não há-de ser ela mais verdadeira
Que tudo quanto os filósofos pensam
E tudo quanto as religiões ensinam ?
Fernando Pessoa (Alberto Caeiro)

Leia também:
O mito de natal. AQUI
Feliz Natal com arte, afeto, justiça e paz.
AQUI
Bethania - Poema do Menino Jesus - Fernando Pessoa AQUI


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Uma menina descobrindo o sertão através da canção

divulgação
Jussara entrevistando Irene Smith, diretora-presidente da Ação Cultural
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Zezito de Oliveira · Aracaju, SE
2/8/2013 · 1 · 1
Pense n'eu, vez em quando.

Jussara é uma menina de 16 anos e componente da primeira turma de audiovisual do Ponto de Cultura, Juventude e Cidadania em 2012. Hoje, 16 de julho de 2013, ele recebeu emprestado o DVD do filme “Gonzagão de Pai pra Filho”. A recepção foi bastante esfuziante.

Conforme depoimento dela e da mãe, a menina ficou apaixonada por Luiz Gonzaga e por suas canções, a ponto de assistir a mini-série que passou na Tv Globo no inicio de 2013, com interesse redobrado, fora a emoção que toma conta quando ouve as música de Gonzaga, em especial quando assistiu a gravação do último especial apresentado pela Globo, poucos meses antes do velho Lua falecer.

Esta garota viveu intensamente a programação da Caravana Luiz Gonzaga Vai a Escola em 2012, e foi uma das integrantes do Ponto de Cultura que recebeu incentivo para assistir a exibição do filme sobre Gonzagão no cinema.

Ao buscar saber das razões que a levou gostar tanto de Gonzaga e de suas músicas, ela me diz que gosta porque ele fala do sertão e sobre o modo de viver das pessoas simples. Ao descobrir que ela nunca teve contato com a realidade do sertanejo, confirmo as palavras de Guimarães Rosa que fala sobre o sertão que habita dentro dela, herança da mãe, que nos contou histórias do tempo em que menina, vivia as agruras e alegrias de quem morava no interior.

E para reforçar esta afirmação, trago um trecho do Almanaque Brasil, sobre o escritor que eternizou o sertão em forma de literatura, semelhante ao que fez Luiz Gonzaga por meio da canção. “O sertão é do tamanho do mundo. Para o escritor João Guimarães Rosa, sim, no sertão estão as agonias e as alegrias humanas. Espaço cativo de metáforas, mitos, personagens, causos. Alegoria? Talvez. Veracidade? Dentro de sua obra, definitivamente.”

E o papo segue, além de gostar das músicas de Gonzaga, a qual ficaram coladas em sua mente e em seu coração, a partir de 2012, gosta também de reggae porque as suas músicas falam da realidade.

Em outro momento, ela me convida para participar de um evento festivo em uma igreja batista na qual ela é integrante desde o nascimento.

Jussara me conta que sabe que não terei problemas em aceitar porque não tenho preconceito, igualzinho a ela, que já tinha me revelado a satisfação de ter participado de um evento em uma igreja católica, um negócio “diferente”, “interessante”, “uma mistura de religião, arte, festa e ecologia”.

Ela nunca tinha entrado em uma igreja católica e pensava que nesta, só acontecem missas, batizados, casamentos e assemelhados. Jussara participou da jornada ecológica 2012, no anexo da Igreja São Pio X, realizando um exercício de cobertura de imagens proposto aos aprendizes da oficina de audiovisual, na qual tomou parte, como citado.

Ela lembrou de Zé Vicente um artista, místico, arte-educador e ecologista que esteve na jornada ecológica e pelo qual nutro a mesma afeição que tenho por Gonzaga e por Guimarães Rosa (1) Em todos os três, a certeza de que sintonizados com a sua arte, estamos nos conectando com aquilo que o sertão tem de melhor e de pior.

Na oportunidade, falei para Jussara que Zé Vicente estará novamente em Aracaju no periodo de 20 a 22 de setembro, participando de um evento de formação restrito e de uma apresentação artistica aberta, no final da tarde do dia 21/09, no Seminário Maior Nossa Senhora da Conceição, em Aracaju, nesta oportunidade buscaremos garantir as condições para que ela e colegas interessados, possam novamente assistir a apresentação de um importante menestrel da esperança e do compromisso com a criação.

Em um momento da conversa, ao dizer o que penso sobre as pessoas que estão no mundo estreito das religiões, partidos, nações, preferência estéticas musicais e etc., mas que mesmo ficando, não querem deixar de ir além, como Jesus Cristo(2), lembrei-me de uma das minhas canções preferidas do Zé Vicente.

"Eu Sou Bem Mais

Zé Vicente

Meus olhos se lançam no imenso azul
Minha alma desliza nas asas da luz
Meus pés dançam e dançam na dança da terra
Meus lábios se poem a cantar cançoes do amor.

Eu sou a luz, eu sou o som
Eu sou o tom da cançao querida
Eu sou a luz, eu sou o som
Eu sou o tom da cançao da vida.

Meus dedos digitam e tocam na música
Navego e componho na pauta do mar
Respiro e me inspiro na brisa entre as flores
Recrio nas cores, a pura emoçao de amar.

Eu sou o mar, sou o luar
Sou movimento, sou água viva
Eu sou o mar, sou o luar
Sou movimento, planeta vida!

Meu corpo criado num cósmico plano
Sou eu, sou voce, eu sou nós, sou humano
Sou voz, sou palavra, sou larva e sou sonho
Memória da história, da luta, vitória eu sou!"

P.S: (1) - Outro artista que nos conecta muito bem as coisas e causos do sertão é Elomar, também de formação batista, este não “baixou” na conversa acima, mas com certeza é um outro que “chega” quando quisermos ou pudermos descer as profundezas do sertão real e imaginado.

(2) - Mas, agora, vou para junto de ti. Dirijo-te esta oração enquanto estou no mundo para que eles tenham a plenitude da minha alegria. Dei-lhes a tua palavra, mas o mundo os odeia, porque eles não são do mundo, como também eu não sou do mundo. Não peço que os tires do mundo, mas sim que os preserves do mal. Eles não são do mundo, como também eu não sou do mundo. João 17/13-16

Leia também: Música Sergipana para Exportação. AQUI

Baixe e Ouça um dos primeiros LPs gravado por Zé Vicente em parceria com Babi Fonteles

Link para donwload: AQUI

Para quem também gosta de reggae. Soja - True Love.

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Sarau reflete sobre utopias da juventude.

24/7 · Aracaju, SE
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Zezito de Oliveira · Aracaju, SE
22/7/2013 · 2 · 1

Um espaço democrático, criativo e voltado para reflexões sobre cultura, cidadania e política, este é o Sarau Multicultural, evento criado pela ONG Ação Cultural, que vai fortalecendo sua atuação diferenciada na sociedade sergipana.

O evento ocorrerá na próxima quarta-feira, 24 de julho, no Clube Flamengo Circulista, que fica na Rua Distrito federal, atrás do Bompreço no bairro Siqueira Campos, às 19h. A programação cultural do evento é diversificada, haverá apresentação do Grupo de Aprendizes de dança moderna, do Ponto de Cultura Juventude e Cidadania, danças circulares regionais com o facilitador Maxivel Ferreira, apresentação de vídeos e uma feira de troca e venda de livros, CD’s e DVD’s.

Um debate sobre o tema, “Da juventude de ontem e de hoje, que utopias nos movem”, será facilitado pelo ambientalista Edmilson Araújo e pela professora da UFS Sanádia Gama.

Edmilson Araújo participou da construção do PT, foi presidente da CUT/SE, em 1988 foi candidato à vice-prefeito na chapa encabeçada por Deda, em 1994 rompeu com o PT juntando-se às correntes de esquerda que fundaram o PSTU, em 1999 aposentou-se por tempo de serviço e retirou-se do movimento sindical aderindo à causa ambiental.

A professora Sanádia Gama foi assessora nacional da Pastoral da Juventude do Meio Popular (PJMP) no período de 2005 a 2009, atualmente está na assessoria da PJMP regional BA/SE e presta assessoria a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Sergipe (FETASE).

O evento é o primeiro de um ciclo, e terá edições mensais. Além deste projeto, a ONG Ação Cultural vem contribuindo para o fortalecimento de nossa cultura atuando junto a juventude nos bairros populares da grande Aracaju, a exemplo do Ponto de Cultura Juventude e Cidadania e da Caravana Luiz Gonzaga.



onde fica
CLUBE FLAMENGO CIRCULISTA, RUA DISTRITO FEDERAL, BAIRRO SIQUEIRA CAMPOS. (REFERÊNCIA: ATRÁS DO BOMBREÇO).
quando ir
24/7/2013, às 19:00h
quanto custa
Entrada Franca
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lmoço Paraense com música e documentário

02/6 · Aracaju, SE
Maxivel Ferreira
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Zezito de Oliveira · Aracaju, SE
24/5/2013 · 3 · 2
No dia 2 de junho (domingo), com previsão de inicio para as 12 horas, a Ação Cultural estará realizando o almoço cultural paraense, edição 2013. O local será o atelier da Irene (Siqueira Campos).

O público que pretende-se atingir é formado por pessoas ligadas ao mundo das artes e da cultura em geral, educadores, intelectuais, comunicadores, terapeutas, ambientalistas, ativistas sociais, culturais e etc..

A previsão máxima é de 12 pessoas. O cardápio será galinha no tucupi, maniçoba do Pará e creme de cupuaçu, além de música de Sergipe e do Pará e documentários produzido pelo Ponto de Cultura: Juventude e Cidadania. O valor é R$20.00. Quem quiser garantir presença, deve realizar o pagamento o mais rápido possivel. Um meio disponivel é a conta da Ação Cultural no Banco do Brasil. Agência 2611-5 Conta 27.014-8

Importante fazer a confirmação e o pagamento até o dia 29/05. Se preferir, pode realizar o depósito ou ligar para informar o local onde poderemos receber o dinheiro. Fazendo assim,colabora para que possamos nos organizar de maneira satisfatória.

Para saber mais sobre as edições anteriores, clique AQUI

Sinopse dos documentários

Sintonize
Videoclipe da banda Kararoots, que conta a história de um jovem garoto que, revoltado com essa moderna dominação tecnológica, resolve fazer a sua justiça com as proprias mãos. Video roteirizado e produzido pelos alunos da segunda turma de audiovisual do ponto de cultura: Juventude, Cultura e Cidadania.


Ponto de Cultura - RECAP

É um vídeo de recapitulação de todo o processo de construção e experiencia audiovisual entre as trumas 01 e 02 do curso de audiovisual do ponto de cultura: Juventude, Cultura e Cidadania.


onde fica
Ateliê da Irene (Siqueira Campos).
quando ir
02/6/2013, às 12:00h
quanto custa
R$20.00
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Caravana Cultural Luiz Gonzaga. Diário de Bordo(1)

Arte: Maxivel Ferreira
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Zezito de Oliveira · Aracaju, SE
4/11/2012 · 6 · 1
Boa Tarde em São Cristóvão! A Caravana Luiz Gonzaga agradece a acolhida, deixando e levando saudades.

Foi com bastante alegria que a trupe da Caravana Luiz Gonzaga aportou nesta terça-feira (30 de Outubro) na Escola Gaspar Lourenço (Apicuns) e no Espaço Cultural do Convento do Carmo (centro histórico) para realizar mais um dia de difusão cultural e formação educacional, utilizando como tema a vida e a obra musical de Luiz Gonzaga.

Vale destacar a bela paisagem e as excelentes instalações do espaço cultural construído pelos frades carmelitas para acolher os romeiros da Festa de Senhor dos Passos, local também utilizado para outras festas e eventos culturais da comunidade.

Outro fato que deixou a equipe da Caravana bastante satisfeita foi a simpatia e a atenção dispensada ao projeto pelo professor Serginho e pela diretora Georgina.

De igual modo, os alunos do Gaspar Lourenço tiveram uma participação impecável, muito atentos durante a palestra e na exibição da sequencia de imagens e áudio.

Nesta apresentação da Caravana Luiz Gonzaga, fomos prestigiados também com a presença do Padre Soares - Paróquia São Pio X (Aracaju), do subsecretário de movimentos sociais, Chico Buchinho, do professor e proprietário da Escola de Música Santa Cecilia (Aracaju), Sr. José de Deus Santos, da Sra. Eliene Marcelo, responsável pela recepção aos turistas que visitam a cidade patrimônio histórico da humanidade e do jovem Denisson, acadêmico do curso de História da UFS (Universidade Federal de Sergipe).

Outro motivo de alegria é ser São Cristóvão a cidade natal de Zezito de Oliveira, idealizador do projeto e coordenador de produção da Caravana Luiz Gonzaga. A cidade mantém tradições e possui um conjunto arquitetônico bastante inspirador para o florescimento de iniciativas culturais, a exemplo do Festival de Arte de São Cristóvão, um dos eventos mais importantes para cultura brasileira nas décadas de 70 e 80 do século XX.

Da mesma forma, o verde e as águas que ocupam a paisagem é um patrimônio que precisa ser reconhecido e garantido pela população da cidade, inclusive por seu potencial econômico de gerar emprego e renda para seus habitantes.

A expectativa é que a nova administração, a ser empossada em 01 de janeiro de 2013, compreenda que o patrimônio cultural e natural de São Cristóvão tem o potencial de melhorar a autoestima da sua população, prevenir o uso do crack e outras drogas pesadas, diminuir os índices crescentes de criminalidade e violência e, especialmente, de aumentar as oportunidades de emprego para a juventude sancristovense .

A Associação Cultural (Ação Cultural), sediada em São Cristóvão, colabora com estes objetivos participando da comissão organizadora do movimento de retomada do Festival de Arte de São Cristóvão, realizando a oficina de artes cênicas no Conjunto E. Gomes, que beneficia diretamente cerca de 30 crianças e adolescentes. Além disso, a Ação Cultural promove a realização da Caravana Luiz Gonzaga, que contempla 04 escolas sediadas no município e tem por meta atingir diretamente 500 alunos de escolas públicas da região.
(Zezito de Oliveira)

A caravana nas escolas Valnir Chagas(Aracaju) e 24 de Outubro (Aracaju).

O amor as paisagens da natureza, o som da sanfona que conquistou o Brasil vai novamente adentrar o espaço de duas escolas públicas de Aracaju. O projeto “Caravana Luiz Gonzaga vai à Escola” esteve na terça-feira (23) na instituição de ensino Valnir Chagas com apresentação musical e exposição fotográfica.

Já na quarta-feira (24) a vida de obra de Luiz Gonzaga será motivo de celebração na Escola 24 de Outubro, no Bairro 18 do Forte. “Nada melhor do que um projeto como esse para comemorar o aniversário da escola.

Sou um apaixonado por Luiz Gonzaga e é importante os alunos verem e entenderem a trajetória de Luiz Gonzaga”,
disse o professor Jerônimo de Andrade Leite, que dirige a escola desde 2009.

OCUPANDO ESPAÇOS – O diretor Jerônimo acredita que é importante olhar a escola como um espaço comunitário que deve ser ocupado com boas atividades. “As escolas devem ter mais experiências positivas e precisa ser mais explorada com coisas boas”, afirmou.

E quem vai ocupar a Escola 24 de Outubro será o trio Casaca de Couro que após a palestra do pesquisador José Augusto de Almeida apresentará um repertório cantando a vida de Luiz Gonzaga através da obra do sanfoneiro pernambucano. Outro destaque também vai para apresentação da coreografia “Cartinha de Seu Luiz” dançada pelos jovens do Ponto de Cultura Juventude e Cidadania. A coreografia é baseada em vários fragmentos de músicas conhecidas de Luiz Gonzaga como “Xote das Meninas” e “Triste Partida”.

Para professora Lucivânia Silva Santos a música e a dança foi um dos pontos altos da passagem da Caravana Luiz Gonzaga pela Escola Valnir Chagas. “Despertou bastante o interesse deles. Na sala de aula os alunos já haviam produzido um livrinho e redações sobre Luiz Gonzaga”, afirmou Lucivânia que dá aulas de redação e língua portuguesa nas escolas.

O projeto Caravana Luiz Gonzaga vai à escola é uma realização da ONG AÇÃO CULTURAL com patrocínio da Funarte e pretende passar em 10 escolas de Aracaju, São Cristóvão e Nossa Senhora do Socorro até dezembro de 2012.
(Thiago Paulino)

Caravavana Leva o Rei do Baião à Escola Antônio Fontes Freitas.

A Caravana Luiz Gonzaga chega nessa próxima terça feira (16) na Escola Antônio Fontes Freitas, localizada no município de Nossa Senhora do Socorro. A exposição com 30 fotos contando a vida e obra de Luiz Gonzaga será montada durante a tarde na instituição de ensino. No turno da noite haverá palestra com o pesquisador José Augusto de Almeida e apresentação do trio Casaca de Couro.

Para o professor Gilvan Rosa que dá aula de história na escola esse tipo de projeto é sempre boa surpresa. “Infelizmente não temos muitos projetos desse tipo nas escolas. Mas vai ser importante para que os alunos se reconhecerem na própria cultura e como sujeitos da sua história”,afirmou.
O público da escola que terá acesso a Caravana será de adolescentes e adultos do supletivo. “Para eles será novidade porque geralmente essas turmas não tem oportunidade de ver exposições e projetos como esse. Isso porque geralmente eles trabalham o resto do dia”, afirma o professor.

INTERAÇÃO - Segundo Gilvan Rosa a interação dos alunos com a Caravana será uma boa oportunidade de trocar e adquirir novas experiências. Esse intercâmbio ajudará os alunos a fazer atividades que vão além da sala de aula. “Já vinha trabalhando nas aulas de história algumas coisas sobre Luiz Gonzaga desde o começo do ano e a interação com a Caravana será muito boa. No próximo ano quero fazer um projeto que discuta sobre os 20 anos do Forró Siri”.
(Thiago Paulino)

A Caravana Luiz Gonzaga com o pé na estrada.

Muito feliz por ter estado ontem (12 de setembro de 2012) na Escola Estadual Petrônio Portela, no Conj. A. Franco, realizando o primeiro itinerário da Caravana Cultural Luiz Gonzaga Vai a Escola, após a realização do sensacional lançamento que ocorreu no dia 31 de Agosto no Museu da Gente Sergipana.

A razão maior disso tudo é poder estar contribuindo para unir arte e educação, cultura e cidadania com qualidade pedagógica e estética , ajudando escolas, artistas e grupos culturais na busca de laços, vínculos e pontos de convergência que possam fortalecer estes encontros e alianças.

Outro motivo de grande alegria foi o fato da escola está situada próximo ao Complexo Cultural “O Gonzagão”, local de realização das Semanas Luiz Gonzaga durante os anos de 2007 e 2008 e uma das iniciativas que serviram de inspiração para a elaboração do projeto da Caravana Luiz Gonzaga.

Também contamos com a presença da Dona Genilda, fundadora e presidente da quadrilha Asa Branca e alguns componentes, uma das duas sediadas no local, e que também estiveram presentes na noite de lançamento no Museu da Gente.

Na fala de abertura registramos a ausência/presença do professor José dos Santos, patrono da biblioteca da escola. A ausência se deve a morte prematura do profissional que ocorreu há cerca de três anos , com a idade de 54 anos, e a presença por causa da importância que o professor dava ao convite realizado as escolas da região, quando da realização das Semanas Luiz Gonzaga e pelo fato da Caravana Luiz Gonzaga Vai a Escola, ser um sonho também compartilhado com ele e que vai se tornando realidade.

Na ocasião, também foram lembrados aqueles que estão contribuindo para a realização da iniciativa, a Fundação Nacional de Arte – Ministério da Cultura, patrocinador oficial e os apoiadores locais, Fundação Aperipê, Museu da Gente Sergipana/Instituto Banese, Banco do Nordeste, Sebrae, Centro de Criatividade e Secretaria de Estado da Educação.

Por último a colaboração da articuladora local, professora Fátima Viana e a da direção, professora Célia e equipe técnica e funcionários da escola. A equipe do projeto, foi lembrada nas pessoas de Ana Lúcia e Irene Smith, assistentes de produção.

E como no dia do lançamento, a palestra do professor José Augusto e as apresentações artísticas das meninas do Ponto de Cultura: Juventude e Cidadania e do Trio Casaca de Couro deixaram um gosto de quero mais.

A diretora da escola, professora Célia, solicitou que voltássemos outras vezes aquela unidade de ensino com ações semelhantes e que não esquecêssemos das outras escolas que não foram contempladas este ano com a Caravana Luiz Gonzaga.

Dito e feito, nesta perspectiva, já estamos elaborando um segundo itinerário para o próximo ano e com o sucesso da edição 2012, acreditamos que obteremos sucesso na obtenção dos novos recursos financeiros necessários para tal empreitada.

Dentro de mais alguns dias, estaremos publicando as datas das nove escolas restantes da edição 2012 e para mais informações sobre a Caravana Luiz Gonzaga e sobre dicas de utilização da vida e da obra musical de Luiz Gonzaga em sala de aula, recomendamos que acessem o blog: http://caravanaluizgonzaga.com.br
(Zezito de Oliveira)

Caravana Luiz Gonzaga vai passar amanhã na Escola Petrônio Portela no Augusto Franco.

A aula de quarta feira a noite vai ser diferente na Escola Petrônio Portela, localizada no Conjunto Augusto franco, Zona Sul de Aracaju. A instituição vai ser a primeira a ser visitada pela “Caravana Luiz Gonzaga vai à Escola”, projeto realizado pela Ação Cultural e contemplando pelo prêmio Funarte em homenagem ao centenário Luiz Gonzaga.

Por volta das 14h uma exposição de aproximadamente 30 fotos de várias fases da vida de Luiz Gonzaga será aberta com um cenário que remete ao interior: mural que lembra casa de taipa, esteiras de palha. As fotos retratam a família, momentos de Era de Ouro das Rádios, o sanfoneiro com sua roupa em homenagem aos vaqueiros e imagens do local onde o Luiz Gonzaga nasceu.

Durante a noite o pesquisador e apaixonado pela obra do Rei do Baião, José Augusto de Almeida, fará uma palestra contando diversos fatos da vida do sanfoneiro e sua importância na música brasileira. Após a palestra adolescentes das oficinas do Ponto de Cultura Juventude e Cidadania farão apresentação de dança. A noite será fechada com um repertório especial selecionado pelo trio Casaca de Couro com belas músicas do Rei do Baião.

Expectativa – cerca de 100 alunos do turno da noite estarão também assistindo e conhecendo a Caravana. A professora de português da Escola Petrônio Portela, Fátima Viana, acredita que o projeto terá uma boa receptividade pelos alunos. “Acredito que eles vão gostar. A gente fez uma gincana cultural uma vez e a resposta foi muito legal. Eles participaram bastante e apresentamos a dança de São Gonçalo. Se dizem que Sergipe é o pais do forró nós precisamos conhecer Luiz Gonzaga. O forró é a nossa cultura e precisamos valorizar”, destaca a professora.

Pedagoga responsável pelo turno da noite a professora Acácia Maria Santos acredita que o projeto da caravana merece apoio porque auxilia aos alunos a fazerem novas leituras de mundo. “O contato com elementos da obra de Luiz Gonzaga contribuirá para a formação dos nossos alunos e poderá suscitar o interesse pelas manifestações culturais nordestinas mais autênticas. Luiz Gonzaga é um ícone da cultura brasileira, não apenas da nordestina, seja pelo repertório, pelo estilo implantado, pelo que ele representou para o Nordeste, apresentando a realidade do nosso povo às outras regiões do Brasil”, afirmou.
(Thiago Paulino)

A CARAVANA JÁ PARTIU… NOITE DE LANÇAMENTO

O nome dele era Luiz porque nasceu no dia de Santa Luzia, 13 de dezembro de 1912, Gonzaga porque o padre era devoto de São Luiz Gonzaga, e Nascimento porque nasceu no mesmo mês de Jesus (…) A gente poderia dizer que existe o Nordeste antes e depois de Luiz Gonzaga.”

Essa foi uma das histórias contadas pelo professor e pesquisador José Augusto de Almeida no lançamento da Caravana Luiz Gonzaga Vai à Escola. O evento aconteceu na última sexta no Museu da Gente Sergipana e foi uma mostra da Caravana que pretende levar música, dança, fotografias e histórias do Rei do Baião à dez escolas da Região Metropolitana de Aracaju.

Durante a abertura idealizador do projeto, Zezito de Oliveira, fez uma viagem até a sua infância para ressaltar como pode ser importante educar também pela arte. “Quando eu era criança uma memória forte que tenho da minha escola era uma apresentação de bonecos e uma apresentação musical de um grupo de jazz”.

Para Zezito , às vezes, essa forte memória até incomodava. “Eu me perguntava por que, em alguns momentos, eu lembrava mais disso do que dos conteúdos das matérias. Talvez pelo fato do que marque bem as pessoas é a arte, a música. Precisamos pensar mais na educação pela arte. ”

Histórias do Velho Lua e lançamento do site
Durante o evento também foi lançado e apresentado o Blog da Caravana [link para caravanaluizgonzaga.com.br] pelo webdesigner Jefeson Melo e com ilustrações de Maxi Ferreira. O blog funcionará como um diário de bordo da Caravana e tem como objetivo dar suporte de informações para professores e alunos.

No pátio interno do Museu foi montado parte da exposição fotográfica itinerante com banners sobre várias fases da vida de Luiz Gonzaga selecionadas “a dedo” pelo colecionador José Augusto de Almeida.

E se depender do conteúdo da palestra de José Augusto, boas histórias do Rei do Baião estão garantidas para os alunos das escolas públicas. O pesquisador mostrou vídeos, contou histórias de várias fases de Luiz Gonzaga e da Serra do Araripe onde o sanfoneiro nasceu. No público presente estava também a garotada das oficinas de dança do Ponto de Cultura Juventude e Cidadania, vinculado a Ação Cultural – Instituição realizadora da Caravana. Crianças e adolescentes cheios de energia dos bairros Eduardo Gomes e Conjunto Jardim estavam na expectativa da próxima etapa do lançamento.

DA PLATÉIA PARA O PALCO
Isso porque os jovens saíram da condição de platéia para serem destaques, pois era o momento das apresentações de dança. Um desses meninos é Iago Bezerra, de 12 anos, que se vestiu com uma roupa que lembrou a indumentária de Luiz Gonzaga. Iago conta que achou interessante se apresentar e na oficina de dança do Ponto de Cultura já fez muitos amigos. A coreografia que Iago e seus amigos do bairro Eduardo Gomes apresentaram foi “Cartinha a Luiz” , coordenada pelo professor Carlos Henrique, e trabalhou vários fragmentos de músicas.

O segundo grupo, formado pelas meninas da oficina do Conjunto Jardim, apresentou “O despertar das meninas”, coreografia criada pela professora Cristiane dos Anjos, que tinha como trilha a música “Xote das Meninas” . Depois da apresentação quem não parava de bater fotos de celular com suas colegas era Kelly Stefani, de 14 anos, “gostei muito de dançar, antes conhecia Luiz Gonzaga só de nome”. Próximo a Kelly, estava seus pais cheios de orgulho. “É importante levar cultura para a educação”, disse o pai Laércio Ferreira.

ARTE NAS ESOCOLAS
Presente no evento estava também um dos acordeonistas mais bem conceituado no estado, Evanilson Vieira, o “maestro” da orquestra Sanfônica de Aracaju. Evanilson destacou que o projeto é uma provocação para a música ser levada às escolas.

“Esse trabalho é importante porque o jovem gosta de Luiz Gonzaga, mas para gostar ele precisa primeiro conhecer. Outra coisa importante é que existe a uma lei que estabelece música nas escolas e projetos como esse pode servir de provocação para que o poder público cumpra essa lei”.

E a Caravana Luiz Gonzaga já está empolgando o coordenador pedagógico da Escola Júlia Teles de Nossa Senhora do Socorro, Emanuel Braga. “Iremos trabalhar Luiz Gonzaga como conteúdo transversal com vários professores. Queremos dar continuidade às ações da Caravana”, afirmou. E uma das ferramentas que possivelmente poderá ser utilizadas é uma Cartilha que vem sendo elaborada pela equipe da Caravana com sugestões para trabalhar as músicas de Luiz Gonzaga nas escolas.

CASACA DE COURO E PRÓXIMA PARADA…
A noite do lançamento foi encerrada com a apresentação da Banda Casaca de Couro, de figurino inspirado em Luiz Gonzaga, com um repertório clássico do Rei do Baião e outras músicas não tão conhecidas do grande público. A animação de casais que se arriscaram no passo do forró contagiou o espaço.

A próxima parada da Caravana Luiz Gonzaga está prevista para o dia 12 de setembro na Escola Estadual Petrônio Portela, no Conjunto Augusto Franco. A expectativa já é grande.

O projeto Caravana Luiz Gonzaga vai à Escola é realizado pela Ação Cultural e foi contemplado no prêmio Funarte do Centenário de Luiz Gonzaga e teve como apoiadores no Lançamento o Instituto Banese, Banco do Nordeste, Centro de Criatividade, secretarias de Estado da Educação e Cultura, Fundação Aperipê e SEBRAE.
(Thiago Paulino)

LEIA TAMBÉM:

SANFONA AFINADA... A AULA VAI COMEÇAR. Aqui

LANÇAMENTO DA CARAVANA CULTURAL LUIZ GONZAGA. Aqui

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Ecologia com arte e com as tradições espirituais.

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Zezito de Oliveira · Aracaju, SE
17/9/2012 · 6 · 5
O mundo vive uma crise ambiental sem precedentes, e as recentes e constantes tragédias climáticas são o retrato visível dessa realidade.

A causa fundante dessa situação é o sistema capitalista predatório e excludente, cujas origens mais distantes no tempo estão ligadas aos primórdios da revolução industrial, que teve início no século XVIIII, embora haja quem defenda que se pode retroceder ao século XV, com o mercantilismo, para localizar as origens de tanta barbárie.

Nos dias de hoje, o capitalismo tornou-se muito mais que um sistema econômico, fortalece-se porque está cada vez mais integrado ao sistema de valores, de significado e de sentido que mobiliza corações e mentes de bilhões de pessoas no mundo inteiro, em especial por meio da publicidade que visa o consumo insano e inconsequente dos bens naturais, tanto em sua forma primária, quanto na industrializada.

Dessa forma, o capitalismo é também um sistema cultural, notadamente nestes tempos da chamada revolução pós industrial, cuja base de exploração e de consumo está cada vez mais alicerçada na produção do conhecimento, dos símbolos e do imaginário individual e coletívo.

Neste sentido, a dimensão cultural é um componente fundamental para compartilharmos informações e conhecimentos com vista à apresentação de outras formas de nos relacionarmos, de produzirmos e consumir, almejando a superação da cultura que tem na ideologia capitalista a sua base de sentido e significado.

As grandes tradições espirituais têm um tesouro inesgotável de informações e conhecimentos que podem ser obtidos por aqueles que se preocupam com a superação do modo de produção capitalista não apenas por meio de grandes sistemas de idéias e ações baseadas na razão, mas também por meio de reflexões, experiências ou vivências relacionadas a outros sistemas de idéias, valores, ou comportamentos, que estão registrados nos modos de viver, nas memórias escritas e nas obras literárias e artísticas de muitas instituições, comunidades ou grupos religiosos espalhados pelos cinco continentes.

O Cristianismo tem referenciais muito importantes neste aspecto: um deles é na pessoa de São Francisco de Assis, um homem com idéias e atitudes atemporais, ou seja, que valem para qualquer tempo.

Outras referências importantes neste sentido podem ser redescobertas não apenas no comportamento de pessoas como São Francisco, mas também nos modos de pensar e agir contidos na bíblia e nos escritos e atitudes de homens e mulheres, tanto da igreja católica romana, quanto das ortodoxas orientais, e das igrejas surgidas com a reforma protestante, iniciada por Martinho Lutero.

A espiritualidade de matriz indígena, africana e oriental também detêm um manancial de riquezas muito grande na perspectiva defendida acima e cada vez mais atraem a atenção de pessoas e setores que tem compromisso com a causa ambiental.

Como elemento fundamental no avanço e consolidação do chamado para a realização das jornadas “ecologia e espiritualidade”, citamos a criação artística, pois os artistas são as antenas da raça, na feliz expressão do escritor Ezra Pound.

Dessa forma, a produção artística tem sido outro manancial importantíssimo de informações e conhecimentos para a compreensão da necessidade de mudarmos nossas ideias, valores e hábitos, que alimentam o monstro que devora a todos e a tudo e, consequentemente, ameaça a permanência da espécie humana (ou da vida) no planeta terra.

Um desses artistas é Saint-Exupery, que afirma no livro “O Pequeno Príncipe” que o essencial é invisível aos olhos. Portanto, mergulhemos nos mistérios de nossas tradições espirituais e busquemos redescobrir em nosso acervo artístico, inclusive em nosso próprio potencial de criação interior, as fontes para descobrirmos ou redescobrirmos aquilo que é mais sagrado, o que é essencial.

Para ajudar nesta tarefa, teremos no inicio da primavera de 2012, em Aracaju, a participação de Zé Vicente, missionário, cantor , compositor, músico, educador e ecologista, definido pelo site MPBnet da seguinte maneira: "Um apaixonado por seu povo, sua terra, pátria, planeta, suas raízes sagradas. Através de Shows e das Oficinas de Arte-Vida, Zé Vicente vai sensibilizando pessoas com sua poesia e música criativa , em sintonia permanente com as grandes causas humanas, sociais e ecológicas do nosso tempo.”

Pode chegar quem estiver sentindo a necessidade de trilhar por este caminho, seguindo as pegadas de muitos homens e mulheres que estão fazendo o mesmo, em diversos lugares do mundo, como ocorreu recentemente no Rio de Janeiro, por ocasião da Cúpula dos Povos na Rio+20.

Para saber mais detalhes sobre a Edição 2012 da Jornada Ecológica, acesse:
AQUI

Leia o artigo "Justiça e Paz se abraçam na obra de Zé Vicente". AQUI

Leia também:

INTEGRIDADE DA CRIAÇÃO PARA OS RELIGIOSOS(AS) HOJE. AQUECIMENTO GLOBAL E MUDANÇA CLIMÁTICA.

AQUI

Baixe e ouça um dos primeiros gravados por Zé Vicente em parceria com Babi Fonteles.
emCANTO. AQUI
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2ª Jornada Ecologia & Espiritualidade Edição 2012

de 21/9 a 23/9 · Aracaju, SE
Ceseep
Zé Vicente (com boina branca) no palco do TUCA- PUC/SP. Curso de Verão 2009
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Zezito de Oliveira · Aracaju, SE
12/9/2012 · 7 · 3
Estamos na reta final para a realização da 2ª Jornada Ecologia & Espiritualidade (21 a 23 de Setembro) – JE2012.

A nossa esperança é que possamos ampliar os resultados e corresponder a algumas expectativas despertadas durante a realização da JE -2011. Uma delas diz respeito à necessidade de ampliação do número de participantes.

Esta constatação foi feita pelos participantes da JE -2011, que se surpreenderam com as condições e oportunidades criadas naquele momento para a discussão de uma abordagem integral ou sistêmica que oriente a vivência de metodologias de educação criativa, pouco comuns em processos de formação e de mobilização em nosso Estado.

Esta é uma das razões mais importantes na motivação do grupo formado por cerca de 7 agentes sociais e culturais que, desde abril, se reúnem na paróquia São Pio X, em Aracaju, para organizar mais uma jornada “ecologia e espiritualidade”.

Lembrando as palavras de Jesus Cristo: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas.”

Que venham à JE-2012 todos os que estão em busca da unidade perdida ou, em outras palavras, querendo combinar fé e compromisso sociotransformador, luta e prazer, razão e emoção, trabalho e alegria, pão e poesia, preservação da natureza e atendimento às necessidades humanas essenciais, e, ainda, harmonizar politica e estética.

Convidem aqueles que estão inquietos, indignados e que sentem que é preciso mais coragem, criatividade e generosidade para nos relacionarmos em busca da unidade com todos os seres da criação, tendo como objetivo a superação da crise em que a humanidade está mergulhada em decorrência do modelo capitalista predatório e excludente, que neste início do século XXI se fortalece por estar incorporado aos símbolos, valores e sentidos que alimentam mentes e corações de amplas parcelas da população.

Ainda há tempo!! Como diz o rapper Criolo, em uma de suas músicas: “Ainda há tempo!!”

Por esses motivos, estamos lançando a campanha de divulgação da JE - 2012, que teve inicio com a distribuição de panfletos às centenas de pessoas que participaram da celebração do Grito dos Excluídos, realizada na manhã de 7 de setembro de 2012.

A programação da JE-2012 será composta de palestras e oficinas, noite cultural (show musical, apresentações artísticas e roda de danças circulares) e exposição e venda de comidas, CDs, livros e artesanato.

A assessoria da JE 2012, estará a cargo do missionário, cantor , compositor, músico, educador e ecologista Zé Vicente, definido pelo site MPBnet da seguinte maneira: "Um apaixonado por seu povo, sua terra, pátria, planeta, suas raízes sagradas. Através de Shows e das Oficinas de Arte-Vida, Zé Vicente vai sensibilizando pessoas com sua poesia e música criativa , em sintonia permanente com as grandes causas humanas, sociais e ecológicas do nosso tempo.”

Também na assessoria contaremos com a presença do Padre Isaias e Marlene Ribeiro. (Diocese de Propriá).

Esperamos contar com a colaboração de vocês, compartilhando no facebook, blogs, twitter e outras mídias, as imagens, textos e músicas de divulgação que serão postados nestes dias que antecedem à realização da JE-2012.

Leia também: Justiça e Beleza se abraçam obra de Zé Vicente.


onde fica
A JE ocorrerá no período de 21 a 23 de setembro de 2012 no auditório do Instituto Federal de Ensino (21/09 - abertura-19 horas -) e Centro Pastoral anexo à Paróquia São Pio X, localizada à Av. Visconde de Maracaju, s/n°, bairro 18 do Forte, em Aracaju. (22/09 – 8 ás 17horas e 19h30 ás 24 horas) e (23/09 – 8 ás 12 horas
quando ir
21/9/2012 a 23/9/2012
quanto custa
R$15.00 (com almoço)
website
http://jornadaecologiaeespiritualidade.blogspot.com

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O XI Fórum do Forró foi dez!

Divulgação
Ao final dos debates, o público presenciou um show em homenagem a Luiz Gonzaga.
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Zezito de Oliveira · Aracaju, SE
11/6/2012 · 9 · 8
O Fórum do Forró, que aconteceu nos dias 05 e 06 de junho de 2012, em Aracaju, realizou uma homenagem ao saudoso e querido Luiz Lua Gonzaga à altura da qualidade do grande legado que o mestre deixou.

Das homenagens realizadas no centenário do Gonzagão em Sergipe, esta é uma das que merecem mais louvores, pelo fato de se ter iniciado no ano de 2002, prosseguindo, de forma ininterrupta, até o presente ano.

A outra homenagem longeva a Luiz Gonzaga e também digna de louvor é o programa Aquarela Nordestina , apresentado pelo professor José Augusto, há cerca de 20 anos, pelas ondas da Rádio Aperipê 630 AM.

O que me chamou a atenção no primeiro dia foi a apresentação do site LuizLuaGonzaga por parte de seu criador e mantenedor Paulo Vanderley. Isto se deveu à forma clara, segura e apaixonada ancorada na utilização de um criativo recurso audiovisual, o próprio site. Foi o dia em que fui acompanhado da esposa e dos filhos (um pré-adolescente e uma adolescente). Os elogios que faço, aliás, também tomam como base a opinião deles.

No segundo dia senti um clima com forte presença de elementos místicos e emocionais, com destaque para a apresentação e homenagem ao compositor João Silva, importante parceiro do Rei do Baião, e a apresentação de Bené Fonteles, responsável por uma belíssima publicação — O Rei e o Baião —, composta de análises instigantes elaborados por intelectuais e reprodução de material iconográfico sobre Luiz Gonzaga e releituras ou interpretação de sua obra por parte de artistas de outras linguagens, em especial das artes plásticas, visuais e literária.

Uma frase dita por Bené Fonteles me chamou a atenção! Disse ele: “Gonzaga já é mais do que o mito, Gonzaga é uma entidade”. Frase semelhante ouvi de Veronica Sacta, educadora, artista e xamã equatoriana, que deu importante contribuição à nossa gestão a frente do Complexo Cultural “O Gonzagão”, no período em que estivemos à frente da direção daquele equipamento cultural pertencente ao governo de Sergipe (2007 a 2009). E não à toa, presenteei-a com um CD contendo uma coletânea de gravações clássica do Velho Lua, quando ela se despediu dos amigos(as) sergipanos, após quase um ano de presença em Aracaju.

No final do fórum, solicitei a palavra para divulgar a seleção do projeto “Caravana Cultural Luiz Gonzaga vai a Escola”, no prêmio Funarte-Centenário Luiz Gonzaga. Desde que soube do resultado, pensei ser o Fórum do Forró o local mais apropriado para isso. Mesmo que esta notícia já fosse do conhecimento de uma parte daqueles que estavam presentes naquele momento.

Na fala em que citei a conquista do prêmio, parabenizei e agradeci a Paulo Correa ( idealizador e coordenador do Fórum do Forró desde a sua criação)pela iniciativa, além de lembrar outro dois nomes que garantiram a cobertura institucional para a realização do evento: o bancário e professor de História Chico Buchinho (presidente da Funcaju, na época), bem como o prefeito em 2001(ano do primeiro Fórum do Forró) e atual governador de Sergipe, Marcelo Déda.

Eu disse que o fórum do forró foi uma das fontes de inspiração para a elaboração do projeto da Caravana Luiz Gonzaga e, em razão das limitações de tempo, deixei de falar que a Caravana Luiz Gonzaga responde, mesmo de forma limitada e localizada, a angústia ou ao anseio de algumas pessoas que manifestaram no espaço de debates do Fórum do Forró seus protestos e/ou desabafos com o desconhecimento e/ou desvalorização do forró pé-de-serra, por parte significativa de pessoas das novas gerações.

No final, destaquei que era importante e necessário que as excelentes palestras e apresentações durante todos esses anos de Fórum do Forró fossem registradas e publicadas em forma de textos e imagens. Esta demanda já foi colocada em outros fóruns, mas infelizmente não conseguiu sensibilizar a prefeitura de Aracaju, com a honrosa exceção de uma ou duas edições do evento.

No final, após uma das diversas e belas apresentações desta segunda noite, protagonizadas, entre outros, por Erivaldo de Carira e Thais Nogueira, destaco a fala do primeiro, o qual lembrou que muitos prefeitos do interior de Sergipe precisam valorizar mais os artistas que produzem o forró pé-de-serra, contratando seus trabalhos pelo menos no período dos festejos juninos.

Nesse momento, lembrei-me que uma forma das autoridades públicas mostrarem seu real amor por sua gente e por sua terra é valorizando e investindo na arte e cultura do seu povo, muito além de palavras ou gestos simbólicos como na utilização da arte e da cultura sergipana apenas em propagandas institucionais e/ou recepções a convidados de outras localidades.

Como 2012 é um ano de eleição e a bola está com o cidadão eleitor, é importante que a valorização e o investimento em educação e cultura de qualidade sejam fatores importantes de decisão na hora do voto.

P.S: No primeiro dia do Fórum do Forró o jornalista Thiago Paulino indagou palestrantes e debatedores a respeito de sugestões acerca de políticas públicas no campo da educação e da cultura, voltadas para ampliar o alcance de iniciativas semelhantes a Caravana Luiz Gonzaga.

O jornalista Jozailto Lima, por sua vez, também fez uma pergunta, enumerando alguns movimentos musicais brasileiros, como a bossa nova, a jovem guarda, o tropicalismo, o clube da esquina e uma imensa gama de estudos acadêmicos sobre estes.

Jozailto quiz saber se o fato de o baião — que tem uma importância tão significativa para a cultura brasileira — não ter sido agraciado com o mesmo tratamento, por parte das universidades, não significaria uma atitude de preconceito regional e social por parte da academia.

Como as respostas dadas a estas perguntas não esgotaram as soluções ou alternativas possíveis, resolvemos trazê-las para quem sabe, possibilitar que mais pessoas, coletivos ou instituições busquem outras respostas que se convertam em ações.

Quanto a questão proposta por Thiago Paulino, vale citar uma iniciativa da atual gestão dos ministérios da cultura e da educação, que está criando um coletivo investigador da pesquisa-ação que será realizada em Recife, nos dias 14 e 15 de junho, em tempo integral, cujo objetivo é formular princípios que auxiliem na formulação e orientação de políticas de cultura voltadas para a educação. O coletivo investigador é composto por professores, educadores populares, artistas e outros agentes da educação e da cultura empenhados na formação de um sistema educacional que integre as experiências de Educação Formal e as de Educação Não-Formal, realizadas por organizações da sociedade civil, bibliotecas e museus.

Esse coletivo investigador contará com a presença do autor desse texto.


O XI Fórum do Forró em reportagens de TV.

Reportagem da TV Sergipe/Globo. AQUI

Reportagem da TV Aperipê/Pública

Leia também:

Caravana Luiz Gonzaga vai a Escola.

Espetáculo Pau de Arara - O nordeste bom de se ver.

Vamos Dançar Quadrilha

Mais.....

Repercussões do XI do Forró na internet.

AQUI e AQUI

Ouça a seleção de músicas de Luiz Gonzaga preparada pelo DJ Patrick Torquato. AQUI

Assista a seleção de documentários sobre a vida e a obra de Luiz Gonzaga. AQUI

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XI Fórum do Forró homenageará Luiz Gonzaga

de 05/6 a 06/6 · Aracaju, SE
eddylimabandaraizesdonordeste.blogspot.com
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Zezito de Oliveira · Aracaju, SE
1/6/2012 · 2 · 3

Com informações da Prefeitura de Aracaju.

Nos dias 5 e 6 de junho o Teatro Atheneu será palco de uma grande homenagem ao centenário do cantor pernambucano Luiz Gonzaga com a realização do XI Fórum de Forró de Aracaju. O evento terá a participação de grandes artistas e pesquisadores, a exemplo de Genival Lacerda e Bené Fonteles, autor do livro “O Rei e o Baião”, a mais completa publicação sobre Luiz Gonzaga.

A abertura do Fórum do Forró será realizada às 19h do dia 5, com a presença do prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira. O evento será composto por palestras, depoimentos e homenagens de diversos artistas e estudiosos a respeito da vida e obra de Luiz Gonzaga. No encerramento haverá apresentação do Quinteto Sanfônico de Aracaju. Os interessados podem participar do evento de forma gratuita.

O Fórum do Forró é uma realização da Prefeitura Municipal de Aracaju e faz parte da programação do Forró Caju, que terá início no dia 15 de junho na Praça de Eventos dos Mercados.

Confira a programação do XI Fórum de Forró de Aracaju:

Dia 5 de Junho
19h – Abertura Oficial com o prefeito Edvaldo Nogueira
20h – Palestra com Paulo Vanderley, pesquisador, criador e mantenedor do mais completo site de Luiz Gonzaga no Brasil - www.luizluagonzaga.com.br
21h – Depoimento dos artistas Genival Lacerda, Alcymar Monteiro, Trio Nordestino e Targino Gondim sobre a importância da obra de Luiz Gonzaga
21h40 – Homenagem dos artistas Genival Lacerda, Alcymar Monteiro, Trio Nordestino e Targino Gondim aos 100 anos de Luiz Gonzaga
22h40 – Encerramento

Dia 6 de junho
19h - Palestra com Zé Maria, autor do livro “Mestre João Silva: Prá não morrer de tristeza”, sobre o tema “As parcerias de Luiz Gonzaga e João Silva” e depoimento de João Silva (o compositor com maior número de parcerias com Luiz Gonzaga
19h40 – Depoimento de Bené Fonteles, autor do livro “O Rei e o Baião”, a mais completa publicação sobre Luiz Gonzaga
20h10 – Depoimento de Chambinho do Acordeon, ator, cantor e sanfoneiro, que faz o papel de Luiz Gonzaga no filme “Gonzaga de Pai para Filho”, do diretor Breno Silveira (“Dois Filhos de Francisco”)
20h30 – Depoimento de João Cláudio Moreno, ator, humorista e cantor (trabalhou com Chico Anysio na TV Globo)
21h – Homenagem dos artistas João Cláudio Moreno, Chambinho do Acordeon, Luiz Paulo e Erivaldo de Carira
22h – Encerramento com o Quinteto Sanfônico de Aracaju

Leia também: CARAVANA LUIZ GONZAGA VAI A ESCOLA.

ESPETÁCULO "PAU DE ARARA" O NORDESTE BOM DE SE VER.
onde fica
Aracaju - Teatro Atheneu - Rua Vila Cristina s/n
quando ir
05/6/2012 a 06/6/2012, às 19:00h
quanto custa
Gratuito

Ponto de Cultura em Sergipe inicia atividades.

Caravana Arcoiris por La Paz
Apresentação da Cia de Dança Rick di Karllo (Conjunto E.Gomes)
1
Zezito de Oliveira · Aracaju, SE
25/3/2012 · 3 · 4
Antecedentes

Lá pelos idos de 2002, um grupo de agentes culturais do conjunto Jardim, apoiados por professores, lideranças religiosas e comunitárias, realizaram uma série de reuniões com o objetivo de criar uma organização que apoiasse o desenvolvimento de grupos culturais na região.

A razão principal para mobilização destas pessoas foi o grande número de jovens e adolescentes que se agrupavam em torno da dança, do teatro e da música para preencher o seu tempo livre de maneira criativa e divertida.

Com o decorrer dos anos, houve mudança do local da reunião e a incorporação de agentes culturais juvenis oriundos de outros bairros, com destaque para os provenientes do Conj. E. Gomes e dos bairros São Conrado e Industrial.

Finalmente, no dia 13 de agosto de 2004, um grupo de 20 pessoas reunidas na então “Casa da Cidadania”, no centro de Aracaju, aprova o estatuto e elege a primeira diretoria da Associação Cultural, ou Ação Cultural, como é mais conhecida.

Em 2009 a Ação Cultural obtém o título de utilidade pública estadual, conferido pela Assembléia Legislativa do Estado da Sergipe (Lei 6.588).

Conquistas

Mas, antes disso, reunidos sob as bandeiras das “Rede de Agentes Culturais” do Conjunto Jardim e “Rede PROVAI” (Valorização de Iniciativas Culturais), já eram promovidas ações culturais de sucesso, a exemplo dos fóruns comunitários de políticas públicas (o primeiro tratando do tema educação, em 2001, e o segundo sobre arte, cultura e cidadania, em 2003), o Projeto Ecarte, iniciado em 2002 e a I mostra arte e cidadania no teatro do Centro de Cultura e Arte da UFS. Merece destaque também a aprovação, pela câmara municipal de Aracaju, da Lei 3.173, de 10 de Março de 2004, que instituiu o Programa de Valorização de Iniciativas Culturais.

A partir de 2004 estas iniciativas são mantidas ou incorporadas em outras. São elas: Circuito Arte e Cidadania (2005); Fóruns Populares de Cultura e Fóruns Locais de Cultura (2005 a 2007); Encontro trimestral de Danças Circulares, Oficinas semestrais e Bailes anuais (desde 2007); Consórcio Cultural (iniciativa do Complexo Gonzagão, em parceria com a Ação Cultural, organização OUIS, quadrilhas juninas e artistas de teatro, dança, música, circo, artes plásticas e agentes comunitários - 2007 a 2009); Comissão Pró-Retomada do Festival de Arte de São Cristóvão, PRÓ-FASC (desde 2011), iniciativa de um grupo de agentes culturais da cidade de São Cristóvão que recebe a colaboração da Ação Cultural com sua experiência em articulação e mobilização pró-cultura; Jornada Ecologia e Espiritualidade (desde 2011), iniciativa em parceria com agentes religiosos e educadores ligados às pastorais da paróquia São Pio X e às CEBs e CEBI.

Patrocínios e Editais

No que se refere à obtenção de patrocínios por meio de editais destinados ao apoio de iniciativas culturais de base comunitária, que constitui uma das finalidades da Ação Cultural, os êxitos, até o momento, são os seguintes:

1) Aprovação do projeto Ecarte na seleção interna da Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE) – 2002 (em nome da rede de agentes culturais do conjunto Jardim);

2) Aprovação do projeto do primeiro módulo da oficina de projetos socioculturais pela superintendência local do BNB – 2004 (em nome da rede de valorização de iniciativas culturais);

3) Aprovação do projeto do II Fórum Popular de Cultura na seleção interna da CESE – 2005;

4) Aprovação do projeto do III Encontro Popular de Cultura na seleção pública do prêmio BNB de Cultura – 2006;

5) Aprovação do Projeto Juventude, Cultura e Cidadania no edital de seleção pública do programa Cultura Viva - 2010;

6) Aprovação do projeto II Jornada Ecologia e Espiritualidade no edital de seleção de projetos do Fundo Nacional de Solidariedade/Cáritas Nacional/CNBB - 2011.

O apoio do Sebrae

Um dos parceiros mais importantes da Ação Cultural tem sido o Serviço Brasileiro de Apoio as Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE).

Citamos, como exemplo, a idéia da Rede de Agentes Culturais do Conjunto Jardim, que teve como uma de suas inspirações iniciativa de nome e propósitos semelhantes realizada pelo SEBRAE nos anos de 2001 e 2002, que contou com a participação de um dos fundadores da Ação Cultural, em alguns momentos.

Este apoio efetivou-se com a participação de integrantes da Ação Cultural, e/ou de grupos culturais parceiros, em cursos de elaboração de projetos, captação de recursos, produção cultural, aprender a empreender (versão empresa e versão associação/cooperativa) no ano de 2008, por meio da parceria com o Consórcio Cultural. O Sebrae também colaborou com passagens aéreas para integrantes da Ação Cultural participar, na qualidade de convidados, do Fórum Cultural Mundial, realizado em São Paulo em 2004 e fazer uma apresentação sobre o projeto Ecarte no IDEA 2010 – VII Congresso Mundial de Drama/Teatro e Educação, em Belém do Pará.

O ponto de cultura Juventude, Cultura e Cidadania.

Até agora, esta é a principal conquista da Ação Cultural, obtida próximo às comemorações dos 10 anos da entidade, a ser celebrado em 2014. Foi uma conquista acalentada desde o lançamento do primeiro edital do programa Cultura Viva em 2004, politica pública criada pelo governo federal para o apoio e financiamento de iniciativas culturais de base comunitária, algo inédito em nosso País.

O projeto inscrito e escolhido por meio do edital de seleção pública lançado em 2010, fruto da parceria do Ministério da Cultura com a Secretaria de Estado da Cultura, foi apresentado com base nos seguintes objetivos e resultados: Ampliar e qualificar a participação de adolescentes em grupos de dança e de teatro existentes no Conjunto Jardim (município de Socorro), Conjunto Eduardo Gomes (município de São Cristóvão), por meio de oficinas de teatro, dança e informática/audiovisual (integrada).

Pretende-se atender 80 adolescentes e jovens/ano em oficinas de artes cênicas e 20 adolescentes e jovens nas oficinas de informática/audiovisual, nesta incluindo adolescentes/jovens residentes em Aracaju, perfazendo um total de 100 participantes.

Para divulgar os resultados e aumentar a adesão da sociedade, serão organizadas palestras interativas, feiras de arte e cidadania e a mostra cultural “Juventude, Cultura e Cidadania”.

As atividades estão planejadas para começarem no inicio de abril, com a realização das oficinas de dança moderna na Escola Estadual Olga Barreto (Conj. E.Gomes) e na Escola Estadual Júlia Teles e Espaço de Convivência Cultural e Social (Conjunto Jardim). As oficinas de audiovisual deverão ter início no final do mês de abril do corrente ano, em local a ser confirmado.

Para acompanhar as atividades do Ponto de Cultura gerido pela Ação Cultural os interessados podem acessar o blog: http://acaoculturalse.blogspot.com e procurar informações no link “Ponto de Cultura Juventude, Cultura e Cidadania”, localizado no campo direito do blog ou ainda os telefones 9993-4483 ou 8864-5927.

Confira o trabalho que já é desenvolvido com arte e cultura no Conj. E. Gomes. AQUI e AQUI


Confira o trabalho que já é desenvolvido com arte e cultura no Conj. Jardim. AQUI e AQUI


Como participar: Clique AQUI



imagens clique para ampliar

II Fórum Comunitário de Politicas Públicas - 2003 - Conj. Jardim zoom
II Fórum Comunitário de Politicas Públicas - 2003 - Conj. Jardim
I Fórum Popular de Cultura - 2005 - Aracaju zoom
I Fórum Popular de Cultura - 2005 - Aracaju
Reunião da Ação Cultural na Casa da Cidadania - 2004 - Aracaju zoom
Reunião da Ação Cultural na Casa da Cidadania - 2004 - Aracaju
Grupo Artes em Dança - 2001 - Conj. Jardim zoom
Grupo Artes em Dança - 2001 - Conj. Jardim
Grupo Pop Dance - Conj. Jardim - 2005 zoom
Grupo Pop Dance - Conj. Jardim - 2005
Ensaio da Cia de Dança Rick di Karllo zoom
Ensaio da Cia de Dança Rick di Karllo 


Você já foi ao Pará, nega (o)?

12/2 · Aracaju, SE
Zezito de Oliveira
Tacacá
1
Zezito de Oliveira · Aracaju, SE
8/2/2012 · 3 · 8

Não? Então Vá!
E para começar a sentir o gosto e os cheiros bons da terra e águas de lá, comece pelo almoço cultural.


No próximo domingo, 12 de fevereiro, teremos a primeira edição 2012 do Almoço Cultural Paraense. Como acontece todos os anos, após o retorno da viagem de Angelina Magalhães para participar das festividades do Círio de Nazaré, no mês de outubro.

Como de costume, ao retornar a Aracaju, Angelina traz na bagagem tucupi, jambu, castanha do Pará, polpa de cupuaçu, CDs de música e outras coisas mais e participa como chef de cozinha na realização do almoço cultural, no Ateliê da Irene, localizado no bairro Siqueira Campos.

E neste dia reúne-se uma média de 10 pessoas para degustar uma comida deliciosa, ouvir poesia e música da Amazônia, além da boa conversa sobre cultura, meio ambiente, comunicação, amenidades, etc..

Quem quiser participar pode entrar em contato através dos telefones: 9993-4483 ou 8864-5927 para fazer a reserva e o pagamento. A entrada é limitada ao máximo de 15 pessoas. Não perca tempo!

Para saber sobre os almoços culturais anteriores, clique AQUI.
onde fica
Ateliê da Irene
quando ir
12/2/2012, às 12:00h
quanto custa
R$15.00

O sergipano não valoriza o produto cultural local

Fabiana Costa/Secult
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Zezito de Oliveira · Aracaju, SE
27/11/2011 · 20 · 16
E agora??

O produto cultural genuinamente sergipano é pouco consumido ou, em outras palavras, o sergipano “compra” pouco aquilo que é produzido em Sergipe, o que traz como consequência a dificuldade de “vender” Sergipe para quem é de fora. Isso tudo nos lembrando de um dito popular que afirma: “Quem engorda o boi são os olhos do dono”.

Como disse no primeio dia (24/11), em Aracaju, no espaço destinado aos debates da oficina de gestão cultural, promovida pelo Itaú Cultural em parceria com a Secretaria de Estado da Cultura (Secult), a afirmação acima é recorrente há mais de vinte anos em quase todos os debates que discute direta ou indiretamente políticas culturais.

Depois de tanto tempo, acreditamos que é hora de pensarmos estratégias para a superação desse desafio. Entretanto, se não considerarmos a escola como um lócus privilegiado para a incorporação de um contingente maior de pessoas ao circulo da produção e da fruição ou consumo cultural, não estaremos enfrentando os problemas em seu cerne, no seu âmago ou, em linguagem mais popular, “indo ao X da questão”.

Como alternativas sugiro:

Para quem é pesquisador/estudante/professor, mapear/analisar as iniciativas culturais que são ou foram desenvolvidas em solo sergipano e que utilizam(aram) a escola como espaço de produção ou fruição cultural. O Observatório de Politicas Culturais do Itaú Cultural pode pensar em um edital nacional para apoiar estudos e pesquisas com esta preocupação.

Quem é gestor/produtor e responsável pela organização dos temas de discussão nos Encontros Culturais, Fórum do Forró, Fórum da Sergipanidade etc. pode incluir a relação escolas e produção da identidade cultural como um tema central da discussão.

Também é um bom tema para o ciclo de debates promovido pelo jornal Cinform, especialmente porque este veículo tem demonstrado preocupação com as questões ligadas ao avanço da epidemia do crack, ao aumento dos casos de bullyng e de assédio ou violência sexual, questões potencializadas pela ausência do diálogo, compreensão e de incentivo às “boas” práticas culturais juvenis.

Quem é gestor/produtor/artista/professor pode demandar junto ao Minc a produção de um edital de fomento a microprojetos culturais já elaborados e em fase de implementação no chão da escola. O Banco do Estado de Sergipe (Banese) poderia criar um edital anual de microprojetos culturais e colocar a parceria com escolas como um dos critérios de seleção. Da mesma forma, o edital anual de patrocínio cultural do BNB pode adotar o mesmo procedimento.

Quem é gestor/produtor/pesquisador/professor pode demandar, junto ao MEC, a criação de um espaço virtual aberto inspirado no modelo do site Overmundo, para que professores e alunos possam trocar experiências acerca de projetos ou iniciativas pedagógicas que tenham relação com as questões artísticas, culturais, de comunicação e meio ambiente.

Quem é gestor/produtor/pesquisador/professor pode demandar, junto ao MEC e a SEED, a criação de cursos presenciais e on-line para professores e técnicos educacionais voltados para a compreensão e incorporação das culturas juvenis, inclusive dos suportes tecnológicos que estão nas mãos da juventude, como celulares, smartphones, notebooks, camêras digitais, jogos eletrônicos e etc..

Como podemos nos organizar para produzir conhecimento acerca de inciativas culturais na escola e articular parcerias para o incentivo e o fomento destas?


P.S.: Os nossos sinceros agradecimentos a Eloisa Galdino e a Marcelo Rangel, respectivamente secretários titular e adjunto da Cultura, aos demais integrantes da equipe e a Milu Vilela e Eduardo Saron, respectivamente presidente e diretor-superintendente do Instituto Itaú Cultural, bem como aos demais integrantes da equipe.

Acredito que com esse e mais investimento em formação de gestores e produtores culturais, teremos melhores dias de iniciativas culturais com sustentabilidade em Sergipe e no Brasil.

Quem viver, verá!

Leia mais:

http://www.overmundo.com.br/overblog/fazendo-producao-cultural-na-escola

http://www.overmundo.com.br/overblog/o-portal-do-som-3-sergipe-para-exportacao

http://consorciocultural.blogspot.com/p/estudos-e-pesquisas-culturais.html

http://consorciocultural.blogspot.com/p/debate-politicas-culturais-em-sergipe.html

Aracaju aplaude de pé "O Dragão" da Cia. Amok

Olivia Proença
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Zezito de Oliveira · Aracaju, SE
31/10/2011 · 9 · 11
No segundo dia do projeto palco giratório do SESC, ouvi de um jovem ator sergipano, dirigindo-se a um colega:”Vá assistir ao espetáculo “O Dragão” da Cia. AMOK, é imperdível, foi o melhor a que assisti até este momento da minha vida.” (fecha o pano)


(abre o pano) No último dia do encerramento do palco giratório, conversando com uma jovem atriz do teatro sergipano, ela propôs nos encontrarmos antes da apresentação de “O Dragão”, para conversarmos sobre um projeto que estamos empreendendo.

(depois desse diálogo, vejo no fundo da cena aberta dentro da minha mente o seguinte:) “É incrível a força que as coisas têm quando elas precisam acontecer.”

E, para confirmar essa afirmativa, a quarta-feira foi o dia escolhido pelos professores de todo o Brasil para realizar uma paralisação em favor de mais investimento em educação, terceira razão para motivar minha ida ao teatro naquela noite.

Dito isto, lá vou eu acompanhado da minha filha de 15 anos ao teatro Tobias Barreto para assistir a “O Dragão”.

NAS ENTRANHAS DO DRAGÃO
Ao sentar na poltrona, os atores já estavam em cena e dialogando em árabe. Minha filha disse logo que chegou: “Se os meus colegas estivessem aqui, estranhariam bastante”, ao que respondi : “não só eles...

Logo depois, os diálogos começaram em português. A trama é construída com base em depoimentos pungentes e dolorosos. Os atores conseguem nos transportar para dentro do coração das mães e jovens palestinos que perdem tudo, inclusive os sonhos e a vontade de viver.

O depoimento do jovem palestino que descreve a morte de toda uma família de civis, inclusive de diversas crianças, é lancinante.

Em um dado momento, quando descreve um menino correndo de um míssil, que parecia ter olhos, cria-se em nossa mente um quadro tenebroso.

Outro momento doloroso é quando o protagonista refere-se a uma pedra encharcada do sangue de alguns de seus amigos e parentes.

Dessa família, o único sobrevivente emudeceu e ficou com o olhar distante, mirando o horizonte por sobre o local outrora perfilado por inúmeras casas e gente cheia de vida.

A mãe descreve alguns aspectos do cotidiano do filho que encheu seu corpo de bombas e o fez explodir em um ônibus cheio de civis israelenses. Em dado momento, a mãe faz a leitura de uma carta com palavras que ferem como navalhas nos rasgando a carne. Fora deixado pelo filho, e lhe tinha sido entregue por um membro de uma das várias organizações que compõem a jihad islâmica.

Um momento impactante no depoimento da mãe foi o bombardeio da aviação israelense sobre uma área residencial de um vilarejo palestino.

Para completar o ataque, promoveu-se, por meio de escavadeiras, a destruição do que restou, levando e enterrando pessoas vivas em meio aos escombros. Após a saída das escavadeiras, ela disse que os coveiros não reviravam a terra para enterrar os mortos, mas para trazer os corpos inertes de quem estava nos escombros.

Na segunda parte, o texto reflete sobre o drama dos civis israelenses. O primeiro depoimento é do motorista israelense que ficou paraplégico no mesmo atentado que vitimou o jovem homem-bomba palestino e civis israelenses.

Da mesma maneira, uma mãe israelense, que perdeu sua filha no mesmo atentado, encerra o espetáculo lançando um conjunto de palavras que saem do fundo d’alma de todos aqueles (as) que desejam e constroem a paz.

Reafirmou o que milhares de civis palestinos e israelenses dizem: “Esta guerra insana não tem sentido, faz sofrer principalmente as mães e as crianças dos dois lados do conflito. Os dois povos precisam aprender a aceitar que tantos israelenses e palestinos têm o direito de viverem em paz” (palavras minhas com base naquilo que retive na memória).

(Fim da apresentação) Elenco aplaudido de pé. Depois, um aviso: “ quem quiser permanecer para um bate papo com os atores aguardem cinco minutinhos .”

DESNUDANDO O DRAGÃO
Dito e feito, fui o primeiro a fazer perguntas: “Como se deu o processo de criação dos personagens, como foram realizados os estudos e pesquisas neste sentido? Alguns atores e atrizes estiveram pessoalmente na região do conflito?

Um dos diretores, Stephane Brodt, respondeu que além das muitas leituras e conversas com estudiosos sobre o assunto, e entrevistas com pessoas de origem israelense ou palestina, eles utilizaram bastante a internet. Que maravilha! Pensei com meus botões, entusiasmado que sou pelo imenso potencial de humanização que a internet pode proporcionar e, pasmem : (a surpresa) nenhum dos atores e atrizes tinham se deslocado até a região do conflito !

Ou, em palavras mais poéticas : “ O que trouxeram à tona é o israelense ou o palestino que está dentro de cada um deles e de cada um de nós”, lembrando-me do que disse, certa vez, a uma pessoa que postou no facebook um comentário de que estava cansada de ser ela mesma, sempre a mesma pessoa. Sugeri: “Faça teatro !” E o paradoxo: a jovem é uma atriz em fase de formação

A segunda pergunta que formulei se referia à receptividade do espetáculo pelos palestinos e israelenses. A resposta foi de que tem sido sempre positiva, mesmo com momentos de certa tensão, principalmente com a comunidade judaica. Por outro lado, a comunidade palestina, radicada especialmente na região de Foz de Iguaçu, recebeu muito bem o trabalho.

Houve outras intervenções importante como, por exemplo, a forma impactante como a música está presença no espetáculo. O comentário do diretor, foi que a música, tanto a de origem árabe como a israelense, participam do espetáculo como um quinto elemento ou um quinto personagem. (abrindo um parenteses) A música árabe/palestina traz à tona sentimentos de dor e sofrimento daqueles povos.

Outra lembrança trazida pela música de Israel, foi referente às danças circulares israelitas, que aprendi com William Valle e Alvaro Pantoja, melodias e trançados coreográficos, belos, alegres e, ás vezes, com pitadas fortes de melancolia. Desde que as conheci, passei a admirá-las, mas, vez em quando, irrompe a pergunta que não quer calar: “Por que um povo capaz de criar coreografias e melodias saborosas e alegres é tão belicoso?

Durante o espetáculo, outra constatação e perplexidade: “Oh ! Israel, porque impõe a seus irmãos palestinos o mesmo que sofrestes nas mãos de egípcios, babilônios, assírios e romanos, conforme registrado na Bíblia e confirmado, em muitos casos, por estudos das ciências da História, da Arqueologia e afins".

Por último, a confirmação de que a boa obra de arte nos conecta com o mais profundo de nosso ser individual e coletivo, ou com a nossa humanidade mais genuína e, mesmo, com algo maior, a que damos o nome de Deus. (fim do primeiro ato ou primeiro texto)

Para saber mais sobre o AMOK, clique aqui

A foto principal é da autoria de Olivia Proença


Esta foto foi tirada de uma apresentação em Goiás, em 5 de julho de 2011, usando uma Nikon D90. Quem quiser conferir outras fotos da apresnentação desde dia, pode conferir no link indicado


O SESC E A DEMOCRATIZAÇÃO CULTURAL NO BRASIL.

No decorrer do espetáculo “O DRAGÂO” fui transportado ao teatro SESC de São João de Meriti, cidade onde vivi minha adolescência e local em que assisti à montagem do texto “Quanto mais gente souber melhor”, realizada pelo grupo dia-a-dia (salvo engano). O texto tratava da perseguição e dor impingida pela ditadura civil militar àqueles que ousaram sonhar e lutar por um Brasil mais justo e igualitário.

Essa lembrança tem a ver com uma observação que fiz ao representante da diretoria de cultura do SESC –Sergipe, Professor Bosco, quando lhe perguntei sobre quantos espetáculos foram levados para o SESC – Socorro, local com características similares àquele em que residi na adolescência. Foram dois espetáculos, disse ele, e, no próximo ano, haverá mais outros.

Reiterei a necessidade apresentada como palestrante do palco giratório, edição 2007. Na ocasião afirmei a necessidade do SESC construir teatros em municípios e/ou regiões afastadas do centro ou da zona sul de Aracaju.

No decorrer do espetáculo, lembrei-me também de muitos alunos e alunas da escola onde trabalho, na periferia de Socorro. Eles merecem ser mais lembrados pelo prefeito Fábio Henrique, autoridade simpática, sensível e de boa conversa. A construção de, por exemplo, uma praça dos esportes e da cultura, ou outro espaço cultural multimeios e multilinguagem, seria uma ótima oportunidade de resgatar a dívida com aqueles jovens.

DE VOLTA PRA CASA
Chegando em casa, lembrei-me que nos tempos atuais, em Aracaju, retornar para casa de ônibus, em certas horas, é pouco prudente, mesmo que a distancia do bairro onde moro e aquele onde o teatro está localizando não seja muito grande.

Quando morei no Rio de Janeiro, encarava esta mesma situação, quando chegava em casa de “busão”, entre as 12 e 2 horas da manhã, encontrando minha mãe acordada , depois de já ter rezado bastante para que os anjos e santos protetores me acompanhassem.

Desde então, e até hoje, continuo defendendo que a oportunidade de fazer e apreciar arte de qualidade não pode ser privilégio de uma minoria da população.

“VIAJANDO” ATRAVÉS DA ARTE
Na certa, se os governantes simpáticos e de boa conversa, pensassem e agissem assim, diminuiriámos bastante o numero de jovens e adultos que nos espreitam nas esquinas para nos roubar alguns trocados para comprar cocaína , crack e outras drogas ilícitas, assumindo o risco de levar até nosso bem mais caro, a vida.

Se fazem isso, por que estão cansados de serem eles mesmos, sempre a mesma pessoa, e utilizam alguns tipos de substâncias químicas que possibilitam “viajar”, porque não criar as condições para fazerem isso através do teatro, da dança, da música, do grafite, do audioviusual, etc., como no exemplo da resposta à pergunta que fiz ao diretor de “O dragão”.

NOITE DE PURO ÊXTASE ARTISTICO
E, para completar o êxtase - não confundir com o ecstasy – assisti, na companhia da “minha” mulher companheira, à retransmissão do programa manos e minas da TV Cultura de São Paulo, apresentando CRIOLO, sentindo a vibração positiva emanada dos apresentadores, produtores e equipe técnica do programa, e em especial da meninada presente ao local.

Concluindo. Não me venham dizer que a arte não pode fazer muito pelas pessoas !

Não me venha dizer que a juventude, o AMOK, uma companhia com uma presença expressiva de jovens, não pode produzir beleza, alegria e dar a sua contribuição para a construção da civilização da paz!

Se quiserem comprovar é só investir mais em educação, arte e cultura (junto e misturado).

Não é brincadeira, estou falando sério!

"Dedico o texto acima a todos (as) que fazem o SESC, na pessoa do Danilo de Miranda, um intelectual e gestor cultural de grande importância para a cultura brasileira, em especial nestes tempos em que os brasileiros voltaram a acreditar que é possível construir outro país, menos injusto e menos desigual.
Também dedico ao presidente LULA, que está passando por um momento bastante delicado em sua vida, em razão da descoberta de um tumor na laringe.
Por último não posso esquecer do querido Gilberto Gil, o ministro Nº 01 da cultura.
Quem produz e consome cultura nas periferias, quebradas, pequenas cidades e rincões desse imenso e belo país, re(conhece) a importância dos três para o desenvolvimento humano, social e econômico de nosso país.
Porque sem a dimensão cultural, não há desenvolvimento integral e sustentável."

Fazendo produção cultural na escola.

Zezito de Oliveira
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Zezito de Oliveira · Aracaju, SE
5/10/2011 · 22 · 3
Há cerca de uns vinte dias, quando comecei a pensar a respeito da seleção de músicas que utilizaria na apresentação do tema “produção cultural nas escolas”, no programa de formação cultural “Ossos de Oficio”, da Fundação Municipal de Cultura, a primeira frase musical que me ocorreu foi: “Há tempos são os jovens que adoecem”, parte da composição “Há Tempos” do Legião Urbana.

Ao mesmo tempo em que preparava a apresentação, a frase “Há tempos são os jovens que adoecem” me remetia ao trágico acontecimento ocorrido por estes dias em uma escola pública em São Paulo, vitimando uma criança de 10 anos e sua professora, além de outros fatos semelhantes ocorridos nos últimos anos em todo o mundo.

Por outro lado, com a perspectiva de encontrar possíveis soluções, fui buscar em meus arquivos algumas músicas que oferecem pistas sobre os caminhos que precisamos percorrer para evitar ou diminuir os impactos das dores e sofrimentos que se abatem sobre crianças, adolescentes e jovens. Dores e sofrimentos decorrentes de um conjunto de causas que deitam raízes nas contradições do modelo econômico e político atual, cujas bases estão firmadas no individualismo, no materialismo e no consumo desenfreado de bens materiais.

A primeira delas chama-se “Estudo Errado”, de autoria de Gabriel, o Pensador, música que, na minha opinião, pode ser considerada a composição que mais fielmente retrata a situação vivida pelos estudantes da maioria das escolas brasileiras.

Em “Estudo Errado”, podemos ouvir trechos emblemáticos do atraso e dos equívocos inerentes ao nosso sistema de ensino: “Decoreba, este é o método de ensino”. “Quase tudo que aprendi, amanhã eu já esqueci, decorei, copiei, memorizei, mas não entendi“. ”A maioria das matérias que eles dão eu acho inútil, em vão, pouco interessante”. “Eu sei que ainda não sou gente grande, mas eu já sou gente e sei que o estudo é uma coisa boa. O problema é que sem motivação a gente enjoa”. “Vamos fugir dessa jaula! (...).” “Matei a aula porque num dava. Eu não aguentava mais. E fui escutar o Pensador escondido dos meus pais.”

Este último verso nos leva a uma reflexão fundamental: Se a criançada, em vez de escutar o Pensador escondido dos pais, também os professores, técnicos educacionais e psicólogos prestassem mais atenção àquilo que crianças e adolescentes ouvem, leem e assistem, não seria uma forma interessante de iniciar ou reforçar o diálogo dos adultos com a garotada?

Todavia, em muitos casos, teremos que fazer um grande esforço para diminuir preconceitos e/ou resistências de várias naturezas, inclusive a algumas músicas e programas de televisão que reforçam aquilo que foi expresso em uma das composições dos Titãs e que nos causam asco: A televisão está me deixando muito burro, burro demais”.

Quando me refiro à necessidade de nós adultos prestarmos mais atenção ao tipo de música ou de programa de televisão que nossos jovens assistem, não estamos dizendo que temos que reforçar ou ampliar a audiência que estas músicas ou programas já detêm, mas pensar com eles sobre quais pulsões, instintos ou desejos são alimentados por aquilo que faz sucesso e quem ganha e quem perde com isso.

Outro caminho necessário e urgente é ampliar e fortalecer o acesso a produtos culturais que provoquem reflexão e estimulem valores positivos. Como exemplo, podemos citar, além das músicas de Gabriel, O Pensador, a Legião Urbana, os Titãs, os eternos Racionais Mc's e o trabalho de um jovem e promissor talento que está surgindo na cena cultural independente: nos referimos ao CRIOLO, gestado nas periferias de São Paulo e que mostra em suas composições uma alta dose de criatividade e sintonia com o pensamento e anseios das novas gerações dos guetos e das quebradas, como também de alguns setores de classe média mais cults..

Outra música, composta em meados da década de 80 do século XX, pelos Titãs, e que retrata expectativas, necessidades e desejos da garotada ainda hoje, chama-se Comida”, diz ela : “A gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte”. “A gente não quer só comer, quer comer e fazer amor“. “A gente quer prazer para aliviar a dor”. “ A gente não quer só dinheiro, a gente quer dinheiro e felicidade”. “A gente quer inteiro e não pela metade”.

A música “Galera da Fraternidade”(1), ainda atual e composta no mesmo período de “Comida”, é da autoria de Reginaldo Veloso, um cara por quem tenho grande admiração e carinho por sua dedicação às crianças e jovens da periferia da grande Recife, em especial dos morros que formam o bairro de Casa Amarela. O padre Reginaldo, como também é conhecido, além de sacerdote, é educador, pai , compositor e cronista.

Foi um dos inúmeros pernambucanos que tiveram o privilégio de conviver e trabalhar com Dom Hélder Câmara, considerado um dos principais referenciais, dentre os chamados “progressistas”, em matéria de religião no século XX.

Por meio de suas composições e crônicas, Reginaldo Veloso retrata uma série de situações, problemas e/ou soluções vivenciadas por crianças e jovens desde a década de 70 do século passado. Muitas delas encontrou na iniciativa impulsionada por Padre Reginaldo, o Movimento de Adolescentes e Crianças (MAC), pessoas realmente comprometidas com a solidariedade e com a alegria, parceiras da construção de um mundo melhor.

A letra da composição “Galera da Fraternidade” apresenta alguns elementos da metodologia e da proposta do MAC, descrevendo com sua melodia e belos versos um exitoso trabalho que inspirou um programa de animação cultural nas escolas das cidades do Cabo, Recife e Jaboatão dos Guararapes e que poderia ser referencia para outras escolas do País. Oxalá! esse texto possa estimular pessoas, com poder de decisão e recursos, a se aprofundarem no conhecimento desta e de outras experiências para que possam ser multiplicadas Brasil a fora.

Com relação a trabalhos de produção cultural na escola, realizados com a minha participação, vale a pena conferir dois vídeos disponíveis no youtube.

O primeiro foi uma reportagem do programa Sergipe Comunidade, da TV Sergipe, no ano de 2003 e o segundo, uma entrevista realizada em 2006, com Fernanda Almeida, adolescente ligada ao Projeto Ecarte, atualmente estudante de audiovisual da Universidade Federal de Sergipe.

À guisa de conclusão, acreditamos que as músicas “Estudo Errado”, “Comida” e “Galera da Fraternidade” apresentam alternativas que podem, como já afirmamos, acabar ou aliviar a dor de crianças e jovens, trazendo a possibilidade de diminuir as situações dramáticas ou trágicas vividas pela moçada e pelos adultos, situações chocantes tão bem captadas por Renato Russo e tantos artistas de outras linguagens.

Espero não estar pedindo muito a educadores, técnicos e gestores dos sistemas educacionais que apurem os ouvidos e o olhar para captar, pelos mais diversos meios, as várias necessidades, desejos e vontades de nossas crianças e jovens, sem esperar que isso ocorra em meio a situações bastante dolorosas ou violentas.(2)

Levar a sério a produção cultural na escola pode contribuir para atingir esse objetivo(3).

NOTAS

(1)Galera da Fraternidade – Letra e Música; Reginaldo Veloso

1. Minha galera é a galera da fraternidade. Meu tempero é a fé, é o amor-liberdade.
2. O meu assunto é a vida.
È a vida, é a vida!
Caretice, aceitar essa vida-sem-vida!
3. Já é hora de a gente mudar,
esse jeito não dá pra ficar
4. É preciso muita criatividade!
Arregace as mangas com muita vontade!
Vamos investir nessa da felicidade!
Ser feliz é o destino da humanidade!...
5. Nós vamos nessa do chapa
Joãozinho Trinta:
A cultura é beleza que encanta e que agita!
6. O meu samba não vai te enganar;
Eu só canto pra vida mudar!
7. Você traz muita coisa
Então pode perder!
Vamos nessa, galera, botar pra valer!
Cada um tem um gosto e um jeito de ser!
É preciso juntar, fazer tudo render!...
8. A gente vai nessa do indio e da ecologia
Salve o verde, a beleza da geografia!
A beleza da geografia!
9. Não morreu Chico Mendes em vão,
Ressuscita em você, meu irmão!
10. É preciso muita, mas muita coragem!
Se guardar pra si mesmo
É uma grande bobagem!
Pois, no fim, quem dá vida
É quem leva vantagem!
É a galera de Cristo
Partindo em viagem!

Confira parte do áudio da composição, aqui


(2)"Numa sala de aula, um jovem com os fones de um walkman nos ouvidos susurra entusiasmado, um trecho de um pop rock nacional: “o amooor, é o caloooor que aqueeece a almaaaa!”. Enquanto isso, outro gruda sorrateiramente em seus ouvidos o seu radinho de pilha (provavlemente para ouvir uma canção de sua preferência). Num canto da sala, uma jovem “devora” páginas de um livro de poesias, “best-seller” do momento. Junto a parede, uma jovem digita um torpedo em seu celular; já outro tenta esconder junto aos cadernos, a última edição de uma revista juvenil, que traz na capa o galã da novela do horário nobre. Um jovem, num outro canto da sala, aguarda a professora passar por entre as carteiras e mochilas da “hora” espalhadas pela sala, para mostrar aos colegas uma tatuagem no ombro direito; e eis que adentra na sala, esbaforida, uma garota, desfilando um cabelo multicolorido, susurrando aos colegas: pintei com papel crepom! Ao lado da janela, uma jovem escreve um bilhete para um colega: Eahe kara, vamu zoa nu xou dos omi? Toca um celular estrindentemente! Insistentemente! E a professora (alheia a isso tudo?)segue explicando a matéria.”


(3)AS 7 APRENDIZAGENS BÁSICAS PARA CONVIVÊNCIA SOCIAL
1) Aprender a não agredir o semelhante(fundamento de todo modelo de convivência social)
2) Aprender a comunicar-se(base da auto-afirmação pessoal ou do grupo)
3) Aprender a interagir(base dos modelos de relação social)
4) Aprender a decidir em grupo(base da política e da economia)
5) Aprender a cuidar de si(base dos modelos de saúde e seguridade social)
6) Aprender a cuidar do entorno(fundamento da sobrevivência)
7) Aprender a valorizar o saber social(base da evolução social e cultural)

Bernado Toro (1993)

Bibliografia:

GARBIN, Elisabete Maria. As culturas juvenis invadem a escola. IN: CAVALCANTE, Koboldt H. Márcia e SOUZA, de Antônio Rui. CULTURAS JUVENIS: Dinamizando a Escola. Rio Grande do Sul: EdiPUCRS, 2009, Cap. 1, p.11-18

TORO, Bernardo. O que é Mobilização Social. http://www.aracati.org.br/portal/pdfs/13_Biblioteca/Publicacoes/mobilizacao_social.pdf Acesso em: 16 ago. 2011

VELOSO, Reginaldo. Galera da Fraternidade e Galera Geral. In: Vida. O Sonho de Deus. São Paulo: Paulus, 2000. 1 CD. (54'33'). Faixa 5 e 11


Para aprofundar o estudo e o debate:

Culturas Juvenis - Dinamizando a escola

Este livro é mais um lançamento do jornal Mundo Jovem, que traz para o centro do debate a rica diversidade cultural presente nos jovens das escolas brasileiras: os que curtem funk, rap, graffiti, cultura anime, rock, religião, que gostam de se encontrar nos parques, nos bares, nas ruas, nos quartos, enfim, múltiplas juventudes.
Como podemos nos apropriar das culturas juvenis em nosso planejamento diário como professores? Como revelar as identidades juvenis nas diferentes práticas do currículo escolar? As aulas podem servir de canal para que as histórias de vida e as identidades dos jovens ganhem lugar na cena escolar? Com a colaboração de diversos autores, esperamos contribuir com a inquietude de tantos que buscam uma escola adequada aos nossos tempos.

Orgs: Márcia H. Koboldt Cavalcante e Rui Antônio de Souza
Número de páginas: 120
Valor = R$ 14,00 (As despesas de correio estão incluídas)
Para adquirir o livro basta enviar o endereço completo e o pagamento correspondente:

a) depósito identificado no Banco do Brasil Agência 3168-2 (Porto Alegre) - na conta nº 707.311-9. (o código identificador pode ser o nº de CPF ou CNPJ)
Esta conta está em nome de nossa mantenedora (UBEA-PUCRS-MJOVEM). É necessário enviar o comprovante do depósito junto com o nome e endereço completo para o envio do livro, pelo fax: 0 (..)(51) 3320-3889 / 3320-3902; ou por carta, porque o banco não comunica quem fez o depósito.
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(O livro será enviado pelo correio após o pagamento - a taxa de envio já está incluída no preço).

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Acesse:

Produtor Cultural Independente
Dicas úteis e informação relevante para organizar, planejar e administrar atividades criativas e carreiras artísticas

Leia/veja textos/vídeos para aprofundamento do tema "produção cultural nas escolas", aqui

Leia também, do autor desse post:

O Portal do Som (2) - Música e Tragédia Urbana

O PORTAL DAS LETRAS (1) - LER E CRESCER

Em Sergipe, primavera inicia com Jornada Ecológica

Zezito de Oliveira
Participantes reunidos no abertura da jornada - sexta-feira - 23/09/2011
1
Zezito de Oliveira · Aracaju, SE
3/10/2011 · 3 · 8
Unindo ciência, compromisso social e político, afeto, arte e espiritualidade.

OS BONS TEMPOS ESTÃO DE VOLTA.

Neste 25 de setembro de 2011, ao ultrapassar o portão que dá acesso às salas e auditórios localizados nos fundos da igreja São Pio X para participar do último dia da Jornada Ecologia e Espiritualidade, lembrei-me de bons momentos vividos na década de 80 e meados dos anos 90 do século passado no Rio de Janeiro, em Pernambuco e São Paulo, quando adentrava em alguns espaços eclesiais para participar de encontros, celebrações e eventos culturais.

Naqueles anos, havia um maior número de bispos, padres, irmãs e leigos da igreja católica, como também religiosos e fiéis de igrejas evangélicas históricas, a exemplo das Luterana, Metodista, Congregacional, Presbiteriana (os ramos denominados independente e unida), Anglicana e outras mais, buscando se associar de forma ativa e constante a pessoas que participavam de processos educativos, sociais, políticos e artísticos voltados para a construção de um mundo melhor, independente de crença religiosa ou ideologia.

Por esta razão, a sociedade brasileira avançou em muitas conquistas sociais, políticas, éticas e culturais.

SEXTA-FEIRA

Foi lembrando isso que Roberto Malvezzi, mais conhecido como Gogó, iniciou a sua palestra dialogada na jornada ecológica em 23 de setembro, com público de mais de 40 pessoas, em uma noite de clima agradável.

“Nos últimos anos, vocês tiveram contato com notícias frequentes referentes ao alto número de bebês ou crianças mortas no sertão, saques de gente faminta, êxodo em massa de nordestinos rumo ao chamado sul maravilha, frentes de emergência, carros pipa e etc?” Com essa pergunta Gogó iniciou sua participação na jornada.

Como a resposta foi negativa, Gogó, sem negar os méritos das politicas sociais de alguns governos, discorreu durante parte da noite exatamente sobre as maneiras de superação das constantes situações de dor, sofrimento, morte e desalento encontradas pela população sertaneja, organizada em associações e movimentos sociais apoiados por igrejas, organizações não governamentais e universidades.

Dentre as diversas soluções encontradas, Gogó destacou o programa de construção de milhares de cisternas no semiárido, uma iniciativa que pode ser conhecida com mais detalhes clicando aqui.

SÁBADO

Durante o dia de sábado, a fala do Gogó poderia ser rotulada de “assustadora”, principalmente por estar baseada em fatos comprovados pela ciência, alguns dos quais relativamente divulgados por meio da internet, revistas e programas de televisão especializados.

Foram informações sobre a destruição que nós, seres humanos, estamos causando à fauna, à flora e ao planeta como um todo.

Uma informação fornecida por Gogó é que a ciência e a religião já estão concordando em diversas explicações sobre a vida, o planeta e o cosmos.

Uma delas diz respeito ao fim do planeta terra e do universo, que têm prazo de validade, conforme já afirmavam alguns livros e conhecimentos ancestrais, inclusive o bíblico.

Disse ele : “se é verdade que isto acontecerá daqui a um bilhão de anos, não nos dá o direito de abreviar o tempo de existência das outras espécies e até de nós mesmos, que poderemos sucumbir muito antes do fim do planeta, caso não mudemos radicalmente o nosso modo de produção e de consumo.”

Em seguida, foi abordada a delicada questão das obras de transposição do Rio São Francisco, modelo vinculado a uma tradição governamental de longa data, destinada a favorecer os interesses do grande capital e das oligarquias que controlam a politica nordestina desde a época da colonização portuguesa.

Durante a sua fala, Gogó retomou alguns fatos ligados ao processo da greve de fome de Frei Luís, bispo da diocese de Barreiras, que arriscou sua vida em defesa do Rio São Francisco.

Sobre o estágio atual das obras, foram mostradas fotografias que retratavam a paralisação e, inclusive, o quase abandono de alguns trechos, representando prejuízo para o erário federal.

Disse mais: “dificilmente as obras serão retomadas em curto prazo, em razão da crise econômica global e do desgaste político do governo, que enfrenta muitos questionamentos da sociedade civil sobre a construção das usinas de belo monte e madeira jirau.

NOITE CULTURAL

Finalizando o dia de sábado, realizou-se a noite cultural, com a participação musical de Krânio e de Gogó. O primeiro, músico, cantor e compositor, mostrou um repertório de clássicos nordestinos inspirados na temática ambiental, além de canções autorais, deixando a todos e a todas com gosto de quero mais.

Já Gogó, que cantou por diversas vezes durante a apresentação dialogada, realizada na noite de sexta-feira e durante todo o dia de sábado, encantou ainda mais aqueles que o assistiam, apresentando outras músicas do seu repertório e de outros compositores nordestinos.

Para se ter uma idéia do sucesso, foram vendidos todos os CDs trazidos por Gogó (4 Elementos e Belo Sertão), além dos pedidos de encomenda, realizados por quem não conseguiu adquirí-los a tempo.

Durante a noite cultural, em alguns momentos, os presentes foram convidados a dançar em roda.

Quem se encarregou de chamar e conduzir o círculo de dança foi o casal Maxivel Ferreira e Maria Margarette, especializados no assunto.

DOMINGO

No domingo, a jornada foi encerrada com um estudo bíblico a respeito de como o livro sagrado dos cristãos aborda as questões relacionadas à terra, à água e aos demais elementos da criação e como nos inspirarmos nele para a defesa do planeta e da vida, de forma contextualizada e respeitando as outras tradições espirituais e filosóficas.

Nesta oportunidade, todos puderam concluir que o diferencial proposto pela jornada ecológica estava consumado, pois Gogó mostrou ser bem preparado também na dimensão bíblico teológica, e soube contribuir na compreensão de que precisaremos unir todas as dimensões da existência no enfrentamento da crise global, ora vivida pela humanidade como nunca antes em sua história.

Quando falamos em “dimensões”, queremos nos referir à ciência, ao compromisso social, à politica, ao afeto, às religiões e espiritualidades e às artes.

Por isso, podemos dizer que neste sentido a Jornada Ecologia e Espiritualidade alcançou seu objetivo, porque, pela primeira vez em Sergipe, o tema ecologia e espiritualidade foi tratado de forma ampla, integral, holística, considerando os aspectos científicos, sociais e políticos, afetivo, espiritual e artístico, como deve ser a busca por soluções dos problemas que afligem e desafiam a humanidade atualmente.

ANEXOS

A opinião dos participantes

Que Bom!

Quero mais!
Foi muito bom tudo que foi pregado na palestra. Foi ótimo!
Uma jornada com este tema, mais voltado a missão das comunidades eclesiais de base (CEBs) e toda a igreja
Que o Pe. Soares escolheu tão bela pessoa para nos apresentar este tema.
Por esta jornada! Pois foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida neste ano. Que bom ter aprendido coisas sobre a Ecologia da qual não tinha conhecimento.
Que o conhecimento que fica me leva a repensar a maneira que devo tratar a Deus e a natureza. Que bom que há pessoas como Gogó que está sempre disposto a nos ajudar a crescer.
Foi maravilhoso participar e hoje aprender muitas coisas.
A participação do povo, a acolhida, o almoço...
Termos outro evento neste formato. Excelente o tema
tratado na jornada; a dinâmica de Gogó; as danças; as músicas
Gostei de tudo, foi ótimo, uma beleza, umas maravilhas!
O desenvolvimento do encontro, a assessoria, o local, a organização
Que nossa igreja está sempre pronta para novas idéias como essa da jornada.


Que Pena!


Que acabou e que nem todos vieram, pois todos deveriam ter esta consciência cristã sobre a natureza e a criação.
Que foi pouco tempo.
Que já está terminando.
Que não pude participar de todos os momentos
Que já vai terminar. Seria bom que fosse mais prolongado.
Que acabou.
Terminou e as pessoas perderam estas maravilhas.
Pouca participação de pessoas.
Que acabou. Precisamos de outra formação, nunca é demais.
Continuar refletindo sobre o tema.
Que são poucos dias.
Apenas dois dias e uma noite. Que idéias como essas possam acontecer outras vezes.
Que acabou! Contudo tivemos estes conhecimentos.


Que tal!


Outras jornadas, formações com temas interessantes como esse.
Vir mais vezes. Fiquei feliz em conhecer Gogó e parabenizo pelo seu trabalho tão bonito de divulgação, ou seja, de levar um pouco de seu tão rico conhecimento também por ser tão bonito!
Para os próximos eventos incentivar mais a participação das pessoas, porque é muito importante o trabalho que Gogó faz.
Muito obrigado! Jesus o abençoe!
Não pararmos por aqui. Precisamos muito destas experiências.
Acontecer uma segunda jornada ou acatar a sugestão do Pe. Soares de irmos em caravana até Pernambuco em 2012 para protestarmos contra a implantação de usinas atômicas as margens do Rio São Francisco.
Foi muito bom! Obrigado!
Continuarmos sempre.
Marcar outro encontro. Parabéns a todos vocês que organizaram este encontro.
Continuar no próximo ano, realizando a II Jornada Ecologia e Espiritualidade com divulgação também em outras dioceses.
Marcarmos logo outros temas do próximo evento ou até mesmo uma procissão.
Que seja formado a partir desta jornada, um grupo de reflexão e trabalho acerca do que nos foi apresentado durante estes dias.
Implantar projetos como a jornada ecológica em comunidades mais carentes.
A graça de Deus nos uniu nesse encontro! Aleluia!
Multiplicar esse evento ecológico em nossa Arquidiocese. É um bem!



Textos para o aprofundamento de temas da I Jornada Ecologia e Espiritualidade, aqui


A Jornada Ecologia e Espiritualidade contou com o apoio cultural das seguintes empresas e instituições.

Centro Educacional Futuro Feliz
Gráfica Farias
(79) – 3215-6767 e (79) 9946-6767
graficafarias@oi.com.br
Rádio Cultura AM670– Clube do Ouvinte
www.cultura670.com.br
Fundação Aperipê (TV – FM 104.9 e AM630)
www.aperipe.com.br
Os organizadores da jornada ecológica e Roberto Malvezzi , concederam entrevistas aos programas:
No Ritmo da História (Aperipê AM), Nação Nordestina (Aperipê FM) e Giro da Noticia (Rádio Cultura).

Quem gostou da proposta da Jornada Ecológica, irá gostar também do
CURSO DE VERÃO 25 ANOS
RELIGIÕES CONSTRUTORAS DA JUSTIÇA E DA PAZ

Apresentação

O CURSO DE VERÃO é um programa de FORMAÇÃO POPULAR no campo sócio-cultural a partir da realidade e seus desafios, à luz da Bíblia, Teologia, Pastoral e do compromisso cristão na sociedade. É um ESPAÇO ECUMÊNICO E INTER-RELIGIOSO de convivência, partilha, troca de experiências, celebração e compromisso. Acolhe participantes empenhados na busca da unidade entre cristãos e do respeito e compreensão entre homens e mulheres de toda a família humana, no esforço para se transformar as pessoas e a sociedade na linha da justiça, solidariedade e defesa do meio ambiente.
É um curso realizado em MUTIRÃO. Pessoas, famílias, comunidades, movimentos populares e instituições educativas e religiosas colocam-se gratuitamente a serviço de sua preparação ao longo do ano e de sua realização, na PUC de São Paulo. O curso é organizado para um grande número de participantes. Oferece, ao mesmo tempo, atenção muito pessoal a cada cursista que é acolhido em grupos menores, dentro da metodologia da EDUCAÇÃO POPULAR, que combina reflexão e criatividade, arte e celebração, vivência e compromisso.
Em 2012, o Curso de Verão estará celebrando 25 anos de ininterrupto serviço aos setores populares nas Igrejas e na sociedade. Volta-se para o crescente pluralismo cultural e religioso e o desafio de se converter conflitos e intolerâncias em diálogo e cooperação, em favor da justiça, da paz e da preservação da vida humana e de toda a criação ameaçada pela destruição da biodiversidade, esgotamento dos recursos naturais e aquecimento global. O Curso dará ênfase à contribuição das diferentes espiritualidades na luta por outro mundo possível.

Inscrições abertas, aqui


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Jornada discute ecologia e espiritualidade

de 23/9 a 25/9 · Aracaju, SE
Pastoral da Juventude de Canindè CE
1º encontro nacional da juventude sediado em Canindé CE - junho 2011
1
Zezito de Oliveira · Aracaju, SE
17/9/2011 · 2 · 7
Uma programação voltada para discutir a ecologia, a religião como estímulo de transformação social e ainda, finalizando, com atividades culturais que incluem cantoria e danças circulares. Essa é a principal proposta da “Jornada Ecologia e Espiritualidade” organizada pela ONG Ação Cultural e a Paróquia Pio Décimo que acontecerá nos próximos dias 23 a 25 de setembro na Igreja São Pio X, localizada no Bairro 18 do Forte.

Segundo um dos coordenadores do evento Zezito Oliveira um dos objetivos do evento é “fazer com que mais pessoas conheçam e se envolvam de uma forma diferente com as grandes causas do presente e do futuro e com a questão ambiental. O Brasil é um país cheio de mazelas: uma das maiores concentrações de renda do mundo, situações de violência etc.. Mas existe muita gente trabalhando com solidariedade e criatividade para mudar essa realidade”. A Jornada também foi planejada por agentes ligados as comunidades eclesiais de base (CEBS) e ao centro ecumênico de estudos bíblicos (CEBI).

DESTAQUE

Na programação (que pode ser conferida logo abaixo) um dos destaque é o músico e ativista Roberto Malvezzi, também conhecido como Gogó. Malvezi é agente da comissão pastoral da terra (CPT), residente no sertão baiano, compositor e músico desde os anos 70. Em seu histórico sintetiza uma atuação de organização social através da música. Nas suas composições , Gogó absorve ritmos da música popular brasileira além de atuar como pesquisador, palestrante e escritor de artigos críticos sobre as questões do meio ambiente. Seu mais recente trabalho musical é o CD “Belo Sertão”, em parceria com Targino Gondim e Nilton Freitas.

PROGRAMAÇÃO



Dia 23Palestra (19h30) – Convivência com o Semi-Árido e Transposição do Rio São Francisco.
Dias 24 e 25 Estudo Bíblico – (9 ás 17hs - dia 24) – (8h30 ás 12h – dia 25)
Dia 24Noite Cultural (forró, cantoria e danças circulares) - Das 20 ás 24hs.


Leia também: O gospel sócio-ecológico de Roberto Malvezzi

Ouça também músicas do CD Belo Sertão.

Água de Chuva

Beleza Iluminada
onde fica
Local: Anexo da Igreja São Pio X – Av. Visconde de Maracaju – bairro 18 do Forte.
quando ir
23/9/2011 a 25/9/2011
quanto custa
Apenas R$ 5.00
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PAÍS RICO É PAÍS COM CULTURA!

Zezito de Oliveira
9º Encontro Rumo à Cidadania Cultural Recife 17.05.2011
1
Zezito de Oliveira · Aracaju, SE
7/9/2011 · 4 · 6
Carta Aberta da Sociedade Civil sobre a Crise do MinC


O povo brasileiro tomou nas urnas a decisão de construir um país rico, soberano e democrático.
A cultura do Brasil, seus produtores e agentes em sua mais rica diversidade, se engajou desde o começo do governo Lula no projeto de universalização do conhecimento, do acesso à produção de bens culturais e na distribuição do poder simbólico, econômico e político. Em outras palavras: construir agora o Brasil do futuro, apostando no desenvolvimento e na inclusão, contando com a “inteligência popular brasileira” e a imaginação dos povos dos Brasis.

Por isso, durante os dois governos Lula, a sociedade civil organizada, os coletivos e redes, produtores e agentes estabeleceram uma inédita e saudável relação com o governo no sentido de construir um projeto de cultura para o Estado Brasileiro. A herança maior das duas últimas gestões à frente do MinC é a constituição de uma rede imensa e capilar que vai dos mestres da cultura popular aos hackers.

Durante o governo Lula estas redes não foram apenas atendidas pelas políticas públicas, senão que tornaram-se os sujeitos do processo, fazedores de cultura e de país. Tal legado é patrimônio de todos aqueles que lutaram pelo projeto de nação encabeçado por Dilma Rouseff.


A Crise Estrutural do MinC
Passados 8 meses de governo, segue a crise do MinC, cujo último episódio foi a saída da Secretária de Cidadania e Diversidade Cultural, e as ameaças de novas demissões e desentendimentos.

A sociedade civil organizada, produtores e agentes culturais, parlamentares, ativistas de dentro e de fora do campo cultural, entendem que esta é a hora de uma correção de rumo no Ministério da Cultura.

É necessário uma repactuação com os movimentos culturais que construíram e deram apoio à política pública de cultura gestada no governo Lula e sua continuidade, avanço e ampliação no governo que elegemos. Não podemos mais aceitar que as conquistas e avanços da sociedade brasileira no campo cultural, chanceladas pela sociedade civil e pelo Estado e tornadas públicas no Plano Nacional de Cultura continuem a ser desrespeitadas e ignoradas.

País rico é país com democracia participativa e por isso não podemos aceitar o rompimento do diálogo construído com os movimentos e agentes em gestão compartilhada nos 8 anos do governo Lula. Estes mesmos avanços nos últimos 8 meses do governo Dilma Roussef sofreram retrocessos ou estão paralisados, diante da crise de legitimidade e confiança na qual se vê submerso o MinC.

Os movimentos culturais organizados estão buscando há 8 meses a retomada da experiência de co-gestão e participação da sociedade civil nos rumos da Cultura.

Todos os esforços estão sendo feitos para essa repactuação, por isso reivindicamos que as novas mudanças sejam debatidas e consultadas de forma franca e ampla junto aos movimentos culturais que estiveram durante esses últimos meses e nestes 3 dias de agosto e inicio de setembro reunidos em Brasília, em diálogo direto com todas as Secretarias do Ministério da Cultura (com exceção da Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural, demissionária).

Destacamos os pontos fundamentais defendidos por diferentes movimentos, que vem sendo debatidos desde a primeira crise do MinC:

- A implementação do Plano Nacional de Cultura aprovado pelo governo Lula;
- A aprovação da PEC 150 e do Procultura como enviados para o Congresso;
- A publicização do texto final da Reforma da Lei dos Direitos Autorais e seu envio ao Congresso, mantendo-se os avanços propostos pela sociedade em consulta pública; entre eles a fiscalização de instituições como o ECAD (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição), e a criação de Instituto ou Agência Reguladora na área de direitos autorais, estímulo a produção de conteúdos culturais, educacionais abertos, descriminzalização da cópia e o estímulo ao uso de licenças flexíveis, como o Creative Commons;
- A defesa do Programa Cultura Viva, a manutenção dos 3 mil Pontos e Pontões de Cultura e suas ações. O pagamento de todos os Editais, Renovações dos convênios de Pontos e Pontões, a manutenção e expansão da Rede dos Pontos de Cultura, a contemplação de novas redes e a definição de um novo marco legal.
- Retomada do protagonismo nacional e internacional em Cultura Digital, conquistado pelo MinC, no governo Lula.
- Retomada dos programas de Diversidade Cultural, abandonados nesta gestão
- Aprovação da Lei Cultura Viva, Aprovação da Lei dos Mestres e Griôs
- A Revisão da proposta orçamentária para o Minc em avaliação no Congresso Nacional, que canaliza grande parte das verbas da cultura para obras e infra-estrutura, inviabilizando as demais ações do Programa Cultura Viva (rede dos Pontos de Cultura, Ação Cultura Digital, etc.) de forma desproporcional e assimétrica.
- Defendemos também o maior diálogo do Ministério da Cultura, com nossa participação, em ações transversais com os demais ministérios, particularmente com o MEC, Ministério das Comunicações, Ministério da Ciência e Tecnologia, Ministério do Trabalho e em ações como a do Plano Nacional de Banda Larga.


O MinC somos nós e nosso compromisso é com o viável e com o possível.
Por tudo isso, solicitamos à Presidenta Dilma Roussef, aos parlamentares, ativistas, sociedade civil e movimentos culturais e sociais que juntos possamos estancar as crises sucessivas no Ministério da Cultura, para repactuarmos o compromisso assumido entre o Estado brasileiro, os movimentos culturais e a sociedade civil de um projeto de continuidade, inovação e avanços na cultura brasileira que esteja à altura do papel que o Brasil assumiu como protagonista e referência na cena global em termos de políticas culturais inovadoras.

É preciso que nos unamos ao redor de um projeto no qual a cultura seja convocada de fato a cumprir sua vocação de inventora de futuro, desenvolvimento, soberania, sustentabilidade, democracia e inclusão social. É preciso confiança na Cultura Brasileira!
Obrigado.
Gracias.
Thank you.
Merci.


Brasília , 3 de setembro de 2011

Assine o documento acima, AQUI

Mais:

Manifesto do Movimento Trabalhadores da Cultura.

Libertemos a cultura das suas prisões. (Zé Celso Martinez)

Leia também:

Outro Brasil é possivel, outro olhar é necessário.

Outro Brasil? Somente com participação e arte.

Cultura para quem precisa de cultura.
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FASC: A participação da comunidade é fundamental


Inicio do ato de distribuicao do manifesto e coleta de assinaturas em 28-05-2011
1
Zezito de Oliveira · Aracaju, SE
4/8/2011 · 8 · 7
FASC (FESTIVAL DE ARTES DE SÃO CRISTÓVÃO)

“Quem produz cultura é a sociedade e não o Estado”. Uma frase/conceito que não esqueci, uma das idéias-chave contidas na carta do encontro preparatório, realizado em Aracaju (SE), do primeiro seminário sobre cultura, promovido depois pela SUDENE na cidade do Recife (PE), em meados dos anos 80, tempos da nova república e de esperanças renovadas com a retomada das liberdades democráticas, subtraídas pela ditadura civil-militar instalada no fatídico ano de 1964.

E, a partir de então, vai se afirmando, gradualmente, nas iniciativas culturais das quais tomei parte, a convicção de não fazer sentido alijar as comunidades dos processo de elaboração, formulação, implementação, monitoramento e avaliação de politicas públicas culturais. O que está conforme um dos tópicos apresentados nas páginas 23 e 24 da apostila da disciplina política e gestão cultural do Programa de Capacitação em Projetos Culturais, de iniciativa da Fundação Getúlio Vargas Online e do Ministério da Cultura, do qual sou participante.

Contudo, este modo de propor e fazer cultura nem sempre é considerado. Por esta razão, muitas iniciativas culturais vinculadas às instancias de governo e, às vezes, no âmbito das organizações não governamentais, em um dado momento, não encontra fontes de vitalidade para prosseguirem a contento ou gerar iniciativas autossustentáveis.

Um exemplo que corrobora o que está escrito acima é a mobilização da qual faço parte e que objetiva a formação de uma espécie de comitê gestor formado por representantes dos poderes público municipal, estadual, federal e da sociedade civil organizada para a retomada e continuidade do Festival de Arte de São Cristóvão (FASC).

Esse festival foi idealizado e realizado pela Universidade Federal de Sergipe de 1972 a 1993 em grande estilo e, desde então, até 2006, foi organizado pela Prefeitura Municipal de São Cristóvão, com altos e baixos, (mais baixos do que altos, diga-se de passagem) com a sequência de realizações interrompida em 2006.

Durante o período do festival, que variava de 3 a 8 dias, a cidade de São Cristóvão era tomada por uma multidão de pessoas, composta de artistas, mestres e brincantes, intelectuais, jornalistas, estudantes, professores, funcionários públicos e trabalhadores em geral, integrantes de diversas tribos que apresentavam e/ou assistiam diferentes tipos de espetáculos, além de comercializarem variados bens culturais.

Todavia, conforme consta de uma dissertação de mestrado em que o FASC foi um dos eventos culturais estudados, “O município e sua população participam do evento apenas como cenário e na qualidade de figurantes”(1).

Dentre alguns problemas gerados por essa postura dos organizadores, têm-se registros de oposição ao FASC de parcela da população mais identificada com o pensamento católico conservador, em especial nos primeiros anos.

Para entender isso, não podemos esquecer que a pacata e centenária cidade recebia mutos artistas, estudantes universitários, jornalistas, intelectuais e hippies que, em muitos casos, com suas vestes diferentes, adereços, comportamentos e valores eram algo bem diverso daquilo a que a população estava acostumada no seu dia a dia.

Também percebemos o pouco investimento em ações mais consistentes e permanentes de extensão cultural, como cursos, oficinas, palestras e seminários, inclusive no campo do empreendedorismo cultural, a fim de “empoderar” os moradores, em especial a juventude.

Caso isso tivesse ocorrido, certamente haveria nos dias de hoje inúmeras iniciativas culturais na cidade de São Cristóvão e municípios adjacentes. Tal fato levaria a iniciativa da organização do festival por parte das organizações da sociedade civil sancristovense, aproveitando o vácuo deixado pelo poder publico federal, estadual e municipal.

Por isso, as demandas apresentadas pelo movimento PRÓ-FASC têm como bases conceituais a parceria, a participação popular, a formação cultural continuada e o empreendedorismo cultural.

Dessa maneira, estarão asseguradas as estruturas vitais para a retomada de um processo cultural cujos alicerces, dentro das comunidades, estarão bem firmados e capazes de garantir uma conquista mais ampla do que um festival de arte apenas por alguns dias.

Para garantir que estamos no caminho certo, deixaremos como conclusão desse texto, um outro registro que consta na página 25 da apostila disciplina política e gestão cultural do Programa de Capacitação em Projetos Culturais já citado, da autoria de Garcia Canclini(2)

(,,,)a política cultural tem um papel que não se limita a ações pontuais, mas que se ocupa da ação cultural com um sentido contínuo, ao longo de toda a vida e em todos os espaços sociais. A política cultural não reduz a cultura ao discursivo ou o estético, já que procura estimular a ação organizada, autogestionária, reunindo iniciativas mais diversas de todos os grupos, na área política, social, recreativa... A política cultural – além de transmitir conhecimentos e desenvolver a sensibilidade – tenta melhorar as condições sociais para descobrir a criatividade coletiva. A política cultural procura que os próprios sujeitos produzam a arte e a cultura necessárias para resolver seus problemas e afirmar e renovar sua identidade (...).


P.S.: De março a maio de 2011, a comissão de articulação do Movimento PRÓ-FASC realizou várias reuniões com a comunidade e com diversos interlocutores que tiveram papel relevante na realização do FASC.

Tendo em vista que desde 1996 a prefeitura é a instância pública encarregada de realizar o festival, foi solicitado ao prefeito, e aceito por ele, a edição de um decreto municipal para oficializar a criação de uma comissão oficial de organização do FASC, composta por representantes do governo federal (UFS e IPHAN), governo do estado (SECULT e SETUR), governo municipal (secretaria de governo e secretaria de cultura) e da sociedade civil (ACASC e Movimento PRÓ-FASC).

Até o momento aguardamos essa providência do prefeito e da secretária municipal de Cultura, professora Aglaé Fontes de Alencar, tradicional pesquisadora e gestora cultural.

Também foi solicitado ao prefeito a contratação de um produtor cultural, com capacidade técnica comprovada, para a (re) elaboração de projeto e captação de recursos para o festival, levando em consideração os novos pressupostos de gestão compartilhada e a atual realidade orçamentária do país.


(1) FILHO, José Ribeiro. Festival de Arte de São Cristóvão: Projeção Nacional e Declinio. In: FILHO, José Ribeiro. Eventos públicos e privados: a elaboração de politicas culturais voltadas para a elaboração da festa. 2008. 145f. Dissertação (Mestrado em Sociologia) – Universidade Federal de Sergipe. Cap.4.p.78

(2)GARCIA CANCLINI, Néstor (ed.) Políticas culturales en América Latina. México,
Grijalbo, 1987.p.51

Esse texto foi publicado originalmente na edicao impressa do Jornal do Dia - edicao de 15 de julho de 2001 e esta tambem disponivel no formato web do jornal, aqui.

Para saber mais sobre o significado da palavra empoderar, recomendo a leitura aqui.

Leia o manifesto PRÓ-FASC, aqui

Assista reportagem da TV Aperipe (abril 2011)sobre o movimento PRO-FASC.

Assine o abaixo assinado PRÓ-FASC, aqui

Memórias estéticas/afetivas PRÓ-FASC. Outra maneira de colaborar é elaborar um depoimento para ser publicado no blog PRO-FASC.

depoimento do Zezito de Oliveira

depoimento do agente cultural Hora Reis

depoimento do poeta Araripe Coutinho

depoimento do gestor público Marcos Santana

depoimento do músico Antônio Vieira (Brasinha)

Confira opiniao PRO-FASC emitida pelo entao ministro da cultura, Juca Ferreira, no ano de 2010.

Confira uma noticia ruim referente a relacao juventude de Sao Cristovao e a sua tradicao cultural.

Confira uma boa noticia referente a relacao juventude de Sao Cristovao e a diversidade cultural. 


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O gospel socio-ecológico de Roberto Malvezzi

divulgação
capa do CD Belo Monte-Nilton Freitas, Targino Gondim e Roberto Malvezzi "Gogó"
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Zezito de Oliveira · Aracaju, SE
19/7/2011 · 1 · 10
Sem dúvida, o Brasil é um país cheio de mazelas: uma das maiores concentrações de renda do mundo, situações de violência que, em algumas regiões, equivale a de países em guerra, crimes contra o meio ambiente e seus defensores e outras tantas.

Mas, quem pode negar que o povo de nosso país tem uma capacidade enorme de se unir em situações de tragédia? Que tem um potencial inesgotável de criatividade e uma diversidade cultural considerada das mais ricas do planeta, dentre outras virtudes e oportunidades?

Imagine só, juntar solidariedade, criatividade e diversidade cultural para combater essas mazelas ! Sim, é possível, e está sendo feito por muita gente boa desse imenso e rico país, como diz uma bela canção interpretada por Milton Nascimento.

Todavia, esse tipo de atitude e seus protagonistas nem sempre chegam ao conhecimento de parcela significativa da população. Pelo pouco acesso a esse tipo de informação há dificuldades para motivar pessoas a se envolverem constante e ativamente com processos de transformação das estruturas que (re)produzem injustiça, violência e miséria, tanto material quanto espiritual.

Para fazer com que mais pessoas conheçam e se envolvam de uma forma diferente com as grandes causas do presente e do futuro, está sendo organizada, por um grupo de entidades religiosas e culturais, uma jornada de estudos composta de oração, leitura biblica, danças circulares e cantoria para tratar da questão ambiental.

Esse momento terá por base o conhecimento cientifico de linha sistêmica, o legado teológico-pastoral do concilio Vaticano II e as conferências episcopais de Medelin, Puebla, Santo Domingo e Aparecida, sem esquecer os referênciais estéticos e artísticos da tradição cultural de nossa gente.

Para a jornada de 2011, seus organizadores – paróquia São Pio X, ONG Ação Cultural, agentes ligados as comunidades eclesiais de base (CEBS) e ao centro ecumênico de estudos bíblicos (CEBI) - trazem à Aracaju Roberto Malvezzi, mais conhecido como Gogó, agente da comissão pastoral da terra (CPT), residente no sertão baiano, compositor e músico desde os anos 70, compondo um gospel sócio-ecológico, com ritmos da música popular brasileira, pesquisador, palestrante e escritor de artigos críticos sobre as questões do meio ambiente. Seu mais recente trabalho musical é o CD “Belo Sertão”, em parceria com Targino Gondim e Nilton Freitas..


A realização da jornada está prevista para setembro. Quando estivermos mais próximos do evento, divulgaremos detalhes sobre a data, o local e outras informações de interesse do público.

Até lá, por meio de textos como esse, de spots de rádio, de entrevistas e notas na imprensa, pretendemos contribuir para a sensibilização e/ou comprometimento de mais pessoas com a causa ambiental de forma sistêmica ou holística, unindo as dimensões racional-científica, afetiva, social, estética e espiritual.

De maneira isolada, tanto as pessoas e instituições, quanto as dimensões acima citadas, continuarão incapazes de frear o ritmo de destruição do planeta que aumenta a passos largos e a olhos vistos.

Afinal, como diz a letra de uma tradicional canção das CEBs “Deus chama a gente para um momento novo, sozinho e isolado ninguém é capaz, a força que hoje faz brotar a vida, é Deus que nos convida, as forças juntar e o amor repartir, porque é hora de unir o cordão, por isso vem, entra na roda com a gente” roda de esperança, de solidariedade, de alegria, de querer bem, de indignados!. Onde isso estiver junto e misturado, Deus aí está.

E, por último, fiquem com a fala e o canto de Gogó:

“ A presença do feminino na ecologia é óbvia. Nem tão óbvias são certas dimensões que estão diante dos olhos, mas não conseguimos percebê-las.

Trabalhando há muitos anos com a questão da terra e da água, fui percebendo algumas dessas “obviedades ocultas”. Uma delas é a figura de Maria, arquétipo feminino católico também na dimensão ecológica. Claro, poderíamos também falar de Iemanjá no mundo das religiões de ascendência africana e Uiara no mundo indígena. Fico restrito à pessoa de Maria.

Quando cheguei pela primeira vez em Corumbá e vi a imagem de Nossa Senhora do Pantanal, confesso que fiquei surpreso. Aquela imagem de Maria coberta de animais e plantas me colocava diante de uma nova dimensão de Maria. A confirmação veio quando conheci Nossa Senhora dos Seringueiros. Foi fácil ligar com a figura de Nossa Senhora Aparecida, encontrada no rio Paraíba; Nossa Senhora das Grotas, encontrada no rio São Francisco; assim como Nossa Senhora do Círio de Nazaré, encontrada nos Igarapés de Belém. Três são os elementos constantes desse arquétipo: elementos da natureza; pessoas do povo como seringueiros, pescadores, índios, vaqueiros, etc.; a figura de Maria.

Diante dessa emergência da questão ecológica, dessa bela e significativa dimensão de Maria, decidi fazer um CD. Ele se chama exatamente “Maria e Ecologia”. São treze músicas cantando exatamente essas Marias bem brasileiras, ecológicas, ligada ao povo simples do Brasil.

O CD não se encontra em lojas. Entidades como a CNBB – no contexto da reflexão sobre mudanças climáticas - e pessoas individuais ajudaram a produzi-lo.
"

Durante a jornada estará sendo vendido este e outros CDs de Roberto Malvezzi.

Assista o video da fala de Roberto Malvezzi em 2008 no encontro paulistão das CEBs

Assista ao video com a apresenteção da música Água de Chuva de Roberto Malvezzi, interpretada por Antônio Baiano

Assista ao video com a apresentação da música "Lata d'agua" de Roberto Malvezzi (Gogó)

Assista ao video com a gravação da música Patchamama de Roberto Malvezzi, interpretada por Laís e Míriam Régis
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Que saudades do FASC!

Zezito de Oliveira
Lar Imaculada Conceição (frente) e Museu de Sergipe (lado)
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Zezito de Oliveira · Aracaju, SE
12/7/2011 · 2 · 6
Na última sexta-feira, 08 de julho de 2011, a querida cidade de São Cristóvão se preparou com pompa e circunstância para acolher a ministra Ana de Hollanda, e outras autoridades ligadas ao campo da cultura, para receber a certidão da UNESCO que confere o título de Patrimônio Cultural da Humanidade à Praça São Francisco.

Pouco antes do ato solene, dois representantes da comissão do Movimento PRÓ-FASC, Zezito de Oliveira e Glauber de Souza, entregaram à ministra da Cultura, Ana de Hollanda, um dossiê pró retomada do Festival de Arte de São Cristóvão (FASC), uma cópia do manifesto e uma camisa alusiva à campanha.

Na oportunidade informamos que o Festival de Arte de São Cristóvão fora realizado durante mais de trinta anos por iniciativa da Universidade Federal de Sergipe e que está suspenso há cinco anos. Esclarecemos ainda que nossa expectativa naquele momento era obter o apoio dela e do Ministério da Cultura para a retomada e continuidade do festival.

A resposta da ministra foi solicitar ao Sr. Fábio Lima, representante regional do MINC, que estava ao seu lado, para que, em nome dela, se responsabilizasse pelo assunto.

Em conversas preliminares com o Sr. Fábio Lima, ele se prontificou em disponibilizar toda a estrutura do escritório regional nordeste do Ministério da Cultura para apoiar a demanda PRÓ-FASC. Esse compromisso também foi assumido em reunião com a secretária de Cultura de São Cristóvão, professora Aglaé Fontes, quando da primeira visita de Fábio Lima a Sergipe, no mês de maio deste ano.

Desde então, o movimento PRÓ-FASC aguarda a iniciativa do prefeito de São Cristóvão, Sr Alex Rocha, e da secretária da Cultura do município que se comprometeram, em reuniões com os 7 representantes da comissão central do PRÓ-FASC, em contratar um produtor cultural, com capacidade técnica comprovada, para (re) elaborar o projeto e captar recursos, além de editar um decreto municipal criando uma espécie de comitê gestor do FASC, para contribuir na elaboração, formulação, implementação, execução, acompanhamento e avaliação do novo Festival de Arte de São Cristóvão.

Com a palavra “novo”, estamos querendo dizer que o modelo antigo de gestão do festival foi uma das razões que explicam seu declínio e as dificuldades para sua retomada.

Oxalá possamos obter um acordo a esse respeito, porque já está garantido o consenso sobre a importância e a necessidade da retomada e continuidade do FASC.

Essa é a principal conquista, até agora, do movimento PRÓ-FASC, resultado das reuniões realizadas com as diversas instâncias do poder que estiveram envolvidas no festival (UFS, Prefeitura, Secretaria de Estado da Cultura, IPHAN, IFS e Secretaria de Estado de Turismo), além dos vários atos públicos para obter o apoio da população sergipana e, especialmente a sancristovense, ao movimento.

Esse apoio foi obtido e pode ser comprovado com as 5 mil assinaturas recolhidas até o momento.

Além das novidades em matéria de gestão, o movimento apresentará a proposta do FASC “ampliado”, tanto territorialmente, quanto no aspecto temporal.

Isto significa dizer um FASC que realize atividades de formação cultural, tais como, cursos, oficinas, seminários e palestras durantes os meses que antecedem o grande evento, e a utilização de outras áreas do município para sediar as atividades de formação e apresentação de espetáculos, como, por exemplo, escolas e praças do conjunto Eduardo Gomes.

Para assinar o abaixo-assinado virtual, acesse http://scprofasc.blogspot.com


Assista a uma reportagem da TV Aperipê sobre o movimento PRÓ-FASC. Aqui


Assista a uma reportagem da TV Sergipe sobre a entrega do diploma de patrimônio cultural da humanidade. Aqui
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28 de maio de 2011 - dia de mobilização PRÓ-FASC

28/5 · São Cristóvão, SE
Zezito de Oliveira
PRAÇA SÃO FRANCISCO - CENÁRIO E PALCO PRINCIPAL DO FASC
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Zezito de Oliveira · Aracaju, SE
26/5/2011 · 4 · 8
Chegou a hora de mostrar que o festival de arte de São Cristóvão é assunto de grande valor

Neste sábado, 28 de maio, das 8:00 às 12:00 horas, será realizado o primeiro ato público do movimento PROFASC, iniciativa de moradores de São Cristóvão e de municipios circunvizinhos que tem por objetivo a retomada e continuidade do prestigiado festival de arte de São Cristóvão, também conhecido como FASC.

Os integrantes do movimento reúnem-se semanalmente desde o inicio de março de 2011. Como resultado desses encontros foi elaborado um manifesto, o blog saudades do FASC e planejadas várias ações, dentre as quais reuniões com representantes de órgãos públicos e instituições que estiveram envolvidas no planejamento e execução dos mais de 30 FASCs realizados na década de 1970 até 2005.

Os titulares das Secretarias de Cultura do Município e do Estado foram bastante receptivos à ideia de retorno do FASC. Também reagiram dessa forma o titular da representação nordeste do Ministério da Cultura (MINC), a superintendente estadual do IPHAN e os pró-reitores de extensão da UFS e do IFS.

O dia de mobilização tem como objetivo mobilizar, sensibilizar e convidar outros moradores de São Cristóvão para ter voz ativa no movimento, reivindicando a valorização da cultura como instrumento de fortalecimento da autoestima e do desenvolvimento da cidade.

A programação de 28 de maio de 2011 consta da distribuição do manifesto, coleta de assinaturas e de um cortejo cultural que terá a participação de artistas e integrantes de grupos culturais da cidade e de outros municípios, de representantes de ONGs e iniciativas culturais, de estudantes, educadores, agentes culturais e cidadãos em geral.

Até o momento, está confirmada a participação dos seguintes artistas, grupos e entidade culturais da cidade: Cia de Dança Rick di Karllo, Nelson Santos e Cia de Dança, Grupo União de Seu Jorge, Grupo Jovens Que Encanta, grupo de capoeira Liberdade Negra, grupo Arte da Sucata, alunos do curso de restauração de monumentos, ONGs Saúde, Ação Cultural, Ação Popular e Cidadania João Bebe Água; Terreiro Oxogum Ladê, o grupo Cultura da Senzala, grupo de samba Opção, carnavalesco Florivaldo (Flor), o ator Isaac Galcão e o poeta e historiador Thiago Fragata, dentre outros.

De Aracaju confirmou presença a Cia Stultifera Navis, o Instituto de Artes Cênicas (IACEMA), a Banda de Pifano, a cantora Amorosa, o ator Ivo Adnil, o presidente do Sindicato dos Artistas e Técnicos (Sated), a Associação Brasileira de Documentaristas (ABD) e o Fórum de Artes Cênicas, dentre outros.


Para ler o manifesto PRÓFASC, clique aqui

Para colaborar através do abaixo assinado virtual, clique aqui,

Para saber como colaborar de outras maneiras, clique aqui,

Para saber mais sobre São Cristóvão, clique aqui

Confira

tags


onde fica
O cortejo sairá da praça São Francisco, seguirá pelo beco do museu, rua das flores (Messias do Prado), praça do Carmo, ladeira e feira (chegada).AI
quando ir
28/5/2011, às 08:00h
quanto custa
livre
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Almoço Cultural Paraense, edição 2011

15/5 · Aracaju, SE
Zezito de Oliveira
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Zezito de Oliveira · Aracaju, SE
12/5/2011 · 4 · 4
A Ação Cultural realizará o Almoço Cultural Paraense, edição 2011, no dia 15 de maio (domingo), na garagem d'art, situada na rua Goiás, 889, bairro Siqueira Campos.

O cardápio será o mesmo dos anos anteriores: pato no tucupi, arroz, pimenta de cheiro e farinha. Neste ano teremos ainda uma porção de maniçoba (opcional), ofertada gentilmente pela chef de cozinha Angelina Magalhães que, juntamente com Irene Smith, garantem a simpatia e o sabor do Pará, marca registrada do evento.

No ano passado cogitou-se na possibilidade do Almoço Cultual Paraense ser realizado em um espaço maior, acompanhado de uma roda de danças da região e com decoração típica. Entretanto, as condições atuais não permitiram esta ampliação.

O preço individual é de R$20,00 (vinte reais), com abatimento para quem comprar duas ou mais entradas. A previsão é de atingirmos uma média de doze convidados.

O dinheiro arrecadado será destinado à compra dos ingredientes e ao pagamento de outras despesas relacionadas ao evento. O trabalho de Angelina e de Irene, auxiliado pelos demais membros da família, é realizado voluntariamente.

O almoço será servido entre as 12:00 e 13:00 horas. Para quem quiser chegar antes, o espaço estará disponível a partir das 11:00 horas, podendo a permanência no local prolongar-se até às 16 horas. Como já é tradição, também será servido um “cardápio” de músicas da amazônia durante a realização do evento.

Por fim, a programação cultural trará como novidade uma roda de leitura de textos curtos e de poemas de autores da região.



onde fica
Rua Goiás, 889, bairro Siqueira Campos, entre as ruas Acre e Paraíba, próximo a praça D. José Tomaz.
quando ir
15/5/2011, às 11:13h
quanto custa
R$20.00 Pagamento antecipado. O pagamento da cerveja ou refrigerante é extra. (opcional)

VAMOS DANÇAR QUADRILHA !

acervo da Ação Cultural
A dança aproximando gerações (filha e pai no primeiro plano)
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Zezito de Oliveira · Aracaju, SE
22/4/2011 · 10 · 14
"Não me convidem para certas festas pobres". Essa frase, baseado no primeiro verso da música Brasil do Cazuza, foi citada por mim em um dos momentos em que estive realizando o trabalho de divulgação da oficina de quadrilha junina em uma emissora de rádio em Aracaju.

Este tipo de “pobreza” a que me referi, não diz respeito as condições econômicas, porque em alguns casos, alguma festas juninas “pobres” até dispõem de uma boa estrutura material, fartura de comes e bebes e grandes atrações artísticas.

A questão fundamental a que me refiro é que a alegria e o calor humano espontâneo, sem depender do álcool e de outras substâncias químicas, e a criatividade em especial, são fatores imprescindíveis para o enriquecimento estético, afetivo e ético de nossas existências.

Por exemplo, se fizermos um exercício de memória dificilmente nos lembraremos de uma festa junina da atualidade em que o cenário e adereços não sejam baseados no mesmo padrão de outras, como as bandeirolas de plásticos e réplicas de balões de cartolina, algumas comidas típicas misturadas com cachorro quente, churrasco e sanduíche, refrigerante e cerveja, a bebida que ocupa o lugar do velho e bom licor e do quentão e outras padronizações ou descaracterizações mais.

Por isso, a relevância da oficina de quadrilha junina realizada sob a chancela da ong Ação Cultural, no dia 17 de abril, na comunidade bom pastor, em Aracaju. Ué! Oficina de quadrilha junina foi esta a indagação de um dos radialistas, e então respondi: Com o processo de urbanização acelerada ocorrido no Brasil nos últimos anos e com a falta de percepção dos cursos de formação de professores, de psicólogos, serviço social e áreas afins, com relação ao potencial educativo, estético, lúdico e terapêutico da nossa cultura popular, faz-se necessário um trabalho como este.

E a avaliação dos participantes ao final da oficina, confirmou o que dissemos acima. A maioria dos presentes, estudantes e profissionais das áreas da educação, psicologia, terapias holisticas e comunicação revelaram ter tido contato com a quadrilha tradicional, somente em escolas, nos tempos da infância e pré-adolescência.

Também demonstraram muito contentamento em poder se reportar a este tempo, através do movimento corporal e da música, como por terem se conectado aos antepassados através dessa experiência lúdica e social muito presente nas vidas deles, por ocasião das festas de junho.

Outros três depoimentos que deixou a coordenação da oficina bastante satisfeitos, foi de uma participante que disse ter se inscrito na oficina para sentir alguns momentos de alegria, e isso ficou confirmado pelo brilho nos olhos dela ao final do dia.

Já outra participante, “quadrilheira dos nossos tempos” e integrante dos quadros da quadrilha Asa Branca, disse que há muito tempo não dançava quadrilha no estilo das antigas e se sentiu muito feliz em fazer esta viagem ao passado.

O outro depoimento refere-se a uma pessoa que tinha ficado chateado por ter um curso, cuja data marcada, foi a semana de São João, “nem precisa dizer que o local é a região sudeste, onde os festejos juninos não tem a mesma força cultural que tem aqui em nossa região” e ele, “só pra contrariar” e na base “d’eu vou mostrar pra vocês como é bom dançar quadrilha” estava programando a organização de uma quadrilha junina tradicional, só não sabia antes como fazer, pois a sua aprendizagem com dança, se deu com relação ao estilo flamenco e circulares.

Quem não pode participar confira o que dissemos acima, participando do baile de danças circulares nordestinas, no dia 28 de maio, a partir das 19h30, na comunidade bom pastor. Na ocasião será aplicado o que foi aprendido nesta oficina e em outras promovidas pela Ação Cultural desde 2005.

Por último, vale a pena replicar a idéia da oficina de danças populares em outros locais, não trata-se de formar dançarinos/bailarinos, mas trazer a dança como um componente permanente de nossas vidas, como era no principio e deva ser agora e para sempre.

Assim com nem todos que aprendem a ler e a escrever necessitam tornar-se escritores, assim também nem todos que participam dessas oficinas precisam tornar-se dançarinos.

Por isso, venham todos dançar !

MAIS:

quadrilha tradicional - projeto ciranda - UCB
no you tube.


O Gonzagão em noites de gala

Quadrilha Junina - Patrimônio Cultural Imaterial


Nossos agradecimentos as seguintes instituições e pessoas:

Overmundo, a divulgação através do portal viabilizou o primeiro contato do canal futura.

Comunidade Bom Pastor, sempre abrindo as portas para as oficinas, encontros mensais e bailes de danças circulares, desde o ano de 2005.

Fundação Aperipê, (rádio e televisão) pelos spots e abertura nos programas de rádio (nação nordestina, ritmo da história, encontro com o AA, linha sertaneja e aquarela nordestina)

Rádio Cultura – através do espaço aberto nos programas giro da noticia e linha direta.

Canal Futura, através do espaço aberto no programa conexão futura.

Maxivel Ferreira, responsável pela criação do cartaz e produtor do evento, juntamente com este escriba.

Giovane Reis (mestre/ marcador/oficineiro) por ter aceitado o convite de compartilhar conhecimentos.

Ronaldo Lima, parceiro voluntário e de longa data da Ação Cultural no campo do audiovisual e fotografia. (mais adiante disponibilizaremos imagens em vídeo)

Carlos Barbalho (comunidade bom pastor), Thiago Paulino (jornalista), Hora Reis (funcionário público), Milton Coelho (funcionário publico) e a todos (as) que contribuíram com a divulgação do evento e por último a Indira Amaral, diretora da Fundação Aperipê que desde o inicio deste ano, acatou o nosso pedido de parceria para a divulgação das rodas de danças da Ação Cultural e que se despede dos sergipanos para alçar outros vôos no campo do audiovisual em outro estado (Rio de Janeiro). Confira, aqui, reportagem da TV Aperipê sobre a oficina de danças circulares realizada em janeiro de 2011.

E um agradecimento especial a todos (as) que estiveram presentes, acolhendo o convite para que tenhamos mais vida e vida em plenitude.

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OFICINA DE QUADRILHA JUNINA DAS “ANTIGAS”

17/4 · Aracaju, SE
Caravana Arcoiris
Apresentação de quadrilha junina na III Noite Cultural - Gonzagão (2007)
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Zezito de Oliveira · Aracaju, SE
19/3/2011 · 2 · 8
No tempo em que a maioria da população brasileira morava no campo, as pessoas organizavam quadrilhas juninas para fortalecer o convívio social, com a dança popular funcionando como um potente canal de inserção de um número grande de indivíduos nestes processos de socialização e coesão social.

Nos dias de hoje, um grupo de pessoas se preparam com coreografias, cada vez mais complexas e estilizadas, para se apresentarem para um grupo de espectadores, pessoas que apenas veem, mas não participam da “brincadeira”.

Mesmo assim, há um grupo grande de pessoas que desejam celebrar o São João de forma mais comunitária, com alegria e participação de mais gente na folia, como no tempo das “antigas”.

É por este motivo que a Ong Ação Cultural estará organizando a Oficina de Quadrilha Junina Tradicional em 17 de abril , tendo como objetivo preparar focalizadores de danças circulares, educadores, arte-educadores, profissionais da área social e da saúde e ativistas sociais para marcar quadrilhas “improvisadas” ou “caipiras” em seus espaços de atuação.

Esta iniciativa está inserida em torno de um movimento oriundo da Inglaterra e que chegou ao Brasil (São Paulo) no inicio da década de 80, ao nordeste (Recife) no final da década de 90 e, finalmente, em Aracaju, no inicio do ano 2000.

As suas origens se devem à iniciativa do alemão Bernhard Wosien, bailarino e pedagogo da dança, que no decorrer dos anos sessenta do século XX, iniciou o registro e a difusão de muitas danças folclóricas e étnicas da Europa Central e Oriental, incluindo depois regiões de outros continentes.

Wosien fez isso ao perceber que o acelerado processo de urbanização estava ocasionando a perda do patrimônio cultural dançante das gerações mais antigas e, como consequência, a perda das práticas comunitárias de dança popular.

Nas observações sobre os efeitos proporcionados pela prática da dança de roda em comunidades tradicionais, Wosien percebeu, de um lado, o fortalecimento dos laços identitários e sentido de pertencimento e, do outro, o estado de alegria e paz.

Com isso, ele passou a considerar as danças populares como um importante canal de re(vitalização), de interação e coesão social, bastante necessário para as populações residentes nas cidades, as quais se deparam com sérios problemas decorrentes da perda dessa tradição.


Resumo biográfico do oficineiro

Giovane Reis da Silva, 47 anos. Atua como marcador de quadrilha junina há 30 anos, tendo começado na Apaga a Fogueira, prosseguindo na Arrasta Pé, Pisa Milho, Xodó da Vila, Pula Fogueira e por último na quadrilha junina Asa Branca (Conj. A Franco), onde se encontra atualmente. Foi campeão em concursos na rua de São João, centro de criatividade, tri campeão no concurso do bairro 18 de Forte, bi campeão no bairro Agamenon Magalhães e vice campeão em concurso promovido pela Sociedade Comunitária do bairro Siqueira Campos.
No ano de 2008 marcou uma quadrilha infantil em escola particular no conjunto Augusto Franco.
Representou Sergipe em concursos de quadrilhas juninas nas cidades de Recife, Salvador e Maceió.
Participou no ano 2000, de um seminário de formação para marcadores e coreógrafos promovido pela Liga Sergipana de Quadrilhas Juninas.


onde fica
Comunidade Bom Pastor -- Rua Efrem Fernandes Fontes, 65- Bairro Santos

Dumont (Próximo ao Terminal Rodoviário Maracaju), Aracaju-SE.

quando ir
17/4/2011, às 08:00h
quanto custa
o valor da inscrição é de R$ 40,00 até o dia 07 de abril e R$50.00 após essa data e o depósito pode ser efetuado na conta BRADESCO - AG 3162-3 C/P 3908493-7 
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O PORTAL DAS LETRAS (1) - LER E CRESCER

Divulgação
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Zezito de Oliveira · Aracaju, SE
29/1/2011 · 2 · 7
RODA DE LIVROS
Desde o início de 2010 tenho emprestado alguns livros para adolescentes da escola onde trabalho atualmente. Estes livros tratam de temas ligados ao seu cotidiano e foram escritos por pessoas que contam histórias ligadas às suas dúvidas e inquietações, alegrias e tristezas, expectativas e descobertas, além de outras experiências que fazem parte da vida deles e de cada um de nós.

O primeiro livro a ser entregue foi o de Gabriel, o Pensador “Diário Noturno”, seguiram-se “Depois daquela viagem” de Valéria Piassa Polizzi , “Feliz Ano Velho” de Marcelo Rubens Paiva, “Com licença eu vou a luta” de Eliane Maciel, e “Confissões de Adolescente” de Maria Mariana.

O início com Gabriel, o Pensador, deu-se em razão da compra do livro que eu e minha companheira fizemos para dar de presente de aniversário ao filho de uma amiga. Como ele já tinha sido contemplado com um exemplar o presente ficou na estante durante uns três anos e, no início do ano letivo de 2010, tive a idéia de emprestá-lo para alunas (os). Como contrapartida, foi solicitado que escrevessem sua opinião, com no minimo 10 linhas, abordando o que gostou e não gostou , o que aprendeu, passagens marcantes e outros aspectos do livro que julgassem interessantes.

Ainda sobre o livro de Gabriel, o Pensador, vale lembrar que o primeiro contato que tive com ele se deu quando, em 2005, foi realizado o seu lançamento aqui em Aracaju, através do circuito cultural Banco do Brasil. Na ocasião, na companhia de quatro alunos (as), tive a oportunidade de saborear a leitura de alguns trechos pelo próprio autor e de ouví-lo responder às perguntas dos adolescentes sobre o processo criativo, a vida pessoal e a carreira artística do autor.

Em seguida, adquiri com um vendedor de revistas usadas o título “Depois daquela viagem”, pelo módico preço de R$2.00 “ A história de uma adolescente que contraiu aids através de relacionamento sem preservativo com o namorado” , que despertou interesse imediato nos alunos e foi e ainda é, bastante disputado.

Quanto aos livros “Feliz Ano Velho” e “Com licença eu vou a luta” estes foram adquiridos através de um acaso. Mas, será que foi mesmo um acaso? A história foi assim: Em um dos dias de novembro de 2010, marquei uma reunião com uma amiga psicóloga para tratarmos de assuntos referentes às rodas de danças circulares e, na saída, ela me disse que estava com uma caixa de livros para doação e separasse alguns que me poderiam ser úteis.

Para mim, foi uma alegria poder re(encontrar) exemplares de “Com licença eu vou a luta” e “Feliz Ano Velho”. Quem adolesceu e juvenesceu em fins dos anos 70 e meados dos 80 sabe o quanto estas obras significaram para os jovens da época.

“Confissões de Adolescente” é uma obra que merece destaque à parte, pois, ao contrário dos demais livros, este foi (re)adquirido em um site de livros usados. A versão audiovisual desta obra, produzida pela TV Cultura nos anos 90 do século passado, foi exibida aos alunos e, diferentemente dos outros livros, foi solicitada a apresentação de um resumo de cada programa valendo nota, ressaltando o que gostou e não gostou, o que aprendeu, passagens marcantes e outros pontos que julgassem relevantes.

O nível de repercussão e de interesse correspondeu às minhas melhores expectativas. Acompanho o alto grau de satisfação despertado por Confissões de Adolescente desde a década de 90, quando, ainda estudante e voluntário em um projeto de arte-educação popular no bairro América (Aracaju), sugeri a aquisição de um VHS com três episódios.

Decorrido mais de uma década, pude adquirir uma caixa de DVD´s contendo todos os episódios da fase principal da série, a preferida por todos nós: o pai, a mãe, a filha adolescente e o filho que, ainda criança, não perdia um programa, bem como, ainda hoje, as diversas reprises a que a irmã mais velha, volta e meia, assiste.

E a roda de livro em 2011???

Manteremos o foco no tema e no objeto principal: Obras de literatura de todos os gêneros com o olhar dirigido para o mundo adolescente e juvenil.

Pretendemos compartilhar informações com iniciativas semelhantes, principalmente através da net. O blog produção cultural nas escolas e do Orkut de História, em termos gerais, e o portal Overmundo, em algumas situações especificas, serão utilizados como espaço de postagem de textos, fotos e vídeos sobre livros e autores, bem como resumos elaborados pelos adolescentes e jovens leitores.

Em termos operacionais pretendemos prosseguir com os empréstimos, mantendo um cadastro organizado de cada adolescente/jovem leitor, um resumo de cada livro, e solicitando com mais firmeza a contrapartida de uma opinião resumida sobre o livro.

Aos poucos, tentaremos adotar uma ou outra obra para um estudo mais sistemático sobre fatos relacionados ao cotidiano juvenil e/ou história do Brasil e, ainda, como suporte para trabalhos de criação, envolvendo audiovisual, teatro, dança, artes plásticas, música, fotografia e etc.

Quem quiser/puder colaborar pode, dentre outras possibilidades:

Sugerir nome de livros para esta iniciativa.
Doar livros ou DVDs com adaptações literárias. Uma opção interessante é comprar através de sebos, inclusive os virtuais.
http://www.estantevirtual.com.br
http://www.sebosonline.com
Realizar ou propor iniciativa semelhante junto a crianças, adolescentes e jovens da família, do bairro, do condomínio e da escola.
Dica importante: Oferecer vários livros como sugestão para quem já está iniciado no hábito da leitura. Para aqueles que não gostam de ler , as estratégias exigem mais estrutura pedagógica e estética, que necessitam de mais políticas públicas nas áreas de educação, cultura e comunicação."
Escrever para a fundação Padre Anchieta solicitando a retomada da série Confissões de Adolescente com temas característicos dos tempos atuais. Ex: internet e novas tecnologias, aquecimento global e desastres ambientais, pedofilia, consumismo, fundamentalismos religiosos, políticos e étnicos, homossexualismo, cultura de massa juvenil, consumo do crack e drogas sintéticas, liberação do consumo da maconha e etc...


Dedico esta iniciativa aos queridos Milton Coelho e Frei Betto, o primeiro, comunista, o outro, cristão, mas ambos incansáveis no incentivo à boa leitura, por que sabem que lendo homens e mulheres se tornam melhores.

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Oficina de Danças Circulares com Álvaro Pantoja

de 15/1 a 16/1 · Aracaju, SE
Thiago Paulino
Danças Criculares na UFS
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Zezito de Oliveira · Aracaju, SE
9/1/2011 · 2 · 3
Forma de expressão humana através dos movimentos do corpo, terapia de evolução íntima e de integração ou então “dança como uma meditação em movimento”. Essas são possíveis definições para as danças circulares.

E para quem tiver interesse em se aprofundar e praticar esta arte acontecerá no próximos dias 15 e 16 a “Oficina de Danças Circulares – No Ritmo da Vida”, na Comunidade Bom Pastor no Bairro Santos Dumont.

A oficina é uma realização da Ação Cultural e será ministrada por um das referências nacionais das danças circulares o educador Álvaro Pantoja. Durante o curso que será realizado nos dois dias das 9h às 17h, o público poderá ter contato com diversas técnicas e tipos de dança oriundas de diversos países.

DANÇAS CIRCULARES – Sempre associadas às colheitas, celebrações ou a religiosidade, as danças circulares estão presentes entre diversos povos. Em 1976 o coreógrafo alemão Bernhard Wosien obteve da comunidade alternativa de Findhorn , localizada no norte da Escócia, o compromisso em disseminar o conhecimento por ele acumulado em algumas décadas de registro, catalogação e difusão das danças. Findhorn tornou-se uma grande divulgadora desse tipo de dança ressaltando seus aspectos de integração comunitária e para fins terapêuticos.

Os praticantes de danças circulares também ressaltam o seu caráter terapêutico, de autoconhecimento além de ser uma forma de expressão que estimula a interação, alegria e leveza de seus participantes.


SOBRE ÁLVARO PANTOJA – Carioca, residente em Olinda (PE) e em Porto (Portugal) , licenciado em Filosofia, doutorando em Ciências da Educação na Universidade do Porto (Portugal) , educador, formador, focalizador, desde 2000, de rodas, encontros e cursos de Danças Circulares em diversas cidades brasileiras (Recife, João Pessoa, Aracaju, Maceió, Teresina, Fortaleza, Sobral).


















onde fica
Comunidade Bom Pastor -- Rua Efrem Fernandes Fontes, 65- Bairro Santos

Dumont (Próximo ao Terminal Rodoviário Maracaju), Aracaju-SE.
quando ir
15/1/2011 a 16/1/2011, às 09:00h
quanto custa
INSCRIÇÃO – o valor da inscrição é de R$ 60,00 e o depósito pode ser efetuado na conta BRADESCO - AG 3162-3 C/P 3908493-7 
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Tiririca e as outras caras do Brasil

blog não salvo
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Zezito de Oliveira · Aracaju, SE
23/10/2010 · 9 · 19
Por que Tiririca (1) incomoda tanta gente? Será que por trás do seu rosto de nordestino, “pobre” e palhaço, de suas falas na televisão como candidato, e nos programas de que participa, ele não escancara uma série histórica de símbolos e imagens que queremos manter distantes, talvez por estarem entranhados dentro de nós mesmos?

Será que Contardo Calligaris, Maria Rita Kehl ou um outro psicanalista, antropólogo, jornalista ou especialista em semiótica, já escreveu algo a esse respeito?

Por que nos sentimos no direito de reclamar da eleição do Tiririca se participamos tão pouco da vida pública, seja através dos instrumentos mais tradicionais como sindicatos e partidos políticos ou de instrumentos mais contemporâneos - movimentos sociais, ONGs, fóruns, coletivos, redes e etc.

Se tivéssemos maior participação nessas instituições e/ou movimentos não teríamos mais candidatos eleitos comprometidos com as grandes causas da educação, da cultura, do desenvolvimento sustentável e da comunicação democrática, que motivam muitos de nós?

A esse propósito, o que esperar de uma geração de eleitores que cresceu estudando, em sua esmagadora maioria, nas escolas públicas e privadas de qualidade no mínimo questionável, para não dizer sofrível ? Refiro-me aqui menos ao problema da aprovação ou da reprovação: preocupa-me a questão do raciocinio lógico/crítico, a criatividade e o senso de cidadania, prejudicados pelo modelo de ensino baseado na “decoreba” e no “cuspe e giz”, que prevalece na maioria das escolas públicas e particulares de nosso país.

O que esperar de uma geração que cresce assistindo somente a Xuxa, Gugu Liberato, Faustão, Sílvio Santos, Malhação, Super Pop, Pânico, Brig Brother e etc?(2). A esse propósito, quando ouço algumas pessoas defender o investimento em esporte e cultura como estratégia para “afastar crianças e adolescentes das drogas”, penso com meus botões se já não é hora de ampliarmos o conceito sobre “droga”. Ou temos alguma dúvida sobre o efeito de anestesiamento, alienação, e dano ao desenvolvimento mental, emocional ,ético e estético que uma série de programas da televisão aberta causa àqueles que têm nestes veículos a sua fonte mais importante de informação e de entretenimento?

E como saída , como respondi em dois posts sobre Tiririca, aqui no ovemundo e no blog do overmano Thiago Paulino, a solução, a médio e longo prazo, é mais investimento em escola de tempo integral, criativa, com qualidade (incluindo salários de “qualidade” para os trabalhadores da educação), mais Pontos de Cultura e democratização do acesso ao rádio e a TV para organizações da sociedade civil de caráter educativo e cultural. Se há espaço nesses veículos para os partidos políticos, por que não haver também para outras formas de organização da sociedade civil ?

Ou por que não liberar outras concessões para canais de rádios e de televisão identificados com as causas dos direitos humanos, do desenvolvimento sustentável, da diversidade cultural, da economia solidária, da educação criativa, a exemplo do que foi feito com o TVT?

Nas eleições de segundo turno para o governo estadual e para o federal, é hora de escolhermos pensando nisso e buscarmos nos informar indo além da propaganda e das falas nos debates, que muitas vezes não traduzem o verdadeiro propósito do candidato. O antidoto para isso é conhecer o passado de cada um dos candidatos em relação ao posicionamento e realização nestes campos, bem como suas alianças com setores econômicos e políticos que lhe darão sustentação, caso seja eleito.

Por falar de realizações, entendo que este seja o critério principal, pois não são pelas intenções e palavras, tão desgastadas pela propaganda, quase sempre enganosa, que devemos medir as pessoas, mas sim por seus gestos, atitudes e ações pretéritas, pois de boas intenções o inferno está cheio, como diz o ditado popular.

E neste sentido a internet é um campo privilegiado, precisando somente que o ouro ou o diamante da informação seja separado em meio a tanta sujeira e baixaria que infestam as nossas listas de e-mails, muitos blogs, sites e redes de relacionamentos.

Notas:

(1) Semelhante ao Tiririca, quem causou um verdadeiro “frisson” nas eleições de 1988 no Rio de Janeiro, foram os 130 mil votos dados ao candidato a prefeito macaco Tião. Neste caso, mesmo que estourasse nas urnas, ele não poderia ser empossado, mas a quantidade de votos recebida pelo macaco, materializou em parte o descontentamento de uma parcela respeitável do eleitor carioca.
No caso do palhaço, por tratar-se de um ser humano, as possibilidades de materialização completa do protesto pode acontecer com a posse de Sua Excelência Tiririca.

(2) A despeito do que falei sobre alguns programas de grande audiência na televisão aberta, não trata-se de censura, antes também assistia e gostava do Chacrinha e hoje em alguns momentos dou uma zapeada e paro por alguns minutos principalmente em Pânico, Super Pop e CQC. Como também afirmou o ministro Juca Ferreira em entrevista a Caros Amigos, edição 157, de abril de 2010. “A humanidade tem vinculos com esse tipo de produção(referindo-se ao programa brig brother) É um voyeurismo. A banalidade exerce um fascinio enorme sobre as pessoas”; “Mas eu sou a favor da liberdade de escolha por parte da população. Quem quiser ver Brig Brother que veja. (...) Ás vezes eu assisto coisas absolutamente banais, mas assisto me distanciando como a maioria das pessoas faz.” (grifo nosso).

E como afirmei, para contribuir com esse distanciamento, escola de tempo integral e criativa, acesso a criação e a diversidade cultural e democratização da comunicação é uma combinação formidável.
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O Portal do Som (3) - Sergipe para exportação

blog o nordeste .com - divulgação
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Zezito de Oliveira · Aracaju, SE
29/8/2010 · 11 · 9
MÚSICA SERGIPANA TIPO EXPORTAÇÃO
Mais uma noite de puro deleite estético/musical em 2010, vivida por mim, juntamente com muita gente “bonita” como disse uma das pessoas que nos acompanhou na Cantoria, organizada pelo grupo de forró Casaca de Couro no restaurante O Paiol em uma noite de sexta-feira (20/08).

O time bem escalado para aquela noite, foi composto de quatro violeiros sergipanos: Muskito, Sena, Joaquim Ferreira e Nino Karvan, participaram também o poeta popular João Brasileiro, o percussionista Tom Toy e os violeiros convidados Josino Medina (Vale do Jequitinhonha), Dinho Oliveira (Vitória da Conquista) e Paulinho de Jequié.

Uma apresentação que me chamou a atenção foi a do cantador do vale do Jequitinhonha, Josino Medina, que traz um som de viola, de dupla matiz sonora, do nordeste e do sudeste, fruto da localização do vale do Jequitinhonha e a de Nino Karvan, que trouxe um toque urbano, agregando novidade ao estilo. Momento emocionante foi todos juntos cantados clássicos como Romaria (Renato Teixeira) e Cio da Terra (Chico Buarque e Milton Nascimento).

No final, para dançar, o autêntico forró do grupo Casaca de Couro, o qual não ficou nada a dever as noites em que o grupo se apresentou no Complexo Cultural “O Gonzagão” nos anos de 2007, 2008 e 2009. Considerado, conforme pesquisa junto ao público presente, como um dos três melhores pé de serra da programação organizada quando estivemos a frente daquela tradicional casa de forró.

Tenho ótimas lembranças sonoras de outras noites em 2010. Noites nas quais aconteceram quando estivemos presentes ao show da Patricia Polayne em duas ocasiões, em uma concha acústica da UFS e no pub Capitão Cook, “o que é bom é para ser visto e revisto”.

E para completar, também estivemos presente no surpreendente show de lançamento do CD de Pantera e em uma noite de apresentação do Maria Scombona antecedendo a entrada da Fernanda Takai no Festival de Verão.

Outra noite memóravel foi aquela da gravação do DVD da dupla Chico Queiroga & Antônio Rogério Mesmo não estando presente, pude captar através do DVD as boas energias, ou as “vibrações positivas” repetindo o bordão de um empresário e politico sergipano ligado ao segmento da cultura de massa baiana.

Uma característica que me empolgou em todas elas, daí o titulo deste artigo, foi o alto grau da qualidade da produção, tanto da parte dos artistas e músicos, como da área técnica, em especial quanto ao som e iluminação.

Também gosto do estilo das composições da Patricia, do Chico&Rogério, do Edelson Pantera e do grupo Maria Scombona pelo fato de serem músicas de gente daqui, mas que sabe incorporar outras matizes sonores. E através disso compor uma interação estética bastante criativa de elementos locais com outras vertentes da musicalidade nordestina, brasileira e universal.

Ao contrário, as músicas de cantoria, também me atraem pela aproximação que esse estilo de música guarda com relação às raízes populares, notadamente do interior nos proporcionando manter conexões bem profundas com o sertão que está dentro de nós e que está em toda parte, como disse Guimarães Rosa.

E é bom que seja assim, é bom poder apreciar música sergipana de alto nivel e cujo sonoridade, ritmos e letras trate das nossas questões, em sintonia com o que circula pelas antenas por sobre as nossas cabeças.

Como também aquelas que nos sintoniza com as antenas que estão dentro da gente, em especial com aquilo que nos vincula a terra, as águas, aos animais, as plantas, aos mitos , aos modo de pensar e viver dos nossos antepassados que viveram ou que ainda vivem no campo.

A esse propósito, o restaurante O Paiol em funcão de estar em um espaço cujo verde é um componente bem presente, além da terra e a circulação do ar, proporcionada pelo fato da área coberta não ocupar todo o terreno. Isso me pareceu um elemento muito importante para a composição do cenário e do clima.

Algo que me lembrou a contribuição que o mar proporcionava ao sucesso da casa de forró Candeeiro que, durante alguns anos funcionou sob as areias e circundadas pelos coqueiros da Praia de Aruana.

CADA SOM PUXA UMA LEMBRANÇA
No show da Patricia Polayne realizada em uma concha acústica rodeada por grama e árvores dentro da UFS também senti a natureza como uma parceira importante para o sucesso da noite. O elemento cênico em termos de figurino e adereços, a percussão, bem como os movimentos corporais e faciais da cantora foram muito importantes para o sucesso do show.

Muito bom e evidente perceber nas composições e nos arranjos, referências do movimento musical conhecido como Mangue Beat .

Quanto ao show do Pantera a minha surpresa foi assistir ao show de um artista sergipano, com um sonoridade que em alguns momentos me transportou para um tempo e um lugar diferente de onde eu estava, cidades velhas, gente simples, bairros antigos, com crianças brincando, pessoas na calçada, árvores no quintal, frutas colhidas no pé.

Sensações iguais quando ouço algumas músicas do Chico Buarque, do Ivan Lins, de Caetano e Gil, do Boca Livre, e principalmente do Milton e de seus companheiros do clube da esquina ou das composições instrumentais do Wagner Tiso e do Egberto Gismonti.

E sobre a influência do som do Clube da Esquina na obra de Pantera: foi a surpresa mais agradável daquela noite. A produção, em matéria de arranjos, ficou a cargo de Toninho Horta que também se fez presente como músico, tendo sido homenageado por Pantera em uma composição totalmente dedicada ao Toninho.

IMPACTOS POSITIVOS
Percebi no material de divulgação dos shows, Cds e Dvds da Patricia Polayne e do Chico & Rogério a marca do Governo Federal através do Projeto Pixinguinha. Isto possibilitou a melhoria do padrão de qualidade técnica e artística, no caso dos arranjos e da qualidade da gravação, tanto em aúdio com em video, bem perceptível para quem esteve presente aos shows e/ou que adquiriram o material gravado.

Este fato, aliado aos outros programas de fomento e incentivo a cultura demonstra o impacto positivo que isso está proporcionando para a cadeia produtiva da música.

Para que isto se amplie e se consolide espero que as universidades invistam em estudos e pesquisas sobre os impactos culturais, econômicos e sociais e certamente com o estimulo financeiro dos governos estaduais e federal, através dos bancos oficiais e com recursos diretos do Ministério da Cultura, muito mais poderá ser realizado neste campo.

Outro aspecto urgente em termos políticos é a democratização do acesso. E uma forma de realizar essa democratização é possibilitar a mais universidades públicas e entidades da sociedade a concessões de canais de rádio e tvs.

Aqui em Sergipe a entrada no ar da Rádio UFS, bem como a reformulação da programação da Rádio Aperipê e Aperipê TV , com a chegada dos novos gestores que assumiram em função da vitória do governador Marcelo Deda (PT) no ano de 2006, está possibilitando um ganho muito promissor para artistas sergipanos, cujas músicas dispunham de pouco espaço para chegar ao público.

Para concluir, é muito importante mais investimento na circulação de espetáculos artísticos e oficinas culturais na rede de escolas e universidades públicas.

Essa medida é imprescindível para ajudar tanto na formação de platéia, como para ajudar a tornar a escola um espaço mais completo em termos educativos. Afinal, como sabemos, nos tempo atuais uma escola que não interaja com a cultura brasileira, não atende completamente aos saberes e fazeres necessários para a educação do futuro.

Do contrário, ruim para a cultura, cujo lixo cultural continuará ganhando cada vez mais corações e mentes. E pior ainda para a escola que continuará sendo um local, cujo interesse e satisfação será cada vez menor em relação aquele proporcionado pela televisão e pela internet.

Como estamos em época de eleições, eleger ou reeleger governos e parlamentares comprometidos com estas bandeiras é tarefa de todos nós. Disso depende a viabilização de condições para que muito mais brasileiros possam se deleitar de prazer em termos estéticos/culturais, com reflexos positivos para a educação, para a economia, para a saúde e para a segurança pública.

P.S: (1)Na última viagem que realizei a Belém do Pará, em julho, pela primeira vez levei CDs de música sergjpana para presentar aos organizadores de um congresso internacional de arte-educação e para parentes que moram na região. No primeiro caso utilizamos CDs doados, além de livros, folhetos sobre turismo e cultura de Sergipe. No segundo caso, custeamos as despesas de aquisição, favorecido pelo preço acessível proporcionado pela apoio do Projeto Pixinguinha a tiragem do trabalho do Chico&Rogério e da Patricia Polayne. O que nos motivou, entre outras razões, está descrito no titulo e em toda a argumentação

(2) Clique abaixo para conferir experiências exitosas da parceria escola e grupos/linguagens artísticas.


Circuito Escolar Maria Scombona

Projeto Estatuto da Criança e do Adolescente com Arte.


Infelizmente muito aquém do que necessitamos. O que fazer para que o MEC e o MINC,bem como as respectivas secretarias de educação e cultura dos estados e municípios dialoguem para que isto seja ampliado dentro do universo escolar? Que tal Pontos de Cultura Itinerantes voltados para a promoção de oficinas/seminários para professores e alunos e a circulação de espetáculos no seio das escolas?

Caso você seja um participante ou conhecedor de iniciativas que façam interagir escolas com grupos/linguagens artísticas, disponibilize o link em "comentários" .

(3) - Confira um exemplo da repercussão de um show da Patricia Polayne no dia 24/08 em Sampa.

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O Portal do Som ( 2) - Música e Tragédia Urbana.

blog que trampo
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Zezito de Oliveira · Aracaju, SE
25/4/2010 · 9 · 26
Recentemente, algumas tragédias urbanas — em especial a relacionada ao assassinato do cartunista Glauco e do seu filho, Raoni — me trouxeram à lembrança alguns versos da canção "Muros e Grades"( “Nas grandes cidades, no pequeno dia-a-dia, o medo nos leva tudo, sobretudo a fantasia...”), um grande sucesso dos Engenheiros do Hawaii, e uma das canções que fez parte da trilha sonora da vida de uma “banda” da geração 80. (1)

Falo em banda querendo aqui me referir a uma parte da juventude, pois outras juventudes estavam ligadas em outras vertentes musicais, mesmo que, em muitos casos, a matriz de origem fosse o mesmo rock brazuca que despontava com toda força, a partir do início da década.

“Os artistas são as antenas da raça”, disse Ezra Pound. E confirmamos isso quando paramos para ouvir com mais atenção algumas das canções gravadas pelos Engenheiros e por outras bandas musicais surgidas naquele período, como: Legião Urbana, Titãs, Ultraje a Rigor, RPM,Paralamas do Sucesso, Capital Inicial, Ira, Barão Vermelho, Camisa de Venus etc..

Assim como ocorreu com as gerações que os antecederam, em especial as dos anos 60 e 70, perceberemos que a geração 80 também foi capaz de mostrar e refletir acerca das muitas mazelas daquele tempo, as quais não pararam de aumentar, chegando ao atual estágio de mal estar e insegurança que vicejam por tantos lugares.

Tempos de semeadura ideológica para o triunfo do modelo neoliberal, cujo ponto alto se dá com o “Consenso de Washington”, que recomendou a menor interferência possível por parte do estado nos rumos da economia, com os consequentes cortes de investimentos nas áreas sociais, arrocho salarial, precarização das relações de trabalho, redução e “flexibilização” de direitos trabalhistas, redução do papel regulador da economia por parte do Estado. (2)

Temos no exagero dessa ideologia, em especial na sua relação com o mercado financeiro, a causa principal da crise internacional que abalou a economia mundial em 2009, resultando em dor e sofrimento para milhões de pessoas, principalmente nos Estados Unidos, Japão e na Europa.

Estas questões relacionadas as facilidades para a penetração dessas idéias na década de 80 podem ser percebidas na letra da música Ideologia (1987), de Cazuza, que nos lembra da perplexidade que se estabelece no seio de parcela da juventude em função da falta de modelos de referenciais teóricos e práticos para sustentar a luta para a construção de uma nova sociedade, entre outros motivos, agravado pela derrocada da ampla maioria dos regimes comunistas que alimentaram a esperança de uma parcela da juventude, de artistas e de intelectuais na construção de um mundo melhor e pela mudança de lado, por parte de alguns expoentes da contra cultura ou da esquerda marxista, que assumiram idéias e atitudes de defesa do status quo.

A despeito disso, como os espaços de liberdade no Brasil eram muito limitados, naquele momento, muitos que tinham entre 15 e 30 anos, mesmo sem encontrar referencias mais sólidos em termos de ideologias, se envolveram em diversas formas de participação política, cujo ápice acontece com a campanha Diretas Já, exigindo eleições diretas para presidente da república

E como tema da campanha das Diretas Já, temos a canção Inútil (1983), do grupo Ultraje a Rigor. “A música, que nasceu de pequenos fatos relacionados ao país (a primeira frase da canção foi inspirada numa frase de Pelé), ganhou cunho político e social quando o então mestre-de-cerimônias Osmar Santos tocou “Inútil” para 10 mil pessoas, no primeiro comício pré-eleição diretas, em São Paulo (...). Num outro golpe de sorte e publicidade espontânea, o deputado Ulysses Guimaraes chamou a atenção para a letra da canção em um discurso na Câmara Federal.”(3)

Outra banda que “explodiu” durante alguns poucos, mas intensos anos de sucesso (1985 a 1988) foi o RPM, um fenômeno pop que me lembrou o que se sucedeu com o “cometa” Peter Framptom, em meados da década de 1970, quando no início da adolescência ouvia Baby, I Love your way, I’m in you e Show Me the Way pelas ondas do rádio.

Embora tenha se destacado apenas com Alvorada Voraz, em termos de protesto social e político, o RPM fez um gesto que me chamou a atenção, a atualização de alguns versos quando da regravação da mesma canção, no ano de 2002.

Na primeira versão, eles se detiveram em fatos políticos e criminais de destaque, que antecederam a década de 1980 , como crimes do colarinho branco e nas torturas: O caso Morel, o crime da mala, Coroa-Brastel, O escândalo das jóias. E o contrabando, e um bando de gente importante envolvida (...) Juram que não torturam ninguém.”

E, na segunda versão de “Alvorada Voraz” , as questões selecionadas foram do final do final dos anos de 1980 até aquelas dos anos 2000, O caso Sudam, Maluf, Lalau, Barbalho, Sarney. E quem paga o jornal é a propaganda, pois nesse país é o dinheiro quem manda (...) E juram que não corrompem ninguém”.

E, como se sabe, o roubo do dinheiro público é um dos responsáveis pela “tragédia urbana”, na medida em que compromete o investimento público em geração de emprego e renda, educação, saúde, cultura, moradia, trânsito, esporte e lazer.

Já em outra vertente mais pessoal e existencial, sem perder a conexão com os aspectos sociopolíticos, não se pode esquecer de Renato Russo e seus parceiros da Legião Urbana, em função da quantidade e da diversidade de problemas do cotidiano de adolescentes e jovens, abordado por eles em suas composições.

Um exemplo disso é Faroeste Caboclo, maior sucesso radiofônico de 1988, presença obrigatória em bailinhos, sempre cantada em coro. Ao tentar explicar o sucesso da música, Renato Russo afirmou, naquele mesmo ano, que, entre outros motivos, “Fora o fato da música falar de um cara que está sofrendo altas dificuldades, tentando manter sua honra, as pessoas se identificam com isso”.(4)

Em Pais e Filhos, " É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã" um dos maiores sucessos do grupo, podemos identificar elementos muito próximos do drama existencial e familiar vivido pelo assassino de Glauco e de Raoni, conforme mostrado pela imprensa.

“Quero colo, vou fugir de casa, posso dormir aqui com você? (...) Eu moro com a minha mãe, mas meu pai vem me visitar. (...)”. E, como conseqüência, a tragédia atinge o ápice com: “ela se jogou da janela do quinto andar” ou no caso relacionado: Ele mata duas pessoas e, na fuga, quase tira a vida de uma terceira.

Em Aloha, Renato Russo assume o protesto juvenil de forma mais ampla, afirmando: “Será que ninguém vê o caos em que vivemos? Os jovens são tão jovens e fica tudo por isso mesmo, A juventude é rica, a juventude é pobre. A juventude sofre e ninguém parece perceber.”

E concluo ampliando o raciocínio do compositor e ainda faz muito mais gente sofrer. Ainda trazendo mais idéias abordadas nos versos da letra da canção “Muros e Grades”, vale a pena procurarmos saídas para aquilo que seus autores descrevem como uma vida superficial, sem sentido e absurda.

Na composição Comida”, dos Titãs — um dos grandes sucessos da banda naqueles anos —, encontramos a afirmação enfática do fazer artístico como uma das possibilidades para superar ou amenizar as angústias ou ansiedades da(s) galera(s): “A gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte”.

Afinal, como afirmou Vanderley, professor de história, artísta plástico e escritor, no II Fórum Popular de Cultura (2006), “quando a gente se nega a ser criativo e criador, nós negamos a nossa condição humana e a nossa humanidade”.

E para ampliar os horizontes sobre as questões aqui postas em foco pelas composições selecionadas por nós, recomendamos a leitura do excelente artigo Um Sentido para a Vida”, do Frei Betto, um cara que viveu a adolescência e a juventude bebendo na fonte daquilo que melhor foi produzido nas década de 60, 70 e 80, em matéria de arte, espiritualidade, filosofia e política, o qual, hoje, já com cabelos brancos, esbanja uma vitalidade que inspira garotos e garotas de todas as idades.


NOTAS:

(1) – No auge do sucesso eu não era nem tão ligado nos Engenheiros do Hawaii e no Legião Urbana. Na verdade, as minhas bandas de rock preferidas eram a Cor do Som e o 14 Bis, cuja sonoridade não eram nem tão “rock” assim, por causa da influências daquilo que era chamado na época de MPB, que em matéria de música era o que me atraía mais,e, em menor grau, o folk, a música latina e alguns clássicos do rock .

(2) – No universo do debate dos problemas nacionais, muita gente não vê com bons olhos a explicação das questões da violência urbana, como intrinsecamente relacionadas às desigualdades, no tocante a má distribuição de renda, concentração de terras e, a incapacidade da maior parte das nossas elites dirigentes, em utilizar o estado como instrumento da melhoria do padrão de vida da maioria da população. Este pensamento é bastante disseminado por meio de radialistas e apresentadores de televisão, “abutres” que se nutrem das tragédias urbanas para conquistar audiência e, em alguns casos, votos.

“Ora senhores, certo perdestes o senso” porque basta comparar a nossa situação em matéria de criminalidade com os países do norte da Europa, Dinamarca, Finlândia, Suécia, Noruega entre outros, para percebermos a grande diferença.

Como estes países têm uma das distribuições de renda mais igualitária, serviços públicos de excelente qualidade e um sistema de proteção social primoroso, os indicadores de violência urbana são baixíssimos.

(3) ALZER, Luiz André e CLAUDINO, Mariana. Almanaque Anos 80. Rio de Janeiro: Ediouro, 2004

(4) ALEXANDRE, Ricardo (org). História do Rock Brasileiro (Vol. 3). São Paulo: Editora Abril, s/d.

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3º Baile de Danças Circulares

06/3 · Aracaju, SE
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Zezito de Oliveira · Aracaju, SE
28/2/2010 · 11 · 3
O corpo fala e uma das linguagens mais envolventes é a dança. E nessa linguagem, uma das expressões universais, na certa, é a dança circular. Presente em diversas culturas e com heranças ancestrais, a dança circular além de ser um momento de celebração também é considerada uma terapia.

E quem quiser conhecer e vivenciar esse tipo de dança terá uma boa oportunidade no 3 º Baile de Danças Circulares que acontecerá no próximo dia 06 de março às 19h30 no Centro de Criatividade. O baile será conduzido por focalizadores experientes para celebrar e fazer o público interagir com esta manifestação artística. No repertório um apanhado diverso da sonoridade de danças do leste europeu, de Israel e da cultura tradicional brasileira, entre outras.

OBJETIVO – Quem está promovendo o Baile é a ONG Ação Cultural e o evento tem como principal objetivo arrecadar fundos para o ECARTE, projeto que visa trabalhar arte e Direitos Humanos com jovens de dois bairros da grande Aracaju. O ECARTE pretende trabalhar com, além de oficinas de teatro e dança, aspectos fundamentais do Estatuto da Criança e do Adolescente promovendo cidadania entre adolescentes e jovens.



HISTÓRICO – Sempre associadas às colheitas, celebrações ou a religiosidade, as danças circulares estão presentes entre diversos povos. Em 1976 o coreógrafo alemão Bernhard Wosien obteve da comunidade alternativa de Findhorn , localizada no norte da Escócia, o compromisso em dissemina r o conhecimento por ele acumulado em algumas décadas de registro, catalogação e difusão das danças. Findhorn tornou-se uma grande divulgadora desse tipo de dança ressaltando seus aspectos de integração comunitária e para fins terapêuticos.





Serviço

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O quê? Baile de Danças Circulares



Como? Contribuição opcional no valor de R$ 10.00 em beneficio do fundo de revitalização do Projeto Ecarte



Quando? 6 de Março das 19h30 às 22h.



Onde?


Mais informações: HTTP://acaoculturalse.blogspot.com


onde fica
Centro de Criatividade –Rua Saturnino Brito, s/n – Bairro Getúlio Vargas
quando ir
06/3/2010, às 19:00h
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Almoço Cultural. "Venha sentir um pouco do gosto, do cheiro e do som do Pará".

07/2 · Aracaju, SE
divulgação
pato no tucupi e pimenta de cheiro
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Zezito de Oliveira · Aracaju, SE
29/1/2010 · 13 · 8
Todos os anos a ONG Ação Cultural, promove o “Almoço Cultural Paraense”, acompanhado de uma amostra do melhor da música do norte do país: Pinduca, Nilson Chaves, Salomão Habib e do Grupo Uauiara.

No cardápio um delicioso pato no tucupi, com acompanhamento opcional de pimenta de cheiro e creme de cupuaçu. As vagas são limitadas ao numero de 15 pessoas. Na medida em que a mobilização se torne mais tranquila a meta é ampliar esse numero para os próximos anos.

OBJETIVO - Além de espaço para um bom bate papo, em virtude do envolvimento dos convidados com atividades ligadas ao mundo da arte, educação, saúde, política, o evento pretende auxiliar na arrecadação de uma pequena quantia para destinar ao fundo de revitalização do Projeto ECARTE (Estatuto da Criança e do Adolescente com Arte). Projeto em que irá trabalhar com oficinas de arte e educação em Direitos Humanos em bairros da periferia sergipana.

HISTÓRICO - O almoço cultural paraense é promovido desde 2004, ano de fundação da Ação Cultural, em função das viagens da atual diretora-presidente da ONG, Irene Smith, e da amiga Angelina Magalhães, naturais do Pará, que todos os anos se deslocam até a região para rever amigos e familiares e retornam trazendo um pouco do sabor e do cheiro das plantas da Amazônia.

Inicialmente eram trazido poucos ingredientes, suficiente apenas para um almoço com alguns amigos mais próximos, todavia, a partir da criação da Ação Cultural a iniciativa foi ampliada para congregar mais pessoas e é grande a expectativa de alguns amigos, sócios e colaboradores com a chegada do mês de fevereiro, mês em que o almoço é comumente realizado.

EXPECTATIVA – A diretora da ONG espera que este ano, o grupo de 15 pessoas seja formado sem maiores dificuldades e que todos contribuam com antecedência, como já vem ocorrendo nos almoços mais recentes e que tragam a sua alegria, disposição para fazer novas amizades e/ou rever as antigas, boa vontade e, da parte dos organizadores um acolhimento de verdadeiros amigos que estão buscando se aprimorar na arte de viver e conviver em paz.

Para Ireme Smith o almoço cultural é uma iniciativa que dá um certo trabalho e a compensação maior é pelo fato de rever as pessoas com as quais se convive durante o ano, em um ambiente descontraído e informal. Isso tudo, ressalta Irene, sem perder o caráter de trocas afetivas, bem como de experiências e opiniões que é uma característica bem marcante dos eventos promovidos pela Ação Cultural.

EM BREVE...!!! Além do almoço cultural outros eventos com características semelhantes a esse que fazem do planejamento de arrecadação de fundos em prol da revitalização do Projeto ECARTE será realizado nesse primeiro semestre de 2010. São eles: Março – Baile de Danças Circulares. Abril – Sarau Cultural. Maio – Café Cultural Nordestino.

P.S.:
Só não irá ter Açaí. Fica para o próximo. 
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O Portal do Som (1)

Divulgação
Fernanda Takai
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Zezito de Oliveira · Aracaju, SE
28/1/2010 · 16 · 24
A música brasileira aproximando gerações e rompendo preconceitos

Quem gosta muito de música popular brasileira ficou surpreendido em 2007 com o lançamento do CD "Onde brilhem os olhos meus", gravado por Fernanda Takai, do grupo Pato Fu, com releituras de músicas gravadas por Nara Leão. E dentre estas, a música “Diz que fui por aí”, gravada por Nara e também por Zé Keti, criador da canção.

Nesta gravação, considero bem interessante o andamento da música — cantada e tocada de forma mais lenta, ficando algo bem próximo a uma balada pop —, como pode-se perceber pelo toque da bateria e pela batida do violão. Não imaginava ouvir um samba tradicional dessa maneira. Causou-me muita alegria ouvi-lo nesta nova versão. E, Importante para o resultado final não esquecermos a “delícia” que é ouvir a voz de Fernanda Takai.

O cantor e compositor Zé Keti é um renomado sambista que teve uma trajetória de sucesso no Rio de Janeiro, tendo no show Opinião, símbolo da resistência cultural à ditadura militar nos anos 60, e no registro fonográfico do evento, um marco fundamental em sua carreira. O carioca Zé Keti é um autor ligado a um gênero musical tradicional, além de outros (boleros, forró, toadas e modinhas) que aprendi a respeitar e gostar , ouvindo, a partir de meados dos anos 70, releituras nas vozes de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Maria Bethânia, Novos Baianos etc.

E essa ampliação do espectro do gosto musical não ficou apenas por aí; até compositores da música caipira paulista, como João Pacifico, através de uma gravação de Beth Carvalho, em meados da década de 80, ganhou a minha predileção (cd Na Fonte de 1981). A partir daí, fiquei despertado para mais ouvir composições da autoria desse compositor. E quem tornou isso possível foi a iniciativa do Antônio Fagundes. Ele mesmo! O bem sucedido ator de novelas, que gravou um disco muito bom de se ouvir, com acompanhamento de coro e de um conjunto sinfônico, somente com músicas do velho e bom compositor paulista.

Dentre as primeiras regravações/releituras que ouvi, em meados dos anos 70, a música “Coração Materno”, do Vicente Celestino, regravada por Caetano Veloso, marcou-me bastante, pelo fato inusitado que representou na época. Tal qual muita gente, tomei um susto! Porque, apesar de minha pouca idade na época, eu já tinha ouvido, de forma indireta, uma música ou outra de Vicente Celestino, e sua obra representava, para as novas gerações que “curtiam” as músicas da moçada que surgira com os festivais ou na onda da “jovem guarda”, aquilo que de mais atrasado, cafona e careta poderia existir.

Mas, o tempo foi passando e muitos jovens passavam a ter contato com a obra de Dalva de Oliveira e Herivelton Martins (cujo romance tumultuado foi tema de uma minissérie apresentada pela Globo neste inicio de 2010), além de Noel Rosa, João do Vale, Lupicínio Rodrigues, Ismael Silva, Ataulfo Alves, Dolores Duran, Jackson do Padeiro, Pixinguinha, Braguinha etc., principalmente nas vozes dos tropicalistas.

Dentre estas, destaco em especial os dois LP´s — sucessos de público e de crítica — com músicas exclusivas dos compositores Dorival Caymmi e Ary Barroso, lançadas no mercado por Gal Costa nos anos de 1976 e 1980. Destaco também a antológica gravação de “Índia”, uma guarânia, estilo musical bastante comum no Paraguai e nas cidades brasileiras de fronteira com nossos hermanos latino-americanos, cuja primeira gravação de sucessso no Brasil foi realizada pela dupla Cascatinha e Inhana, em 1952. Sendo que “India” é uma das músicas preferidas de minha mãe.

E é nisso que reside uma das principais contribuições do movimento tropicalista na cultura brasileira: propiciar as novas gerações compreender, respeitar e até mesmo admirar alguns compositores e cantores que apresentaram músicas que fizeram parte da história de vida de nossos pais e avós, nos proporcionando também entrarmos em sintonia com os sentimentos, emoções e valores, como também dos acontecimentos cotidiano daqueles que nos antecederam. E isso a música dos grandes compositores de todos os tempos faz muito bem.

Outras regravações/releituras que me marcaram: Uma produzida nos anos 80, a de “Luar de Sertão”, do compositor Catulo da Paixão Cearense, realizada em um belo e emocionante dueto de Milton Nascimento com Luiz Gonzaga e, mais recentemente, uma dobradinha musical de Jair Rodrigues e Rappin Hood, em torno da música Disparada, do Geraldo Azevedo e Téo de Azevedo, um dos maiores sucessos dos festivais dos anos 60.

E isso prossegue, quando garotos e garotas ouvem regravações/releituras de músicas de Chico Buarque, Cartola, Roberto e Erasmo Carlos, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Noel Rosa e de outros clássicos, na voz de Chico Science,Skank, J. Quest, Rapin Hood, Maria Rita, Vanessa da Mata, Adriana Calcanhoto e tanta gente nova. Isso garante que a permanência na memória nacional do que temos de melhor na arte musical brasileira perdurará além do período histórico em que foram concebidas, assim como acontece com a música erudita de Bach, Mozart, Techaikovsky, Beetoven e de tantos outros.

O inverso também ocorreu com os cantores da “velha guarda” que regravaram músicas de compositores da nova geração. Na década de 70, Orlando Silva e Luiz Gonzaga fizeram isso e no final da década de 80, Nelson Gonçalves gravou Cazuza, Lobão, Kid Abelha. Também ao ouvir “Nada por mim” originalmente gravado pelo Kid Abelha na voz do cantor de “boemia” fiquei muito feliz e também satisfeito pela forma “abolerada” como Nelson Gonçalves interpretou a canção.

Sobre Luiz Gonzaga e o forró pé-de-serra, na década de 70, tornou-se novamente merecedor de atenção de parcela importante da juventude a partir da inclusão de músicas que fizeram sucesso na voz do velho Lua, nos discos de Caetano, Gil, Gal e Bethania, além da presença do jovem Dominguinhos que adentrava no cenário da música brasileira em alguns momentos, na companhia dos tropicalistas.

Por último, uma grata surpresa chega em minhas mãos no ano de 2009, o CD da cantora baiana Patrícia Costa, com releituras de músicas que fizeram sucesso no período áureo da chamada axé music — década de 80 e meados de 90 do século passado, em versão acústica e com um estilo intimista e delicado. É incrível como músicas que agitaram as ruas quando cantadas em ritmo frenético próprio se transformaram em melodias suaves e tranqüilizantes!

Bom para ouvir especialmente após um dia de trabalho, quando coloco a rede no quintal, ligo o som, coloco o CD Acústico Bahia da Patrícia, e fico ouvindo as músicas na companhia da lua e das estrelas (tendo às vezes ao lado a mulher companheira), sem esquecer, é claro, de intercalar com todos aqueles já citados, como também com o trabalho musical de outros ritmos e cantores/compositores não citados nesse texto.

Afinal, boa música pode ser encontrada em todos os ritmos, tempos e lugares.

P.S.:
Ouça "Luar do Sertão" na versão de Maria Bethania.
Ouça "India" na versão de Roberto Carlos.
Ouça "Diz que fui por aí" na versão de Seu Jorge e Luiz Melodia.

Se alguém perguntar por mim, veja a programação do projeto verão de Aracaju, edição 2010, em especial a do dia 04/02/10 e saberá onde me encontrar.
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O natal e a e_terna criança que nos habita.

Caravana Internacional Arcpiris por La Paz
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Zezito de Oliveira · Aracaju, SE
24/12/2009 · 7 · 8
Nos finais dos anos 70 e início dos 80, ainda adolescente e morando no Rio de Janeiro, me recordo com muita satisfação do hábito de comprar o jornal de domingo, inicialmente O Globo, depois o Jornal do Brasil (JB). Após a leitura, guardava alguns recortes. O tempo passou e poucos restaram. Isso em razão de algumas mudanças de endereço, inclusive aquela realizada do Rio para Aracaju, no ano de 1982.

Mas, dos poucos recortes que ficaram guardados em minha memória, um deles era uma reportagem de natal (no JB), com destaque para a reprodução de um bilhete do pintor das marinhas, José Pancetti, endereçado à sua filha.

O bilhete, reproduzido com a letra do pintor e com o desenho que o acompanhava, falava da preocupação de Pancetti com a questão da injustiça social que distanciava algumas crianças de outras.

Dizia Pancetti à sua filha que era necessário que ela não se esquecesse de que na noite de natal, enquanto estaria participando de uma ceia farta de comidas e guloseimas e recebendo brinquedos caros, muitas crianças estariam comendo muito pouco ou quase nada e seus brinquedos estariam reduzidos àqueles que a sua imaginação poderia fazer com os restos do material que seus pais ou elas catavam no lixo.

Com isso, o pintor estava começando a querer ver sua filha envolvida pelo cuidado com aqueles que não dispunha de tantas oportunidades como ela.

Naqueles fins de 70 e início dos 80, o grupo musical Secos e Molhados irrompia na cena musical com um jeito de cantar e de se apresentar que marcou a vida de quem os viu nascer.

Das músicas do grupo, Rosa de Hiroshima já faz parte do nosso imaginário musical brasileiro. Como no bilhete de Pancetti, a letra de Rosa de Hiroshima, da autoria de Vinicius de Morais, nos convida a lembrar das crianças vítimas do sofrimento. No caso dessa composição, o sofrimento gerado pelas guerras.

Agora, a partir do segundo semestre de 2009, além do meu trabalho como produtor cultural, voltei para o convívio com adolescentes em uma escola da região metropolitana de Aracaju, conjunto Jardim, e várias cenas me fazem recordar o bilhete de Pancetti e a música Rosa de Hiroshima.

Numa dessas cenas, por mais de uma vez me deparei com um menino cego, guiado por sua jovem e bela mãe dentro do ônibus, vindo de uma escola para crianças especiais em Aracaju.

Em outras cenas, dentro da escola, vejo crianças e adolescentes com muita necessidade de atenção, tanto no campo dos conhecimentos próprios de cada matéria, como nos aspectos emocionais, afetivos e éticos.

Vejo e sinto também que elas respondem de forma positiva quando a gente mostra que pensa neles(as) considerando todos as suas necessidades e, quando enxerga e valoriza suas potencialidades .

Um exemplo disso foi a comemoração do meu aniversário em novembro, quando quatro turmas de alunos(as) se organizaram para celebrá-lo, com direito a fila de uma das turmas na porta da entrada da escola, para nos cumprimentar, com abraços e beijos.

E aí me lembrei de um aniversariante muito especial que poderia ter nascido em um lugar cheio de luxo e brilhos e preferiu nascer em um lugar bem simples para nos lembrar da necessidade de olharmos com muita atenção para quem ainda não dispõe dos meios necessários para uma vida de plenitude.

Ao mesmo tempo em que nasceu em um local adverso, Jesus de Nazaré nos quer mostrar que isso não significa que ele e todos nós, inclusive as crianças e adolescentes residentes nas periferias de nossas cidades, não tenhamos guardado dentro de nós um potencial grande de carinho, criatividade, beleza, alegria, gratidão e solidariedade.

Depende de nós, cultivarmos estes valores em nós e utilizarmos todos os meios possíveis para que sejam semeados nos corações e nas mentes de todas as nossas crianças e jovens, para que possam se materializar em atitudes e ações de bem estar e felicidade geral.

E sei que por meio das linguagens artísticas, do esporte e das novas tecnologias podemos fazer isso do modo mais eficaz e com a urgência que os sofrimentos do nosso tempo requerem.

Para concluir, reafirmando tudo isso, lembro do trecho de uma música que marcou a minha adolescência, tornando-se uma das minhas preferidas: “Sim é como a flor: De água e ar, luz e calor, o amor precisa para viver, de emoção e de alegria e tem que regar todo dia(...) No jardim da vida, já plantei um pé de esperança, fruto da vivência, é a consciência”.

Pensem nisso, pensem em Jesus de Nazaré, pensem nas crianças que estão próximas e distantes de vocês, pensem na criança que habita dentro de vocês, pensem nas crianças que vocês foram. Vez em quando.

P.S: O ano de 2010 é ano de eleições, por isso peço a vocês que irão participar que não deixem de pensar na hora de votar nos compromissos dos candidatos com atitudes, muito além das palavras e promessas de campanha, com a ampliação e qualificação dos investimentos necessários em favor da educação integral de nossas crianças e jovens.

A despeito dos avanços que estamos obtendo, faz-se necessário ainda muito mais esforços para tornar realidade o sonho e a luta de diversas gerações de brasileiros que colocaram suas vidas a serviço de uma nova escola, lugar por excelência para a construção de um futuro melhor. Para isso, precisamos dispor de professores bem renumerados e preparados para lidar com as transformações do tempo presente, as quais para o bem e para o mal, repercutem na vida de todos nós.

Além de equipamentos e prédios adequados para as necessidades que “rugem”, destacamos dentre estes: construção de auditórios e salas arejadas, bem iluminadas e com cadeiras e mesas que não deformem o corpo; quadras cobertas, com banheiros e vestiários; laboratórios; espaços de convivência; áreas verdes, piscinas e salas multiusos para práticas artísticas, equipamentos de som, imagem e informática.

Faz-se necessário também investimento maciço em formação continuada para os professores e funcionários saberem lidar com os novos saberes e práticas necessárias para a educação do futuro, que é agora!

Dedico esse texto à minha mãe e a meu pai, que me alimentaram com muito afeto, carinho e consciência ética, sem os quais teria sucumbido, aquilo que diz o texto de uma música muito tocada nas rádios ultimamente. “O mundo quer lhe ver chorando, ouso dizer e apenas clamando”.

Dedico também aos mestres: Darcy Ribeiro, Paulo Freire, Frei Betto, Rubem Alves, Leonardo Boff , Marcelo Barros, Eduardo Galeano, Alberto Ruz, e Reginaldo Veloso, que me ensinaram a certeza de que nós somos os braços, as pernas, enfim, o corpo do Deus-Amor que quer vida em abundância para todos.

Esses mestres também me ensinaram/ensinam a escrever da forma como o faço.



Sobre a obra

No ano de 2007. conheci um excelente texto sobre o natal, do teologo Faustino Teixeira, e resolvi divulgá-lo para os amigos (as) como mensagem de natal, acompanhado de um comentário da minha autoria.
Já em 2008, elaborei um outro texto e em todos eles a combinação da espiritualidade do natal, a qual é marcada pela esperança, com a defesa da arte como canal para transmitir e fixar essa esoerança em todo o nosso ser, através dos sentidos e da emoção, sem deixar de lado a razão, é claro!
Neste ano de 2009 a história se repete. Porque todo os anos, o menino Jesus renasce para nos lembrar aquilo que a gente nunca deve se esquecer. É para o amor que fomos criados e a nossa humanindade ainda não é obra pronta, e somente completando a nossa humanidade, obra do criador, é que chegaremos mais perto Dele. 
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SARAU "ARTE NA GARAGEM" - SUA GARAGEM É O PALCO!

12/9 · Aracaju, SE
1
Zezito de Oliveira · Aracaju, SE
10/9/2009 · 16 · 12
Reunir um grupo de pessoas para assistir a um show de artistas ligados à cultura de massa é fácil. Da mesma maneira, ir até o teatro para assistir a uma peça de teatro com artistas “globais”, também.

Os artistas da cultura de massa, incluindo os “globais”, contam com todo o aparato dos meios de comunicação e, por causa disso, em muitos casos, são os únicos dos quais a população, em especial adolescentes e jovens, têm conhecimento.

A despeito disso, o Brasil (e Sergipe não é exceção) conta com uma grande produção artística de qualidade que não consegue, salvo algumas exceções, mobilizar muita gente e, às vezes, nem mesmo um pequeno grupo para garantir presença em eventos culturais, mesmo que estes sejam de pequeno porte.

Para mudar esta situação, faz-se necessário ampliar as políticas públicas de democratização cultural, como também do acesso às novas tecnologias da informação e da comunicação, assim como fortalecer as iniciativas coletivas de artistas e produtores culturais voltadas para a formação de público.

Dentre estas iniciativas, destacam-se os saraus — uma tradição que data do período colonial e que mesmo assim nunca deixou de ser realizada. Aliás, nos últimos anos tem ressurgido com bastante força, até mesmo em alguns segmentos ligados à juventude da periferia de São Paulo e de outras grandes e pequenas cidades. Aqui em Aracaju, o mais tradicional chama-se “O Poeta, o Vinho e o Violão” produzido pelo SESC.

Nesta perspectiva, os produtores culturais João Santos e Zezito de Oliveira, com a chancela da Ong Ação Cultural, estão à frente do Sarau “Arte na Garagem”. A intenção é reunir mensalmente um grupo de pelo menos 20 amantes da cultura nas garagens e outros espaços apropriados das casas de alguns destes, palco onde o evento terá lugar.

Atrações:
Bate-papo com Verônica Sacta (que mais uma vez visita Aracaju), integrante da Caravana Internacional Arco iris por La Paz. Na oportunidade, ela falará sobre o que aprendeu e ensinou ao visitar dezenas de Pontos de Cultura espalhados por diversos estados brasileiros.
Música Krânio
Artes Plásticas
– George Vieira
VideoJosé Lacierva
Poesia Gilda Costa
Dança do Ventre
Karol Mora
Ambientação Estética: João Santos



onde fica
Rua Goiás, 889
Localizada atrás da Igreja Nossa Senhora de Lourdes (Praça Dom José Thomaz) entre as Ruas Acre e Paraíba.

Aracaju-SE
quando ir
12/9/2009, às 19:30h
quanto custa
R$10.00 (pagamento antecipado)

É necessário fazer reserva.
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O Gonzagão em noites de gala

Zezito de Oliveira
Quadrilha Junina Asa Branca
1
Zezito de Oliveira · Aracaju, SE
22/7/2009 · 41 · 10
Brincantes e mestres da cultura popular tratados como super stars. Tudo conforme manda o figurino, com cobertura da televisão, inclusive com flashes ao vivo, instalação de telões, chegada antecipada do público e com presença massiva, torcidas organizadas, serviço gratuito de alimentação e assistência médica preventiva.

Se você pensou nos bois do Festival de Parintins ou nas escolas de samba do Rio de Janeiro, nos maracatus de Olinda e Recife ou nos afoxés de Salvador, errou! No texto abaixo, você ficará sabendo que isto começa a se consolidar em Sergipe.

Trata-se do IV Concurso de Quadrilhas Juninas Levanta a Poeira, realizado no Gonzagão, nas noites dos dias 29 e 30 de maio, organizado pela TV Sergipe, afiliada local da Rede Globo. A parceria foi realizada com a Federação das Quadrilhas Juninas de Sergipe e contou com o apoio do Governo do Estado, através da Secretaria de Estado da Cultura.

O público presente era só alegria! E da parte daqueles que freqüentam o Gonzagão regularmente, então! Situação semelhante a esta também percebida em alguns momentos, como nos festejos juninos, III Noite Cultural e 3º Mostra Arte e Cidadania, no ano de 2007, no Festival de Talentos do Programa Abrindo Espaços, e na Mostra Regional do Teatro do Oprimido, realizados no ano de 2008.

Diversas razões concorreram para o alto grau de satisfação das cerca de quatro mil pessoas (estimativa) — recorde de público na atual gestão, iniciada em maio de 2007. Dentre elas, destacamos: a colocação de telões para possibilitar aqueles que não conseguiram chegar a tempo de ocupar as arquibancadas e os degraus que circundam a área da pista de dança assistir às apresentações; a atitude de reverência ao velho Lua, por parte do cantor e compositor sergipano Rogério, na reportagem especial apresentada no telejornal local; demonstração do carinho pelo espaço que recebe o nome do mestre através das palavras de todos os repórteres e, finalmente, o destaque nas reportagens para o trabalho cotidiano das quadrilhas, cujas potencialidades em termos de ajuda ao desenvolvimento humano, social e econômico das comunidades precisa ser melhor dimensionado e incentivado.

Dentre as quadrilhas escolhidas através de sorteio para participar do concurso, encontram-se duas que representam a comunidade onde o Gonzagão está situado (conjunto Augusto Franco) cujos ensaios são realizados neste espaço cultural, a Quadrilha Junina Luiz Gonzaga e a Quadrilha Asa Branca, cujo nome também faz referência a música mais conhecida do Velho Lua.

No caso desta última, o crescimento tem se dado a olhos vistos, a partir da liderança firme e terna de Dona Genilda, que desde 2007 acolheu de braços e coração abertos a presença do coreógrafo, aderecista, músico e bailarino Rogério Valença, como também a proposta de capacitação de agentes culturais através da bandeira Consórcio Cultural.

Neste ano de 2008 a Quadrilha Asa Branca surpreendeu a todos os presentes no concurso Levanta a Poeira no Gonzagão com um tema em sintonia com a realização do ano da França no Brasil, apresentando a trajetória da quadrilha junina, desde os palácios das cortes européias até as festas no interior do Brasil, onde essa tradição, após ter sido abandonada pela nobreza, foi adotada e ressignificada, assegurando a sua permanência até os dias atuais.

O impacto que a abertura causou com um cenário de fundo composto pela fachada de um palácio real e local de onde adentrava a pista de dança, os componentes da quadrilha Asa Branca, vestidos nos moldes do estilo Luis XVI, dançando uma canção clássica, deram o tom do que viria a seguir. E o mais importante: em nenhum momento o público ficou entediado. A mudança de figurino (do padrão europeu do século XVIII ao caipira chic), os passos coreográficos, a seleção musical e a qualidade dos músicos, a narração de alguns fatos históricos relacionados a esta influência da França (que deixou as suas marcas na cultura do ciclo junino), além da salva de fogos em alguns momentos, tudo isso manteve a atenção do público em todos os momentos da apresentação.

Assistir novamente a esta apresentação, como a de outras quadrilhas juninas que participaram do Levanta Poeira (ou mesmo as que não foram selecionadas para estar presentes nos dias 29 e 30 de maio), era a expectativa aguardada pelo público que, novamente, voltou a lotar o Gonzagão no período compreendido entre os dias 19 de junho e 4 de julho.

Esta programação denominada Festejos Juninos – Gonzagão 2009, é uma realização da Secretaria de Estado da Cultura/Governo de Sergipe, e ofereceu uma opção para muitas pessoas que não puderam ou não quiseram ir para o Forrocaju, local de concentração dos principais artistas e bandas de forró, que arrastam milhares de pessoas por noite(estima-se que, em algumas noites, chegue a quase 100 mil pessoas).

Com isso, fica comprovado que os festejos juninos são a festa do sergipano por excelência, já que basta uma quadrilha junina, nem que seja improvisada, um espaço decorado com bandeirolas, palhas de coqueiro, fogueira, uma mesa farta com delícias a base do milho e um trio pé de serra ao vivo (ou por meio eletrônico) para juntar um bocado de gente para festejar, dançar, brincar... mesmo que isso aconteça simultaneamente em diversos locais.

Está aí uma idéia que circula na cabeça de muitos aracajuanos: descentralizar os festejos juninos da capital, nos moldes do que acontece com o carnaval do Recife, o qual além de instalar a mega estrutura que concentra milhares de pessoas na área central, realiza extensa programação em diferentes locais, incluindo a periferia da cidade.



P.S.: O Gonzagão sediou na noite do dia 08 de junho, uma das eliminatórias do Concurso de Quadrilhas da TV Atalaia, afiliada local da Rede Record. Em plena segunda-feira, cerca de duas mil pessoas, prestigiaram o evento, que trouxe cinco quadrilhas juninas, filiadas a Liga de Quadrilhas Juninas do Estado de Sergipe.

Além da Asa Branca, outra quadrilha que atrai uma grande quantidade de público é a quadrilha Unidos em Asa Branca, campeã do Concurso Levanta Poeira deste ano e que também trouxe para Sergipe o titulo de quadrilha campeã do concurso da Rede Globo Nordeste (edição 2009), realizado na cidade de Fortaleza (CE).

Já a quadrilha Asa Branca, estará se apresentando no encerramento do Ano da França no Brasil, a se realizar em Brasília, no mês de setembro.

A trajetória destas duas quadrilhas juninas e a da Luiz Gonzaga, será focalizada em outro texto que será postado no próximo mês, aqui no Overmundo.

Uma questão importante é o distanciamento das quadrilhas juninas dos padrões caipiras tradicionais (para insatisfação dos folcloristas) e a incorporação de inovações ao escolher temas, criar cenários, passos coreográficos mais complexos e utilizar tecidos mais sofisticados nos figurinos (para deleite do público).

Particularmente, defendo a existência de espaço para os dois modelos. O estilo tradicional poderia ser reforçado junto às quadrilhas juninas mirins e/ou através de uma (várias) quadrilha (s) junina (s) subvencionada pelo estado e/ou pelo (s) município (s) para se apresentar em momentos especiais, podendo estar vinculada a um grupo de danças populares tradicionais.

Já de outro lado, considero urgente a necessidade de enfrentamento do problema da sustentabilidade econômica. Em conversas com algumas lideranças, temos tratado desse assunto e temos recomendado o seguinte:

a) Capacitação em gestão e produção cultural para aqueles líderes que assumem papéis de coordenação administrativa e/ou de produção, assim como para aqueles que tem potencial para assumir este papel. Com isso, pretende-se diversificar as fontes de patrocínio que, na maior parte das vezes, depende da subordinação do grupo cultural às estratégias de campanha eleitoral de candidatos a cargos eletivos. Embora, em muitos casos, mesmo com esta capacitação a situação venha a ser mantida, pelo menos mostrará outras perspectivas para a captação de recursos que não a dependência a este modelo tradicional e que já começa incomodar a alguns quadrilheiros.

b) Elaboração de projetos para que o(s) tema(s) seja(m) explorado como conteúdo para realizar um trabalho educativo junto aos adolescentes e jovens que compõem as quadrilhas juninas, considerado o fato que os temas em geral tratam de aspectos históricos, culturais e sociais e podem dar um bom “caldo” pedagógico, se devidamente tratados por pessoas que saibam fazer uso de metodologias dinâmicas e interativas.

c) Elaboração de projetos para a capacitação de jovens e adultos nas áreas da música, dança, figurino e adereços, corte e costura, maquiagem etc. Com isso, será rompido o círculo de dependência com relação a alguns profissionais que, em função da relação procura/oferta, cobram caro para realizar estes serviços.

Mas tudo isso depende de uma ação articulada das Secretarias de Cultura, ou órgão similares dos estados e municípios com as instituições do sistema S, universidades, ONGs, entidades que representam as quadrilhas juninas e Ministério da Cultura.

As ações desses agentes públicos podem ser iniciadas pelo mapeamento das quadrilhas juninas existentes em todos os municípios, elaboração de um programa de capacitação de agentes culturais específicos e a organização de editais para o financiamento de projetos das quadrilhas juninas, condicionados à necessidade de investimento em atividades pedagógicas, em parceria com educadores e/ou escolas públicas e/ou de capacitação nas áreas artística e técnica.


Sobre o potencial econômico das quadrilhas juninas, afirmei em um artigo, aqui no overmundo:
"Aqui em Sergipe, um jornal local publicou em junho de 2004 alguns dados interessantes referentes à quantidade de empregos que são gerados pelos 64 grupos que integram a Liga das Quadrilhas Juninas do Estado de Sergipe. Segundo a reportagem, de março até a primeira semana de julho, são gerados quase mil empregos para músicos, cantores, costureiras, maquiadoras, estilistas e muitos outros profissionais."

Já em relação a questão Tradição X Inovação, também em outro texto, aqui no overmundo, teci as seguintes considerações:
"Aqui em Sergipe ocorre, todos os anos, uma discussão acadêmica envolvendo a mudança de perspectiva das quadrilhas juninas que aos poucos vão perdendo a simplicidade e a ludicidade dos passos tradicionais para dar lugar a outros mais complexos e que se caracterizam pela inovação e pelo hibridismo. Com isso, a maioria das quadrilhas acaba se transformando em grupos populares de dança ou em balés populares. Da nossa parte, entendo que é um movimento que não tem volta, em função daquilo que alguns intelectuais chamam de “sociedade do espetáculo”, que é uma marca da cultura atual. Entretanto, como considero que a quadrilha tradicional tem o seu lugar, a sua razão para continuar a existir, penso que é incorporando ao movimento das danças circulares sagradas que isso estará garantido.
Já experimentamos os efeitos de integração, socialização, quebra do gelo, “distensionamento”, satisfação e etc. que os movimentos coreográficos da quadrilha tradicional podem nos proporcionar. Em alguns eventos realizados recentemente no Complexo Cultural “O Gonzagão”, como na celebração de 1 ano da atual gestão, na festa junina de confraternização dos funcionários da Secretaria da Cultura e também após a apresentação espetacular de algumas quadrilhas juninas durante o forró mensal, que é realizado naquele local, os presentes foram convidados para adentrar o salão principal e através dos passos da quadrilha tradicional celebrar a alegria de estarem juntos."

Festejos Juninos Gonzagão 2007 no youtube
Kranio in cantoria
Orquestra Sanfônica
Quadrilha Junina Luiz Gonzaga
Quadrilha Junina Unidos em Asa Branca
Orquestra Sinfonica

Feliz Natal com arte, afeto, justiça e paz!

1
Zezito de Oliveira · Aracaju, SE
24/12/2008 · 265 · 23
Uma das melhores lembranças que tenho do antropólogo Darcy Ribeiro é quando ele falou a respeito do natal: “Como é fantástico uma religião que tem um Deus que todos os anos renasce como um menino” .

E da minha parte complemento: “E também como é incrível as condições em que o menino Deus nasceu”.

E a partir daí podemos tirar algumas conclusões: Uma delas é que é necessário de vez em quando deixar emergir o menino e a menina que guardamos em nós. Outra é que precisamos insistir, com gestos e palavras, que este modelo de sociedade não está de acordo com o sonho de Jesus de Nazaré.

E foi por isso que ele nasceu pobre e nos propõe colocar em primeiro plano o projeto do reino de Deus, que é um reino de justiça e de paz, o qual não é condizente com a sede da maioria em acumular riquezas materiais, poder e prestigio — fonte de todos os males da nossa civilização (angustias, solidão, violência urbana etc.) “É mais fácil um camelo entrar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no reino dos céus”.

E nem é preciso acreditar que tudo aconteceu como está escrito nos evangelhos, com data, hora e locais exatos, o mais importante é descobrir o que está escondido por detrás dos símbolos e acontecimentos narrados no livro sagrado.

Neste sentido, vale a pena trazer um momento muito significativo e que representa a possibilidade de celebrar o Natal em sintonia com as outras culturas. Lembram-se que em torno do Menino Deus, conforme a tradição, todas as matrizes culturais, com tudo que isso pode significar em termos de riqueza simbólica, afetiva e estética que a humanidade produziu, estão representadas na figura dos três reis magos?

E isso é muito significativo. Lembro que uma das poucas imagens que guardo dos meus primeiros sete anos de vida é a beleza das cores, dos movimentos e da música do reisado e outros folguedos na festa de reis, em janeiro, na cidade de São Cristóvão, cidade onde nasci (infelizmente essa tradição sucumbiu ao canto da sereia do progresso).

Será que não é hora de trazermos de volta este modo de comemorar o natal, com folias de reis, reisado, pastoril, guerreiro, ciranda e podendo ser também com passos de jongo, da dança dos orixás, da capoeira e de danças tradicionais européias, como fizemos na celebração multicultural no natal de 2007 através da aliança do Consórcio Cultural com a Caravana Internacional Arcoiris?

Não será uma maneira mais adequada para que o menino-Deus possa continuar bem pertinho da gente, bem dentro do nosso coração-manjedoura, alegre e saltitante como todas as crianças?

É este o Feliz Natal que desejo para vocês todos(as).

Com muita arte e cultura, carinho sincero, santa indignação com todas as formas de injustiça e de opressão e atitudes cotidianas de solidariedade.

SEMPRE NATAL!

P.S.: No natal de 2007, enviei a mensagem abaixo para um grupo de amigos de perto e de longe e a repercussão foi muito boa. Em 2008, decidi fazer o mesmo e, sem olhar para o que escrevi, pude constatar, após reler o que escrevi no ano anterior, que o tema e as imagens são recorrentes, o que mudaram foram apenas as palavras. Então resolvi compartilhar essa mensagem com muito mais gente. Este ano publico no overblog o texto de 2007 e 2008. Importante registrar que o texto do teólogo Faustino Teixeira foi o “disparador” da reflexão que elaborei. Já Faustino Teixeira, por sua vez, foi ter na poesia de Fernando Pessoa a fonte para inspirar o seu belo texto, e o poeta Fernando Pessoa, provavelmente, foi buscar inspiração em narrativas sobre a infância de Jesus, as quais podem ser encontradas com mais detalhes em alguns dos evangelhos apócrifos, e assim como no poema de João Cabral de Melo Neto vamos tecendo outras manhãs.

Tecendo a manhã

Um galo sozinho não tece uma manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro; de um outro galo
que apanhe o grito que um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
os fios de sol de seus gritos de galo,
para que a manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.
2.
E se encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos,
se entretendo para todos, no toldo
(a manhã) que plana livre de armação.
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
que, tecido, se eleva por si: luz balão.




FELIZ NATAL COM FIDELIDADE ÀQUILO QUE É ESSENCIAL (Mensagem de 2007)

Para o antropólogo Darcy Ribeiro,(in memorian), uma das coisas mais interessantes do catolicismo é que Deus todo ano renasce como um menino.

Acredito que seja para nos lembrar que a criança que mora dentro de todos nós deve ser sempre acordada.

É verdade que o modo como a maioria das pessoas celebra o Natal está bem distante do seu verdadeiro sentido, o que não nos impede de buscá-lo e de torná-lo visível, através das diversas formas de expressões artísticas. No texto abaixo, a poesia das palavras procura nos trazer de volta a criança que temos dentro de nós, a qual, às vezes, deixamos bem escondida.

Que essa criança que dorme dentro de nós seja acordada e renasça alegre e contagiante, neste Natal e sempre, e que a dança, o teatro, a pintura, as histórias, a poesia, a música e o cinema ajudem-nos a tornar isso possível.

Por isso, dançar, cantar, pintar, fazer poesia, escrever histórias e o que mais nossa imaginação deixar é preciso.

Viver é isso! Lembram de quando éramos crianças?

Como todos os meninos e meninas são parecidos com o menino Jesus, Ele busca estar sempre perto de nós enquanto criança, enquanto seres que ainda trazem, lá no fundo do coração, a sinceridade espontânea, a beleza cândida, o amor inocente, e a alegria serena e sonhadora dos tempos de infância.

Portanto, o coração é o primeiro lugar onde devemos procurar o verdadeiro Deus-Amor!

Zezito de Oliveira com a colaboração de Maxivel Ferreira


Tempo de Delicadeza
Por: Faustino Teixeira


“Sejamos simples e calmos,
como os regatos e as árvores,
E Deus amar-nos-á fazendo de nós
Belos como as árvores e os regatos,
E dar-nos-á verdor de sua primavera,
E um rio aonde ir ter quando acabemos!...”(
Fernando Pessoa)


O advento é para nós cristãos um tempo litúrgico cativante. Um tempo de atenção e expectativa, mas também de escuta e acolhida. Não é um tempo de medo e angústia, mas de paz e delicadeza. É assim que o Anjo do Senhor anuncia o nascimento de Jesus no evangelho de Lucas: “Não tenhais medo! Eis que vos anuncio uma grande alegria, que será para todo o povo” (Lc 2,10).

É essa alegria que cativa os pastores para irem ao encontro do menino Jesus: atraídos pela maravilha e pelo amor. Precisamos, sim, recuperar o Jesus menino de que fala tão lindamente Fernando Pessoa em seu poema “guardador de rebanhos”. O menino que escapa de um sonho no fim da primavera e desce à terra para nos oferecer tudo aquilo que os olhos podem dar: a capacidade de ver o mundo de uma forma delicada e diferente. O menino Jesus que desperta no sonho de Alberto Caeiro é a criança que nos falta: “uma criança bonita de riso e natural”, que corre pelas ervas e se encanta com as flores e seu sorriso é sempre aberto. É esse menino que deve habitar a nossa aldeia:


“Ele é a Eterna criança, o deus que faltava.
Ele é o humano que é natural,
Ele é o divino que sorri e que brinca.
E por isso é que sei com toda certeza
Que ele é o Menino Jesus verdadeiro.
E a criança tão humana que é divina”.


É essa criança que nos motiva a olhar o mundo, as criaturas, as religiões de uma forma diferente: mais terna, mais simples, mais aberta e mais delicada. É a “Criança Nova” que nos oferece sua mão, mas que abraça também tudo o que existe. É a “Criança Eterna” que motiva a direção do nosso olhar, capaz de ver a presença do mistério em toda parte; que aguça os nossos ouvidos a captar alegremente o fluxo dinâmico de todos os sons. É a Linda Criança que acende em nossos corações o alento vital e a vontade de derramar vida por todo canto e levantar o que está para morrer.

O advento é tempo desse “acordo íntimo” com o Jesus menino que está sempre nascendo de novo na manjedoura do coração. Ele deve ser para nós o Deus que sempre vem, e nunca uma coisa já acabada. Como apontou Teilhard de Chardin de forma tão rica, “Deus é, antes, para nós o eterno Descobrimento e o eterno Crescimento”.

Leia também a mensagem de natal 2009 do monge beneditino Marcelo Barros, aqui.
e mais, o texto natal no sertão do overmano Andre Pessego

Justiça e Beleza se abraçam na obra de Zé Vicente.

Zezito de Oliveira
Imagens do Show do Zé Vicente em Aracaju - ano 2002 (Stenio Persico esquerda)
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Zezito de Oliveira · Aracaju, SE
21/12/2008 · 197 · 22
Em 1968 Gilberto Gil, através da composição Procissão, afirmou: “Eu também tô do lado de Jesus, No entanto, acho que ele se esqueceu de dizer que na terra a gente tem que arranjar um jeitinho pra viver" .

Certamente ele não havia tido contato com os pensamentos e ações de centenas de religiosos cristãos (bispos, padres, freiras e leigos) que, no final da década de 60, atuavam de forma discreta para tornar possível o sonho de transformar este mundo em “festa, trabalho e pão” como disse o compositor e parceiro tropicalista Capinam.

Provavelmente, ao mergulhar nas brenhas e veredas do Brasil, a partir de 2002, Gilberto Gil como ministro, pôde perceber os frutos maduros plantados por tantos cristãos, que nem sempre precisaram romper de forma radical com as estruturas religiosas, como o Padre Nando, do romance Quarup, de Antonio Calado.

Estes resultados, em termos de ação cultural, estão materializados em milhares de artistas e iniciativas socioculturais que foram alimentados no passado e ainda um pouco nos dias de hoje, pelo compromisso com as mudanças socioestruturais por parte da igreja católica no Brasil.

Quem se der ao cuidado de pesquisar este assunto a fundo, irá se deparar com uma significativa quantidade de artistas populares e intelectuais orgânicos que iniciaram suas trajetórias na seara de tantas comunidades cristãs de base.

Dentre muitos, um dos nomes de destaque neste cenário é o do poeta, cantor, músico, missionário e arte-educador popular Zé Vicente, nascido em Orós, no sertão do Ceará. Zé cresceu ouvindo poesia de cordel, Luiz Gonzaga e outros sons da natureza, como o da água caindo no sertão como sêmen e ajudando a fecundar a terra, e o canto dos pássaros que embala os ouvidos do homem e da mulher sertaneja.

Em sua trajetória de vida, Zé Vicente teve a felicidade de participar de uma experiência muito rica de espiritualidade comprometida com a transformação pessoal e comunitária. Participou da fundação de um grupo de teatro amador, da Pastoral da Juventude, compôs uma equipe que apresentava um programa de rádio dirigido ao público jovem e, antes de se dedicar integralmente à carreira de poeta, compositor e cantor, trabalhou durante oito anos como agente de pastoral, na Diocese de Crateús.

Hoje, Zé Vicente sai pelo Brasil e pelo exterior fazendo festa em sintonia com o divino através de músicas com o ritmo, o cheiro e com o sabor das coisas nordestinas, às vezes retomando o fio da história que nos liga aos povos da bíblia, às vezes trazendo à memória os nossos ancestrais negros e índios que, com as suas festas e seu sangue formaram o que somos, às vezes lembrando a mensagem do cacique Seattle.

Nestes anos que correm também nos deparamos com uma produção artística originária de setores cristãos. Todavia, as inspirações, na maioria das vezes, é centrada exclusivamente em um modelo de conversão aos ditames das doutrinas, desencarnado da realidade cotidiana e com uma visão pouco generosa do que seja humanidade em termos de compreensão e/ou assimilação de outras cosmovisões e de elementos estéticos das culturas afro, indígena, oriental e etc.

Como o controle das concessões de rádio e televisão está a cargo de empresas comerciais, inclusive religiosas (e a maioria está muito mais preocupada com o retorno financeiro imediato), a música do Zé Vicente, como aquilo que o Brasil tem produzido de melhor em matéria de arte, têm encontrado muita dificuldade para chegar até as massas.

Como já disse Milton Nascimento: “O Brasil não é só litoral, é muito mais do que qualquer zona sul, tem muita gente boa espalhada pelo interior e periferia e que já está fazendo deste lugar um bom país.” E é muito bom poder contar com espaços como esse do Overmundo, para que mais brasileiros possam comprovar isso e se deleitar de prazer e emoção ouvindo/lendo/vendo os (en)cantos que brotam das profundezas do Brasil.

SUGESTÕES:
Uma boa dica para este natal, sem "papai-noel" e com a cesta básica cheia de cultura.

Livro de poemas Tempos Urgentes:

Este livro apresenta uma coleção de poemas escritos por Zé Vicente. Ele traz ao leitor relatos de vida no sertão, rostos e mãos marcados pela seca e histórias de amor vividas, sob a forma da mais bela linguagem da poesia nordestina. Inspirado na vida cotidiana do povo, nos seus sonhos, na sua paixão e luta, no seu grito de excluído, Zé Vicente provoca a festa e o encantamento, dá um sabor aos temas rotineiros da evangelização e cativa o seu público, que não pára de crescer.

ALI ADIANTE
Zé Vicente

Tantos caminhos andados
tantos shows realizados
tantos olhares brilhantes
tantos abraços trocados
tantos carinhos queridos
tanto passado guardado

Chegamos.
É um outro tempo,
que seja novo!
Um descanso rápido,
um momento prá deitar na varanda
e escutar o bem-te-vi,
cochilar sonhando
com o que há de vir
de belo
de bênçãos
de canções...

Desço
ao meu riacho velho,
existe aí um fio d’água na areia
e avencas singelas na s barreiras!
Acalmo a sede,
contemplo a babugem verdinha
no rastro das chuvas de janeiro.

Silencio,
para sentir o cheiro da terra,
a fala da terra
o espírito da terra!

Reconheço-me
cada vez mais nativo
e todas as vibrações
das árvores, das flores, dos pássaros...
encontram eco em meu corpo.

Quando mais ando
mais retorno para as raízes
deste chão que me gerou.

Pela janela
desta hora
antevejo as bandeiras vivas,
erguidas há séculos,
nos braços teimosos do meu povo!

Vamos lá,
subamos juntos
sigamos juntos
marcando na agenda do futuro
o nosso compromisso
fiel e firme
com a felicidade
que já provamos e sabemos,
que pode estar ali... Adiante!


E os CDs de músicas: "Encanto", "Nativo" e "Essa chama não se apaga".

Para ouvir outras músicas do Zé Vicente em MP3, clique aqui.

Tudo o que move é sagrado


Mural do Curso de Verão 2003
1
Zezito de Oliveira · Aracaju, SE
13/12/2008 · 236 · 22
"Toda arte que nos move a buscar a vida em plenitude é sagrada".
"Mesmo que o poeta seja ateu, um bom poema sempre nos aproxima de Deus".


Uma das coisas mais interessantes que confirmei no estudo sobre o Salmos — um livro poético/espiritual do primeiro testamento, — realizado com o monge beneditino Marcelo Barros(1), no ano de 2003, é que todos os escritos da Bíblia sobre o Deus-Amor são verdadeiramente palavra/vontade de Deus.

Aqueles que apresentam um Deus machista, preconceituoso, autoritário, ciumento e violento expressam o sentimento humano. Como exemplo podemos lembrar do mandamento “amar a Deus sobre todas as coisas”, complementado por Jesus Cristo, “e ao próximo como a si mesmo”.

Portanto, o que está escrito na Bíblia, que nega ou contradiz isso, deve ser compreendido, buscando entender suas limitações no tempo (história), a injunção da política (relações de poder) e o contexto cultural.

O escritor russo Tolstoi também afirmou a mesma coisa quando disse que “onde existir o amor, Deus aí está”.

Buscando apresentar de que forma este amor de Deus pode se tornar exemplo vivo a partir da prática do cotidiano, em Mateus vemos escrito: “Tive fome e me deste de comer, estive nu e me vestiste, estive preso e me visitaste”.

Neste sentido, um povo que se diz cristão e não consegue resolver o problema da fome, da injustiça e da violência, especialmente contra os mais indefesos e vulneráveis, não pode ser reconhecido por Jesus Cristo como irmãos e filhos do mesmo Pai. “Não é aquele que diz Senhor, Senhor que entrará no Reino dos Céus”.

Não é à toa que ouvimos algumas vezes a expressão: “De bem intencionados (ou de ‘cristãos’) o inferno está cheio”.
Quem leu o texto, ou assistiu à peça ou ao filme “O Auto da Compadecida” pode entender muito bem o que isso significa.

No caso do Brasil, o combate à fome tornou-se prioridade por parte da sociedade civil, a partir das iniciativas de Betinho, que liderou um movimento social de grande envergadura nos idos da década de 90, em consonância com o mandamento evangélico “Dá-lhes vós mesmos de comer”, e da parte, do governo, a partir de 2002, com a eleição do Presidente Lula, que criou o Programa Fome Zero, atualmente bastante limitado à distribuição do Bolsa Família, embora concebido para ir muito além.

Quando Frei Betto(2) apresentou o programa Fome Zero para a sociedade civil em Sergipe, no ano de 2003, eu disse naquela ocasião — reforçando o pensamento dele, — que embora seja um imperativo moral e ético combater a fome orgânica, a fome do corpo, o Evangelho nos lembra que “nem só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus”.

Essa palavra que não se expressa somente através do signo verbal, pode se revelar também através da música, da dança, da pintura, do cinema e de várias outras manifestações artísticas, mesmo quando músicos, poetas, dançarinos, pintores, cineastas e escritores não falam ou não acreditam em Deus.

Porque nosso Deus é o Deus da Vida: “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância”, e toda obra de arte que denuncia a injustiça e/ou promove a vida é sagrada.

Um exemplo dentre tantos é a obra de Chico Buarque(3). Quando ele canta “Mulheres de Atenas”, recorda-me o Jesus que entendia e sabia dialogar tão bem com a alma feminina, como no exemplo de Madalena. “João e Maria” me recordam o Jesus menino ouvindo as histórias e as cantigas de ninar que certamente Maria contou e cantou para seu filho. “Cálice” me lembra o Jesus torturado que sofreu tanto que até suspirou “pai, afasta de mim...”. “Assentamento” me recorda o Jesus sem-terra e sem-teto, que antes de nascer do ventre de Maria, já fugia do poder cruel e opressor que ainda hoje persegue milhares de famílias cujos filhos nascem embaixo das lonas dos acampamentos dos sem-terra ou debaixo das marquises e dos viadutos.(4)

Daí as possibilidades da criação artística como fonte para buscarmos saciar a fome de justiça e de beleza(5), e na perspectiva de neutralizarmos a força das idéias ou expressões estéticas que além de nos empobrecer culturalmente, insistem em querer nos afastar permanentemente do contato com a realidade, reforçando o individualismo, desvalorizando tudo aquilo que se refere aos cuidados com a coisa pública, a preservação dos bens naturais e o legado cultural que herdamos dos nossos ancestrais. (6)

Tudo isso lamentavelmente disseminado também através de linguagens artísticas, principalmente da música e de pregações (discursos) que abusam de elementos cênicos/teatrais.

Artigo originalmente publicado no jornal Cinform em fevereiro de 2005 com o titulo: Arte na cesta básica de todos.

NOTAS:
(1) Marcelo Barros é monge beneditino e um dos mais fecundos intelectuais gerados no seio da igreja católica, numa época (anos 70) em que a instituição buscava se abrir e dialogar com o mundo, ao contrário dos tempos atuais em que os conflitos com os setores progressistas da política, da ciência e do mundo das artes tem sido a tônica. A despeito disso, Marcelo Barros tem buscado abrir pontes e até “viadutos” para o diálogo com outras crenças, como as de matriz africana, orientais e com os grupos religiosos contemporâneos, além de cientistas e setores políticos vinculados ao altermundismo. É também um brilhante escritor e em muitos de seus artigos e das suas obras literárias, o tema do diálogo inter-religioso e intercultural é tratado com muito esmero, carinho e profundidade. O monge Marcelo Barros é herdeiro espiritual de um grande poeta, místico e amante das artes e da luta pela justiça, Dom Hélder Câmara, bispo nordestino cujo exemplo de cristão e de pastor inspira os ideais e comportamento de milhares de pessoas no mundo inteiro, dentre as quais me incluo.

(2) Frei Betto é frade dominicano e muitas das palavras aplicadas a Marcelo Barros se aplicam a ele também, evidentemente salvas algumas distinções próprias, porém, como este é mais conhecido, recomendo o seguinte link, para a busca de mais informações sobre ele. Logo após Lula assumir o governo, Frei Betto foi convidado para coordenar o setor de mobilização social do Fome Zero, e foi nesta condição que ele esteve em Sergipe, sendo que quase dois anos depois solicitava afastamento do governo em função de não se avançar no combate às causas estruturais da fome. Recentemente, em artigo na revista Caros Amigos, para a qual escreve mensalmente, Frei Betto afirma: “Concebeu-se o Fome Zero como um leque de políticas capaz de alterar a arcaica estrutura social brasileira e permitir aos beneficiários vir a produzir a própria renda. Assim, a reforma agrária se impunha como prioridade. Não se pretendia saciar apenas a fome de pão, mas também a de beleza, ou seja, aprimorar culturalmente os beneficiários e torná-los protagonistas do aperfeiçoamento de nossa democracia. O controle do programa cabia à sociedade civil através dos Comitês Gestores.(...) Em 2005, os Comitês Gestores foram cancelados e o governo federal repassou às prefeituras a responsabilidade de controle dos recursos destinados aos beneficiários. Decisão que, segundo o Tribunal de Contas da União, fez aumentar os indícios de corrupção nas administrações municipais.”

(3) Lembro no início dos anos 80, ainda morando no Rio de Janeiro e em uma reunião do grupos de jovens, ter utilizado uma música de Chico Buarque: “O casamento dos pequenos burgueses” como mote para levantar a discussão sobre o tema do casamento.
Também no final dessa década, a Pastoral de Jovens do Meio Popular, ligada a Arquidiocese de Olinda e Recife, na época sob os cuidados de Dom Hélder, publicou um pequeno livro com letras de músicas da "MPB" e com roteiro de perguntas apropriado para fomentar o debate sobre temas sociais nos grupos de jovens e comunidades de base.

(4) - O argumento defendido aqui, não se restringe somente as músicas que contém letras, sejam elas "engajadas ou não" mas incorpora a obra de Bach, Beethovem, Mozart, Villa-Lobos, Egberto Gismonti, Pink Floyd, Genesis, Enya e etc.

(5) Um artista que consegue realizar o Ideal da síntese que defendemos aqui, em termos estéticos e éticos, é o poeta, cantor, compositor, arte-educador popular e missionário Zé Vicente, que foi gestado no ventre das comunidades eclesiais de base, na década de 70, no Ceará, e que já gravou mais de uma dezena de CD’s e que será motivo de uma apresentação para os leitores do Overmundo dentro de alguns dias. Na opinião do bispo católico, Dom Dulcênio, atualmente responsável pela Diocese de Palmeira dos Indios (AL) a qualidade da produção artística do Zé Vicente para a música cristã pode ser equiparada a de Luiz Gonzaga para a música popular brasileira.
Neste post trazemos para o deleite de vocês a composição Utopia e quem quiser ouvir mais composições de autoria do Zé Vicente pode clicar aqui.


(6) Como aspecto positivo, atualmente temos a incorporação de músicas do cancioneiro popular por parte do Padre Fábio de Melo, que tem se utilizado de obras de artistas como Fábio Junior, Lulu Santos, Renato Russo, dentre outros, em seus programas transmitidos pela TV Canção Nova e em shows por esse Brasil afora, tendo inclusive gravado um CD somente de músicas de compositores “laicos” brasileiros. Importante ressaltar que a pregação do Fábio de Melo difere em alguns aspectos do discurso da maioria dos padres recém ordenados, embasados por uma teologia que reforça o individualismo quando apresenta a solução dos problemas humanos, tão somente pela via do recurso à oração individual, deixando de considerar também a interdependência que muitos desses problemas mantêm com as questões sócio-políticas estruturais. Quanto a Fábio de Melo, nas oportunidades em que o vi falar, percebi que tem um olhar menos restrito e um pouco mais amplo, chegando próximo do chamado modelo do pensamento “sistêmico”, quando comenta os dramas pessoais que se constituem na matéria prima de seu programa de televisão.

Cultura para quem precisa de cultura.

Caravana Arciris
Valéria e Micheline(destaque) da Cia de Dança Rick di Karllo São Cristóvão/SE
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Zezito de Oliveira · Aracaju, SE
4/12/2008 · 261 · 21
Há dois tipos de cultura que geram tipos de riquezas importantes: a cultura do cultivo da terra, que garante a nossa alimentação; e a cultura do cultivo do espírito, através da arte, que nos humaniza. Esta última também pode, juntamente com a agricultura, principalmente a familiar, se devidamente estimulada nesta perspectiva, ajudar a criar os milhões de empregos de que tanto precisamos.

Alguns exemplos apontam para isso, como o que foi citado pelo produtor cultural “Zé da Flauta”, no Fórum do Forró – edição 2004, em Aracaju. Contou a história de um disco de forró que ele produziu e que passou dez anos encalhado. Levado para os Estados Unidos por um americano que esteve de passagem por Recife, tornou-se um sucesso de vendas, sendo, inclusive, indicado para o Grammy, o “Oscar” da música.

Utilizando a história como um bom exemplo de como nossa cultura pode ser um bom produto para exportação, Zé da Flauta lembrou que, se o Presidente Luís Inácio Lula da Silva e sua equipe econômica estivessem atentos a isso, teriam levado um pacote cheio de discos de diversos estilos para presentear os chineses.

A população da China é de um bilhão e trezentos milhões de habitantes. Imagine se o nosso forró cair no gosto de 10% dos chineses? O quanto não venderemos de discos naquele país?” — perguntou Zé da Flauta para a platéia.

As perspectivas não são apenas boas para o mercado externo, mas dentro de nosso país, como lembrou o ministro Gilberto Gil, durante discurso na Câmara dos Deputados:No Brasil a cultura movimenta muito mais do que 1% do PIB. Apenas na cidade do Rio de Janeiro, para dar um exemplo, as atividades culturais são responsáveis por 7% do PIB, empregam diretamente 600 mil reais e geram nada menos que 2 bilhões de reais apenas em impostos municipais. Um trabalho recente feito pela UFRJ mostra que cada 1 real investido pelo poder público em cinema gera mais três reais para a economia local”.

Aqui em Sergipe, um jornal local publicou em junho de 2004 alguns dados interessantes referentes à quantidade de empregos que são gerados pelos 64 grupos que integram a Liga das Quadrilhas Juninas do Estado de Sergipe. Segundo a reportagem, de março até a primeira semana de julho, são gerados quase mil empregos para músicos, cantores, costureiras, maquiadoras, estilistas e muitos outros profissionais.

No entanto, faltam estudos mais completos que incluam toda a cadeia produtiva do forró. Outras capitais brasileiras já realizaram e/ou estão realizando estudos semelhantes. No caso de Recife, foi realizado estudo sobre a cadeia produtiva da música. O Rio de Janeiro, além da pesquisa citada, realizou uma outra, mais especifíca, sobre o impacto econômico e social do carnaval carioca.

Na mesa temática sobre cultura, no Congresso da Cidade de Aracaju, em 2003, foi apresentada uma sugestão para que a Funcaju, em parceria com o Sebrae e as universidades, fizesse estudos semelhantes, focalizando inicialmente o PRECAJU e o FORROCAJU, para servir de estímulo no aumento dos investimentos destinados para a área cultural por parte dos órgãos públicos, da iniciativa privada e do terceiro setor, mas nada até agora foi realizado neste sentido.

No Fórum do Forró, edição 2004, sugerimos que um dos temas a ser apresentado no ano de 2005 fosse a economia do forró, ou na falta de um estudo mais especifico, uma proposta mais abrangente como a pesquisa do Recife sobre a economia da música.

Mas além destes aspectos econômicos, nunca é demais lembrar que a cultura pode contribuir para a nossa saúde, bem estar e felicidade. O problema é expressar essas contribuições por meios que sejam claros, demonstráveis e que contribuam para fazer o máximo possível de cultura e atividade criativa.

O texto “Democracia e o apoio oficial à cultura”, disponível no site www.culturaemercado.com.br, mostra a preocupação de alguns intelectuais europeus com esta questão. François Matarasso, por exemplo, não procura negar, mas acrescentar outros aspectos para a avaliação de um projeto artístico que vão além do índice no PIB nacional. Saúde, bem-estar, estabilidade, desenvolvimento e felicidade da sociedade britânica são aspectos que, para esse escritor, estariam acima da economia e que a arte poderia influenciar fortemente. Em outras palavras, ao invés do aspecto econômico, o foco é sobre o social.

Em nossa opinião, nenhum aspecto deve deixar de ser levado em conta. Aquilo que for possível quantificar, mensurar, deve ser comprovado. Já as questões subjetivas, que sejam apresentadas através de depoimento pessoal, estudos de caso ou outros meios que as ciências sociais conhecem muito bem.

Quem sabe, com isso consigamos convencer os executivos a ampliar os recursos orçamentários, como também os líderes de movimentos sociais, entidades de representação e ONGs para incluírem em suas pautas de reivindicações, além de um orçamento digno para a cultura, a participação popular e o controle social, através da convocação de uma Conferência de Cultura e da instalação do Conselho de Cultura.

Necessária também é uma descentralização para facilitar a democratização e o acesso aos meios de criação cultural por parte daqueles que moram em locais mais distantes dos equipamentos culturais, que em sua grande maioria, se concentram nas áreas centrais e nas zonas com populações de alto poder aquisitivo.

Eis uma tarefa urgente para os intelectuais ligados às universidades, às ONGs e aos militantes sociais, considerando que temos prefeitos assumindo em 2009 e disputa para os governos estaduais e mandato do Presidente da República em 2010.

P.S.
Caros (as) over_manos e minas,
Os motivos que nos levaram a reeditar o artigo acima, originalmente publicado no jornal cinform, edição 1130 de 06 a 12 de dezembro de 2004, com o titulo “Cultura para quem precisa de emprego, paz, auto-estima, alegria e saúde” são os seguintes:

A crise nas bolsas de valores, tendo como uma de suas conseqüências na economia real, o agravamento dos índices de desemprego. Diante desse fato, como ampliar as possibilidades do mercado cultural, em especial através dos novos modelos de negócios, para criar mais oportunidades de geração de trabalho e renda?

A necessidade de ampliar e divulgar os estudos e pesquisas que comprovam o argumento de que os investimentos em cultura, melhoram e muuuuuito a qualidade do ensino público, da saúde pública, da segurança pública etc...

E por último a feliz iniciativa do Ministério da Cultura em parceria com o Ministério da Educação, que anunciaram recentemente o edital Pro-Cultura para financiar pesquisas acadêmicas que atende aos reclamos de muitos atores sociais e/ou culturais desde já há algum tempo.



Edital PRÓ-CULTURA Capes/MinC - apoio à pesquisa em cultura
Inscrições até 31 de março de 2009


O Edital nº 7/2008 - Capes/MinC - faz parte do Programa Pró-Cultura e irá conceder 48 bolsas de ensino para estudantes de mestrado (stricto sensu) e para pesquisas na área cultural.

O programa é fruto de um trabalho conjunto entre a Secretaria de Políticas Culturais do Ministério da Cultura (SPC/MinC) e a Capes e visa fomentar a pesquisa universitária, bem como o aperfeiçoamento e a formação de pessoal de nível superior em Cultura. O valor das bolsas a serem concedidas é de R$ 1.200,00, cada uma.

As inscrições estão abertas até 31 de março de 2009 e deverão ser feitas por instituições de ensino superior.

A divulgação dos selecionados será realizada a partir de abril de 2009.

As áreas temáticas da Cultura prioritárias para o desenvolvimento das pesquisas são: Cultura, Arte e Novas Tecnologias; Cultura, Manifestações Artísticas e Conhecimentos Tradicionais; Cultura, Memória e Patrimônio; Cultura Populações e Territórios; Cultura, Cidadania e Inclusão Social; Cultura, Estado, Legislação da área de Cultura e Políticas Públicas; Cultura, Economia e Desenvolvimento; e Cultura, Globalização e Diversidade.

A preferência para a seleção dos bolsistas, conforme o edital, será dada a projetos que promovam o diálogo e a interação das pesquisas com os conhecimentos da cultura tradicional do país; promovam a articulação das universidades com empresas; realizem a apresentação de conteúdos em formatos audiovisual e/ou digital; façam a divulgação dos resultados em seminários, oficinas e eventos culturais, entre outros aspectos.

Conheça o edital:

Edital PRÓ-CULTURA Capes/MinC
Mais informações:

CAPES - Coordenação de Programas de Indução e Inovação - CII
E-mail: cii@capes.gov.br
Telefone: (61) 2104-8944

Secretaria de Políticas Culturais
E-mail: pablo.martins@cultura.gov.br
Telefone: (61) 3316-2358

Bailando com as Estrelas

Zezito de Oliveira
Oficina de Dança no GEAP em 28/09
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Zezito de Oliveira · Aracaju, SE
17/10/2008 · 134 · 12
O Baile de Danças Circulares realizado no Gonzagão, no sábado, 11 de Outubro de 2008, encerrou com bastante alegria, em Sergipe, o ciclo de comemoração ao centenário de nascimento de Bernhard Wosien, iniciado com a realização da Roda Aberta de Diálogo sobre as Danças Circulares, na noite do dia 26 de setembro, e prosseguindo com a Oficina, nos dias 27 e 28 daquele mês, na Fundação de Seguridade Social (GEAP).

O bailarino, coreógrafo e professor alemão Bernhard Wosien iniciou, a partir dos anos 30 do século passado, o registro e difusão de muitas danças tradicionais européias, tendo sido essa prática posteriormente incorporada por pessoas de outros continentes, garantindo assim que o patrimônio dançante das populações originárias e/ou tradicionais viesse a ser experimentado pelas novas gerações.

Ao final do baile, após a bela, simples, significativa e última coreografia da noite, intitulada Canção da Despedida — elaborada por Bernhard Wosien, antes de seguir rumo às estrelas do firmamento(1) —, percebi e afirmei com grande entusiasmo que Sergipe está maduro para o movimento das Danças Circulares frutificarem.

As sementes plantadas a partir de 1998, cuidadas com muito carinho e persistência, mostram agora resultados consistentes e alvissareiros, como disse por e-mail o focalizador Álvaro Pantoja, o qual tem se deslocado de Olinda-PE para cá, desde o ano de 2001, para focalizar as Danças Circulares em nossas Oficinas. “Foi uma delícia essa nossa roda no final de semana! Acho que vai dar um bom impulso no movimento das danças aí em Aracaju.”

Neste sentido, vale lembrar um momento muito especial, que foi a viagem que fiz com a amiga Margarette a Recife, no ano de 1998, para conhecer as Danças Circulares, a convite do Centro Nordestino de Animação Popular, e que trouxe o mestre/focalizador William Valle, de Belo Horizonte (MG), para semear a riqueza da diversidade coreográfica dos diversos povos e tradições que deixaram este legado para as gerações vindouras.

Outros fatores que possibilitaram preeencher os mananciais de luz e beleza desaguadas nestes três dias celebrativos foram os esforços de outras pessoas como Denise, Vera Martha, Virgínia, Elzinha, Ana Cecilia, membros da Unipaz etc. que convidaram focalizadores de outros estados para vir até aqui ou que se deslocaram para outros lugares para participar de eventos similares.

Assim, com a realização do nosso I Baile de Danças Circulares em nosso Estado, no último dia 11, sentimos agora que já é hora de promovermos um outro evento inédito por aqui: Rodas de Danças Circulares em praças públicas.

Outro aspecto que aqui destaco é o fato de o Baile de Danças Circulares coroar um esforço iniciado desde que assumimos a direção do Gonzagão, que era descobrir a vocação de um espaço que ao longo do tempo foi palco de atividades culturais, educacionais, sociais, religiosas, desportivas e até de exposição de caprinos e bovinos, muitas vezes de maneira fragmentada, pontual e descontextualizada.

Para o próximo ano esperamos, de acordo com os anseios da comunidade local — moradores dos arredores e demais aracajuanos e residentes de outros municípios, — a ampliação dos investimentos para apoio e/ou promoção de shows e espetáculos multiculturais, com especial atenção para aqueles que estão sendo promovidos com bastante êxito desde o ano passado (forró, concurso de quadrilhas, serestas, rock e cultura gospel).

Da mesma forma, queremos dar uma atenção especial a uma grande novidade descoberta, que é essa população ávida por oportunidades de conhecer e conviver com outras pessoas e ampliar seus conhecimentos e habilidades em termos de educação e arte, cuidar da saúde física e mental, através da participação nas oficinas, vivências e rodas de diálogo com temas e atividades plurais, tais como: conhecimento ancestral indígena(2), dança do ventre, dança popular brasileira, dança-yoga, dança contato e improvisação, circo, danças circulares, ginástica etc.

Ao fim do grande Baile, fiz sinceros agradecimentos a toda a equipe de apoio da casa, pela colaboração da Secretaria de Estado de Cultura e em especial a todos que se fizeram presentes e que se dispuseram a convidar a outros para o evento. Isso, aliás, também concorreu para o sucesso dos dias 26, 27 e 28 de setembro, quando da Roda de Diálogo e Oficina de Danças Circulares, configurando uma ação solidária de compartilhamento de recursos em forma de rede, bem sucedida, e com isso ajudando a somar talentos e recursos materiais para possibilitar a inclusão de mais pessoas.

Outra contribuição lembrada para tornarmos o Gonzagão um espaço de realização de shows e espetáculos multiculturais e de convivência em educação popular, saúde e promoção de uma cultura de paz foi a presença da Caravana Internacional Arcoiris por La Paz, no ano de 2007, e, a partir de janeiro de 2008, a estada da Cia O mínimo, egressos da Caravana e que resolveram permanecer conosco.

Importante ressaltar também o grupo de focalizadores formado por: Margarette, Tânya, Vera Martha, Virgínia, Zezito, Maxivel e Itamar, que assumiram a focalização das danças apresentadas no baile.

Para encerrar não se poderia deixar de agradecer às mulheres (que sempre são maioria nos círculos de dança) pela inteireza como se fizeram presentes trazendo para a noite do sábado a força do feminino através da graça, da leveza e da beleza multicolorida que resplandecia através de simples, mas importantes detalhes: seus vestidos, saias, calças em estilo balonê, colares, brincos, pulseiras, perfumes e cosméticos.

Como homenagem, dedico a todas, a começar por minha companheira/namorada, Irene Smith, trechos de um dos meus escritos bíblicos preferidos: “O Cântico dos Cânticos”.

Como você é bela, minha amada,
Como você é bela!...

Que beleza sua face entre os brincos,
Seu pescoço, com colares

P.S:
(1) – Na cosmovisão de alguns povos indigenas, as estrelas são morada daqueles que partiram deste mundo. Também na mesma tradição e em muitas outras, eles nos visitam de vez em quando. Quem sabe muito mais gente invisível, os encantados, não estavam bailando com e/ou por sobre a gente?

(2) – Uma das músicas trazidas pelo focalizador Itamar e que integra o repertório do Toré dos Índios Xocós, parentes daqui de Sergipe, afirma “Eu subi lá no alto do tempo, só pra ver a fundura do mar”, me faz lembrar que as Danças Circulares, muitas vezes, nos transportam para outros tempos e em muitas ocasiões conseguimos nos sentir até mesmo dançando também em lugares bem distantes do chão onde estamos pisando.

Isso me faz lembrar o que li em certa ocasião: que em nossas células não estão gravadas apenas as heranças físicas e químicas dos nossos antepassados e que se expressam na cor, em nossa estatura, tipo de cabelos, formas diferentes de rosto, como também aspectos sentimentais/emocionais/psiquicos. A impressão que temos é que dançando e ouvindo algumas músicas recordamos outras tantas memórias culturais que estão adormecidas em nossos corpos, além daquelas que estão mais evidenciadas.

Recordar: Do latim re-cordis, tornar a passar pelo coração.

Veja no you tube: http://www.youtube.com/watch?v=n3l5aGVmCzI

Mais textos aqui no Overmundo:
http://www.overmundo.com.br/overblog/a-danca-da-vida

http://www.overmundo.com.br/overblog/a-danca-da-vida-2-movimento-1

A Saída é Estudar! Politicas Culturais (2ª parte)

Zezito de Oliveira
Visão geral dos cursistas
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Zezito de Oliveira · Aracaju, SE
21/11/2008 · 177 · 15
Mesmo que o ano ainda não tenha terminado, a atividade que pode ser definida como a mais importante para o consórcio cultural no ano de 2009, sem dúvida nenhuma, é o curso de elaboração de projetos para captação de recursos ofertado pelo Sebrae.

Com encerramento previsto para o dia 04 de dezembro, o curso deverá ser concluído com a apresentação de projetos construídos pelos participantes, como resultado do aprendizado individual e coletivo.

Sob a responsabilidade de Edílson Nascimento, assessor técnico do Sebrae, o curso tem carga horária de 32 horas (e já teve 75% desse tempo cumprido), e contou com a parceria do Gonzagão, que apoiou a atividade, especialmente através da comunicação e mobilização de grupos e agentes culturais utilizando a infra-estrutura oferecida pelo espaço.

Em termos gerais, já se pode afirmar que o curso obteve sucesso real, uma vez que as melhores expectativas do grupo parecem ter sido alcançadas. Um dos aspectos para essa consideração se respalda não apenas na constatação de que 100% dos inscritos se fizeram presentes até o final da primeira etapa, mas também pelos sorrisos e comentários de satisfação com relação à metodologia, à postura do instrutor e à qualidade das instalações do Sebrae, local onde o curso está sendo realizado.

Sobre a metodologia, o aspecto que mais chamou a atenção dos cursistas foi a aplicação de um modelo simples e de cunho bastante participativo no evento. Desta forma, todos aprenderam a elaborar diagnósticos que, bem executados, podem garantir uma forma segura de se chegar ao(s) problema(s) mais importantes de uma comunidade, evitando os riscos de se conceber projetos que, ao invés de buscar a resolução dos reais problemas de fundo, acabam se restringindo àqueles mais aparentes e imediatos.

Outro aspecto importante, lembrado por Irene Smith, uma das participantes do curso e ligada a Organização Ação Cultural, foi a presença de pessoas que dificilmente teriam oportunidades de participar de um evento desse tipo, se não fosse pela participação no consórcio cultural, cujo objetivo prioritário em 2009, foi buscar parcerias visando possibilitar a qualificação de agentes culturais que atuam nas periferias e no interior do estado.

A esse propósito, foi constatado que um grupo significativo de agentes culturais estava participando pela primeira vez de um evento deste tipo, mesmo o grupo tendo atuação destacada em produção cultural comunitária já há algum tempo.

Dando seguimento as conversações junto ao Sebrae para prosseguir no processo de capacitação, aconteceu no dia 13 de novembro, no Gonzagão, mais uma reunião com cerca de 20 agentes culturais, para realizar a escolha sobre outros cursos que darão prosseguimento às atividades da parceria Sebrae e Consórcio Cultural, e cujas expectativas, entre outras, é melhorar os índices de participação dos pequenos produtores culturais no mercado de captação de recursos.

Conforme especialistas desta área, por causa da falta de projetos bem elaborados e mais consistentes, os sergipanos têm obtido pouco sucesso nas premiações a nível nacional.

Vale destacar que o início desta parceria bem sucedida começou em maio, quando foi realizada uma palestra sobre empreendedorismo cultural, a qual contou com um número expressivo de agentes culturais, cujos anseios manifestados naquela ocasião começam a ser atendidos.

Oxalá mais oportunidades como essa sejam proporcionadas aos milhares de agentes culturais que atuam pelo país afora e que, muitas vezes por falta de conhecimentos adequados, ficam bastante debilitados, o que leva a desistirem e/ou sucumbirem em meios a inúmeras dificuldades.

Por último, nunca é demais repetir uma sugestão que temos formulado(1), sempre que participamos de fóruns, seminários e oficinas promovidos pelo Ministério da Cultura. Trata-se da formatação de um programa nacional de qualificação de agentes culturais, com utilização dos recursos da educação à distância, com tempo de duração suficiente para proporcionar uma base teórica e prática bem consistentes, (2)direcionado aos operadores da cultura que moram em locais mais distantes dos grandes centros.

Para isso, somos de opinião que o bom senso reclama considerar a experiência de diversos atores, como o Sebrae e demais integrantes do sistema S, Universidades, Ongs, como é o caso da Polis, que realizou/a o curso de formação de agentes culturais e de empresas como a Duo, que oferta cursos a distância para o segmento cultural já há algum tempo .

NOTAS

(1) Sergipe_GT Consolidar os Sistemas de Participação Social na Gestão das Políticas Culturais

Propostas de grupo de trabalho em seminário do PNC em Aracaju

- Criar um sistema nacional de formação continuada visando capacitar e qualificar os agentes e gestores culturais, utilizando inclusive os meios de educação à distância.

O texto completo pode ser consultado aqui.

(2) Aprendendo com a experiência da área de educação:

A Revista Nova Escola, edição 216 de Outubro de 2008, apresenta reportagem especial, bastante oportuna, sobre a formação continuada para professores e aponta as trilhas que a área da cultura não deve percorrer.

(...)"Foram muitas as oportunidades de aprimoramento pelas quais Aline Soares, de Herval, a 400 quilômetros de Porto Alegre, passou nos últimos sete anos. Em comum, a falta de preocupação em discutir o que ela e os colegas da rede municipal precisam e o que é possível aplicar na sala de aula. "Fiz um curso sobre o uso da tecnologia na Educação, mas não consegui ensinar nada à minha turma com base no que foi visto." Além disso, a maioria dos cursos oferecidos pela Secretaria de Educação tinha outro problema: ensinar as mesmas teorias oferecidas na faculdade. "Perdi a conta das vezes que estudamos Vygotsky, por exemplo." (...)

(...)"O problema não pára por aí. Sem critérios bem definidos para a implementação dos programas, acabam sendo oferecidos, a título de formação continuada, cursos de curta duração, palestras e seminários que não têm o poder de acompanhar a evolução do professor nem de mudar a forma como ele trabalha. Paulo César Géglio, doutor em Educação e autor de tese sobre o tema, afirma que é fundamental explicitar o que é formação continuada: "O próprio nome já diz que é um trabalho contínuo. Intervenções pontuais não devem ser chamadas assim. O que contam são os programas de longa duração e, principalmente, a formação na escola, feita com o coordenador pedagógico". "(...)

Para ler o primeiro artigo da série: A Saída é Estudar, clique aqui.

Também recomendo esse outro.


A Dança da Vida – 2º Movimento

Iris Fiorelli
Roda de Dança na Comunidade Bom Pastor-2008
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Zezito de Oliveira · Aracaju, SE
10/8/2008 · 177 · 14
O primeiro contato que tive com as danças circulares se deu em Recife, no ano de 1999, quando participei de um primeiro encontro com William Vale, de Belo Horizonte. A partir de então, continuo tendo essa experiência até os dias de hoje.

Ao receber o convite através do Centro Nordestino de Animação Popular(PE), fiquei em dúvida se a proposta iria muito além de um repertório com base nas divertidas (mas já conhecidas) rodas infantis. E foi muito além mesmo! Pela primeira vez, tive contato com danças de roda de adultos, oriundas de diversos povos e tradições, e de algumas idealizadas por coreógrafos contemporâneos, com exceção das cirandas de Olinda e Recife, a qual já me havia sido apresentada em outras ocasiões, nas minhas andanças por Pernambuco.

As primeiras sensações foram as melhores possíveis; lembro de forma especial do contentamento ao dançar em pares, em razão da semelhança com as danças de roda que tinha visto em filmes com temáticas inspiradas no modo de viver dos povos tradicionais da Europa, dos ciganos, dos israelenses, entre outros, e que mostravam a leveza e a alegria estampada nos rostos das pessoas.

Ao voltar para casa, em uma manhã de segunda-feira, após descer a ladeira que despede a gente do seminário Cristo Rei, em Camaragibe, município que integra a grande Recife, lembrei-me da cena de ter visto, por trás das grades de ferro, um amontoado de mesas e cadeiras em uma casa de shows sem movimento e fiquei a pensar sobre o modo como as pessoas deviam ter celebrado seu encontro com as outras naquele espaço, nos dias anteriores (sábado e domingo). Algumas provavelmente dançando em pares, outras conversando e/ou ouvindo a música, ou fazendo tudo isso em tempos diferentes. Ainda assim, deviam estar desprovidos de um espírito de integração mais amplo.

Outra forma de contato que uma parcela de pessoas tem com a dança se dá através da freqüência a teatros para assistir a espetáculos coreográficos. Neste formato, a maioria ocupa o papel de simples expectadora e assiste um grupo de bailarinos virtuosos.

No meu caso, nos dias em que estive dançando com cerca de vinte e cinco pessoas, me pude sentir mais integrado a elas. Pude ter a sensação de calma através das danças meditativas, através das danças de pares me alegrei. Por estar em contato com as danças de povos e culturas diferentes me senti conectado/transportado e podendo assim entrar em comunhão com gente de tantos lugares e épocas distintas, gente e lugares que eu não conheci.

E como síntese de tudo de bom que pode proporcionar o movimento das danças circulares, entendo como fundamental a possibilidade de resgatarmos um modo de dançar que recupere o caráter de participação coletiva de todos os presentes no momento, abolindo a distinção entre público e artistas ou entre uma minoria que se especializou e a maioria que não teve tempo para isso ou que não leva jeito para a coisa.

Nas danças circulares sagradas fica claro que podemos e devemos recuperar o direito de todos experimentarem o prazer de estar em círculo de mãos dadas com os demais, compartilhando momentos de felicidade que tanto bem fizeram aos nossos antepassados e, de maneira bem natural, utilizando nossos corpos guiados por lindas melodias e pela criatividade humana, que nos legaram uma série de instrumentos de onde tiramos sons e melodias deliciosas.

A despeito disso, defendo que a dança de salão e a dança espetáculo também têm o seu espaço, só não consigo imaginar viver sem as danças circulares.

É por aí que muitos estão descobrindo uma das principais fontes de vitalidade daqueles que nos antecederam, e que foi se perdendo aos poucos retornando agora com toda a força.

Agradeço a Bernhard Wosien por ter percebido o potencial de cura dessas danças, antevendo que muitas delas iriam se perder na memória do tempo, em virtude das mudanças do modo de vida urbano/industrial contemporâneo. Ele iniciou o registro gráfico das coreografias e mobilizou um grupo de pessoas, em particular os membros da comunidade de findhorn, localizada na Escócia, para guardar e repassar o conhecimento ancestral e, desta maneira, tornar possível a permanência de um repertório de danças populares que nos dias de hoje possibilita fazer mais feliz a existência de milhões de “passageiros” que estão viajando através da nave mãe terra.


P.S.: Essa mesma situação podemos perceber em relação a uma série de danças populares nordestinas. Aqui em Sergipe ocorre, todos os anos, uma discussão acadêmica envolvendo a mudança de perspectiva das quadrilhas juninas que aos poucos vão perdendo a simplicidade e a ludicidade dos passos tradicionais para dar lugar a outros mais complexos e que se caracterizam pela inovação e pelo hibridismo. Com isso, a maioria das quadrilhas acaba se transformando em grupos populares de dança ou em balés populares. Da nossa parte, entendo que é um movimento que não tem volta, em função daquilo que alguns intelectuais chamam de “sociedade do espetáculo”, que é uma marca da cultura atual. Entretanto, como considero que a quadrilha tradicional tem o seu lugar, a sua razão para continuar a existir, penso que é incorporando ao movimento das danças circulares sagradas que isso estará garantido.

Já experimentamos os efeitos de integração, socialização, quebra do gelo, “distensionamento”, satisfação e etc. que os movimentos coreográficos da quadrilha tradicional podem nos proporcionar. Em alguns eventos realizados recentemente no Complexo Cultural “O Gonzagão”, como na celebração de 1 ano da atual gestão, na festa junina de confraternização dos funcionários da Secretaria da Cultura e também após a apresentação espetacular de algumas quadrilhas juninas durante o forró mensal, que é realizado naquele local, os presentes foram convidados para adentrar o salão principal e através dos passos da quadrilha tradicional celebrar a alegria de estarem juntos e sentirem a pulsação da vida.

Nos dias 25, 26 e 27 de setembro a Ong Ação Cultural estará promovendo mais um Encontro de Danças Circulares, o qual se somará a iniciativa de pessoas e entidades, de diversas partes do Brasil e do mundo, que celebrarão o centenário do nascimento de Bernhard Wosien. Para saber mais clique aqui.

Cultura Popular na terra de Artur Bispo do Rosário

Ronaldo Sales
"TEM CHEIRO DE CULTURA NO AR" Slogan do Festival de Arte - Palco
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Zezito de Oliveira · Aracaju, SE
2/5/2008 · 141 · 16
Em meados da década de 90, quando o então Ministro da Cultura Francisco Weffort esteve ministrando uma palestra na Universidade Federal de Sergipe (UFS), ele contou sobre as “surpresas maravilhosas” com as quais ele se deparava quando via e sentia a força da criatividade e, na maioria das vezes, também as formas de resistência cultural de nosso povo.

Segundo Weffort, era o melhor que o cargo de Ministro lhe proporcionava. E foi o que constatei quando estive no dia 20 de abril no povoado São José, em Japaratuba, para assistir às apresentações do IV Caatingarte — festival de artes daquela comunidade —, representando o Complexo Cultural “O Gonzagão” e a Ong Ação Cultural.

O convite foi formulado por Luciano Acciole, coordenador geral do evento, professor e atualmente vereador da cidade. Luciano é o tipo de ativista cultural honrado em qualquer lugar aonde ele for, e seu compromisso com a cultura popular chegou até nós a partir dos frutos que ele deixara em um dos Colégios onde trabalhou, no conjunto Jardim, região onde lecionei durante alguns anos, e que ajudaram a fortalecer as iniciativas culturais que apoiamos naquela localidade e bairros adjacentes nos anos de 2000 a 2006.

Falando ao jornal Tribuna da Praia, edição on-line, Luciano Acciole explicou os objetivos do festival da seguinte maneira: “estamos com este evento homenageando as mais bem sucedidas experiências no campo da cultura popular, razão de serem premiadas com o Prêmio de Culturas Populares, do Ministério da Cultura”, disse.

Segundo ele, com o Caatingarte, experiência contemplada com o Prêmio através do Movimento Reação, “oportunizamos aqui uma confraternização dos grupos premiados, quatro de Japaratuba (São João na Roça, Caatingarte, Reisado de Nego e Acompanhamento São Benedito) e dois de Pirambu (Reisado de Sabal) e Ilariô) com os demais grupos folclóricos da região”, acrescentou.

“Em Sergipe foram desesseis projetos contemplados, sendo quadro te Japaratuba e dois de Pirambu. Dos quatro de Japaratuba, dois são daqui do povoado São José, por isso este reunião da cultura popular nesta comunidade símbolo da resistência cultural”, completou.

Da nossa parte ao ser convidado para dirigir algumas palavras aos que se faziam presentes, afirmei, em primeiro lugar, que a festa estava linda demais, independente se estavam em baixo ou em cima do palco, pelo que pude conferir naquele momento.

Estavam belos os mestres e brincantes de todas as idades, com suas vestimentas multicoloridas e novas, como afirmou com satisfação a brincante Marilene: os instrumentos novos ou remodelados, as melodias (algumas do nosso conhecimento e outras, não) e o mais importante: a auto-estima lá em cima, como pude constatar através dos sorrisos estampado nos rostos.

Algumas líderes da festança, como Marilene e Vilma, do grupo São João na Roça, estiveram participando de Seminários e Encontro de Culturas Populares em Brasilia, em 2005 e 2006, e não se deixaram contaminar pelo clima de pessimismo de alguns técnicos e gestores culturais que nos acompanhavam e que eram ligados ao governo anterior. Muitos deles ainda ocupando posições de destaque, e diziam que aquilo não iria dar em nada, era tempo perdido, promessas vãs etc...

E foi isso que lembrei a Marilene. Quando cheguei ao local do acontecimento, disse: “Pois é Marilene, é tão bom ver o resultado da colheita que plantamos em Brasilia, através de debates, conversas, brincadeiras e apresentações. Veja só, como é possível plantar e colher ao mesmo tempo, como ter resultados satisfatórios imediatos, como queriam alguns, se nunca antes um governo como o do Presidente Lula dedicou tanto respeito, atenção e cuidado para com as culturas populares e com resultados que logo não tardaria aparecer.

E foi um dos temas que lembrei quando disse que quando os queridos Gilberto Gil e Sérgio Mamberti assistirem ao vídeo do evento eles constatarão que realmente valeu a pena escutar e investir para apoiar aqueles que acreditam e lutam para fazer deste país, um Brasil justo, belo e plural.

Percebemos também da parte do Prefeito Padre Geraldo (PT) o mesmo carinho e atenção que o governo federal manifesta pelos mestres e brincantes, e isso é materializado de diversas maneiras: participando das festas populares, trazendo os restos mortais de Artur Bispo do Rosário para a cidade de Japaratuba, local de seu nascimento, apoiando com recursos materiais e financeiros o próprio festival e a manutenção e subsistência dos grupos, destinando para esse fim, recursos públicos, todos os anos.

E é isso e mais que esperamos do próximo prefeito eleito, inclusive o mais forte candidato ao próximo pleito, Hélio Sobral, e que conta com o apoio de Padre Geraldo e Luciano Acciole, esteve presente e demonstrou que também percebe a necessidade de dar continuidade e de ampliar as iniciativas que visam fortalecer a identidade cultural do nosso povo, no intuito de atingir uma população com a mente massificada pela cultura do consumo imediato, como afirma a carta cultural da periferia elaborada no ano de 2005 em Aracaju e que contou com representação de seis municípios sergipanos.

E para concluir, gostei muito da proposta de incluir trabalhos com oficinas e rodas de conversa, pois, como tenho escrito há alguns anos, é necessário possibilitar o acesso aos meios de produção cultural, ou aprimorar os conhecimentos daqueles que detém o controle desses meios, como artistas, produtores e educadores populares, e não simplesmente investir altas somas de dinheiro tão somente para que os sergipanos continuem como meros consumidores, assistentes, expectadores etc.. daquilo que é produzido artisticamente em Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo e Belém.

Outro fato importante é a postura de atenção e respeito demonstrada pelos moradores que assistiam a todas as apresentações (em especial as da cultura tradicional). Percebi também que a mesma estrutura de som e palco para os grande shows também estiveram a serviço dos artistas populares. E, para concluir, a questão da diversidade cultural foi garantida com a apresentação da banda de reggae Reação, da Pagodant (pagode) e Legionários ( pop-rock).

Por tudo isso, ganhei o dia, a despeito de alguns contratempos para chegar ao local, e tenho certeza que foi um dos melhores momentos que vivenciei em 2008.

Agradeço a todos e todas que tornaram possível a realização do IV Caatingarte, inclusive aqueles que, por motivo de espaço, não tiveram os nomes citados acima. Por fim, agradeço especialmente ao jornalista e fotográfo Ronaldo Sales,
autor das imagens que embelezam esse post, pela atenção a mim dispensada.


A saída é estudar...políticas culturais.
Edson Araujo
Apresentação do memorial ao público pelo Secretário de Estado da Cultura.
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Zezito de Oliveira · Aracaju, SE
4/4/2008 · 251 · 22

O dia 27 de Março é o dia internacional do teatro. E melhor forma de comemorar não poderia ter criado o ator Raimundo Venâncio, atual diretor do Teatro Lourival Batista, equipamento pertencente a Secretaria de Estado da Cultura, e que desde o ano passado homenageia os artistas e técnicos com uma placa de acrílico contendo foto e resumo biográfico de cada um. Essas placas ficam expostos no foyeur do teatro durante o ano todo, para lembrar aqueles que, através do seu talento e do seu esforço, contribuíram e contribuem para manter acesa a chama da arte de representar em Sergipe.

Este ano os artistas homenageados foram os que iniciaram as suas trajetórias a partir da década de 80. Um desses artistas é o ator, bailarino e acadêmico de Educação Física, Carlos Henrique, mais conhecido pelo nome artístico de Rick di Karllo, e o ator, poeta e acadêmico de letras José Bispo dos Santos, o qual assina as suas criações artísticas com o nome de Jobys.

Todos os dois artistas são companheiras de caminhada no movimento cultural desde a década de 80, quando participei, em cargos diferentes, de sucessivas diretorias da Associação dos Moradores do Bairro América e Adjacências, e integrei a equipe que, a partir de 1989 até 1996, idealizou e implementou o Projeto Reculturarte (Reeducação, Cultura e Arte) e que se trata da melhor referência em termos de arte-educação popular nos anos 90 em Aracaju, financiado durante seis anos de forma ininterrupta pela agência de cooperação Visão Mundial e, eventualmente, pela UNICEF, CESE e pela Assembléia Legislativa, através de verba de subvenção social. Aquilo se constituiu na primeira ação cultural permanente de uma entidade ligada ao movimento social e que formou artistas, produtores culturais e educadores que trabalham atualmente em diversas organizações, empresas e órgãos públicos...

Ao subir para receber o troféu, os dois companheiros citaram o nosso nome como um daqueles que contribuíram com o crescimento do trabalho dos artistas e grupos culturais da periferia.

No caso de Jobys, recebemos dele um apelo para que fosse ainda mais fortalecido o nosso compromisso com a arte produzida pelos artistas ligados aos segmentos populares. Segundo a sua opinião, com a qual concordamos integralmente, a periferia produz arte e precisa de muito mais apoio.

De nossa parte, uma das saídas que vislumbramos para ajudar a convencer a sociedade e os governos a respeito disso é o estudo coletivo de políticas culturais, gestão e produção cultural. Neste sentido, a Ong Ação Cultural está propondo a criação de um grupo de estudos nesta área e que se reunirá mensalmente com essa finalidade, objetivando, entre outras possibilidades, qualificar os agentes culturais para intervir nas discussões sobre o Plano Estadual e Municipal de Cultura (que dentro em breve deverão ser elaborados), como também melhorar o nível dos projetos de iniciativas culturais , visando possibilitar a captação de recursos junto ao poder público, as empresas e ao terceiro setor.

“A saída é estudar”, a propósito, é nome de um texto teatral em forma de monólogo, apresentado por Jobys há muitos anos em espaços culturais na periferia de Aracaju e no interior do estado.

Outra sugestão — que foi motivada pelos comentários enviados por artistas, literatos e produtores culturais referente ao texto sobre o Consórcio Cultural do Conj. Augusto Franco e adjacências, que publiquei no portal Overmundo há poucos dias, — é iniciarmos um acompanhamento sobre as políticas públicas de cultura em todos os estados e municípios da federação, a partir das iniciativas do governo estadual, das prefeituras, das empresas, das universidades e da sociedade civil, com o objetivo de criar um banco de dados, visando subsidiar a produção de artigos e projetos, inclusive para serem apresentados aos parlamentos, bem como fortalecer a articulação e mobilização dos agentes culturais.

É uma ação que preferencialmente deve ser iniciativa de entidades ou de coletivos culturais e que deve contar com a valiosa contribuição de estudantes e professores universitários através da intensificação e disponibilização dos estudos e pesquisas já realizados na área das políticas e da ação cultural.

Para os overmanos e overmanas interessados no assunto, deixo a proposta para escreverem sobre o tema. Em especial, na semana que antecede ao dia nacional da cultura, que é o 5 de novembro, poderíamos produzir textos críticos e propositivos fazendo um balanço sobre os desafios e conquistas naquilo que diz respeito às políticas culturais em cada estado ou município, principalmente no âmbito governamental.

Outras datas como o dia do teatro(março), o dia da dança(abril), entre outros, poderiam ser utilizadas para isso, com destaque para uma avaliação sobre as políticas públicas direcionadas para cada linguagem especifica. Isso poderá ser o embrião de uma seção do tipo Observatório Overmundo de Políticas Culturais.

P.S.: Para quem tiver interesse em seguir a pista indicada acima, recomendo a leitura das seguintes páginas:
http://www.duo.inf.br/
http://www.culturaemercado.com.br/
http://www.polis.org.br

No caso da empresa DUO será de grande valia assinar gratuitamente o clipping eletrônico diário que eles publicam, assim como cadastrar-se também no site cultura e mercado para receber as atualizações.
Outra sugestão imperdível é buscar no site da polis a publicação em formato digital, através de download, intitulada “Quer um bom conselho?” sobre Conselhos Municipais de Cultura e Cidadania Cultural.
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Olha o Consórcio Cultural aí gente!
Caravana Arcoiris
Reunião do Consórcio com a Presença do Secretário da Cultura(ProfºLuiz Alberto)
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Zezito de Oliveira · Aracaju, SE
23/3/2008 · 231 · 13

A despeito de ainda não ter definindo por completo os objetivos finalísticos e nem o formato organizacional, o Consórcio Cultural do A. Franco e Adjacências já é quase realidade.

O lançamento público aconteceu em 29 de setembro de 2007, quando foi realizada a III Noite Cultural no Complexo Cultural “O Gonzagão”.

O evento reuniu dezenas de artistas e grupos culturais emergentes, que se apresentaram para um público de aproximadamente 400 pessoas. Segundo o depoimento de algumas delas, foi possível relembrarem os melhores tempos em que o Gonzagão era uma casa de shows bastante concorrida.

“Gostaria que a nova direção trouxesse de volta os shows que Joe Feitosa {produtor e radialista} realizava com Lairton e outros artistas. Eu vinha com minha mãe e irmãs, faz muito tempo que não venho aqui, gostei muito do que assisti na III Noite Cultural, mas sinto saudade do passado aqui, com Diego, Pholhas, Bandas de Forró”. (cf. Relatório de avaliação do público presente a III NOITE CULTURAL. – 29 de setembro de 2007).

A realização da noite cultural confirmou o que disse os dirigentes da Quadrilha Junina Asa Branca que afirmaram semanas antes: “A data de realização da noite cultural é para nos encontrar, comemorar sempre e deixar registrado em mossa memória como a noite da integração cultural do Conjunto Augusto Franco e Adjacências”.

Em termos de gestação, o consórcio começa a se tornar realidade a partir das reuniões realizadas desde maio de 2007, quando assumimos a direção do Gonzagão, com a decisão de promover um modelo de gestão inspirada nos princípios da democracia participativa e do controle social – o que é lamentavelmente bastante citado em prosa e versos, mas pouco implementado efetivamente.

A idéia inicial foi a formação de um conselho gestor ou uma associação de amigos ou de usuários. Entretanto, devido às crescentes demandas para apoio financeiro e logístico aos artistas e grupos culturais da comunidade e adjacências, e em razão dos problemas de restrições orçamentárias e da necessidade de investir na capacitação técnica dos agentes culturais, na tentativa de acessar outras fontes de patrocínio, foi aceita a proposta de ampliar o raio de alcance das discussões e ações coletivas.

A partir deste entendimento as reuniões não estariam voltadas apenas para tratar de assuntos internos do Gonzagão, mas também para aspectos referentes às políticas públicas de cultura, à divulgação de espaços/oportunidades para aprimorar o conhecimento na área de gestão e produção cultural, à realização de parcerias dos artistas e representantes de grupos culturais para ações conjuntas, dentro e fora do Gonzagão etc...

E muito foi feito neste sentido, como por exemplo:
* Realização de duas reuniões mensais (em média) envolvendo de 7 a 20 agentes culturais;
* Abertura do espaço do Gonzagão para o ensaio de quadrilhas juninas, grupos de teatro, bandas de forró e grupos de dança (sem burocracia e /ou má vontade);
* Realização de um cadastro de iniciativas culturais do Conj. Augusto Franco e dos bairros do entorno;
* Promoção de quatro rodas abertas de diálogo, encontros cuja metodologia inclui a apresentação de um especialista que apresenta um tema de interesse para quem está diretamente envolvido com o trabalho social educativo com linguagens artisticas - na seqüência é realizado um debate e para concluir uma apresentação artística relacionada ao tema. Como unir juventude e tradição cultural, para o qual foi convidado o professor José Paulino e que reuniu 30 pessoas no mês de julho. O legado de Luiz Gonzaga para o povo brasileiro, sob a coordenação do Professor José Augusto, com a presença de 100 pessoas. Como educar crianças e jovens para a paz utilizando as artes e a sabedoria ancestral, sob a coordenação da Caravana Arcoiris, com a presença de 50 pessoas, e Canudos ontem e hoje, sob a coordenação do Pesquisador Enock de Oliveira com a presença de 80 pessoas);
* Participação em oficinas, videoconferência, fóruns etc.. organizados pelo Banco do Nordeste do Brasil (BNB), Ministério da Cultura, Ong Ação Cultural;
* Apresentação em slides do programa Mais Cultura do Ministério da Cultura para os integrantes do Consórcio Cultural com a presença de 20 integrantes do consórcio cultural;
* Palestra sobre o crediamigo do BNB (o banco financia a juros baixos grupos de 3 a 10 pessoas que desejem dinamizar seu empreendimento cultural. A reunião contou com a presença de 15 integrantes do consórcio cultural);
* Coleta de sugestões visando subsidiar o planejamento das ações culturais em 2007 e para o ano de 2008 no Gonzagão.

Como conseqüência positiva, dentre várias, tivemos:
• A apresentação pela primeira vez de projetos de captação de recursos para organismos governamentais por parte das duas quadrilhas sediadas no Conj. A. Franco (local onde está sediado o Gonzagão). A Quadrilha Luís Gonzaga apresentou projeto para o BNB, e a Quadrilha Asa Branca para a Sid/Minc;

• A criação do grupo cultural Asa Branca, cujos integrantes são jovens egressos da quadrilha junina Asa Branca e cuja organização foi bastante estimulado pelas discussões no Consórcio Cultural. Estreou na III Mostra Cultural e recebeu diversos convites para apresentações gratuitas e com cachê;

• Alguns artistas e grupos culturais passaram a ter a uma visibilidade ampliada em termos midiáticos (jornais, internet, agenda cultural da Secretária de Estado da Cultura);

• Tivemos também o convite para apresentações remuneradas a grupos de dança e grupos musicais que participaram e/ou participam do consórcio cultural.

Perspectivas de futuro.

No decorrer do ano de 2008 pretendemos encaminhar as discussões e organização jurídica da Associação de Amigos ou de Usuários do Gonzagão ou de um Conselho Gestor. A pretensão e criar uma instrumento de participação cidadâ voltado para as questões internas do Complexo Cultural, funcionará como um braço administrativo do Gonzagão e cujas potencialidades além do controle social, poderá servir como porta de acesso para realizarmos parcerias e obtermos patrocínios junto a organismos governamentais, empresas e terceiro setor.

Quanto ao consórcio cultural, pretendemos iniciar a discussão de um regimento interno buscando garantir e ampliar o espaço de articulação e mobilização para ações conjuntas envolvendo os agentes culturais que integram o consórcio e com possibilidades de expandir o raio de ação para além do atual território que compreende os bairros adjacentes ao Gonzagão.

Pedras no caminho

É verdade que para atingirmos os objetivos que inicialmente estamos propondo, teremos que afastar muitas pedras do caminho. Em anos anteriores, já tivemos envolvimento com algumas iniciativas da criação de redes e fóruns que encontraram (e ainda encontram) bastante dificuldades e resistências para seguirem em frente. Podemos citar como exemplo a Rede de Agentes Culturais (RAC) estimulada pelo Sebrae, a organização da Rede Provai, apoiada pelo Vereador Magal da Pastoral (em seu primeiro mandato), e a Rede Sergipe de Cultura (iniciativa da ECOS -Entidades Culturais Organizadas).

Quanto às dificuldades e resistências, que ao contrário do que muita gente pensa, não é somente da parte dos poderes constituídos, vale a pena lembrar algumas delas registrados na Carta Cultural da Periferia, resultado do I Fórum Popular de Cultura, em 2005:
*É preciso ampliar a quantidade de grupos articulados, através de fóruns e redes para possibilitar maior intercomunicação;
* É preciso superar o estrelismo e o individualismo existente no meio artístico;
* Falta amor próprio e auto-respeito por parte dos artistas e produtores. Um exemplo disso é a falta de iniciativa de muitos artistas e grupos populares, que ficam apenas esperando o financiamento de projetos por parte do governo;
* Sofremos muito com o imediatismo do próprio artista, reconhecemos que precisamos nos organizar mais, e o fórum é o caminho para essa perspectiva de um futuro melhor;
* Há necessidade de unir os grupos para fortalecer as ações culturais;
* A dificuldade principal é buscar pessoas competentes para trabalhar com cultura junto a crianças e jovens;
* É necessário ampliar os espaços e as oportunidades para se obter formação;
* Como conseguir incrementar projetos num ambiente avesso ao patrocínio cultural?
* Como enfrentar o descaso e a desvalorização dos órgãos culturais governamentais que valorizam mais o trabalho dos artistas de fora?

Para concluir, diante de tantos desafios só nos resta dizer como o poeta que: “sonha que se sonha só é só um sonho e sonho que se sonha junto é realidade”.

Portanto, a continuidade e sustentação do consórcio cultural será obtido a partir do desejo e do trabalho cotidiano de vários agentes culturais, grupos e entidades que compreendem que apenas com ações isoladas não obteremos sucesso duradouro. Oxalá, essa compreensão já esteja bastante clara para muitos e que através de ações coletivas, compartilhadas e com base em relações éticas e transparentes, seja possivel evitar aquilo que disse o Ministro Gilberto Gil, em discurso na Câmara dos Deputados em 2004: “(...) Há muitas iniciativas culturais que nascem, e na maior parte das vezes morrem, nas periferias e no interior do nosso país, sem que o Brasil possa se dar conta de quanto talento é capaz o seu povo..”
Encontro de Danças Circulares
de 08/3 a 09/3 · Aracaju, SE
Arquivo: Caravana Arcoiris
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Zezito de Oliveira · Aracaju, SE
28/2/2008 · 110 · 9
“Deveria ser a aspiração de uma sociedade o estímulo de fatores constitutivos da personalidade, assim como a educação de pessoas criativamente participativas. A dança é uma oferta desta ordem. Onde pessoas dançam umas com as outras, elas se educam e formam a si mesmas.”
Bernhard Wosien


INTENCIONALIDADES:

v;;;;;;; Resgatar a importância das danças de roda, através da vivência de um conjunto de danças em círculo de vários povos e tradições;

v;;;;;;; Desenvolver capacidades para utilização das danças como canal de crescimento humano pessoal e como ferramenta pedagógica no trabalho sóciol-educativo.

FOCALIZADOR: Álvaro Pantoja Leite

Licenciado em Filosofia, doutorando em Ciências da Educação, educador, formador, focalizador, desde 2000, de rodas, encontros e cursos de Danças Circulares em diversas cidades brasileiras (Recife, João Pessoa, Aracaju, Maceió, Teresina, Fortaleza, Sobral)
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onde fica
Na Comunidade Bom Pastor (Rua Efrem Fernandes Fontes, 65- Bairro Santos Dumont, próximo ao Terminal Rodoviário Maracaju).
quando ir
08/3/2008 a 09/3/2008, às 09:00h
quanto custa
O valor da inscrição é de Fevereiro = R$ 60,00 e Março = R$70,00
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contato
Maxivel – (79) 8815-1116 / (79) 3245-1766 & Zezito – (79) 8822-5963 / (79) 3248-6070
maxidesigner@hotmail.com e ongacaocultural@yahoo.com.br

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A dança da vida
www.danzemeditative.com
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Zezito de Oliveira · Aracaju, SE
20/2/2008 · 240 · 16
Segundo Alcino Ferreira e Clemente Lizana(in memorian), no texto “A questão do corpo nos movimentos populares”, educadores populares da Equipe Habeas Corpus de Recife: “Os nossos corpos são portadores, por assim dizer, de feridas e de cicatrizes imprimidas pela organização do universo político e pela repressão social.”

Frei Betto, em artigo de sua autoria intitulado corpo cósmico, afirma: “Esse corpo que somos dorme e sonha, sofre e goza, sabe-se feliz ou contrai-se em tristeza, esbanja saúde ou fragiliza-se na doença. Sobretudo, é capaz de algo inacessível a todos os outros animais: sorrir . E, no entanto, ainda vivemos num mundo submerso em lágrimas. Porque esse corpo, provido de sentimentos e emoções, guarda rancores, iras e ódios, embora tão capaz de compaixão, ternura e amor.”

Toda esta reflexão, se colocada durante as décadas de 60 e 70 como ponto de partida, para discussão de um projeto coletivo junto a pessoas e grupos que atuavam junto a movimentos populares, sindicatos, entidades e a maioria dos agrupamentos de esquerda, seria no mínimo estranho, ou acusada de estar querendo desviar o potencial de mobilização e/ou politização das massas. Como a maioria das lideranças daquela época não percebeu a importância de valorização dos aspectos ligados a cultura, ao corpo, a espiritualidade e a subjetividade, algumas reações vieram a tona, como: o cansaço, o isolamento, a perda do sentido do projeto político, o martírio do corpo no exercício da militância que traria, no amanhecer, a revolução.

Já no momento atual, constata-se a partir da contribuição de pensadores engajados , principalmente aqueles ligados aos estudos da filosofia, das tradições religiosas e da psicologia que um dos principais problemas que impedem a construção de homens e mulheres novos e uma efetiva mudança das estruturas sociais é exatamente esta visão fragmentada, dividida e separada das questões que nos dizem respeito, tanto em termos do ser individual, como do ser coletivo.

Urge, parafraseando Proust: buscarmos a unidade perdida, afinal dividimos o mundo em territórios. Quebramos a unidade do conhecimento e do ser. Para os cientistas, damos a natureza; aos filósofos, a mente; para os artistas o belo; aos teólogos, a alma. A própria ciência foi fragmentada de tal forma que, por falta de aproximação e entendimento de profissionais dos ramos diversos, muitos projetos fracassam(ram) com possibilidade inclusive de comprometer a sobrevivência das espécies e do próprio planeta.

Com o objetivo de possibilitar a colagem das partes, diversos filósofos, cientistas, teólogos, psicólogos, artistas e educadores estão buscando no resgate da tradição em diálogo com as descobertas e insights atuais, algumas saídas para a crise individual, social e planetária que aflige a todos nós no inicio deste novo século.

Um destes nomes é o de Bernhard Wosien, bailarino e coreógrafo alemão que, inspirado pelo imenso potencial das danças folclóricas, e após intensa pesquisa baseada principalmente na tradição alemã, criou em 1976 um movimento intitulado “Danças Circulares Sagradas”, que nasceu na comunidade espiritualista de Findhorn, no norte da Escócia.

O resgate dessas danças representa uma retomada de antigas formas de expressão de diferentes povos e culturas, acrescidas de novas criações, coreografias, ritmos e significações próprias do homem inserido na realidade atual.

Aqui em nossa região, no ano de 1999, o Cenap (Centro Nordestino de Animação Popular) inicia uma série de oficinas com William Walle, em Recife (após esse momento, outras cidades da região foram incluídas), e através de outros focalizadores, como Álvaro Pantoja.

Através das danças circulares, algumas questões tratadas no texto: “A questão do corpo nos movimentos populares”, escrito no final da década de 80, por Clemente Lizana (in memoriam) e Alcino Ferreira podem ser trabalhadas, são problemas de comportamento que freiam o avanço dos processos coletivos decorrentes do:
· Individualismo,
· Da concorrência,
· Da vontade de dominar os outros ou da subserviência,
· Da intolerância perante as colocações alheias,
· Da falta de confiança nas capacidades próprias,
· Da desconfiança nos outros,
· Do acanhamento,
· Da falta de vitalidade e da passividade,
· Da incapacidade de se concentrar.
Como já sabemos, estas condutas são provocadas e incentivadas, de mil maneiras, para garantir a reprodução do atual modelo sócio–político-econômico-cultural injusto e excludente.

P.S,:

1)Em alguns estados existem pessoas, grupos e entidades que se dedicam em promover a disseminação do conhecimento sobre danças circulares. Procurando no google certamente encontrará alguém ou algum local mais próximo. Dentre muitas, destacamos:

Roda dos Povos – Encontro Brasileiro de Danças Circulares... Sagradas www.rodadospovos.com.br
Encontro Nordestino de Danças Circulares (Recife-PE) www.encontro.nordestinodc.nom.br
Mana-maní (Belém-PA) www.manamani.org.br
Rodas da Lua – Grupo Rodas da Lua (Brasília-DF) www.rodasdalua.org.br
UniLuz (Nazaré Paulista-SP) www.nazarevivencias.com.br
Giraflor (Curitiba-PR) www.dancascirculares.org
Roda de Luz (Rio de Janeiro-RJ) www.dancascircularesrj.com.br
Triom – Centro de Estudos, Livraria e Editora (S.Paulo-SP)
www.triom.com.br/paginas/p04-4fr.html

2)Nos dias 08 e 09 de Março (sábado e domingo) estará sendo realizado aqui em Aracaju, mais um encontro de danças circulares, quem quiser saber mais, clique aqui.

3) Dançar quer dizer,
Sobretudo comunicar,
Unir-se,
Encontrar-se,
Falar com o próximo no profundo do seu ser.
A Dança é união,
de pessoa com pessoa,
de pessoa com o universo,
de pessoa com Deus.

(Maurice Bejart)



A canção do bailarino
“Tu que moves o mundo, agora moves também a mim
Tu me tocas profundamente e me elevas a ti
Eu danço uma canção do silêncio,
Seguindo uma música cósmica
e coloco meu pé ao longo das beiras do céu
Eu sinto como teu sorriso
me faz feliz”.

Bernhard Wosien
O Central da Periferia na Escola
http://www.overmundo.com.br/uploads/overblog/img/1201179842_jardim52.jpg
Fachada do Colégio Leão Magno Brasil
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Zezito de Oliveira · Aracaju, SE
26/1/2008 · 220 · 31
Na escola onde trabalhei até maio de 2007, a exibição do programa “Central da Periferia” causou um verdadeiro frisson. É a segunda vez que um programa em DVD causa tanto alvoroço e interesse por parte dos alunos. A primeira vez foi o filme “Uma Onda no Ar”, de Helvécio Ratton, no ano de 2005, distribuído em todo país, junto com a revista Isto É.

Nesses dois casos, houve situações em que ultrapassamos o tempo normal da aula, mas nenhum dos alunos lembrou que o horário já havia se esgotado; na última aula, que, em geral, costuma-se contar com poucos alunos, foi possível manter a presença da maioria; até alguns que moram distante e que normalmente pedem para sair mais cedo na última aula esqueceram dos perigos no caminho de volta pra casa; houve casos até em que outros solicitaram para assistir ao DVD no intervalo do recreio.

E por que tanto interesse? A necessidade de a maioria da população brasileira negra e/ou mestiça, pobre e que mora nas periferias se ver de forma positiva na tela.

Pois como sabemos, quando essa população aparece na televisão, normalmente a sua imagem é associado a chacinas, guerra do tráfico, invasão policial etc.. e o programa gravado na cidade de Salvador mostra que as favelas e os bairros populares, onde moram a maioria negra e/ou mestiça é cenário também de projetos sociais e iniciativas culturais que apontam para a superação da situação de exclusão, através da troca solidária de saberes e fazeres, da valorização das tradições religiosas de matriz africana, da descoberta e/ou reforço das potencialidades artísticas, do reforço da auto-estima, etc.

No caso do programa citado, percebi como as imagens iniciais, o ritmo e a letra das músicas do bloco ilê-aiyê provocam uma atenção concentrada, difícil de se ver em turma de adolescentes. Percebo que a edição do programa é muito feliz quando intercala números musicais, efeitos de design gráfico com motivos afro e depoimentos de adolescentes e jovens negros sobre o preconceito racial na Bahia, a tentativa de imposição dos padrões de beleza do branco, tipo cabelo liso e a abordagem policial diferenciada de negros e brancos, o que não é novidade para muitos daqueles que estavam assistindo ao programa. As gírias e a maneira irônica e até divertida como as diversas situações são descritas provocando uma identificação imediata por parte da garotada.

Outro momento muito importante e significativo foi quando meninos e meninas da Escola Mãe Hilda falaram sobre o que aprenderam a respeito do candomblé, religião de seus familiares e ancestrais, a abordagem do assunto em geral é omitido pela escola, o que abre margem para a invisibilidade dos filhos e filhas de axé, favorecendo o fortalecimento de uma visão negativa propagandeada por segmentos religiosos que disputam o mercado de bens simbólicos.

Fiquei muito feliz em ver crianças e adolescentes de Salvador falando da mitologia dos orixás e de alguns elementos do culto, para outros da mesma idade, de um município da região metropolitana de Aracaju, Nossa Senhora do Socorro, localizado em Sergipe, um estado cuja população tem demonstrado muita dificuldade para assumir sua herança africana, a despeito de a maioria ser formada por afro-descendentes.

Ao finalizar a apresentação dos programas da cidade de Salvador me veio à lembrança a iniciativa de um grupo de alunos do ensino médio que, no ano passado, organizaram diversas reuniões para filmar um conto de Graciliano Ramos. E, para a minha surpresa, descobri que a proposta era fazer com a “cara e a coragem”, já que não tinham recebido a formação técnica necessária e nem contavam com financiamento de nenhuma espécie.

Sendo assim, porque o Ministério da Educação e o Ministério da Cultura, em parceria com as escolas públicas, não promovem um concurso de projetos, como Revelando Brasis, para que iniciativas que mostrem tanto as diferentes visões sobre as pessoas quanto a realidade em que elas vivem dentro da escola possam acontecer, além de democratizar o conhecimento técnico sobre a produção audiovisual, favorecendo a autonomia e o protagonismo juvenil ?

Por que o Ministério da Educação e o Ministério da Cultura não se associam para distribuir a preços populares, junto aos professores e alunos, cópias de DVDs com programas da série Doc TV e Revelando Brasis?

Por que a Funarte, a Tv Cultura, a Tv Câmara, a Tv Futura, a TV Brasil, a Tv Senado e a Tv Globo, com um financiamento garantido pela lei Rouanet e/ou pelo Fundo Nacional de Cultura, não se associam para distribuir a preços populares junto a professores e estudantes, documentários, filmes, mini-séries e programas jornalísticos e culturais, nos moldes do Programa Isto É – Festival do Cinema Brasileiro?

Para finalizar, no momento em que se apresentam os artistas e
grupos musicais que tocam na maioria das emissoras de rádio ouvidas por grande parte da população, como Uns Kamaradas, Nara Costa – A Rainha do Arrocha, e Pagodart, nem é preciso dizer que o clima esquenta bastante, as reações da galera acompanham o mesmo entusiasmo da platéia que participou da gravação e um sinal do alvoroço e que chama a atenção de quem passa ao lado da sala de vídeo, é o coral da sala, somado ao coro de Salvador.

Em termos de opinião pessoal, mesmo não sendo o estilo musical que costumo ouvir (com exceção de algumas composições da banda Calipso, que aprendi a gostar, quando, inevitavelmente, ouvia suas canções ao me deslocar de táxi-lotação, de Aracaju ao Conjunto Jardim, e vice-versa)(1), penso que é uma preferência que merece respeito, no entanto, acho grave a falta de meios de acesso da população dos bairros periféricos, a outros compositores e cantores, mesmo da linha popular como do reggae, do hip-hop, do samba partido alto, da música nordestina tradicional etc.

Para a mudança desse quadro de monopólio musical/cultural é urgente a revisão da legislação, que tem criado imensos obstáculos para a instalação de ‘verdadeiras’ rádios e tv’s comunitárias.

Outra contribuição que o MEC e O MINC poderia dar nesse sentido é o financiamento de projetos culturais nas escolas,(2) quer sejam de música, de dança, de teatro, ou de audiovisual, como já citado, os quais possibilitariam, conforme pudemos constatar em experiência artística/pedagógica, a descoberta e a valorização da diversidade cultural brasileira, a partir da vivência de professores e alunos com as diversas linguagens e manifestações artísticas.

P.S.:

(1) Entretanto, reconheço que muitas composições da banda, buscam repetir a formula fácil do sucesso e se tornam verdadeiros caça niqueis. Um dia isso aconteceu com alguns artistas e bandas da Bahia como Mel, Cheiro de Amor, Netinho e tantas outras. Foi muito bom brincar carnaval ao som de algumas músicas deles. Hoje só ouço coletâneas que fiz das músicas mais antigas e originais dos baianos. Dentro de algum tempo o mesmo se sucederá com a Calypso, caso eles não percebam isso a tempo. Ao contrário, Daniela Mercury, escapou disso e continua fazendo sucesso, se não como era antes, ao menos sem perder o brilho e a força poético/criativa das canções. (extraído do texto de minha autoria, Caldeirão Musical Brasileiro, inédito)


(2)Em 2006, resolvermos entrevistar alguns participantes de grupos de dança e de teatro do Conjunto Jardim.
Uma das alunas entrevistadas, Fernanda Almeida, nos disse que as coreografias com as músicas da banda Titãs, Gabriel - O Pensador, Ivan Lins e Milton Nascimento fizeram com que ela descobrisse a existência de outros tipos de música e com conteúdo mais adequado a quem estava amadurecendo e queria entender melhor o mundo.

Nessa mesma perespectiva, na revista Carta Capital, edição especial de fim de ano (2007), Negra Li, uma das protagonistas do seriado Antônia, exibido pela Rede Globo, afirma: "Nunca ninguém me apresentou nem me ensinou a ouvir MPB, meus pais não tinham bagagem musical, não tinham discos porque são evangélicos. Meu pai era, minha mãe é. Eu sempre fui. Estou aprendendo agora a ouvir Baden Powell, Gilberto Gil, Jorge Ben. E estou adorando. "
Como unir juventude e tradição cultural.
Alberto Ruz - Caravana Arcoiris
Mesa de Abertura do 3º Fórum Popular de Cultura. (23/11 - noite)
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Zezito de Oliveira · Aracaju, SE
11/1/2008 · 163 · 24
Memórias do 3º Fórum Popular de Cultura


“ Um evento cuja temática e palestrantes me surpreenderam pela qualidade das suas experiências e da sistematização elaboradas por eles em cima das práticas artísticas e pedagógicas e pela forma como passaram para nós, de forma clara, sem cansar e com emoção” Essas palavras proferidas por um participante do 3º Fórum Popular de Cultura que aconteceu nos dias 23, 24 e 25 de Novembro sintetizam muito bem a impressão da maioria que estiveram presentes no Gonzagão, local que sediou a edição 2007 do Fórum.

Organizado pela Ong Ação Cultural e contando com o patrocínio do Programa BNB de Cultura o evento contou também com o apoio da Secretaria de Estado da Cultura e reuniu no horário de maior concentração de público 80 pessoas, que assistiram a mesa redonda “Cultura & Inclusão” e 400 pessoas na mostra “Arte & Cidadania”.

Para os organizadores o mérito principal do evento foi fomentar o inicio da discussão a respeito da elaboração de estratégias para trabalhar com arte e cultura junto a crianças e adolescentes da periferia, cujas “mentes e corações” estão ocupadas com os ritmos e sons que estão na moda, em geral esta necessidade é citada por intelectuais, educadores e artistas, mas pouco é realizado neste sentido.

Conforme discutido durante o fórum não se trata de forçar os adolescentes a abandonar os gostos próprios ou “impostos” pelos meios de comunicação de massa mas, de conhecer e valorizar outros tipos de música, de movimentos, de sensibilidades.

Em termos práticos isso foi apresentando na mostra artística a partir da apresentação do resultado da oficina de dança desenvolvida pela Caravana Arcoiris, desde o inicio do mês de outubro, no Gonzagão, e que preparou um trabalho coreográfico em forma de colagem, onde os adolescentes envolvidos mostraram o que aprenderam de diferente: afro peruano, dança do ventre, contemporâneo e aquilo que eles conheciam: forró e dança de rua.

Essa mesma abordagem também foi destacada na oficina apresentada por Paula Gonçalves e Ketully Costa Leal, da Em Cena Arte e Cidadania, a qual mobilizou os participantes em torno da necessidade de construir coreografias partindo dos referenciais estéticos e históricos de cada um, sem perder de vista, evidentemente, a necessidade de agregar novos conhecimentos aos que eles possuem, reforçando as palavras de Clébio Correia de Araujo que mostrou a necessidade de darmos especial atenção ao processo de trabalho, pois se queremos preparar pessoas com autonomia, não obteremos esse resultado fazendo-os tão somente repetir os movimentos do coreógrafo ou os modelos de arte teatral concebidos pelo professor e/ou diretor.

Outras questões também foram apresentadas como a necessidade de organizarmos um programa de formação de agentes culturais para darmos continuidade e aprofundarmos algumas questões levantadas na discussão sobre as identidades, memória histórica e ação cultural nas escolas que foram apresentadas na discussão coordenada por Marcial Araujo Lima e Clébio Correia de Araujo, a propósito da experiência do projeto “ A escola como pólo cultural da comunidade ”, realizado com estudantes de escolas públicas de Maceió.

A propósito da apresentação desse tema o professor João Brasileiro, afirmou a coincidência sobre alguns questionamentos que estavam sendo feitas por ele e por alguns colegas da Escola Albano Franco, no bairro Santa Maria e a abordagem realizada por Marcial que muito o ajudará na condução dos trabalhos junto aos colegas e alunos da escola onde trabalha.

Outra proposta que teve boa aceitação foi a formação de mini-caravanas formada por agentes culturais para visitar-se mutuamente e desta forma poderem trocar experiências e fortalecer os laços de amizade e de cooperação.

Da parte da Ação Cultural a expectativa principal é que encontros com a metodologia do fórum, cuja característica principal é aproximar quem faz e que elaborou/ elabora reflexão sobre a prática, de quem já faz isso ou que quer ampliar os seus horizontes nesse sentido, sejam organizados por parte do gestores das Secretaria de Educação, Inclusão Social e Cultura, neste último caso os Encontros Culturais e Festivais de Arte que são realizados em várias cidades do estado, pode ser um espaço onde os temas e a metodologia dos fóruns populares de cultura podem ser incorporados.

Ao término do fórum a partir da avaliação com os participantes a opinião predominante é que as pessoas sentem necessidade de mostrar e conhecer experiências exitosas e cujos aprendizados possam ser incorporados por todos , afinal, unir juventude e tradição cultural exige muita disposição para o diálogo, abertura para o novo e/ou diferente, estudo e habilidade, pois como afirmou Marcial Lima “é simples, mas não é fácil”.

RECORTE DE TEXTOS QUE NOS SERVEM/SERVIRAM DE REFERÊNCIA PARA A DISCUSSÃO DO TEMA DO 3º FÓRUM POPULAR DE CULTURA.

“Somos mestiços. Não apenas etnicamente mestiços. Somos culturalmente mestiços. Dançando o Toré sob a lua; rezando numa igreja barroca de São Cristóvão; curvadas sobre a almofada para bordar; trocando objetos e valores nas feiras das periferias e do interior; depositando ex-votos aos pés dos nossos santos; dançando um gostoso forró pé de serra no Forró do Candeeiro; contemplando o mar e os coqueirais do alto da colina de Santo Antônio; dobrando o fole de uma sanfona numa noite de frio, no mês de junho; tocados pela décima corda da viola sertaneja; possuídos pelo samba de pareia da mussuca e pela dança de São Gonçalo; enfileirados nas Romarias da Terra e de Divina Pastora; o coração de tambores percutindo nos desfiles de 7 de Setembro; girando a cor e a vertigem das danças dos orixás; digerindo antropofagicamente o hip hop no caldo da embolada ou do repente. Somos irremediavelmente mestiços. A lógica da homogeneização nos oprime. Por isso gingamos o corpo, damos um passo e seguimos adiante como num drible de futebol ou numa roda de capoeira que, sem deixar de ser luta, tem alma de dança e de alegria."

Adaptação para a nossa realidade do texto introdutório do documento “A imaginação a serviço do Brasilproduzido em 2002 por artistas, intelectuais e gestores culturais e que serve de texto guia para os programas e projetos da gestão do Ministro Gilberto Gil a frente do Ministério da Cultura.


“ Como ampliar o trabalho de conscientização da juventude na perspectiva de valorização da cultura popular? Como produzir com qualidade e fortalecer a identidade cultural de nosso povo para atingir uma população com a mente massificada pela cultura de consumo imediato (a pasteurização cultural)? Como preparar pessoas competentes para trabalhar com cultura junto a crianças e jovens? Como incluir mais jovens nas ações culturais com o apoio da sociedade?”

Extraido da Carta Cultural da Periferia, produto final do 1º Fórum Popular de Cultura realizado em 2005 e organizado pela Ação Cultural..

O que queremos atingir através do resultado do trabalho com Arte:"
(...)Queremos que nossas crianças saibam valorizar a nossa cultura, que elas tenham historia para contar, para que também não sejam futuramente jovens desregrados, e para que esses jovens não se tornem adultos sem criatividade e sejam vozes de protesto contra o que a mídia joga aos seus filhos. danças que não constróem, não ensinam, nem os estimulam a pensar, não incentiva a sua criatividade. Para que não se construam pessoas sem objetivos; para que crianças que são concebidas não sejam rejeitadas desde o ventre, e para que vidas não mais se destruam.(...)"

Extraído do relatório do 2º Fórum de Politicas Públicas do Conjunto Jardim. Tema: Arte e Cultura nos Rumos da Cidadania
04 de agosto de 2003 - Organizado pela Ação Cultural.



O Presépio Comunitário e Ecológico do Gonzagão

de 10/12 a 06/1 · Aracaju, SE
Alberto Ruz - Caravana Arcoiris
Vista Panorâmica
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Zezito de Oliveira · Aracaju, SE
27/12/2007 · 132 · 17

A idéia, originalmente, partiu de membros da equipe técnica do “Gonzagão”, aprimorada e concretizada através das mãos do artista plástico Rogério Valença, cujo talento, — utilizando materiais como: garrafas pets, retalhos de tecidos, sobras de lã e fitas coloridas, restos de madeira e papelões, tintas, papéis, palha e algodão, e mais um tanto de criatividade e generosidade, — resultou, pelo que nos consta, no primeiro presépio natalino construído com a base inteiramente reciclada.

A concepção do presépio envolveu, além da assistência do produtor artístico Edson Monteiro, outros integrantes do consórcio cultural do Conjunto Augusto Franco e Adjacências, em forma de oficina e mutirão. Contamos ainda com a mão-de-obra voluntária de um marceneiro na construção da estrutura da manjedoura e pessoas da própria comunidade, que contribuíram com a doação de diversos materiais.

A construção total do projeto durou cerca de duas semanas. A obra ficará exposta no Gonzagão até 06 de janeiro de 2008, durante horário comercial, ocupando uma área de 3.0 m2 e com uma altura de 2.65 cm. Pode-se facilmente identificar o lúdico e o popular nordestino através de traços da nossa cultura em detalhes como os fuxicos que decoram as roupas de alguns personagens. Detalhes que também se sobressaem na minuciosa caracterização mais requintada dos três reis magos, e na própria decoração circular, que é complementada por guirlandas feitas com peneiras, as famosas “arupembas” sergipanas, e uma árvore de natal rústica, feita a partir de uma esteira de palha de bananeira.

O artista plástico Rogério Valença é também coreógrafo, cantor, estilista e aderecista da quadrilha junina Asa Branca, com formação em Pernambuco e em São Paulo, onde, além da sua participação em grupos culturais e artísticos de cada região, também, integrou a comissão carnavalesca da Escola de Samba Império da Casa Verde, do grupo especial paulista e se dispôs a produzir o trabalho do presépio de forma gratuita, levando em conta as dificuldades orçamentários do momento.

A realização do projeto do presépio natalino no Complexo Cultural “O Gonzagão” consolida a nova fase de reabertura de suas portas à comunidade, com ações e eventos culturais, educativos e sociais, iniciado em 13 de junho deste ano, sob a coordenação do Professor Zezito de Oliveira e, assim, encerrando as suas atividades de 2007 com total comprometimento com a cultura sergipana e com os valores populares e artísticos locais.



onde fica
Complexo Cultural "O Gonzagão"
Av. Heraclito Rollemberg S/N
Conjunto Augusto Franco
Aracaju - SE
quando ir
10/12/2007 a 06/1/2008
quanto custa
Entrada Franca
contato
(79) 8822-5963 ou (79) 3248-6070

Outro Brasil é possivel. Outro olhar é necessário.

Arquivo Ong Ação Cultural
Projeto Ecarte (Estatuto da Criança e do Adolescente com Arte) - Ano 2004
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Zezito de Oliveira · Aracaju, SE
15/11/2007 · 215 · 18
O ditado popular diz que o que os olhos não vêem o coração não sente, embora no mundo real seja diferente, pois quem é negro, mora na periferia, com pouca estudo ou que estuda em escola pública, que ganha salário mínimo ou que está desempregado o que vê? Falta de respeito pelos direitos humanos mais elementares, o principal deles o direito a vida, quase sempre negado através da sujeira, buracos, ônibus velhos e atrasados, assaltos, mortes, escolas tristes, falta de praças e de outros espaços para a prática da cultura, do esporte e do lazer, desemprego etc...

E o sentimento dominante é de impotência, de acomodação, de passividade, não adianta fazer nada, é muito difícil mudar, a única solução e entregar tudo na mão de Deus e esperar a solução que virá do alto E assim as pessoas vão vivendo e de tão comum os olhos e ouvidos já se acostumaram.

E para fugir da realidade ou para fazer com que as pessoas vejam, mas não enxerguem, há gente de todo tipo. Desde os vendedores de milagres até os traficantes, passando pela maioria dos donos das associações de moradores, das quadrilhas juninas, dos times de futebol, dos bares e muitos, mas muitos cabos eleitorais empregados nas escolas e postos de saúde. Todos eles agindo com a cobertura de uma fabrica de idiotas, a televisão, que como diz o grupo musical Titãs “ Está sempre deixando as pessoas muito burras, burras demais”.

Mas há pessoas que escapam, há aqueles que querem ver com os olhos do coração, aqueles que querem ver o essencial que na opinião do pequeno príncipe é invisível aos olhos do rosto , há aqueles que começam a querer ver com os olhos e os ouvidos do espirito o qual segundo Jesus Cristo muda a forma de ver, de ouvir e as atitudes. “Quem tiver olhos para ver, veja”. “Quem tiver ouvidos para ouvir, ouça”.

São nessas pessoas que querem ver e ouvir com o coração, com o espirito, que reside a esperança de um mundo melhor. E estas pessoas estão presentes nos milhares de iniciativas socioculturais espalhados pelo Brasil afora. Estas ações desenvolvidos na sua maioria por ONGs, Movimentos Sociais e setores conscientes das religiões, buscam um olhar que valorize o que se é, mas que procure ir sempre além. Um ouvido que descubra outros sons e outros tons, que não somente o superficial, o efêmero que se ouve em quase todas as rádios. Um olhar critico que considere que assim como a dança, o teatro e a música são criações humanas, a miséria, o desrespeito aos direitos do cidadão, a falta de dignidade também são ,e, portanto podem ser transformados, porque quem transforma o corpo em instrumento para transmissão de beleza e alegria pode também transmitir mensagens de socorro e de solidariedade e intervir nos acontecimentos políticos como bons artistas que aprenderam a lutar pela justiça, para alcançar a paz.

Conta Eduardo Galeano, no Livro dos Abraços que um garoto chamada Diego não conhecia o mar, seu pai, Santiago Kovadloff, levou-o para que descobrisse o mar. Viajaram para o sul: Ele, o mar, estava do outro lado das dunas altas, esperando.
Quando o menino e o pai enfim alcançaram aquelas alturas de areia, depois de muito caminhar, o mar estava na frente de seus olhos. E foi tanta a imensidão do mar, e tanto seu fulgor, que o menino ficou mudo de beleza. E quando finalmente conseguiu falar, tremendo, gaguejando, pediu ao pai. - Me ajuda a olhar!


É isto que me estimula a participar de iniciativas que buscam descortinar através das infinitas possibilidades de beleza e criatividade que a arte oferece um mundo de justiça e felicidade.

Penso que seja um bom papel que a arte pode desempenhar em um pais que consegue, sabe Deus como, conviver lado a lado com tanta beleza e com tanta feiura. Ajudar a olhar o que das tradições que herdamos merece ser preservado, o que deve ser jogado fora. Ajudar a olhar o que alimenta as nossas esperanças e os nossos sonhos, e o que nos faz deixar de acreditar e de lutar por eles. Ajudar a olhar o que nos torna diferentes e originais, ao contrário daquilo que nos confunde e que nos deixa bastante parecidos com os demais.

Publicado no Jornal da Cidade em 19 de maio de 2004 com o titulo “Outro mundo é possivel, outro olhar é necessário."
e no Webjornal Balaio de Noticias


P.S.: No periodo de 23 a 25 de Novembro estaremos participando do 3º Fórum Popular de Cultura esperando que este e outros eventos possam contribuir para diminuir o isolamento e a falta de reflexão que enfraquece o potencial transformador das milhares de experiências que envolvem crianças, adolescentes e jovens e algumas centenas de adultos que não deixaram de acreditar que vale a pena continuar fazendo arte e educação popular para virar esse mundo em “Festa, Trabalho e Pão” como disse um dia, o poeta José Carlos Capinam.


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Encontro DANÇAR EM CÍRCULO: Celebrando a Renovação

de 08/12 a 09/12 · Aracaju, SE
Acervo de Vera Martha
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Zezito de Oliveira · Aracaju, SE
6/11/2007 · 121 · 11

“Deveria ser a aspiração de uma sociedade o estímulo de fatores constitutivos da personalidade, assim como a educação de pessoas criativamente participativas. A dança é uma oferta desta ordem. Onde pessoas dançam umas com as outras, elas se educam e formam a si mesmas.” Bernhard Wosien

Intencionalidades:
Resgatar a importância das danças de roda, através da vivência de um conjunto de danças em círculo de vários povos e tradições;

Desenvolver capacidades para utilização das danças como canal de crescimento humano pessoal e como ferramenta pedagógica no trabalho social-educativo.

Focalizador: Álvaro Pantoja Leite
Licenciado em Filosofia, doutorando em Ciências da Educação, educador, formador, focalizador, desde 2000, de rodas, encontros e cursos de Danças Circulares em diversas cidades brasileiras (Recife, João Pessoa, Aracaju, Maceió, Teresina, Fortaleza, Sobral)

Público: Estudantes e profissionais das áreas de Educação, Psicologia, Terapias Holísticas, Expressões Artísticas, Desenvolvimento Pessoal, Animação Sócio-Cultural, Serviços Sociais e público em geral.

Realização: Ação Cultural e Comunidade Bom Pastor
onde fica
Comunidade Bom Pastor
Santos Dumont – Próximo ao Terminal Maracaju
Rua Efrem Fernandes Fontes, n.º 65
quando ir
08/12/2007 a 09/12/2007, às 09:00h
quanto custa
R$60.00 (Até 10 de novembro) e R$70.00 (após 10 de novembro).
contato
Tel.: (79) 8815-1116 (Maxivel) - (79) 9965-9606 (Itamar) ou pelo e-mail: maxidesigner@hotmail.com

3º Fórum Popular de Cultura

de 23/11 a 25/11 · Aracaju, SE
Acervo da Cia. de Dança Rick di Karllo
Franciele, da Cia. de Dança Rick di Karllo
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Zezito de Oliveira · Aracaju, SE
6/11/2007 · 125 · 11
O Fórum Popular de Cultura, promovido pela Ong Ação Cultural em Sergipe, está na sua terceira edição. Neste ano, o fórum, cujo tema é “Juventude, Artes Cênicas e Cidadania”, conta com o patrocínio do Banco do Nordeste, através do Programa BNB de Cultura – Edição 2007 e, pela primeira vez, com o apoio da Secretaria de Estado da Cultura.

O evento terá inicio às 19h30 da sexta-feira, 23 de Novembro, com posse pública da nova diretoria da Ação Cultural, mesa redonda com gestores públicos que tratarão do tema “Cultura e Inclusão” , apresentação do vídeo do fórum 2006 e a abertura da exposição sobre o trabalho da Ação Cultural e parceiros nos bairros de Aracaju e região metropolitana.

O retorno das atividades se dará no sábado (24 de Novembro) ás 14h30, com as palestras temáticas que abordarão: A Cultura como Agente de Transformação Social - A Escola como Pólo Cultural da Comunidade - que será apresentada por Marcial de Araújo Lima, Presidente da Fundação Municipal de Ação Cultural(AL) e Dança-Cidadania com a professora e administradora Paula Gonçalves da ONG Em Cena Arte e Cidadania.(PE)

No horário da noite, será realizada uma mostra artística apresentando o resultado de algumas iniciativas desenvolvidas em escolas, bairros e cidades do interior.

Já no domingo (25 de Novembro), a partir das 9 horas, o espaço estará aberto para troca de experiências entre os participantes e dois atores e professores sergipanos da área de teatro — Rafaela e Fredy, que aquecerão o bate-papo falando sobre as suas experiências; a primeira relacionada ao fazer teatro no sertão e o resgate da tradição popular da região, e o segundo sobre o Teatro do Oprimido, modelo de prática cênico-pedagógica criada e desenvolvida por Augusto Boal na década de 70, destinando-se à mobilização do público, vinculando-se ao teatro de resistência.

Ocorrerá simultaneamente o mesmo com o pessoal da área de dança, que terão como provocadores do debate os professores e dançarinos sergipanos Carlos Henrique e Cristiane, que trabalham com adolescentes e jovens em diversos bairros de Aracaju e da região metropolitana, com dança moderna, afro e contemporânea. Falarão sobre as conquistas, as potencialidades, as dificuldades enfrentadas e as formas para superá-las.

Na tarde de domingo acontecerá as oficinas que aprofundarão os assuntos abordados nas palestras temáticas e rodas de conversas, pautados na metodologia de trabalho desenvolvida na Em Cena Arte e Cidadania, cujo foco é na dança como meio de inserção social, sob a responsabilidade da dançarina e educadora Ketully Costa Leal e no projeto “A escola como pólo cultural da comunidade”, intitulada: "Educação como ação cultural para a auto-determinação: um estudo de caso entre estudantes da periferia maceioense." sob a responsabilidade de Clébio Correia de Araújo, Mestre em Educação Brasileira pela UFAL e professor do Depto. de História da UNEAL - Universidade Estadual d
onde fica
Complexo Cultural “O Gonzagão, localizado na Av. Heráclito Rollemberg S/N, no Conj. A.Franco.
quando ir
23/11/2007 a 25/11/2007
quanto custa
Entrada Franca
As inscrições devem ser realizadas antecipadamente através do blog e/ou e-mail, tanto para participar das palestras, rodas de conversa, oficina como para inscrever o grupo cultural para se apresentar na mostra artistica.
A participação dará direito a certificado.
website
acaocultural.blig.ig.com.br
contato
Zezito - (79) 8801-6600
Lucy
e-mail.: ongacaocultural@yahoo.com.br

CELEBRAR CANUDOS: 110 ANOS DE MASSACRE

27/10 · Aracaju, SE
Movimento Popular e Histórico de Canudos
XXIII Celebração Popular pelos Mártires de Canudos-06/07 e 08 de outubro de 2006
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Zezito de Oliveira · Aracaju, SE
19/10/2007 · 123 · 17
O Movimento Popular e Histórico de Canudos em parceria com a Secretaria de Estado da Cultura, através do Complexo Cultural "O Gonzagão", estará realizando o 1º Celebrar Canudos. O evento servirá de espaço para debates, palestras, atividades artísticas, tais como: teatro, dança, vídeos, shows, exposições fotográficas, tudo isso envolvendo a temática dos acontecimentos da Guerra de Canudos.

Há 110 anos o sertão da Bahia foi inundado pelo sangue de cerca de 25 mil brasileiros que lutaram bravamente pelo direito de viver livre das cangas dos coronéis, do latifúndio e dos impostos da recém instaurada república. A guerra de Canudos (1896-1897), evento crucial da história brasileira tem um significado impar no cenário nacional e vem a cada dia despertando um interesse maior por parte de jornalistas, historiadores, intelectuais, pesquisadores, políticos, sindicalistas, religiosos etc.

Entretanto, toda essa história do extermínio do povo de Canudos ficou muito tempo apagada e esquecida na memória do povo da região, do Brasil e do mundo e quando dela se falava era recheada de mitos e preconceitos contra Conselheiro e sua gente. Hoje, 110 anos depois, já podemos ver e sentir uma História de Canudos revisada: Canudos como uma história de lutas e de resistência camponesa versus a Canudos de fanáticos, monarquistas e messiânicos.

Canudos mais outra vez “não se rendeu” e se espalhou pelo país e sabemos que grande parte da elaboração de produções artísticas e culturais (filmes, livros, vídeos, artigos, músicas, romarias, seminários, semanas de cultura) que discutem Canudos dentro e fora do país deve-se a atuação do Movimento Popular de Canudos.

Até 1981, quando se iniciou o trabalho popular pelo resgate de Canudos na região de Monte Santo, pesquisas acadêmicas haviam sido feitas, conferências realizadas e filmes exibidos. No entanto, Canudos vivia o seu silêncio mortal debaixo das águas do cocorobó. Foi preciso que este Movimento criasse uma mentalidade nova, profética, arrancando Canudos da malvadeza dos coronéis armados e das gaiolas das elites acadêmicas.

O Movimento Popular e Histórico de Canudos há anos luta para resgatar as verdades desta história através de associações, sindicatos, palestras e eventos como este que objetiva contribuir para que o povo brasileiro possa resgatar sua identidade com suas lutas e se inspirar nos bravos guerreiros de Canudos que deram suas vidas em defesa de uma sociedade justa e solidária.

27 de outubro – Sábado

9h. Abertura da Exposição “Canudos: ontem e hoje” e da exposição fotográfica sobre os 23 anos do Movimento Popular e Histórico de Canudos, da fotógrafa Rita Barreto - BA

15h. Palestra com o Pe. Enoque Oliveira, pesquisador e fundador do Movimento Popular e Histórico de Canudos – Euclides da Cunha - BA

16h Debate

17h Vídeo “Canudos: Sol e Pó” de Luciano Correia.

19h Momento Celebrativo, sob a coordenação do missionário popular Ulisses Willy

20h Grupo Teatral Canudos Em Movimento–Japaratuba/SE, Grupo de Danças Rasga do Nordeste–Socorro/SE

21h - Forró pé-de-serra com Casaca de Couro.
onde fica
Av. Heráclito Rollemberg, S/N - Bairro Farolândia
Conjunto A. Franco. - Aracaju - SE
CEP 49030-640
quando ir
27/10/2007, às 09:00h
quanto custa
Entrada Franca
website
http://www.infonet.com.br/canudos
contato
Zezito de Oliveira - (79) 3248-6070
e/ou zezito2002@ig.com.br

III NOITE CULTURAL – A PERIFERIA BRILHA

Caravana Arcoiris
Samba Inocente
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Zezito de Oliveira · Aracaju, SE
5/10/2007 · 120 · 14
Quem foi ao Gonzagão na noite do sábado, 28 de setembro, teve uma grande surpresa com a beleza da diversidade da produção cultural da nossa juventude. Pelo palco principal, tablado da pista de dança e palco do espaço Gonzaguinha desfilaram cantores, grupos musicais, grupos de dança, teatro de bonecos e quadrilhas juninas: Grupo Musical Luzeiro do Orerê, Companhia de Dança Rick di Karllo, Teatro de Bonecos, Projeto Arte Cênica na Escola, Grupo de Dança Balangudango, Grupo Popular de Dança Asa Branca, Samba Inocente, Quadrilha Junina Asa Branca, Quadrilha Junina Luiz Gonzaga, Forró Só Mais Eu, Galera do Ghetto, Grupo Break Boys, Minho San Liver, Ilânio Oliveira e Forró Pé de Serra, além de artesãos que expuseram os seus produtos em uma área reservada para esse fim.

Os artistas/educadores da Caravana Internacional Arcoiris por La Paz, atualmente hospedados no espaço, coordenaram um ritual de abertura saudando a diversidade cultural dos povos que habitam o planeta, acompanhado de um canto indígena que celebra os quatro elementos que nos proporcionam viver como ser vivo: O ar, a terra, o fogo e o ar, além da bela projeção de algumas imagens coletadas pela Caravana em diversos lugares, em sintonia com movimentos de expressão corporal das bailarinas do grupo Balangudango e o fundo musical, composto pelas músicas pacifistas do grupo musical Luzeiro do Orerê.

Dentre os aspectos que mais chamaram a atenção, destacamos o fato de uma parcela expressiva dos artistas e grupos terem pouco tempo de organização e de ensaios e alguns, mesmos os mais antigos, terem tido poucas oportunidades para se apresentar em espaços com a qualidade da estrutura oferecida pelo Gonzagão. E a maior surpresa foi exatamente essa: a excelente performance da maioria dos novatos.

E um dos maiores motivos de grande satisfação foi exatamente o entusiasmo e vibração do público, algo em torno de 600 pessoas, na hora da apresentação de diversos grupos, em especial o Samba Inocente, o qual mobilizou um grande número de admiradores oriundos do bairro Santa Maria, local onde mora a maioria dos seus integrantes.

Outra marca importante do evento foi a organização coletiva através do Consórcio Cultural do Conjunto Augusto Franco e Adjacências que reuniu representantes de diversos grupos que, em alguns casos além do envolvimento como artistas, participaram também como produtores.

Esse modelo de gestão garantiu o comprometimento de agentes culturais da comunidade, repercutindo na divisão e aprendizado das tarefas e rotinas de serviço, observado de forma positiva por um especialista em políticas públicas para inclusão, o que além do sucesso atual, conseqüentemente garantirá a possibilidade da realização de outras ações culturais, independente do humor dos gestores públicos de plantão.

Agindo dessa forma acreditamos que será evitado o que aconteceu em anos recentes, quando a comunidade ficou culturalmente debilitada por causa da falta de vontade política do poder público em promover e/ou incentivar a realização de eventos semelhantes à III Mostra Cultural, o qual já tinha sido realizado através da iniciativa de artistas e grupos culturais da comunidade em anos anteriores, utilizando as estruturas da Igreja Católica como apoio.

E foi exatamente por isso que o formato da noite cultural foi escolhido para darmos início ao processo de visibilidade das ações de parceria público-comunidade, que é uma das diretrizes programáticas do planejamento das ações da Secretaria de Estado da Cultura, capitaneada pelo Professor Luiz Alberto.

Em termos conclusivos vale a pena registrar as palavras da coordenação da Quadrilha Junina Asa Branca, que deu uma expressiva contribuição para o êxito da III Noite Cultural. Em uma das reuniões preparatórias, afirmou: “A data de realização da noite cultural é uma data para nos encontrar, comemorar sempre e deixar registrado em mossa memória como a noite da integração cultural do Conjunto Augusto Franco e Adjacências”.

E foi isso mesmo, confirmando as palavras do poeta Fernando Pessoa: “Deus sonha, o homem quer, a obra nasce”.


Semana Luís Gonzaga

de 02/8 a 04/8 · Aracaju, SE
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Zezito de Oliveira · Aracaju, SE
1/8/2007 · 54 · 1
2 de Agosto (quinta-feira)

19h30 - Abertura da exposição fotográfica – Vida e Obra de Luís Gonzaga
(Com a colaboração do Professor José Augusto)
20h - Roda Aberta de Diálogo
O Legado de Luís Gonzaga para o povo brasileiro
(Participação do Prof. º José Augusto)
21h30 – Quadrilha Luis Gonzaga – Reapresentando quadros das apresentações dos anos 2003 e 2004 cujo tema foi a vida e a obra do Velho Lua.
22h - Encerramento

3 de Agosto (sexta-feira)

19h30 - Apresentação de vídeos sobre a vida e o legado de Luís Gonzaga.
(Com a colaboração do Produtor Cultural Paulo Correia e da Quadrilha Luís Gonzaga)
22h - Encerramento

4 de Agosto(sábado)

19h30h – Orações, Cânticos Populares e Louvação pela presença de Luís Gonzaga em nosso meio.
(Coordenação de Ulisses Willy, estudante de Ciências Sociais da UFS e especializado em teologia e missão popular e com a participação do Trio de Forró Suco de Cacau).
21h- Forró com Trio Suco de Cacau
22h – Quadrilha Unidos do Sertão
22h30 – Forró Trio Correia dos 8 baixos.
24h – Encerramento

onde fica
Complexo Cultural "O Gonzagão"
Av. Heraclito Rollemberg S/N
Conjunto Augusto Franco
quando ir
02/8/2007 a 04/8/2007, às 19:30h
quanto custa
Entrada Franca


O Gonzagão dos Nossos Sonhos

Ronaldo Lima
Visão parcial do Gonzagão - salão principal - área interna
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Zezito de Oliveira · Aracaju, SE
11/6/2007 · 152 · 8
O Gonzagão, localizado no Conjunto Augusto Franco, zona sul de Aracaju, é uma casa de shows construída no inicio da década de 90 pelo governo de Sergipe para suprir uma necessidade da população aracajuana que, naquele momento, já se ressentia pela falta de um espaço amplo, arejado e seguro para curtir a boa música nordestina e brasileira.

E o nome do homenageado — Luís Gonzaga — não deixa dúvidas sobre a intenção e a importância de se ter construído esse monumento cultural cuja inauguração, lamentavelmente, não pôde contar com a ilustre presença do “Rei do Baião”, uma vez que ele, infelizmente, faleceu um pouco antes do tão aguardado evento.

Conforme depoimento de frequentadores mais antigos, nos primeiros seis anos o espaço correspondeu às melhores expectativas com uma programação artística permanente e de qualidade, em especial no período dos festejos juninos, quando o espaço se transformava num imenso e belo arraial, com trios pé-de-serra e artistas de renome da música regional, concursos de quadrilhas, feira de comidas e bebidas típicas, casamento caipira etc.

Todavia, com o passar do tempo a utilização do espaço foi desviada para outros fins e a seleção dos artistas para apresentações na casa passou a ser feita sem muitos critérios e os problemas envolvendo a segurança do público foi se agravando cada vez mais, inclusive com casos de morte no local, entre vários outros problemas detectados.

Destarte, nos últimos anos o cuidado com a conservação do espaço físico foi deixado em segundo plano, o que obrigou o Governador Marcelo Déda, eleito no pleito de 2006, a autorizar a realização de serviços emergenciais de reforma, sem a qual o espaço ficaria impossibilitado de retomar as funções para as quais foi originalmente destinado.

E foi com essa perspectiva que o Professor Luíz Alberto, Secretário de Estado da Cultura, nos convidou para integrar a sua equipe ocupando o cargo de diretor do Gonzagão, com a incumbência de garantir a retomada de uma programação artística de qualidade priorizando os ritmos tradicionais como o forró, a seresta e o chorinho e a elaboração de um projeto de oficinas culturais com ênfase na inclusão de adolescentes e jovens através da arte.

E como primeira iniciativa apresentamos a programação alusiva aos festejos juninos, a qual está apresentada na secão agenda.

Por sua vez, o projeto de arte & inclusão encontra-se em fase de elaboração e brevemente será apresentado ao Secretário Luís Alberto para análise e aprimoramento e posterior negociação junto a parceiros no âmbito do próprio governo estadual, do governo federal, das ongs e das empresas estatais e privadas.

Quem acredita que a arte é um poderoso meio para diminuirmos a solidão, a angústia, a depressão, a violência familiar e/ou social, a ignorância ou que pode contribuir para dar sentido a nossa existência, combater o desinteresse pela freqüência as aulas, o desemprego, o preconceito, a intolerância religiosa e étnica etc. e quiser colaborar conosco, pode entrar em contato através do telefone 9993-4483 ou através do e-mail complexoculturalgonzagao@yahoo.com.br.

Estamos também com um conjunto de artigos no endereço http://www.overmundo.com.br/perfis/zezito-de-oliveira, que podem contribuir para o diálogo.

omunicação, Cultura e Politica:Tudo a ver

Por CMI Fortaleza - www.midiaindependente.org:
Encontro de Estudantes de Comunicação em Alagoas, 2006
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Zezito de Oliveira · Aracaju, SE
24/4/2007 · 165 · 18
Depois de alguns anos ouvindo e tendo ficado cansado do rádio-jornalismo produzido em Sergipe, sugeri a companheiros radialistas e jornalistas que buscassem elaborar uma pauta que não ficasse vinculada somente aos temas que as grandes redes nacionais elegeram como prioridade.

Pois como sabemos, nem sempre as prioridades da Veja, Globo, SBT, Folha de São Paulo, Estado de São Paulo, entre outros, são de fato representativas dos interesses da maioria da população. Na verdade, estão em função dos vínculos econômicos/corporativos que ligam essas empresas de comunicação a grandes grupos nacionais e internacionais articulados com outros ramos da economia e a certos esquemas de dominação e exclusão, como é o caso de brancos racistas da África do Sul, que detêm o controle acionário da revista VEJA, conforme denúncia divulgada através da Rede Bandeirantes e em outros veículos de comunicação.

Nessa mesma linha, outro aspecto importante e que me levou a afastar-me da audiência das emissoras locais, principalmente em 2006, foi a falta de respeito a uma regra básica de qualquer manual do bom jornalismo, que é sempre ouvir o outro lado. Cansei de ver o PT e o candidato a governador, Marcelo Deda, ser linchado, achincalhado ou humilhado pelas ondas do rádio e não ouvir o contraponto, a outra parte.

Por isso, passei a utilizar como fonte de informação os sites na internet e/ou a edição impressa dos seguintes veículos: Carta Maior, Adital, Brasil de Fato, Caros Amigos, Overmundo, Centro de Mídia Independente , Observatório da Imprensa e Carta Capital.

Ou como no caso do rádio, as emissoras Favela FM, de BH e a CBN, essa última apesar do posicionamento ideológico da maioria dos seus jornalistas, afinados com o famoso “Consenso de Washington” pelo menos faz um debate de alto nível, o que deixa brechas para vozes dissonantes.

Na mesma linha dessa emissora, temos aqui em nossa província, porém na forma escrita, o jornal Cinfom que, embora muitas vezes (principalmente no ano de 2006) tenha repetido a suposta “opinião pública” da qual, Veja, Globo, SBT, Folha, Estadão, se julgam porta-vozes, através de seus editoriais, pelo menos não deixou de lado a abordagem ampliada de assuntos que muito interessam a quem mora na periferia, vive de salário mínimo, anda de ônibus, tem os filhos matriculados em escola pública, depende do “humor” dos funcionários e médicos dos postos de saúde, não tem acesso à arte e cultura de qualidade e não pode investir em serviços privados de segurança etc.

São assuntos que nem sempre tem recebido o espaço, a análise profunda, o debate com especialistas, o contraditório, por parte da nossa grande imprensa, a não ser quando acontecem grandes tragédias e mesmo assim com o viés sensacionalista e supostamente “preocupado” com a maioria da população.

Neste ano de 2007 voltei a ouvir programas de rádio produzidos em Sergipe, principalmente a emissora estatal Aperipê FM, que a partir da conquista do governo estadual pela aliança PT - PC do B - PSB - PMDB - PTB etc., está possibilitando a participação de uma equipe que sabe selecionar dos nossos bons e tradicionais artistas e bandas as melhores músicas, incluindo os grandes sucessos.

O mesmo se sucede com os novos artistas e bandas, como DJ Dolores, Mombojó, Afroreggae, Naurêa e uma pá de gente boa, mas que são preteridas em favor tão somente do arrocha, do brega, do forró transgênico ou eletrônico, os únicos tipos de música que tocam na maioria das emissoras comerciais, o que, conseqüentemente, leva a população a achar que não existe mais nada além disso.

A Aperipê FM também apresenta o programa brasileiro da Rádio França Internacional, que ouvi algumas vezes pela internet e que tem uma pauta que interessa a quem quer entender e discutir os grandes temas da atualidade e também aqueles ligados diretamente à nossa realidade, pois é comum o programa entrevistar artistas, intelectuais, ativistas sociais e políticos brasileiros que estão morando, estudando, trabalhando ou de passagem pela França.

No caso da outra emissora estatal, a Aperipê AM, será necessário mudar muito mais, para que ela se torne uma emissora voltada prioritariamente para a informação plural e de qualidade, que acredito ser o papel estratégico para o qual ela parece destinada.

Espero que ela se torne algo tipo uma CBN local. Será bom para nós e para o novo governo que foi eleito pelos sergipanos para colocar Sergipe em condições de dialogar e contribuir para as mudanças que o Brasil e o mundo tanto precisam.

Uma boa referência para isso também são os programas jornalísticos gerados pela Radiobrás, que atende a todas as nossas expectativas: busca atingir uma gama variada de assuntos de interesse público, com seriedade e profundidade, e ouve o outro lado, mesmo quando é uma opinião contrária ao pensamento do governo federal.

Não apenas em Sergipe, no plano nacional também há situações que precisam de uma atenção especial dos ativistas sociais, políticos e culturais. Recentemente li com pesar a notícia referentes as dificuldades para a manutenção das atividades da agência Carta Maior, que foi um veículo que serviu de trincheira no ano de 2006 ao enfrentamento do esquema midiático que pretendeu derrotar o bloco político vencedor das eleições de 2002.

Será que o governo federal e alguns estaduais comprometidos com as transformações básicas que tanto precisamos (como a democratização da comunicação) não dispõem de dinheiro de publicidade para investir nesses veículos, não como favor, mas como obrigação, considerando que as polpudas verbas de publicidade estatal são o sustentáculo principal da maioria, quiçá de todos os veículos da iniciativa “privada”?

Acho que nem é preciso lembrar aos nossos companheiros e camaradas do governo federal e dos estados que acreditam e fazem a sua parte para ajudar na construção de “outros mundos” que a ditadura militar não foi embora sem que antes se tivesse investido pesado em órgãos de comunicação como a Rede Globo, que vez por outra se lançam contra aqueles que também acreditam e desejam construir “outros mundos”.

Dentre eles, podemos citar o MST, como um símbolo desse embate entre os que detêm poderosos meios de comunicação para manter o povo na indigência intelectual e ética e aqueles que querem seres humanos à altura dos ideais de solidariedade, tolerância, inteligência e beleza que tanto precisamos para não voltarmos novamente à barbárie à qual estamos chegando rapidamente a passos largos.

Para terminar um SALVE !!! para aqueles que lutam para construir e manter Rádios e TV’s Comunitárias, sites e blogs. E não nos esqueçamos de que é preciso interagirmos mais e batalhar muito para que antes do término desse segundo mandato presidencial não continue sendo crime montar uma emissora de rádio para falar do que realmente nos interessa e tocar músicas sem precisar ficar “amarrado” às listas de umas emissoras que tocam músicas que promovem a “prostituição” ou de outras que tocam músicas que promovem a “alienação" e a “intolerância”.

Será que não podemos conquistar o direito de ir além da infeliz dicotomia entre Deus e o Diabo nas ondas do rádio?


P.S.:
1 – No artigo “Algumas reflexões sobre a crise de Carta Maior” Bernardo Kucinski, jornalista, professor da Universidade de São Paulo e editor-associado da Carta Maior, retoma algumas propostas que estiveram em discussão junto ao governo federal no primeiro mandato: (...)Entre essas propostas está o vale-jornal, que daria a todo cidadão sem recursos suficientes um vale para receber o jornal de sua preferência. Numa primeira fase , receberiam o vale jornal cidadãos já cadastrados em programas sociais (...). Outra proposta que o governo deveria retomar era a do programa de apoio à consolidação de veículos sem fins prioritariamente lucrativos, que selecionaria anualmente dez veículos impressos, dez rádios comunitárias e dez sites da internet (...). Seus projetos seriam selecionados por um comitê técnico independente. Se a Secom e as empresas estatais alocassem a esses programas e políticas apenas 3% de suas verbas publicitárias, já se daria um grande salto ma qualidade na mídia brasileira.

2 - Esse artigo foi escrito ao mesmo tempo em que se saboreava, ao fundo, músicas da Aperipê FM.

3 A primeira vez em que ouvi falar da banda Mombojó foi através do Overmundo.

4 - Para quem não quer ficar somente na indignação e quer ir além das palavras, vale a pena aprofundar-se no tema das políticas públicas e solicitar o posicionamento dos deputados e senadores sobre a questão da liberdade para a radiodifusão comunitária. Um bom caminho é começar por aqueles legisladores que se dizem de esquerda.

5 - Espero que em breve possamos ouvir o programa de Rádio do Overmundo na Aperipê. Esse programa tem entre os seus realizadores um overmano de Sergipe, Marcelo Rangel, que também, para nossa surpresa e alegria, foi indicado recentemente para ser o nosso Secretário Adjunto de Cultura.

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ENCONTRO DANÇAR EM CIRCULO

de 19/5 a 20/5 · Aracaju, SE
www.danzemeditative.com
dança meditativa
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Zezito de Oliveira · Aracaju, SE
19/4/2007 · 84 · 3
Vivência de um conjunto de danças em circulo de vários povos e tradições, como facilitadoras no processo de encerramento e abertura de ciclos vitais.

"As DANÇAS CIRCULARES SAGRADAS trazem uma nova perspectiva para os participantes destes circulos, auxiliando assim nas transformações que se fizeram necessárias para cada um encontrar o seu BEM ESTAR, melhorando a qualidade de suas vidas através da ALEGRIA, da LEVEZA e da MEDITAÇÂO."

Focalizador : Álvaro Pantoja Leite

Licenciado em Filosofia, doutorando em Ciências da Educação, educador, formador, focalizador, desde 2000, de rodas, encontros e cursos de Danças Circulares em diversas cidades brasileiras (Recife, João Pessoa, Aracaju, Maceíó, Teresina, Fortaleza e Sobral).

onde fica
Comunidade Bom Pastor - Bairro Santos Dumont - Próximo ao Terminal Rodoviário Maracaju

Rua Efrem Fernandes Fontes, 65

quando ir
19/5/2007 a 20/5/2007, às 09:00h
quanto custa
R$ 60.00 (até 05 de Maio)
R$ 70.00 (após 05 de Maio)

Aracaju nos seus 150 anos e a cultura que fica.

Arquivo.meumarazul.blogger.com.br
Vista aérea de Aracaju
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Zezito de Oliveira · Aracaju, SE
30/3/2007 · 85 · 6
Em todos os anos, durante o mês de março, é elaborada uma vasta programação para comemorar o aniversário da cidade. No ano de 2005, quando foram comemorados os 150 anos, publicamos no jornal Cinform o presente artigo.
Para resumir o motivo pelo qual o texto está sendo reeditado na íntegra, aqui no Overmundo, podemos lembrar da frase de uma composição do Legião Urbana: “Mudaram as estações e nada (ou quase nada) mudou” na área da ação cultural transformadora e inclusiva.

O que nos deixa perplexos é o fato de que a cidade, sendo governada desde o ano 2000 por uma aliança de partidos de esquerda, ainda não atendeu aos anseios de quem tanto esperou e espera do grupo.

Afinal, a expectativa era de que o segmento artístico/cultural fosse considerado prioridade no governo da mudança. Mas o que se percebe é que na área da cultura quase tudo está por fazer.

Esperamos que nos próximos aniversários, possamos registrar o melhor e mais duradouro presente, que são as políticas públicas de cultura à altura da importância que a área requer no atual momento histórico nacional e mundial.

Enquanto isso não acontece, continuaremos como propõe o ditado popular jogando “água mole em pedra dura, que tanto bate até que fura.”

Esperamos que muito mais gente se some, para que nos transformemos em uma forte correnteza que provoque uma real mudança de atitude, muito além da retórica, por parte dos nossos companheiros e camaradas.

Eis o texto. Que também pode se chamar:
Aracaju nos seus 152 anos e a cultura que fica.

Os casais sabem que nas relações de amor um dos aspectos mais importantes, e que deixam marcas muito fortes na memória, é o entrosamento do casal na cama. Existe até um ditado que se refere a isto como o ‘amor que fica...’.

Como cultura é uma palavra feminina, e Aracaju também, tanto que nas peças publicitárias referentes ao aniversário dos 150 anos a nossa cidade é apresentada como uma bela menina, penso que o referido dito popular, nesse caso, pode ser aplicado à cultura também.

Concordo com o prefeito Marcelo Déda, no estilo dado às comemorações do aniversário da nossa cidade, com as tradicionais entrega de medalhas, alvoradas, corridas e shows musicais. Eu não faria diferente, afinal este tipo de programação me lembra as declarações de amor, as flores, os bombons e os bichos de pelúcia que quase toda mulher gosta de receber. O problema é que apenas isso não sustenta uma relação que se quer firme, duradoura e inteira.

Mas e a cultura que fica? Como nas coisas do amor , vai muito além dos eventos que o Governo do Estado ou Prefeitura estão oferecendo para celebrar o aniversario da nossa bela menina.

A cultura que fica é aquela que garante um orçamento digno para o crescimento e sustentabilidade deste setor no município. A cultura que fica é aquela que coloca em prática leis de fomento aprovadas pela Câmara Municipal, como à de incentivo à cultura e a que institui o ‘Programa VAI’ que apóiam, respectivamente, as iniciativas dos artístas profissionais e dos artistas e/ou grupos culturais emergentes da periferia.

A política cultural que fica prepara agentes culturais, incluindo gestores municipais, para melhor planejar e administrar o setor na cidade. A política cultural que fica se propõe a construir um teatro municipal.

E, principalmente, a política cultural que se quer firme, duradoura e inteira consulta os artistas, produtores culturais, intelectuais e as lideranças comunitárias para ouvir e atender as suas demandas, utilizando como pressuposto que cultura não é gasto, e sim investimento que resulta na melhoria da qualidade de vida da nossa população e daqueles que nos visitam.

A política cultural que fica é tarefa dos vereadores, que precisam discutir e aprovar a proposta de lei encaminhada pela ECOS - Entidades Culturais Organizadas - no ano de 2003, instituindo o Fundo Municipal de Incentivo à Cultura, conhecido no meio artístico de nossa cidade pela sigla FICA.

Do contrário, é alimentar, em relação à cidade, uma opinião/atitude do machão brasileiro, que vem desde os tempos do Brasil-Colônia, ao afirmar a existência de dois tipos ideais de relação com as mulheres: a de um casamento formal com uma e as relações extraconjugais com outras. As primeiras são as esposas que cuidam da casa e dos filhos. As outras para todo o prazer que houver nessa vida.

Trazendo o exemplo para Aracaju, moramos, trabalhamos, descansamos e, de vez em quando, namoramos com a nossa menina. Já com as outras (Salvador, Recife, Fortaleza, Rio de Janeiro e São Paulo) nos divertimos, nos esbaldamos e nos deliciamos pra valer. E, neste caso, vale tanto para quem gosta de lixo cultural como para quem gosta da “papa fina”, do “biscoito fino”, da cultura brasileira e universal.

Se no campo das relações conjugais muitos homens e mulheres estão conseguindo ser completos e viver juntos com plenitude, contribuindo para um novo modo de relacionamento que pode dispensar a necessidade de amantes, penso que o mesmo vale para a nossa capital.

Neste sentido, queremos Aracaju por inteira, dando e recebendo tudo do bom e do melhor nos dois planos: afetivo/sexual e cultural.
TE AMO MUITO ARACAJU.


P.S.: O prefeito atual de Aracaju é Edvaldo Nogueira do PC do B, que foi reeleito em 2004, como vice-prefeito na coligação PT-PC do B. O prefeito na época em que esse texto foi escrito, Marcelo Déda (PT), atualmente é o nosso governador.

O Programa VAI de Aracaju, inspirado em proposta do mesmo nome do município de São Paulo, foi tranformado em lei através da Câmara Municipal no ano de 2003 e aguarda ser retirado da gaveta pela Fundação Municipal de Cultura (Funcaju).

O FICA ficou parado em uma das comissões na Câmara Municipal, espera-se que com a posse de um suplente de vereador, Chico Buchinho, identificado com as demandas do meio artistico/cultural, o projeto possa andar.

A Caravana Arcoiris Espalhando Alegria e Paz.

Arquivo Caravana
Cerimônia Ecumênica de Tradição Indigena no dia 02 de Março
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Zezito de Oliveira · Aracaju, SE
24/3/2007 · 106 · 12
A Caravana Arcoiris Por La Paz, formada por 25 artistas e ativistas altermundistas de diversas nacionalidades, tendo se originado no México no ano de 1996 e percorrido milhares de quilômetros de nuestra América, busca através da arte, da educação ambiental e da espitirualidade de tradição indígena, chamar a atenção das pessoas para a necessidade de (re) construirmos o paraíso que herdamos a partir da compreensão de que a vida é um todo indivisível e que a fragmentação, o isolamento e a mercantilização são as fontes da destruição e do sofrimento que nos impedem de viver e desfrutar a terra como um jardim de mil delícias.

Depois de ter tido a felicidade de ler, em 2006, um dos cartazes da Caravana afixado na sede da Rede Sergipe de Cultura, fui contagiado pela alegre expectativa de poder conhecer todo o grupo. No cartaz, se resumiam os objetivos do projeto: Fortalecer redes, grupos e movimentos biorregionais. Oferecer oficinas e cursos nas áreas, de alimentação saudável, permacultura, ecovilas, eco-educação para crianças e jovens, eco-feminismo, intercâmbio de conhecimentos das culturas indígenas e suas cerimônias, saúde e terapias holísticas, teatro, música, artes circenses, danças circulares, tomada de decisões por consenso e resoluções de conflitos para grupos.

As atividades da Caravana foram iniciadas com uma reunião com representantes de pontos de cultura e outras entidades e grupos culturais que escolheram alguns temas prioritários para palestras, vivências e oficinas.

O inicio dos trabalhos aconteceu com uma cerimônia ecumênica que rememora alguns cantos e rituais de diversos povos nativos desde o Canadá até a Patagônia, permeando, inclusive, a tradição dos nossos pataxós do sul da Bahia, incorporando também cantos e danças dos terreiros. Neste caso, a concha do Centro de Criatividade, lugar em que estava sendo realizada a atividade, tem tudo a ver, porque é um local de remanescentes de quilombos, alguns dos quais estiveram presentes (integrantes da ong Criliber , e alguns moradores da comunidade) com canto, dança e percussão.

Essa forma de interagir com os conhecimentos da população local esteve presente em todo o momento da realização das oficinas e vivências. No caso das danças circulares, por exemplo, os focalizadores da Caravana, em muitos momentos, convidaram aqueles que conheciam os passos das danças e folguedos sergipanos para compartilhar conhecimentos.

Como na música de Milton Nascimento “O artista dever ir onde o povo está” a Caravana foi ao encontro dos moradores do entorno do Centro de Criatividade e apresentou uma sessão de vídeos sobre quilombos dentro da comunidade da maloca e participou de alguns encontros com dirigentes dos setores de cultura, comunicação e gênero do MST para organizar algumas atividades em aliança e se integrar à Marcha do Dia Mundial das Mulheres que o movimento liderou em Aracaju em conjunto com outras organizações sociais.

Segundo Verônica “guacamaya”, articuladora/relações públicas da Caravana, a marcha foi muito linda. E evidentemente como nos outros anos, não poderia deixar de ser um protesto contra o modelo econômico vigente que privilegia a especulação financeira em detrimento das políticas sociais.
Foi também uma afirmação da necessidade de se buscar a igualdade de direitos entre homens e mulheres, o que me fez lembrar um apelo que publiquei no jornal Cinform, em setembro de 1999, cujo titulo era “Fome de Pão e Fome de Beleza”.

O texto propunha unir essas duas dimensões essenciais da vida humana - a dimensão artistico/cultural, feminina, e a dimensão da luta social, masculina - as quais dificilmente caminham juntas: “Motivos para protestar não faltam: terra para plantar, emprego e salários decentes, educação pública de qualidade, casa para quem precisa de moradia, melhor atendimento a saúde etc... Ainda bem que nos restam alguns hectares de florestas não destruídos, alguns rios não poluídos, alguns belos espécimes da fauna e da flora (não sei até quando), algumas belas expressões da cultura popular (...). Por isso, os ativistas sociais precisam urgentemente re(conhecer), valorizar, promover, apoiar (...) aquilo que nós produzimos de melhor em termos de expressões artísticas/culturais, e defender o que ainda resta de nossa rica biodiversidade. Foi isso que faltou para o Grito dos Excluídos ser ainda melhor – um pouco da arte do circo, do teatro de rua, os índios xocós e dança religiosa “toré”, os blocos afros, os atabaques, o rap e a dança de rua, o repente e as músicas de Luís Gonzaga (...)Concluindo, concordamos com o Fora FHC (principalmente por causa da política econômica e por causa da falta de sensibilidade com o drama da violência e da fome) e o Fora FMI (mentor da política econômica em vigor), acrescento também: Fora a Mesmice, a Chatice e a Falta de Criatividade. E como os estudantes franceses em maio de 1968: “A Imaginação no Poder”.

O final da programação oficial se deu no dia 10 de Março, com uma mostra artística e festa multicultural com os artistas e educadores da Caravana e com os de Sergipe. Estes, por sua vez, interagiram participando de oficinas, vivências e palestras durante a semana em que a Caravana se instalou no Centro de Criatividade.

Na semana em que a Caravana esteve entre nós, experimentamos a felicidade do mundo que queremos para nós e para nossos descendentes. E para a realização disso é preciso respeito e diálogo com as diferenças, mas sem esquecer da necessidade da luta contra a desigualdade e contra todo tipo de opressão.

Por ultimo, não poderia deixar de registrar o meu contentamento com a participação de pessoas que convivem em mundos separados e distantes, embora busquem a “felicidade geral da nação”, como os artistas, ativistas dos movimentos sociais e Ongs e participantes de grupos holísticos. Lembro-me da urgência do casamento do céu com a terra, do sol com a lua. Ah! Como precisamos tanto integrar a arte, as lutas sociais e as diversas formas de expressão da espiritualidade.

Enfim, vale deixar um agradecimento para o Ministro Gilberto Gil, que tem a compreensão do que escrevi acima e por isso apóia o trabalho da Caravana através do Programa Cultura Viva, para o diretor e colegas do Centro de Criatividade, que fizeram o melhor para que aquela unidade da Secretaria de Estado da Cultura pudesse cumprir o papel para a qual a maioria dos sergipanos sinalizaram quando escolheram o nome de Marcelo Déda para governador deste estado, e a colaboração voluntária de Marcos, da Ong Ação Cultural, que ajudou a Caravana de diversas formas.

E em especial, “Gracias a La Vida” e a alguns companheiros (as) com os quais outrora compartilhei momentos semelhantes aos que vivi nesses dias, como: Simão, Álvaro, Ivete, Síria, Luiza de Marilac e Marcelo Veloso, do Centro Nordestino de Animação Popular do Recife; Garotos/Garotas e Educadores Sociais do Projeto Reculturarte, nos idos de 1989 a 1996 no Bairro América, em Aracaju; Kaká Werá, educador, escritor e pajé, natural de São Paulo; Alcino Ferreira e o chileno Clemente Lizana (in memoriam) da equipe Habeas Corpus do Recife; Zé Vicente, artista, ecologista, mistico - gerado no ventre das comunidades eclesiais de base do Ceará; William Valle, mestre focalizador de danças circulares de Belo Horizonte; Irene, natural do Pará, minha amada, cúmplice dos sonhos e projetos da construção de um novo homem e de uma nova mulher - sementes para outro mundo, - e Marcelo Barros, monge beneditino e escritor do mosteiro da Anunciação do Senhor em Goiás, que participa de cerimônias inter-religiosas como a realizada no primeiro dia e em outros momentos da Caravana em Sergipe e que tem feito um importante trabalho de critica aos fundamentalismos e fanatismo religioso que tantas desgraças vêm causando à vida de milhões de pessoas.

Esse artigo terá uma segunda parte com depoimentos de outras pessoas que participaram das diversas atividades da caravana.

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