Natal e seus simbolos
Muito grato aos amigos que nos enviam mensagens de natal, por meio
de símbolos, tanto aqueles que enviam de maneira direta, como de maneira
indireta.
Gosto de símbolos porque são sinais ou signos que unem e recordam e quando falamos em recordar não queremos dizer algo que necessariamente tenha acontecido da forma como nos é apresentado.
No caso do natal, por exemplo, muitos já sabem que Jesus de Nazaré, não nasceu em Belém, nem no dia 25 de dezembro e nem recebeu a visita de reis magos, porém todas estas fatos “simbólicos” nos querem remeter a questões que não podemos esquecer.
No caso da cidade de Belém, a necessidade de ligar Jesus a genealogia da casa do Rei Davi, 25 de dezembro por causa de uma celebração em homenagem ao Deus-Sol, bastante vigorosa e pertencente ao repertório das religiões pré-cristãs em Roma, e no caso dos reis magos, a participação de toda a humanidade na promessa do reino de fartura, alegria e partilha inaugurado com a chegada do Messias.
De outro lado, há aqueles que constroem e difundem símbolos para unir e recordar outros interesses como o consumo exarcebado, tendo no papai noel um grande modelo desse tipo de visão de mundo.
Apesar disso, é sempre bom receber e espalhar símbolos que nos recordam e nos unem em torno do propósito de construir e reconstruir homens e mulheres melhores, a começar por nós mesmos.
E aqui, vale toda a forma de símbolos, seja em forma de desenho, fotografia, poesia, música, lendas e etc., como na forma de conceitos mais racionais ou científicos, de preferência, tudo isso, quando possivel, junto e misturado.
Para encerrar, dois símbolos para reforçar o argumento que defendo acima:
“É saudade que a gente tem
Pe. Zezinho, scj
Esta fome de felicidade
É saudade do infinito
É saudade do paraíso
É saudade que a gente tem
É saudade que a gente tem
De vez em quando
Quando eu passo por aí
Procurando Jesus Cristo
No semblante do meu povo
Em cada rosto eu torno a ler o que eu já li
Jesus Cristo está presente
E um dia voltará de novo
O homem rico tem saudade
Mas não sabe
Cada novo investimento
Mostra medo e uma quimera
O homem pobre que procura igualdade
Também ele tem saudade
Da verdade que ele espera
O homem velho que só fala no passado
Tem saudade, está cansado
e já viveu o suficiente
Aquele jovem que só fala no futuro
Tem saudade, eu quase juro
Do infinito à sua frente
Vou caminhando e meditando esta verdade:
Minha gente tem saudade
do que estava prometido
Esta procura de encontrar felicidade
É nada mais do que saudade
De um valor que foi perdido”
A canção da letra acima é muito bonita, porém não está disponivel, por enquanto.
Poema do Menino Jesus
Num meio-dia de fim de Primavera
Tive um sonho como uma fotografia.
Vi Jesus Cristo descer à terra.
Veio pela encosta de um monte
Tornado outra vez menino,
A correr e a rolar-se pela erva
E a arrancar flores para as deitar fora
E a rir de modo a ouvir-se de longe.
Tinha fugido do céu.
Era nosso demais para fingir
De segunda pessoa da Trindade.
(...)
Um dia que Deus estava a dormir
E o Espírito Santo andava a voar,
Ele foi à caixa dos milagres e roubou três.
Com o primeiro fez que ninguém soubesse que ele tinha fugido.
Com o segundo criou-se eternamente humano e menino.
Com o terceiro criou um Cristo eternamente na cruz
E deixou-o pregado na cruz que há no céu
E serve de modelo às outras.
Depois fugiu para o Sol
E desceu no primeiro raio que apanhou.
Hoje vive na minha aldeia comigo.
É uma criança bonita de riso e natural.
Limpa o nariz ao braço direito,
Chapinha nas poças de água,
Colhe as flores e gosta delas e esquece-as.
Atira pedras aos burros,
Rouba a fruta dos pomares
E foge a chorar e a gritar dos cães.
E, porque sabe que elas não gostam
E que toda a gente acha graça,
Corre atrás das raparigas
Que vão em ranchos pelas estradas
Com as bilhas às cabeças
E levanta-lhes as saias.
A mim ensinou-me tudo.
Ensinou-me a olhar para as coisas.
Aponta-me todas as coisas que há nas flores.
Mostra-me como as pedras são engraçadas
Quando a gente as tem na mão
E olha devagar para elas.
(...)
Ele mora comigo na minha casa a meio do outeiro.
Ele é a Eterna Criança, o deus que faltava.
Ele é o humano que é natural.
Ele é o divino que sorri e que brinca.
E por isso é que eu sei com toda a certeza
Que ele é o Menino Jesus verdadeiro.
(...)
A Criança Nova que habita onde vivo
Dá-me uma mão a mim
E outra a tudo que existe
E assim vamos os três pelo caminho que houver,
Saltando e cantando e rindo
E gozando o nosso segredo comum
Que é saber por toda a parte
Que não há mistério no mundo
E que tudo vale a pena.
A Criança Eterna acompanha-me sempre.
A direcção do meu olhar é o seu dedo apontado.
O meu ouvido atento alegremente a todos os sons
São as cócegas que ele me faz, brincando, nas orelhas.
Damo-nos tão bem um com o outro
Na companhia de tudo
Que nunca pensamos um no outro,
Mas vivemos juntos e dois
Com um acordo íntimo
Como a mão direita e a esquerda.
Ao anoitecer brincamos as cinco pedrinhas
No degrau da porta de casa,
Graves como convém a um deus e a um poeta,
E como se cada pedra
Fosse todo o universo
E fosse por isso um grande perigo para ela
Deixá-la cair no chão.
Depois eu conto-lhe histórias das coisas só dos homens
E ele sorri porque tudo é incrível.
Ri dos reis e dos que não são reis,
E tem pena de ouvir falar das guerras,
E dos comércios, e dos navios
Que ficam fumo no ar dos altos mares.
Porque ele sabe que tudo isso falta àquela verdade
Que uma flor tem ao florescer
E que anda com a luz do Sol
A variar os montes e os vales
E a fazer doer aos olhos dos muros caiados.
Depois ele adormece e eu deito-o.
Levo-o ao colo para dentro de casa
E deito-o, despindo-o lentamente
E como seguindo um ritual muito limpo
E todo materno até ele estar nu.
Ele dorme dentro da minha alma
E às vezes acorda de noite
E brinca com os meus sonhos.
Vira uns de pernas para o ar,
Põe uns em cima dos outros
E bate palmas sozinho
Sorrindo para o meu sono.
Quando eu morrer, filhinho,
Seja eu a criança, o mais pequeno.
Pega-me tu ao colo
E leva-me para dentro da tua casa.
Despe o meu ser cansado e humano
E deita-me na tua cama.
E conta-me histórias, caso eu acorde,
Para eu tornar a adormecer.
E dá-me sonhos teus para eu brincar
Até que nasça qualquer dia
Que tu sabes qual é.
Esta é a história do meu Menino Jesus.
Por que razão que se perceba
Não há-de ser ela mais verdadeira
Que tudo quanto os filósofos pensam
E tudo quanto as religiões ensinam ?
Fernando Pessoa (Alberto Caeiro)
Leia também:
O mito de natal. AQUI
Feliz Natal com arte, afeto, justiça e paz.
AQUI
Bethania - Poema do Menino Jesus - Fernando Pessoa AQUI
Gosto de símbolos porque são sinais ou signos que unem e recordam e quando falamos em recordar não queremos dizer algo que necessariamente tenha acontecido da forma como nos é apresentado.
No caso do natal, por exemplo, muitos já sabem que Jesus de Nazaré, não nasceu em Belém, nem no dia 25 de dezembro e nem recebeu a visita de reis magos, porém todas estas fatos “simbólicos” nos querem remeter a questões que não podemos esquecer.
No caso da cidade de Belém, a necessidade de ligar Jesus a genealogia da casa do Rei Davi, 25 de dezembro por causa de uma celebração em homenagem ao Deus-Sol, bastante vigorosa e pertencente ao repertório das religiões pré-cristãs em Roma, e no caso dos reis magos, a participação de toda a humanidade na promessa do reino de fartura, alegria e partilha inaugurado com a chegada do Messias.
De outro lado, há aqueles que constroem e difundem símbolos para unir e recordar outros interesses como o consumo exarcebado, tendo no papai noel um grande modelo desse tipo de visão de mundo.
Apesar disso, é sempre bom receber e espalhar símbolos que nos recordam e nos unem em torno do propósito de construir e reconstruir homens e mulheres melhores, a começar por nós mesmos.
E aqui, vale toda a forma de símbolos, seja em forma de desenho, fotografia, poesia, música, lendas e etc., como na forma de conceitos mais racionais ou científicos, de preferência, tudo isso, quando possivel, junto e misturado.
Para encerrar, dois símbolos para reforçar o argumento que defendo acima:
“É saudade que a gente tem
Pe. Zezinho, scj
Esta fome de felicidade
É saudade do infinito
É saudade do paraíso
É saudade que a gente tem
É saudade que a gente tem
De vez em quando
Quando eu passo por aí
Procurando Jesus Cristo
No semblante do meu povo
Em cada rosto eu torno a ler o que eu já li
Jesus Cristo está presente
E um dia voltará de novo
O homem rico tem saudade
Mas não sabe
Cada novo investimento
Mostra medo e uma quimera
O homem pobre que procura igualdade
Também ele tem saudade
Da verdade que ele espera
O homem velho que só fala no passado
Tem saudade, está cansado
e já viveu o suficiente
Aquele jovem que só fala no futuro
Tem saudade, eu quase juro
Do infinito à sua frente
Vou caminhando e meditando esta verdade:
Minha gente tem saudade
do que estava prometido
Esta procura de encontrar felicidade
É nada mais do que saudade
De um valor que foi perdido”
A canção da letra acima é muito bonita, porém não está disponivel, por enquanto.
Poema do Menino Jesus
Num meio-dia de fim de Primavera
Tive um sonho como uma fotografia.
Vi Jesus Cristo descer à terra.
Veio pela encosta de um monte
Tornado outra vez menino,
A correr e a rolar-se pela erva
E a arrancar flores para as deitar fora
E a rir de modo a ouvir-se de longe.
Tinha fugido do céu.
Era nosso demais para fingir
De segunda pessoa da Trindade.
(...)
Um dia que Deus estava a dormir
E o Espírito Santo andava a voar,
Ele foi à caixa dos milagres e roubou três.
Com o primeiro fez que ninguém soubesse que ele tinha fugido.
Com o segundo criou-se eternamente humano e menino.
Com o terceiro criou um Cristo eternamente na cruz
E deixou-o pregado na cruz que há no céu
E serve de modelo às outras.
Depois fugiu para o Sol
E desceu no primeiro raio que apanhou.
Hoje vive na minha aldeia comigo.
É uma criança bonita de riso e natural.
Limpa o nariz ao braço direito,
Chapinha nas poças de água,
Colhe as flores e gosta delas e esquece-as.
Atira pedras aos burros,
Rouba a fruta dos pomares
E foge a chorar e a gritar dos cães.
E, porque sabe que elas não gostam
E que toda a gente acha graça,
Corre atrás das raparigas
Que vão em ranchos pelas estradas
Com as bilhas às cabeças
E levanta-lhes as saias.
A mim ensinou-me tudo.
Ensinou-me a olhar para as coisas.
Aponta-me todas as coisas que há nas flores.
Mostra-me como as pedras são engraçadas
Quando a gente as tem na mão
E olha devagar para elas.
(...)
Ele mora comigo na minha casa a meio do outeiro.
Ele é a Eterna Criança, o deus que faltava.
Ele é o humano que é natural.
Ele é o divino que sorri e que brinca.
E por isso é que eu sei com toda a certeza
Que ele é o Menino Jesus verdadeiro.
(...)
A Criança Nova que habita onde vivo
Dá-me uma mão a mim
E outra a tudo que existe
E assim vamos os três pelo caminho que houver,
Saltando e cantando e rindo
E gozando o nosso segredo comum
Que é saber por toda a parte
Que não há mistério no mundo
E que tudo vale a pena.
A Criança Eterna acompanha-me sempre.
A direcção do meu olhar é o seu dedo apontado.
O meu ouvido atento alegremente a todos os sons
São as cócegas que ele me faz, brincando, nas orelhas.
Damo-nos tão bem um com o outro
Na companhia de tudo
Que nunca pensamos um no outro,
Mas vivemos juntos e dois
Com um acordo íntimo
Como a mão direita e a esquerda.
Ao anoitecer brincamos as cinco pedrinhas
No degrau da porta de casa,
Graves como convém a um deus e a um poeta,
E como se cada pedra
Fosse todo o universo
E fosse por isso um grande perigo para ela
Deixá-la cair no chão.
Depois eu conto-lhe histórias das coisas só dos homens
E ele sorri porque tudo é incrível.
Ri dos reis e dos que não são reis,
E tem pena de ouvir falar das guerras,
E dos comércios, e dos navios
Que ficam fumo no ar dos altos mares.
Porque ele sabe que tudo isso falta àquela verdade
Que uma flor tem ao florescer
E que anda com a luz do Sol
A variar os montes e os vales
E a fazer doer aos olhos dos muros caiados.
Depois ele adormece e eu deito-o.
Levo-o ao colo para dentro de casa
E deito-o, despindo-o lentamente
E como seguindo um ritual muito limpo
E todo materno até ele estar nu.
Ele dorme dentro da minha alma
E às vezes acorda de noite
E brinca com os meus sonhos.
Vira uns de pernas para o ar,
Põe uns em cima dos outros
E bate palmas sozinho
Sorrindo para o meu sono.
Quando eu morrer, filhinho,
Seja eu a criança, o mais pequeno.
Pega-me tu ao colo
E leva-me para dentro da tua casa.
Despe o meu ser cansado e humano
E deita-me na tua cama.
E conta-me histórias, caso eu acorde,
Para eu tornar a adormecer.
E dá-me sonhos teus para eu brincar
Até que nasça qualquer dia
Que tu sabes qual é.
Esta é a história do meu Menino Jesus.
Por que razão que se perceba
Não há-de ser ela mais verdadeira
Que tudo quanto os filósofos pensam
E tudo quanto as religiões ensinam ?
Fernando Pessoa (Alberto Caeiro)
Leia também:
O mito de natal. AQUI
Feliz Natal com arte, afeto, justiça e paz.
AQUI
Bethania - Poema do Menino Jesus - Fernando Pessoa AQUI
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Uma menina descobrindo o sertão através da canção
Jussara é uma menina de 16 anos e componente da primeira turma de audiovisual do Ponto de Cultura, Juventude e Cidadania em 2012. Hoje, 16 de julho de 2013, ele recebeu emprestado o DVD do filme “Gonzagão de Pai pra Filho”. A recepção foi bastante esfuziante.
Conforme depoimento dela e da mãe, a menina ficou apaixonada por Luiz Gonzaga e por suas canções, a ponto de assistir a mini-série que passou na Tv Globo no inicio de 2013, com interesse redobrado, fora a emoção que toma conta quando ouve as música de Gonzaga, em especial quando assistiu a gravação do último especial apresentado pela Globo, poucos meses antes do velho Lua falecer.
Esta garota viveu intensamente a programação da Caravana Luiz Gonzaga Vai a Escola em 2012, e foi uma das integrantes do Ponto de Cultura que recebeu incentivo para assistir a exibição do filme sobre Gonzagão no cinema.
Ao buscar saber das razões que a levou gostar tanto de Gonzaga e de suas músicas, ela me diz que gosta porque ele fala do sertão e sobre o modo de viver das pessoas simples. Ao descobrir que ela nunca teve contato com a realidade do sertanejo, confirmo as palavras de Guimarães Rosa que fala sobre o sertão que habita dentro dela, herança da mãe, que nos contou histórias do tempo em que menina, vivia as agruras e alegrias de quem morava no interior.
E para reforçar esta afirmação, trago um trecho do Almanaque Brasil, sobre o escritor que eternizou o sertão em forma de literatura, semelhante ao que fez Luiz Gonzaga por meio da canção. “O sertão é do tamanho do mundo. Para o escritor João Guimarães Rosa, sim, no sertão estão as agonias e as alegrias humanas. Espaço cativo de metáforas, mitos, personagens, causos. Alegoria? Talvez. Veracidade? Dentro de sua obra, definitivamente.”
E o papo segue, além de gostar das músicas de Gonzaga, a qual ficaram coladas em sua mente e em seu coração, a partir de 2012, gosta também de reggae porque as suas músicas falam da realidade.
Em outro momento, ela me convida para participar de um evento festivo em uma igreja batista na qual ela é integrante desde o nascimento.
Jussara me conta que sabe que não terei problemas em aceitar porque não tenho preconceito, igualzinho a ela, que já tinha me revelado a satisfação de ter participado de um evento em uma igreja católica, um negócio “diferente”, “interessante”, “uma mistura de religião, arte, festa e ecologia”.
Ela nunca tinha entrado em uma igreja católica e pensava que nesta, só acontecem missas, batizados, casamentos e assemelhados. Jussara participou da jornada ecológica 2012, no anexo da Igreja São Pio X, realizando um exercício de cobertura de imagens proposto aos aprendizes da oficina de audiovisual, na qual tomou parte, como citado.
Ela lembrou de Zé Vicente um artista, místico, arte-educador e ecologista que esteve na jornada ecológica e pelo qual nutro a mesma afeição que tenho por Gonzaga e por Guimarães Rosa (1) Em todos os três, a certeza de que sintonizados com a sua arte, estamos nos conectando com aquilo que o sertão tem de melhor e de pior.
Na oportunidade, falei para Jussara que Zé Vicente estará novamente em Aracaju no periodo de 20 a 22 de setembro, participando de um evento de formação restrito e de uma apresentação artistica aberta, no final da tarde do dia 21/09, no Seminário Maior Nossa Senhora da Conceição, em Aracaju, nesta oportunidade buscaremos garantir as condições para que ela e colegas interessados, possam novamente assistir a apresentação de um importante menestrel da esperança e do compromisso com a criação.
Em um momento da conversa, ao dizer o que penso sobre as pessoas que estão no mundo estreito das religiões, partidos, nações, preferência estéticas musicais e etc., mas que mesmo ficando, não querem deixar de ir além, como Jesus Cristo(2), lembrei-me de uma das minhas canções preferidas do Zé Vicente.
"Eu Sou Bem Mais
Zé Vicente
Meus olhos se lançam no imenso azul
Minha alma desliza nas asas da luz
Meus pés dançam e dançam na dança da terra
Meus lábios se poem a cantar cançoes do amor.
Eu sou a luz, eu sou o som
Eu sou o tom da cançao querida
Eu sou a luz, eu sou o som
Eu sou o tom da cançao da vida.
Meus dedos digitam e tocam na música
Navego e componho na pauta do mar
Respiro e me inspiro na brisa entre as flores
Recrio nas cores, a pura emoçao de amar.
Eu sou o mar, sou o luar
Sou movimento, sou água viva
Eu sou o mar, sou o luar
Sou movimento, planeta vida!
Meu corpo criado num cósmico plano
Sou eu, sou voce, eu sou nós, sou humano
Sou voz, sou palavra, sou larva e sou sonho
Memória da história, da luta, vitória eu sou!"
P.S: (1) - Outro artista que nos conecta muito bem as coisas e causos do sertão é Elomar, também de formação batista, este não “baixou” na conversa acima, mas com certeza é um outro que “chega” quando quisermos ou pudermos descer as profundezas do sertão real e imaginado.
(2) - Mas, agora, vou para junto de ti. Dirijo-te esta oração enquanto estou no mundo para que eles tenham a plenitude da minha alegria. Dei-lhes a tua palavra, mas o mundo os odeia, porque eles não são do mundo, como também eu não sou do mundo. Não peço que os tires do mundo, mas sim que os preserves do mal. Eles não são do mundo, como também eu não sou do mundo. João 17/13-16
Leia também: Música Sergipana para Exportação. AQUI
Baixe e Ouça um dos primeiros LPs gravado por Zé Vicente em parceria com Babi Fonteles
Link para donwload: AQUI
Para quem também gosta de reggae. Soja - True Love.
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Sarau reflete sobre utopias da juventude.
Um espaço democrático, criativo e voltado para reflexões sobre cultura, cidadania e política, este é o Sarau Multicultural, evento criado pela ONG Ação Cultural, que vai fortalecendo sua atuação diferenciada na sociedade sergipana.
O evento ocorrerá na próxima quarta-feira, 24 de julho, no Clube Flamengo Circulista, que fica na Rua Distrito federal, atrás do Bompreço no bairro Siqueira Campos, às 19h. A programação cultural do evento é diversificada, haverá apresentação do Grupo de Aprendizes de dança moderna, do Ponto de Cultura Juventude e Cidadania, danças circulares regionais com o facilitador Maxivel Ferreira, apresentação de vídeos e uma feira de troca e venda de livros, CD’s e DVD’s.
Um debate sobre o tema, “Da juventude de ontem e de hoje, que utopias nos movem”, será facilitado pelo ambientalista Edmilson Araújo e pela professora da UFS Sanádia Gama.
Edmilson Araújo participou da construção do PT, foi presidente da CUT/SE, em 1988 foi candidato à vice-prefeito na chapa encabeçada por Deda, em 1994 rompeu com o PT juntando-se às correntes de esquerda que fundaram o PSTU, em 1999 aposentou-se por tempo de serviço e retirou-se do movimento sindical aderindo à causa ambiental.
A professora Sanádia Gama foi assessora nacional da Pastoral da Juventude do Meio Popular (PJMP) no período de 2005 a 2009, atualmente está na assessoria da PJMP regional BA/SE e presta assessoria a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Sergipe (FETASE).
O evento é o primeiro de um ciclo, e terá edições mensais. Além deste projeto, a ONG Ação Cultural vem contribuindo para o fortalecimento de nossa cultura atuando junto a juventude nos bairros populares da grande Aracaju, a exemplo do Ponto de Cultura Juventude e Cidadania e da Caravana Luiz Gonzaga.
- onde fica
- CLUBE FLAMENGO CIRCULISTA, RUA DISTRITO FEDERAL, BAIRRO SIQUEIRA CAMPOS. (REFERÊNCIA: ATRÁS DO BOMBREÇO).
- quando ir
- 24/7/2013, às 19:00h
- quanto custa
- Entrada Franca
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lmoço Paraense com música e documentário
No dia 2 de junho (domingo), com previsão de inicio para as 12 horas, a Ação Cultural estará realizando o almoço cultural paraense, edição 2013. O local será o atelier da Irene (Siqueira Campos).
O público que pretende-se atingir é formado por pessoas ligadas ao mundo das artes e da cultura em geral, educadores, intelectuais, comunicadores, terapeutas, ambientalistas, ativistas sociais, culturais e etc..
A previsão máxima é de 12 pessoas. O cardápio será galinha no tucupi, maniçoba do Pará e creme de cupuaçu, além de música de Sergipe e do Pará e documentários produzido pelo Ponto de Cultura: Juventude e Cidadania. O valor é R$20.00. Quem quiser garantir presença, deve realizar o pagamento o mais rápido possivel. Um meio disponivel é a conta da Ação Cultural no Banco do Brasil. Agência 2611-5 Conta 27.014-8
Importante fazer a confirmação e o pagamento até o dia 29/05. Se preferir, pode realizar o depósito ou ligar para informar o local onde poderemos receber o dinheiro. Fazendo assim,colabora para que possamos nos organizar de maneira satisfatória.
Para saber mais sobre as edições anteriores, clique AQUI
Sinopse dos documentários
Sintonize
Videoclipe da banda Kararoots, que conta a história de um jovem garoto que, revoltado com essa moderna dominação tecnológica, resolve fazer a sua justiça com as proprias mãos. Video roteirizado e produzido pelos alunos da segunda turma de audiovisual do ponto de cultura: Juventude, Cultura e Cidadania.
Ponto de Cultura - RECAP
É um vídeo de recapitulação de todo o processo de construção e experiencia audiovisual entre as trumas 01 e 02 do curso de audiovisual do ponto de cultura: Juventude, Cultura e Cidadania.
- onde fica
- Ateliê da Irene (Siqueira Campos).
- quando ir
- 02/6/2013, às 12:00h
- quanto custa
- R$20.00
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Caravana Cultural Luiz Gonzaga. Diário de Bordo(1)
Boa Tarde em São Cristóvão! A Caravana Luiz Gonzaga agradece a acolhida, deixando e levando saudades.
Foi com bastante alegria que a trupe da Caravana Luiz Gonzaga aportou nesta terça-feira (30 de Outubro) na Escola Gaspar Lourenço (Apicuns) e no Espaço Cultural do Convento do Carmo (centro histórico) para realizar mais um dia de difusão cultural e formação educacional, utilizando como tema a vida e a obra musical de Luiz Gonzaga.
Vale destacar a bela paisagem e as excelentes instalações do espaço cultural construído pelos frades carmelitas para acolher os romeiros da Festa de Senhor dos Passos, local também utilizado para outras festas e eventos culturais da comunidade.
Outro fato que deixou a equipe da Caravana bastante satisfeita foi a simpatia e a atenção dispensada ao projeto pelo professor Serginho e pela diretora Georgina.
De igual modo, os alunos do Gaspar Lourenço tiveram uma participação impecável, muito atentos durante a palestra e na exibição da sequencia de imagens e áudio.
Nesta apresentação da Caravana Luiz Gonzaga, fomos prestigiados também com a presença do Padre Soares - Paróquia São Pio X (Aracaju), do subsecretário de movimentos sociais, Chico Buchinho, do professor e proprietário da Escola de Música Santa Cecilia (Aracaju), Sr. José de Deus Santos, da Sra. Eliene Marcelo, responsável pela recepção aos turistas que visitam a cidade patrimônio histórico da humanidade e do jovem Denisson, acadêmico do curso de História da UFS (Universidade Federal de Sergipe).
Outro motivo de alegria é ser São Cristóvão a cidade natal de Zezito de Oliveira, idealizador do projeto e coordenador de produção da Caravana Luiz Gonzaga. A cidade mantém tradições e possui um conjunto arquitetônico bastante inspirador para o florescimento de iniciativas culturais, a exemplo do Festival de Arte de São Cristóvão, um dos eventos mais importantes para cultura brasileira nas décadas de 70 e 80 do século XX.
Da mesma forma, o verde e as águas que ocupam a paisagem é um patrimônio que precisa ser reconhecido e garantido pela população da cidade, inclusive por seu potencial econômico de gerar emprego e renda para seus habitantes.
A expectativa é que a nova administração, a ser empossada em 01 de janeiro de 2013, compreenda que o patrimônio cultural e natural de São Cristóvão tem o potencial de melhorar a autoestima da sua população, prevenir o uso do crack e outras drogas pesadas, diminuir os índices crescentes de criminalidade e violência e, especialmente, de aumentar as oportunidades de emprego para a juventude sancristovense .
A Associação Cultural (Ação Cultural), sediada em São Cristóvão, colabora com estes objetivos participando da comissão organizadora do movimento de retomada do Festival de Arte de São Cristóvão, realizando a oficina de artes cênicas no Conjunto E. Gomes, que beneficia diretamente cerca de 30 crianças e adolescentes. Além disso, a Ação Cultural promove a realização da Caravana Luiz Gonzaga, que contempla 04 escolas sediadas no município e tem por meta atingir diretamente 500 alunos de escolas públicas da região.
(Zezito de Oliveira)
A caravana nas escolas Valnir Chagas(Aracaju) e 24 de Outubro (Aracaju).
O amor as paisagens da natureza, o som da sanfona que conquistou o Brasil vai novamente adentrar o espaço de duas escolas públicas de Aracaju. O projeto “Caravana Luiz Gonzaga vai à Escola” esteve na terça-feira (23) na instituição de ensino Valnir Chagas com apresentação musical e exposição fotográfica.
Já na quarta-feira (24) a vida de obra de Luiz Gonzaga será motivo de celebração na Escola 24 de Outubro, no Bairro 18 do Forte. “Nada melhor do que um projeto como esse para comemorar o aniversário da escola.
Sou um apaixonado por Luiz Gonzaga e é importante os alunos verem e entenderem a trajetória de Luiz Gonzaga”, disse o professor Jerônimo de Andrade Leite, que dirige a escola desde 2009.
OCUPANDO ESPAÇOS – O diretor Jerônimo acredita que é importante olhar a escola como um espaço comunitário que deve ser ocupado com boas atividades. “As escolas devem ter mais experiências positivas e precisa ser mais explorada com coisas boas”, afirmou.
E quem vai ocupar a Escola 24 de Outubro será o trio Casaca de Couro que após a palestra do pesquisador José Augusto de Almeida apresentará um repertório cantando a vida de Luiz Gonzaga através da obra do sanfoneiro pernambucano. Outro destaque também vai para apresentação da coreografia “Cartinha de Seu Luiz” dançada pelos jovens do Ponto de Cultura Juventude e Cidadania. A coreografia é baseada em vários fragmentos de músicas conhecidas de Luiz Gonzaga como “Xote das Meninas” e “Triste Partida”.
Para professora Lucivânia Silva Santos a música e a dança foi um dos pontos altos da passagem da Caravana Luiz Gonzaga pela Escola Valnir Chagas. “Despertou bastante o interesse deles. Na sala de aula os alunos já haviam produzido um livrinho e redações sobre Luiz Gonzaga”, afirmou Lucivânia que dá aulas de redação e língua portuguesa nas escolas.
O projeto Caravana Luiz Gonzaga vai à escola é uma realização da ONG AÇÃO CULTURAL com patrocínio da Funarte e pretende passar em 10 escolas de Aracaju, São Cristóvão e Nossa Senhora do Socorro até dezembro de 2012.
(Thiago Paulino)
Caravavana Leva o Rei do Baião à Escola Antônio Fontes Freitas.
A Caravana Luiz Gonzaga chega nessa próxima terça feira (16) na Escola Antônio Fontes Freitas, localizada no município de Nossa Senhora do Socorro. A exposição com 30 fotos contando a vida e obra de Luiz Gonzaga será montada durante a tarde na instituição de ensino. No turno da noite haverá palestra com o pesquisador José Augusto de Almeida e apresentação do trio Casaca de Couro.
Para o professor Gilvan Rosa que dá aula de história na escola esse tipo de projeto é sempre boa surpresa. “Infelizmente não temos muitos projetos desse tipo nas escolas. Mas vai ser importante para que os alunos se reconhecerem na própria cultura e como sujeitos da sua história”,afirmou.
O público da escola que terá acesso a Caravana será de adolescentes e adultos do supletivo. “Para eles será novidade porque geralmente essas turmas não tem oportunidade de ver exposições e projetos como esse. Isso porque geralmente eles trabalham o resto do dia”, afirma o professor.
INTERAÇÃO - Segundo Gilvan Rosa a interação dos alunos com a Caravana será uma boa oportunidade de trocar e adquirir novas experiências. Esse intercâmbio ajudará os alunos a fazer atividades que vão além da sala de aula. “Já vinha trabalhando nas aulas de história algumas coisas sobre Luiz Gonzaga desde o começo do ano e a interação com a Caravana será muito boa. No próximo ano quero fazer um projeto que discuta sobre os 20 anos do Forró Siri”.
(Thiago Paulino)
A Caravana Luiz Gonzaga com o pé na estrada.
Muito feliz por ter estado ontem (12 de setembro de 2012) na Escola Estadual Petrônio Portela, no Conj. A. Franco, realizando o primeiro itinerário da Caravana Cultural Luiz Gonzaga Vai a Escola, após a realização do sensacional lançamento que ocorreu no dia 31 de Agosto no Museu da Gente Sergipana.
A razão maior disso tudo é poder estar contribuindo para unir arte e educação, cultura e cidadania com qualidade pedagógica e estética , ajudando escolas, artistas e grupos culturais na busca de laços, vínculos e pontos de convergência que possam fortalecer estes encontros e alianças.
Outro motivo de grande alegria foi o fato da escola está situada próximo ao Complexo Cultural “O Gonzagão”, local de realização das Semanas Luiz Gonzaga durante os anos de 2007 e 2008 e uma das iniciativas que serviram de inspiração para a elaboração do projeto da Caravana Luiz Gonzaga.
Também contamos com a presença da Dona Genilda, fundadora e presidente da quadrilha Asa Branca e alguns componentes, uma das duas sediadas no local, e que também estiveram presentes na noite de lançamento no Museu da Gente.
Na fala de abertura registramos a ausência/presença do professor José dos Santos, patrono da biblioteca da escola. A ausência se deve a morte prematura do profissional que ocorreu há cerca de três anos , com a idade de 54 anos, e a presença por causa da importância que o professor dava ao convite realizado as escolas da região, quando da realização das Semanas Luiz Gonzaga e pelo fato da Caravana Luiz Gonzaga Vai a Escola, ser um sonho também compartilhado com ele e que vai se tornando realidade.
Na ocasião, também foram lembrados aqueles que estão contribuindo para a realização da iniciativa, a Fundação Nacional de Arte – Ministério da Cultura, patrocinador oficial e os apoiadores locais, Fundação Aperipê, Museu da Gente Sergipana/Instituto Banese, Banco do Nordeste, Sebrae, Centro de Criatividade e Secretaria de Estado da Educação.
Por último a colaboração da articuladora local, professora Fátima Viana e a da direção, professora Célia e equipe técnica e funcionários da escola. A equipe do projeto, foi lembrada nas pessoas de Ana Lúcia e Irene Smith, assistentes de produção.
E como no dia do lançamento, a palestra do professor José Augusto e as apresentações artísticas das meninas do Ponto de Cultura: Juventude e Cidadania e do Trio Casaca de Couro deixaram um gosto de quero mais.
A diretora da escola, professora Célia, solicitou que voltássemos outras vezes aquela unidade de ensino com ações semelhantes e que não esquecêssemos das outras escolas que não foram contempladas este ano com a Caravana Luiz Gonzaga.
Dito e feito, nesta perspectiva, já estamos elaborando um segundo itinerário para o próximo ano e com o sucesso da edição 2012, acreditamos que obteremos sucesso na obtenção dos novos recursos financeiros necessários para tal empreitada.
Dentro de mais alguns dias, estaremos publicando as datas das nove escolas restantes da edição 2012 e para mais informações sobre a Caravana Luiz Gonzaga e sobre dicas de utilização da vida e da obra musical de Luiz Gonzaga em sala de aula, recomendamos que acessem o blog: http://caravanaluizgonzaga.com.br
(Zezito de Oliveira)
Caravana Luiz Gonzaga vai passar amanhã na Escola Petrônio Portela no Augusto Franco.
A aula de quarta feira a noite vai ser diferente na Escola Petrônio Portela, localizada no Conjunto Augusto franco, Zona Sul de Aracaju. A instituição vai ser a primeira a ser visitada pela “Caravana Luiz Gonzaga vai à Escola”, projeto realizado pela Ação Cultural e contemplando pelo prêmio Funarte em homenagem ao centenário Luiz Gonzaga.
Por volta das 14h uma exposição de aproximadamente 30 fotos de várias fases da vida de Luiz Gonzaga será aberta com um cenário que remete ao interior: mural que lembra casa de taipa, esteiras de palha. As fotos retratam a família, momentos de Era de Ouro das Rádios, o sanfoneiro com sua roupa em homenagem aos vaqueiros e imagens do local onde o Luiz Gonzaga nasceu.
Durante a noite o pesquisador e apaixonado pela obra do Rei do Baião, José Augusto de Almeida, fará uma palestra contando diversos fatos da vida do sanfoneiro e sua importância na música brasileira. Após a palestra adolescentes das oficinas do Ponto de Cultura Juventude e Cidadania farão apresentação de dança. A noite será fechada com um repertório especial selecionado pelo trio Casaca de Couro com belas músicas do Rei do Baião.
Expectativa – cerca de 100 alunos do turno da noite estarão também assistindo e conhecendo a Caravana. A professora de português da Escola Petrônio Portela, Fátima Viana, acredita que o projeto terá uma boa receptividade pelos alunos. “Acredito que eles vão gostar. A gente fez uma gincana cultural uma vez e a resposta foi muito legal. Eles participaram bastante e apresentamos a dança de São Gonçalo. Se dizem que Sergipe é o pais do forró nós precisamos conhecer Luiz Gonzaga. O forró é a nossa cultura e precisamos valorizar”, destaca a professora.
Pedagoga responsável pelo turno da noite a professora Acácia Maria Santos acredita que o projeto da caravana merece apoio porque auxilia aos alunos a fazerem novas leituras de mundo. “O contato com elementos da obra de Luiz Gonzaga contribuirá para a formação dos nossos alunos e poderá suscitar o interesse pelas manifestações culturais nordestinas mais autênticas. Luiz Gonzaga é um ícone da cultura brasileira, não apenas da nordestina, seja pelo repertório, pelo estilo implantado, pelo que ele representou para o Nordeste, apresentando a realidade do nosso povo às outras regiões do Brasil”, afirmou.
(Thiago Paulino)
A CARAVANA JÁ PARTIU… NOITE DE LANÇAMENTO
O nome dele era Luiz porque nasceu no dia de Santa Luzia, 13 de dezembro de 1912, Gonzaga porque o padre era devoto de São Luiz Gonzaga, e Nascimento porque nasceu no mesmo mês de Jesus (…) A gente poderia dizer que existe o Nordeste antes e depois de Luiz Gonzaga.”
Essa foi uma das histórias contadas pelo professor e pesquisador José Augusto de Almeida no lançamento da Caravana Luiz Gonzaga Vai à Escola. O evento aconteceu na última sexta no Museu da Gente Sergipana e foi uma mostra da Caravana que pretende levar música, dança, fotografias e histórias do Rei do Baião à dez escolas da Região Metropolitana de Aracaju.
Durante a abertura idealizador do projeto, Zezito de Oliveira, fez uma viagem até a sua infância para ressaltar como pode ser importante educar também pela arte. “Quando eu era criança uma memória forte que tenho da minha escola era uma apresentação de bonecos e uma apresentação musical de um grupo de jazz”.
Para Zezito , às vezes, essa forte memória até incomodava. “Eu me perguntava por que, em alguns momentos, eu lembrava mais disso do que dos conteúdos das matérias. Talvez pelo fato do que marque bem as pessoas é a arte, a música. Precisamos pensar mais na educação pela arte. ”
Histórias do Velho Lua e lançamento do site
Durante o evento também foi lançado e apresentado o Blog da Caravana [link para caravanaluizgonzaga.com.br] pelo webdesigner Jefeson Melo e com ilustrações de Maxi Ferreira. O blog funcionará como um diário de bordo da Caravana e tem como objetivo dar suporte de informações para professores e alunos.
No pátio interno do Museu foi montado parte da exposição fotográfica itinerante com banners sobre várias fases da vida de Luiz Gonzaga selecionadas “a dedo” pelo colecionador José Augusto de Almeida.
E se depender do conteúdo da palestra de José Augusto, boas histórias do Rei do Baião estão garantidas para os alunos das escolas públicas. O pesquisador mostrou vídeos, contou histórias de várias fases de Luiz Gonzaga e da Serra do Araripe onde o sanfoneiro nasceu. No público presente estava também a garotada das oficinas de dança do Ponto de Cultura Juventude e Cidadania, vinculado a Ação Cultural – Instituição realizadora da Caravana. Crianças e adolescentes cheios de energia dos bairros Eduardo Gomes e Conjunto Jardim estavam na expectativa da próxima etapa do lançamento.
DA PLATÉIA PARA O PALCO
Isso porque os jovens saíram da condição de platéia para serem destaques, pois era o momento das apresentações de dança. Um desses meninos é Iago Bezerra, de 12 anos, que se vestiu com uma roupa que lembrou a indumentária de Luiz Gonzaga. Iago conta que achou interessante se apresentar e na oficina de dança do Ponto de Cultura já fez muitos amigos. A coreografia que Iago e seus amigos do bairro Eduardo Gomes apresentaram foi “Cartinha a Luiz” , coordenada pelo professor Carlos Henrique, e trabalhou vários fragmentos de músicas.
O segundo grupo, formado pelas meninas da oficina do Conjunto Jardim, apresentou “O despertar das meninas”, coreografia criada pela professora Cristiane dos Anjos, que tinha como trilha a música “Xote das Meninas” . Depois da apresentação quem não parava de bater fotos de celular com suas colegas era Kelly Stefani, de 14 anos, “gostei muito de dançar, antes conhecia Luiz Gonzaga só de nome”. Próximo a Kelly, estava seus pais cheios de orgulho. “É importante levar cultura para a educação”, disse o pai Laércio Ferreira.
ARTE NAS ESOCOLAS
Presente no evento estava também um dos acordeonistas mais bem conceituado no estado, Evanilson Vieira, o “maestro” da orquestra Sanfônica de Aracaju. Evanilson destacou que o projeto é uma provocação para a música ser levada às escolas.
“Esse trabalho é importante porque o jovem gosta de Luiz Gonzaga, mas para gostar ele precisa primeiro conhecer. Outra coisa importante é que existe a uma lei que estabelece música nas escolas e projetos como esse pode servir de provocação para que o poder público cumpra essa lei”.
E a Caravana Luiz Gonzaga já está empolgando o coordenador pedagógico da Escola Júlia Teles de Nossa Senhora do Socorro, Emanuel Braga. “Iremos trabalhar Luiz Gonzaga como conteúdo transversal com vários professores. Queremos dar continuidade às ações da Caravana”, afirmou. E uma das ferramentas que possivelmente poderá ser utilizadas é uma Cartilha que vem sendo elaborada pela equipe da Caravana com sugestões para trabalhar as músicas de Luiz Gonzaga nas escolas.
CASACA DE COURO E PRÓXIMA PARADA…
A noite do lançamento foi encerrada com a apresentação da Banda Casaca de Couro, de figurino inspirado em Luiz Gonzaga, com um repertório clássico do Rei do Baião e outras músicas não tão conhecidas do grande público. A animação de casais que se arriscaram no passo do forró contagiou o espaço.
A próxima parada da Caravana Luiz Gonzaga está prevista para o dia 12 de setembro na Escola Estadual Petrônio Portela, no Conjunto Augusto Franco. A expectativa já é grande.
O projeto Caravana Luiz Gonzaga vai à Escola é realizado pela Ação Cultural e foi contemplado no prêmio Funarte do Centenário de Luiz Gonzaga e teve como apoiadores no Lançamento o Instituto Banese, Banco do Nordeste, Centro de Criatividade, secretarias de Estado da Educação e Cultura, Fundação Aperipê e SEBRAE.
(Thiago Paulino)
LEIA TAMBÉM:
SANFONA AFINADA... A AULA VAI COMEÇAR. Aqui
LANÇAMENTO DA CARAVANA CULTURAL LUIZ GONZAGA. Aqui-------------------------
Ecologia com arte e com as tradições espirituais.
O mundo vive uma crise ambiental sem precedentes, e as recentes e constantes tragédias climáticas são o retrato visível dessa realidade.
A causa fundante dessa situação é o sistema capitalista predatório e excludente, cujas origens mais distantes no tempo estão ligadas aos primórdios da revolução industrial, que teve início no século XVIIII, embora haja quem defenda que se pode retroceder ao século XV, com o mercantilismo, para localizar as origens de tanta barbárie.
Nos dias de hoje, o capitalismo tornou-se muito mais que um sistema econômico, fortalece-se porque está cada vez mais integrado ao sistema de valores, de significado e de sentido que mobiliza corações e mentes de bilhões de pessoas no mundo inteiro, em especial por meio da publicidade que visa o consumo insano e inconsequente dos bens naturais, tanto em sua forma primária, quanto na industrializada.
Dessa forma, o capitalismo é também um sistema cultural, notadamente nestes tempos da chamada revolução pós industrial, cuja base de exploração e de consumo está cada vez mais alicerçada na produção do conhecimento, dos símbolos e do imaginário individual e coletívo.
Neste sentido, a dimensão cultural é um componente fundamental para compartilharmos informações e conhecimentos com vista à apresentação de outras formas de nos relacionarmos, de produzirmos e consumir, almejando a superação da cultura que tem na ideologia capitalista a sua base de sentido e significado.
As grandes tradições espirituais têm um tesouro inesgotável de informações e conhecimentos que podem ser obtidos por aqueles que se preocupam com a superação do modo de produção capitalista não apenas por meio de grandes sistemas de idéias e ações baseadas na razão, mas também por meio de reflexões, experiências ou vivências relacionadas a outros sistemas de idéias, valores, ou comportamentos, que estão registrados nos modos de viver, nas memórias escritas e nas obras literárias e artísticas de muitas instituições, comunidades ou grupos religiosos espalhados pelos cinco continentes.
O Cristianismo tem referenciais muito importantes neste aspecto: um deles é na pessoa de São Francisco de Assis, um homem com idéias e atitudes atemporais, ou seja, que valem para qualquer tempo.
Outras referências importantes neste sentido podem ser redescobertas não apenas no comportamento de pessoas como São Francisco, mas também nos modos de pensar e agir contidos na bíblia e nos escritos e atitudes de homens e mulheres, tanto da igreja católica romana, quanto das ortodoxas orientais, e das igrejas surgidas com a reforma protestante, iniciada por Martinho Lutero.
A espiritualidade de matriz indígena, africana e oriental também detêm um manancial de riquezas muito grande na perspectiva defendida acima e cada vez mais atraem a atenção de pessoas e setores que tem compromisso com a causa ambiental.
Como elemento fundamental no avanço e consolidação do chamado para a realização das jornadas “ecologia e espiritualidade”, citamos a criação artística, pois os artistas são as antenas da raça, na feliz expressão do escritor Ezra Pound.
Dessa forma, a produção artística tem sido outro manancial importantíssimo de informações e conhecimentos para a compreensão da necessidade de mudarmos nossas ideias, valores e hábitos, que alimentam o monstro que devora a todos e a tudo e, consequentemente, ameaça a permanência da espécie humana (ou da vida) no planeta terra.
Um desses artistas é Saint-Exupery, que afirma no livro “O Pequeno Príncipe” que o essencial é invisível aos olhos. Portanto, mergulhemos nos mistérios de nossas tradições espirituais e busquemos redescobrir em nosso acervo artístico, inclusive em nosso próprio potencial de criação interior, as fontes para descobrirmos ou redescobrirmos aquilo que é mais sagrado, o que é essencial.
Para ajudar nesta tarefa, teremos no inicio da primavera de 2012, em Aracaju, a participação de Zé Vicente, missionário, cantor , compositor, músico, educador e ecologista, definido pelo site MPBnet da seguinte maneira: "Um apaixonado por seu povo, sua terra, pátria, planeta, suas raízes sagradas. Através de Shows e das Oficinas de Arte-Vida, Zé Vicente vai sensibilizando pessoas com sua poesia e música criativa , em sintonia permanente com as grandes causas humanas, sociais e ecológicas do nosso tempo.”
Pode chegar quem estiver sentindo a necessidade de trilhar por este caminho, seguindo as pegadas de muitos homens e mulheres que estão fazendo o mesmo, em diversos lugares do mundo, como ocorreu recentemente no Rio de Janeiro, por ocasião da Cúpula dos Povos na Rio+20.
Para saber mais detalhes sobre a Edição 2012 da Jornada Ecológica, acesse:
AQUI
Leia o artigo "Justiça e Paz se abraçam na obra de Zé Vicente". AQUI
Leia também:
INTEGRIDADE DA CRIAÇÃO PARA OS RELIGIOSOS(AS) HOJE. AQUECIMENTO GLOBAL E MUDANÇA CLIMÁTICA.
AQUI
Baixe e ouça um dos primeiros gravados por Zé Vicente em parceria com Babi Fonteles.
emCANTO. AQUI
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2ª Jornada Ecologia & Espiritualidade Edição 2012
Estamos na reta final para a realização da 2ª Jornada Ecologia & Espiritualidade (21 a 23 de Setembro) – JE2012.
A nossa esperança é que possamos ampliar os resultados e corresponder a algumas expectativas despertadas durante a realização da JE -2011. Uma delas diz respeito à necessidade de ampliação do número de participantes.
Esta constatação foi feita pelos participantes da JE -2011, que se surpreenderam com as condições e oportunidades criadas naquele momento para a discussão de uma abordagem integral ou sistêmica que oriente a vivência de metodologias de educação criativa, pouco comuns em processos de formação e de mobilização em nosso Estado.
Esta é uma das razões mais importantes na motivação do grupo formado por cerca de 7 agentes sociais e culturais que, desde abril, se reúnem na paróquia São Pio X, em Aracaju, para organizar mais uma jornada “ecologia e espiritualidade”.
Lembrando as palavras de Jesus Cristo: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas.”
Que venham à JE-2012 todos os que estão em busca da unidade perdida ou, em outras palavras, querendo combinar fé e compromisso sociotransformador, luta e prazer, razão e emoção, trabalho e alegria, pão e poesia, preservação da natureza e atendimento às necessidades humanas essenciais, e, ainda, harmonizar politica e estética.
Convidem aqueles que estão inquietos, indignados e que sentem que é preciso mais coragem, criatividade e generosidade para nos relacionarmos em busca da unidade com todos os seres da criação, tendo como objetivo a superação da crise em que a humanidade está mergulhada em decorrência do modelo capitalista predatório e excludente, que neste início do século XXI se fortalece por estar incorporado aos símbolos, valores e sentidos que alimentam mentes e corações de amplas parcelas da população.
Ainda há tempo!! Como diz o rapper Criolo, em uma de suas músicas: “Ainda há tempo!!”
Por esses motivos, estamos lançando a campanha de divulgação da JE - 2012, que teve inicio com a distribuição de panfletos às centenas de pessoas que participaram da celebração do Grito dos Excluídos, realizada na manhã de 7 de setembro de 2012.
A programação da JE-2012 será composta de palestras e oficinas, noite cultural (show musical, apresentações artísticas e roda de danças circulares) e exposição e venda de comidas, CDs, livros e artesanato.
A assessoria da JE 2012, estará a cargo do missionário, cantor , compositor, músico, educador e ecologista Zé Vicente, definido pelo site MPBnet da seguinte maneira: "Um apaixonado por seu povo, sua terra, pátria, planeta, suas raízes sagradas. Através de Shows e das Oficinas de Arte-Vida, Zé Vicente vai sensibilizando pessoas com sua poesia e música criativa , em sintonia permanente com as grandes causas humanas, sociais e ecológicas do nosso tempo.”
Também na assessoria contaremos com a presença do Padre Isaias e Marlene Ribeiro. (Diocese de Propriá).
Esperamos contar com a colaboração de vocês, compartilhando no facebook, blogs, twitter e outras mídias, as imagens, textos e músicas de divulgação que serão postados nestes dias que antecedem à realização da JE-2012.
Leia também: Justiça e Beleza se abraçam obra de Zé Vicente.
- onde fica
- A JE ocorrerá no período de 21 a 23 de setembro de 2012 no auditório do Instituto Federal de Ensino (21/09 - abertura-19 horas -) e Centro Pastoral anexo à Paróquia São Pio X, localizada à Av. Visconde de Maracaju, s/n°, bairro 18 do Forte, em Aracaju. (22/09 – 8 ás 17horas e 19h30 ás 24 horas) e (23/09 – 8 ás 12 horas
- quando ir
- 21/9/2012 a 23/9/2012
- quanto custa
- R$15.00 (com almoço)
- website
- http://jornadaecologiaeespiritualidade.blogspot.com
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O XI Fórum do Forró foi dez!
O Fórum do Forró, que aconteceu nos dias 05 e 06 de junho de 2012, em Aracaju, realizou uma homenagem ao saudoso e querido Luiz Lua Gonzaga à altura da qualidade do grande legado que o mestre deixou.
Das homenagens realizadas no centenário do Gonzagão em Sergipe, esta é uma das que merecem mais louvores, pelo fato de se ter iniciado no ano de 2002, prosseguindo, de forma ininterrupta, até o presente ano.
A outra homenagem longeva a Luiz Gonzaga e também digna de louvor é o programa Aquarela Nordestina , apresentado pelo professor José Augusto, há cerca de 20 anos, pelas ondas da Rádio Aperipê 630 AM.
O que me chamou a atenção no primeiro dia foi a apresentação do site LuizLuaGonzaga por parte de seu criador e mantenedor Paulo Vanderley. Isto se deveu à forma clara, segura e apaixonada ancorada na utilização de um criativo recurso audiovisual, o próprio site. Foi o dia em que fui acompanhado da esposa e dos filhos (um pré-adolescente e uma adolescente). Os elogios que faço, aliás, também tomam como base a opinião deles.
No segundo dia senti um clima com forte presença de elementos místicos e emocionais, com destaque para a apresentação e homenagem ao compositor João Silva, importante parceiro do Rei do Baião, e a apresentação de Bené Fonteles, responsável por uma belíssima publicação — O Rei e o Baião —, composta de análises instigantes elaborados por intelectuais e reprodução de material iconográfico sobre Luiz Gonzaga e releituras ou interpretação de sua obra por parte de artistas de outras linguagens, em especial das artes plásticas, visuais e literária.
Uma frase dita por Bené Fonteles me chamou a atenção! Disse ele: “Gonzaga já é mais do que o mito, Gonzaga é uma entidade”. Frase semelhante ouvi de Veronica Sacta, educadora, artista e xamã equatoriana, que deu importante contribuição à nossa gestão a frente do Complexo Cultural “O Gonzagão”, no período em que estivemos à frente da direção daquele equipamento cultural pertencente ao governo de Sergipe (2007 a 2009). E não à toa, presenteei-a com um CD contendo uma coletânea de gravações clássica do Velho Lua, quando ela se despediu dos amigos(as) sergipanos, após quase um ano de presença em Aracaju.
No final do fórum, solicitei a palavra para divulgar a seleção do projeto “Caravana Cultural Luiz Gonzaga vai a Escola”, no prêmio Funarte-Centenário Luiz Gonzaga. Desde que soube do resultado, pensei ser o Fórum do Forró o local mais apropriado para isso. Mesmo que esta notícia já fosse do conhecimento de uma parte daqueles que estavam presentes naquele momento.
Na fala em que citei a conquista do prêmio, parabenizei e agradeci a Paulo Correa ( idealizador e coordenador do Fórum do Forró desde a sua criação)pela iniciativa, além de lembrar outro dois nomes que garantiram a cobertura institucional para a realização do evento: o bancário e professor de História Chico Buchinho (presidente da Funcaju, na época), bem como o prefeito em 2001(ano do primeiro Fórum do Forró) e atual governador de Sergipe, Marcelo Déda.
Eu disse que o fórum do forró foi uma das fontes de inspiração para a elaboração do projeto da Caravana Luiz Gonzaga e, em razão das limitações de tempo, deixei de falar que a Caravana Luiz Gonzaga responde, mesmo de forma limitada e localizada, a angústia ou ao anseio de algumas pessoas que manifestaram no espaço de debates do Fórum do Forró seus protestos e/ou desabafos com o desconhecimento e/ou desvalorização do forró pé-de-serra, por parte significativa de pessoas das novas gerações.
No final, destaquei que era importante e necessário que as excelentes palestras e apresentações durante todos esses anos de Fórum do Forró fossem registradas e publicadas em forma de textos e imagens. Esta demanda já foi colocada em outros fóruns, mas infelizmente não conseguiu sensibilizar a prefeitura de Aracaju, com a honrosa exceção de uma ou duas edições do evento.
No final, após uma das diversas e belas apresentações desta segunda noite, protagonizadas, entre outros, por Erivaldo de Carira e Thais Nogueira, destaco a fala do primeiro, o qual lembrou que muitos prefeitos do interior de Sergipe precisam valorizar mais os artistas que produzem o forró pé-de-serra, contratando seus trabalhos pelo menos no período dos festejos juninos.
Nesse momento, lembrei-me que uma forma das autoridades públicas mostrarem seu real amor por sua gente e por sua terra é valorizando e investindo na arte e cultura do seu povo, muito além de palavras ou gestos simbólicos como na utilização da arte e da cultura sergipana apenas em propagandas institucionais e/ou recepções a convidados de outras localidades.
Como 2012 é um ano de eleição e a bola está com o cidadão eleitor, é importante que a valorização e o investimento em educação e cultura de qualidade sejam fatores importantes de decisão na hora do voto.
P.S: No primeiro dia do Fórum do Forró o jornalista Thiago Paulino indagou palestrantes e debatedores a respeito de sugestões acerca de políticas públicas no campo da educação e da cultura, voltadas para ampliar o alcance de iniciativas semelhantes a Caravana Luiz Gonzaga.
O jornalista Jozailto Lima, por sua vez, também fez uma pergunta, enumerando alguns movimentos musicais brasileiros, como a bossa nova, a jovem guarda, o tropicalismo, o clube da esquina e uma imensa gama de estudos acadêmicos sobre estes.
Jozailto quiz saber se o fato de o baião — que tem uma importância tão significativa para a cultura brasileira — não ter sido agraciado com o mesmo tratamento, por parte das universidades, não significaria uma atitude de preconceito regional e social por parte da academia.
Como as respostas dadas a estas perguntas não esgotaram as soluções ou alternativas possíveis, resolvemos trazê-las para quem sabe, possibilitar que mais pessoas, coletivos ou instituições busquem outras respostas que se convertam em ações.
Quanto a questão proposta por Thiago Paulino, vale citar uma iniciativa da atual gestão dos ministérios da cultura e da educação, que está criando um coletivo investigador da pesquisa-ação que será realizada em Recife, nos dias 14 e 15 de junho, em tempo integral, cujo objetivo é formular princípios que auxiliem na formulação e orientação de políticas de cultura voltadas para a educação. O coletivo investigador é composto por professores, educadores populares, artistas e outros agentes da educação e da cultura empenhados na formação de um sistema educacional que integre as experiências de Educação Formal e as de Educação Não-Formal, realizadas por organizações da sociedade civil, bibliotecas e museus.
Esse coletivo investigador contará com a presença do autor desse texto.
O XI Fórum do Forró em reportagens de TV.
Reportagem da TV Sergipe/Globo. AQUI
Reportagem da TV Aperipê/Pública
Leia também:
Caravana Luiz Gonzaga vai a Escola.
Espetáculo Pau de Arara - O nordeste bom de se ver.
Vamos Dançar Quadrilha
Mais.....
Repercussões do XI do Forró na internet.
AQUI e AQUI
Ouça a seleção de músicas de Luiz Gonzaga preparada pelo DJ Patrick Torquato. AQUI
Assista a seleção de documentários sobre a vida e a obra de Luiz Gonzaga. AQUItags
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XI Fórum do Forró homenageará Luiz Gonzaga
Com informações da Prefeitura de Aracaju.
Nos dias 5 e 6 de junho o Teatro Atheneu será palco de uma grande homenagem ao centenário do cantor pernambucano Luiz Gonzaga com a realização do XI Fórum de Forró de Aracaju. O evento terá a participação de grandes artistas e pesquisadores, a exemplo de Genival Lacerda e Bené Fonteles, autor do livro “O Rei e o Baião”, a mais completa publicação sobre Luiz Gonzaga.
A abertura do Fórum do Forró será realizada às 19h do dia 5, com a presença do prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira. O evento será composto por palestras, depoimentos e homenagens de diversos artistas e estudiosos a respeito da vida e obra de Luiz Gonzaga. No encerramento haverá apresentação do Quinteto Sanfônico de Aracaju. Os interessados podem participar do evento de forma gratuita.
O Fórum do Forró é uma realização da Prefeitura Municipal de Aracaju e faz parte da programação do Forró Caju, que terá início no dia 15 de junho na Praça de Eventos dos Mercados.
Confira a programação do XI Fórum de Forró de Aracaju:
Dia 5 de Junho
19h – Abertura Oficial com o prefeito Edvaldo Nogueira
20h – Palestra com Paulo Vanderley, pesquisador, criador e mantenedor do mais completo site de Luiz Gonzaga no Brasil - www.luizluagonzaga.com.br
21h – Depoimento dos artistas Genival Lacerda, Alcymar Monteiro, Trio Nordestino e Targino Gondim sobre a importância da obra de Luiz Gonzaga
21h40 – Homenagem dos artistas Genival Lacerda, Alcymar Monteiro, Trio Nordestino e Targino Gondim aos 100 anos de Luiz Gonzaga
22h40 – Encerramento
Dia 6 de junho
19h - Palestra com Zé Maria, autor do livro “Mestre João Silva: Prá não morrer de tristeza”, sobre o tema “As parcerias de Luiz Gonzaga e João Silva” e depoimento de João Silva (o compositor com maior número de parcerias com Luiz Gonzaga
19h40 – Depoimento de Bené Fonteles, autor do livro “O Rei e o Baião”, a mais completa publicação sobre Luiz Gonzaga
20h10 – Depoimento de Chambinho do Acordeon, ator, cantor e sanfoneiro, que faz o papel de Luiz Gonzaga no filme “Gonzaga de Pai para Filho”, do diretor Breno Silveira (“Dois Filhos de Francisco”)
20h30 – Depoimento de João Cláudio Moreno, ator, humorista e cantor (trabalhou com Chico Anysio na TV Globo)
21h – Homenagem dos artistas João Cláudio Moreno, Chambinho do Acordeon, Luiz Paulo e Erivaldo de Carira
22h – Encerramento com o Quinteto Sanfônico de Aracaju
Leia também: CARAVANA LUIZ GONZAGA VAI A ESCOLA.
ESPETÁCULO "PAU DE ARARA" O NORDESTE BOM DE SE VER. - onde fica
- Aracaju - Teatro Atheneu - Rua Vila Cristina s/n
- quando ir
- 05/6/2012 a 06/6/2012, às 19:00h
- quanto custa
- Gratuito
Ponto de Cultura em Sergipe inicia atividades.
Antecedentes
Lá pelos idos de 2002, um grupo de agentes culturais do conjunto Jardim, apoiados por professores, lideranças religiosas e comunitárias, realizaram uma série de reuniões com o objetivo de criar uma organização que apoiasse o desenvolvimento de grupos culturais na região.
A razão principal para mobilização destas pessoas foi o grande número de jovens e adolescentes que se agrupavam em torno da dança, do teatro e da música para preencher o seu tempo livre de maneira criativa e divertida.
Com o decorrer dos anos, houve mudança do local da reunião e a incorporação de agentes culturais juvenis oriundos de outros bairros, com destaque para os provenientes do Conj. E. Gomes e dos bairros São Conrado e Industrial.
Finalmente, no dia 13 de agosto de 2004, um grupo de 20 pessoas reunidas na então “Casa da Cidadania”, no centro de Aracaju, aprova o estatuto e elege a primeira diretoria da Associação Cultural, ou Ação Cultural, como é mais conhecida.
Em 2009 a Ação Cultural obtém o título de utilidade pública estadual, conferido pela Assembléia Legislativa do Estado da Sergipe (Lei 6.588).
Conquistas
Mas, antes disso, reunidos sob as bandeiras das “Rede de Agentes Culturais” do Conjunto Jardim e “Rede PROVAI” (Valorização de Iniciativas Culturais), já eram promovidas ações culturais de sucesso, a exemplo dos fóruns comunitários de políticas públicas (o primeiro tratando do tema educação, em 2001, e o segundo sobre arte, cultura e cidadania, em 2003), o Projeto Ecarte, iniciado em 2002 e a I mostra arte e cidadania no teatro do Centro de Cultura e Arte da UFS. Merece destaque também a aprovação, pela câmara municipal de Aracaju, da Lei 3.173, de 10 de Março de 2004, que instituiu o Programa de Valorização de Iniciativas Culturais.
A partir de 2004 estas iniciativas são mantidas ou incorporadas em outras. São elas: Circuito Arte e Cidadania (2005); Fóruns Populares de Cultura e Fóruns Locais de Cultura (2005 a 2007); Encontro trimestral de Danças Circulares, Oficinas semestrais e Bailes anuais (desde 2007); Consórcio Cultural (iniciativa do Complexo Gonzagão, em parceria com a Ação Cultural, organização OUIS, quadrilhas juninas e artistas de teatro, dança, música, circo, artes plásticas e agentes comunitários - 2007 a 2009); Comissão Pró-Retomada do Festival de Arte de São Cristóvão, PRÓ-FASC (desde 2011), iniciativa de um grupo de agentes culturais da cidade de São Cristóvão que recebe a colaboração da Ação Cultural com sua experiência em articulação e mobilização pró-cultura; Jornada Ecologia e Espiritualidade (desde 2011), iniciativa em parceria com agentes religiosos e educadores ligados às pastorais da paróquia São Pio X e às CEBs e CEBI.
Patrocínios e Editais
No que se refere à obtenção de patrocínios por meio de editais destinados ao apoio de iniciativas culturais de base comunitária, que constitui uma das finalidades da Ação Cultural, os êxitos, até o momento, são os seguintes:
1) Aprovação do projeto Ecarte na seleção interna da Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE) – 2002 (em nome da rede de agentes culturais do conjunto Jardim);
2) Aprovação do projeto do primeiro módulo da oficina de projetos socioculturais pela superintendência local do BNB – 2004 (em nome da rede de valorização de iniciativas culturais);
3) Aprovação do projeto do II Fórum Popular de Cultura na seleção interna da CESE – 2005;
4) Aprovação do projeto do III Encontro Popular de Cultura na seleção pública do prêmio BNB de Cultura – 2006;
5) Aprovação do Projeto Juventude, Cultura e Cidadania no edital de seleção pública do programa Cultura Viva - 2010;
6) Aprovação do projeto II Jornada Ecologia e Espiritualidade no edital de seleção de projetos do Fundo Nacional de Solidariedade/Cáritas Nacional/CNBB - 2011.
O apoio do Sebrae
Um dos parceiros mais importantes da Ação Cultural tem sido o Serviço Brasileiro de Apoio as Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE).
Citamos, como exemplo, a idéia da Rede de Agentes Culturais do Conjunto Jardim, que teve como uma de suas inspirações iniciativa de nome e propósitos semelhantes realizada pelo SEBRAE nos anos de 2001 e 2002, que contou com a participação de um dos fundadores da Ação Cultural, em alguns momentos.
Este apoio efetivou-se com a participação de integrantes da Ação Cultural, e/ou de grupos culturais parceiros, em cursos de elaboração de projetos, captação de recursos, produção cultural, aprender a empreender (versão empresa e versão associação/cooperativa) no ano de 2008, por meio da parceria com o Consórcio Cultural. O Sebrae também colaborou com passagens aéreas para integrantes da Ação Cultural participar, na qualidade de convidados, do Fórum Cultural Mundial, realizado em São Paulo em 2004 e fazer uma apresentação sobre o projeto Ecarte no IDEA 2010 – VII Congresso Mundial de Drama/Teatro e Educação, em Belém do Pará.
O ponto de cultura Juventude, Cultura e Cidadania.
Até agora, esta é a principal conquista da Ação Cultural, obtida próximo às comemorações dos 10 anos da entidade, a ser celebrado em 2014. Foi uma conquista acalentada desde o lançamento do primeiro edital do programa Cultura Viva em 2004, politica pública criada pelo governo federal para o apoio e financiamento de iniciativas culturais de base comunitária, algo inédito em nosso País.
O projeto inscrito e escolhido por meio do edital de seleção pública lançado em 2010, fruto da parceria do Ministério da Cultura com a Secretaria de Estado da Cultura, foi apresentado com base nos seguintes objetivos e resultados: Ampliar e qualificar a participação de adolescentes em grupos de dança e de teatro existentes no Conjunto Jardim (município de Socorro), Conjunto Eduardo Gomes (município de São Cristóvão), por meio de oficinas de teatro, dança e informática/audiovisual (integrada).
Pretende-se atender 80 adolescentes e jovens/ano em oficinas de artes cênicas e 20 adolescentes e jovens nas oficinas de informática/audiovisual, nesta incluindo adolescentes/jovens residentes em Aracaju, perfazendo um total de 100 participantes.
Para divulgar os resultados e aumentar a adesão da sociedade, serão organizadas palestras interativas, feiras de arte e cidadania e a mostra cultural “Juventude, Cultura e Cidadania”.
As atividades estão planejadas para começarem no inicio de abril, com a realização das oficinas de dança moderna na Escola Estadual Olga Barreto (Conj. E.Gomes) e na Escola Estadual Júlia Teles e Espaço de Convivência Cultural e Social (Conjunto Jardim). As oficinas de audiovisual deverão ter início no final do mês de abril do corrente ano, em local a ser confirmado.
Para acompanhar as atividades do Ponto de Cultura gerido pela Ação Cultural os interessados podem acessar o blog: http://acaoculturalse.blogspot.com e procurar informações no link “Ponto de Cultura Juventude, Cultura e Cidadania”, localizado no campo direito do blog ou ainda os telefones 9993-4483 ou 8864-5927.
Confira o trabalho que já é desenvolvido com arte e cultura no Conj. E. Gomes. AQUI e AQUI
Confira o trabalho que já é desenvolvido com arte e cultura no Conj. Jardim. AQUI e AQUI
Como participar: Clique AQUI
imagens clique para ampliar
Ensaio da Cia de Dança Rick di Karllo
Você já foi ao Pará, nega (o)?
Não? Então Vá!
E para começar a sentir o gosto e os cheiros bons da terra e águas de lá, comece pelo almoço cultural.
No próximo domingo, 12 de fevereiro, teremos a primeira edição 2012 do Almoço Cultural Paraense. Como acontece todos os anos, após o retorno da viagem de Angelina Magalhães para participar das festividades do Círio de Nazaré, no mês de outubro.
Como de costume, ao retornar a Aracaju, Angelina traz na bagagem tucupi, jambu, castanha do Pará, polpa de cupuaçu, CDs de música e outras coisas mais e participa como chef de cozinha na realização do almoço cultural, no Ateliê da Irene, localizado no bairro Siqueira Campos.
E neste dia reúne-se uma média de 10 pessoas para degustar uma comida deliciosa, ouvir poesia e música da Amazônia, além da boa conversa sobre cultura, meio ambiente, comunicação, amenidades, etc..
Quem quiser participar pode entrar em contato através dos telefones: 9993-4483 ou 8864-5927 para fazer a reserva e o pagamento. A entrada é limitada ao máximo de 15 pessoas. Não perca tempo!
Para saber sobre os almoços culturais anteriores, clique AQUI.- onde fica
- Ateliê da Irene
- quando ir
- 12/2/2012, às 12:00h
- quanto custa
- R$15.00
O sergipano não valoriza o produto cultural local
O produto cultural genuinamente sergipano é pouco consumido ou, em outras palavras, o sergipano “compra” pouco aquilo que é produzido em Sergipe, o que traz como consequência a dificuldade de “vender” Sergipe para quem é de fora. Isso tudo nos lembrando de um dito popular que afirma: “Quem engorda o boi são os olhos do dono”.
Como disse no primeio dia (24/11), em Aracaju, no espaço destinado aos debates da oficina de gestão cultural, promovida pelo Itaú Cultural em parceria com a Secretaria de Estado da Cultura (Secult), a afirmação acima é recorrente há mais de vinte anos em quase todos os debates que discute direta ou indiretamente políticas culturais.
Depois de tanto tempo, acreditamos que é hora de pensarmos estratégias para a superação desse desafio. Entretanto, se não considerarmos a escola como um lócus privilegiado para a incorporação de um contingente maior de pessoas ao circulo da produção e da fruição ou consumo cultural, não estaremos enfrentando os problemas em seu cerne, no seu âmago ou, em linguagem mais popular, “indo ao X da questão”.
Como alternativas sugiro:
Para quem é pesquisador/estudante/professor, mapear/analisar as iniciativas culturais que são ou foram desenvolvidas em solo sergipano e que utilizam(aram) a escola como espaço de produção ou fruição cultural. O Observatório de Politicas Culturais do Itaú Cultural pode pensar em um edital nacional para apoiar estudos e pesquisas com esta preocupação.
Quem é gestor/produtor e responsável pela organização dos temas de discussão nos Encontros Culturais, Fórum do Forró, Fórum da Sergipanidade etc. pode incluir a relação escolas e produção da identidade cultural como um tema central da discussão.
Também é um bom tema para o ciclo de debates promovido pelo jornal Cinform, especialmente porque este veículo tem demonstrado preocupação com as questões ligadas ao avanço da epidemia do crack, ao aumento dos casos de bullyng e de assédio ou violência sexual, questões potencializadas pela ausência do diálogo, compreensão e de incentivo às “boas” práticas culturais juvenis.
Quem é gestor/produtor/artista/professor pode demandar junto ao Minc a produção de um edital de fomento a microprojetos culturais já elaborados e em fase de implementação no chão da escola. O Banco do Estado de Sergipe (Banese) poderia criar um edital anual de microprojetos culturais e colocar a parceria com escolas como um dos critérios de seleção. Da mesma forma, o edital anual de patrocínio cultural do BNB pode adotar o mesmo procedimento.
Quem é gestor/produtor/pesquisador/professor pode demandar, junto ao MEC, a criação de um espaço virtual aberto inspirado no modelo do site Overmundo, para que professores e alunos possam trocar experiências acerca de projetos ou iniciativas pedagógicas que tenham relação com as questões artísticas, culturais, de comunicação e meio ambiente.
Quem é gestor/produtor/pesquisador/professor pode demandar, junto ao MEC e a SEED, a criação de cursos presenciais e on-line para professores e técnicos educacionais voltados para a compreensão e incorporação das culturas juvenis, inclusive dos suportes tecnológicos que estão nas mãos da juventude, como celulares, smartphones, notebooks, camêras digitais, jogos eletrônicos e etc..
Como podemos nos organizar para produzir conhecimento acerca de inciativas culturais na escola e articular parcerias para o incentivo e o fomento destas?
P.S.: Os nossos sinceros agradecimentos a Eloisa Galdino e a Marcelo Rangel, respectivamente secretários titular e adjunto da Cultura, aos demais integrantes da equipe e a Milu Vilela e Eduardo Saron, respectivamente presidente e diretor-superintendente do Instituto Itaú Cultural, bem como aos demais integrantes da equipe.
Acredito que com esse e mais investimento em formação de gestores e produtores culturais, teremos melhores dias de iniciativas culturais com sustentabilidade em Sergipe e no Brasil.
Quem viver, verá!
Leia mais:
http://www.overmundo.com.br/overblog/fazendo-producao-cultural-na-escola
http://www.overmundo.com.br/overblog/o-portal-do-som-3-sergipe-para-exportacao
http://consorciocultural.blogspot.com/p/estudos-e-pesquisas-culturais.html
http://consorciocultural.blogspot.com/p/debate-politicas-culturais-em-sergipe.html
Aracaju aplaude de pé "O Dragão" da Cia. Amok
(abre o pano) No último dia do encerramento do palco giratório, conversando com uma jovem atriz do teatro sergipano, ela propôs nos encontrarmos antes da apresentação de “O Dragão”, para conversarmos sobre um projeto que estamos empreendendo.
(depois desse diálogo, vejo no fundo da cena aberta dentro da minha mente o seguinte:) “É incrível a força que as coisas têm quando elas precisam acontecer.”
E, para confirmar essa afirmativa, a quarta-feira foi o dia escolhido pelos professores de todo o Brasil para realizar uma paralisação em favor de mais investimento em educação, terceira razão para motivar minha ida ao teatro naquela noite.
Dito isto, lá vou eu acompanhado da minha filha de 15 anos ao teatro Tobias Barreto para assistir a “O Dragão”.
NAS ENTRANHAS DO DRAGÃO
Ao sentar na poltrona, os atores já estavam em cena e dialogando em árabe. Minha filha disse logo que chegou: “Se os meus colegas estivessem aqui, estranhariam bastante”, ao que respondi : “não só eles...”
Logo depois, os diálogos começaram em português. A trama é construída com base em depoimentos pungentes e dolorosos. Os atores conseguem nos transportar para dentro do coração das mães e jovens palestinos que perdem tudo, inclusive os sonhos e a vontade de viver.
O depoimento do jovem palestino que descreve a morte de toda uma família de civis, inclusive de diversas crianças, é lancinante.
Em um dado momento, quando descreve um menino correndo de um míssil, que parecia ter olhos, cria-se em nossa mente um quadro tenebroso.
Outro momento doloroso é quando o protagonista refere-se a uma pedra encharcada do sangue de alguns de seus amigos e parentes.
Dessa família, o único sobrevivente emudeceu e ficou com o olhar distante, mirando o horizonte por sobre o local outrora perfilado por inúmeras casas e gente cheia de vida.
A mãe descreve alguns aspectos do cotidiano do filho que encheu seu corpo de bombas e o fez explodir em um ônibus cheio de civis israelenses. Em dado momento, a mãe faz a leitura de uma carta com palavras que ferem como navalhas nos rasgando a carne. Fora deixado pelo filho, e lhe tinha sido entregue por um membro de uma das várias organizações que compõem a jihad islâmica.
Um momento impactante no depoimento da mãe foi o bombardeio da aviação israelense sobre uma área residencial de um vilarejo palestino.
Para completar o ataque, promoveu-se, por meio de escavadeiras, a destruição do que restou, levando e enterrando pessoas vivas em meio aos escombros. Após a saída das escavadeiras, ela disse que os coveiros não reviravam a terra para enterrar os mortos, mas para trazer os corpos inertes de quem estava nos escombros.
Na segunda parte, o texto reflete sobre o drama dos civis israelenses. O primeiro depoimento é do motorista israelense que ficou paraplégico no mesmo atentado que vitimou o jovem homem-bomba palestino e civis israelenses.
Da mesma maneira, uma mãe israelense, que perdeu sua filha no mesmo atentado, encerra o espetáculo lançando um conjunto de palavras que saem do fundo d’alma de todos aqueles (as) que desejam e constroem a paz.
Reafirmou o que milhares de civis palestinos e israelenses dizem: “Esta guerra insana não tem sentido, faz sofrer principalmente as mães e as crianças dos dois lados do conflito. Os dois povos precisam aprender a aceitar que tantos israelenses e palestinos têm o direito de viverem em paz” (palavras minhas com base naquilo que retive na memória).
(Fim da apresentação) Elenco aplaudido de pé. Depois, um aviso: “ quem quiser permanecer para um bate papo com os atores aguardem cinco minutinhos .”
DESNUDANDO O DRAGÃO
Dito e feito, fui o primeiro a fazer perguntas: “Como se deu o processo de criação dos personagens, como foram realizados os estudos e pesquisas neste sentido? Alguns atores e atrizes estiveram pessoalmente na região do conflito?”
Um dos diretores, Stephane Brodt, respondeu que além das muitas leituras e conversas com estudiosos sobre o assunto, e entrevistas com pessoas de origem israelense ou palestina, eles utilizaram bastante a internet. Que maravilha! Pensei com meus botões, entusiasmado que sou pelo imenso potencial de humanização que a internet pode proporcionar e, pasmem : (a surpresa) nenhum dos atores e atrizes tinham se deslocado até a região do conflito !
Ou, em palavras mais poéticas : “ O que trouxeram à tona é o israelense ou o palestino que está dentro de cada um deles e de cada um de nós”, lembrando-me do que disse, certa vez, a uma pessoa que postou no facebook um comentário de que estava cansada de ser ela mesma, sempre a mesma pessoa. Sugeri: “Faça teatro !” E o paradoxo: a jovem é uma atriz em fase de formação
A segunda pergunta que formulei se referia à receptividade do espetáculo pelos palestinos e israelenses. A resposta foi de que tem sido sempre positiva, mesmo com momentos de certa tensão, principalmente com a comunidade judaica. Por outro lado, a comunidade palestina, radicada especialmente na região de Foz de Iguaçu, recebeu muito bem o trabalho.
Houve outras intervenções importante como, por exemplo, a forma impactante como a música está presença no espetáculo. O comentário do diretor, foi que a música, tanto a de origem árabe como a israelense, participam do espetáculo como um quinto elemento ou um quinto personagem. (abrindo um parenteses) A música árabe/palestina traz à tona sentimentos de dor e sofrimento daqueles povos.
Outra lembrança trazida pela música de Israel, foi referente às danças circulares israelitas, que aprendi com William Valle e Alvaro Pantoja, melodias e trançados coreográficos, belos, alegres e, ás vezes, com pitadas fortes de melancolia. Desde que as conheci, passei a admirá-las, mas, vez em quando, irrompe a pergunta que não quer calar: “Por que um povo capaz de criar coreografias e melodias saborosas e alegres é tão belicoso?”
Durante o espetáculo, outra constatação e perplexidade: “Oh ! Israel, porque impõe a seus irmãos palestinos o mesmo que sofrestes nas mãos de egípcios, babilônios, assírios e romanos, conforme registrado na Bíblia e confirmado, em muitos casos, por estudos das ciências da História, da Arqueologia e afins".
Por último, a confirmação de que a boa obra de arte nos conecta com o mais profundo de nosso ser individual e coletivo, ou com a nossa humanidade mais genuína e, mesmo, com algo maior, a que damos o nome de Deus. (fim do primeiro ato ou primeiro texto)
Para saber mais sobre o AMOK, clique aqui
A foto principal é da autoria de Olivia Proença
Esta foto foi tirada de uma apresentação em Goiás, em 5 de julho de 2011, usando uma Nikon D90. Quem quiser conferir outras fotos da apresnentação desde dia, pode conferir no link indicado
O SESC E A DEMOCRATIZAÇÃO CULTURAL NO BRASIL.
No decorrer do espetáculo “O DRAGÂO” fui transportado ao teatro SESC de São João de Meriti, cidade onde vivi minha adolescência e local em que assisti à montagem do texto “Quanto mais gente souber melhor”, realizada pelo grupo dia-a-dia (salvo engano). O texto tratava da perseguição e dor impingida pela ditadura civil militar àqueles que ousaram sonhar e lutar por um Brasil mais justo e igualitário.
Essa lembrança tem a ver com uma observação que fiz ao representante da diretoria de cultura do SESC –Sergipe, Professor Bosco, quando lhe perguntei sobre quantos espetáculos foram levados para o SESC – Socorro, local com características similares àquele em que residi na adolescência. Foram dois espetáculos, disse ele, e, no próximo ano, haverá mais outros.
Reiterei a necessidade apresentada como palestrante do palco giratório, edição 2007. Na ocasião afirmei a necessidade do SESC construir teatros em municípios e/ou regiões afastadas do centro ou da zona sul de Aracaju.
No decorrer do espetáculo, lembrei-me também de muitos alunos e alunas da escola onde trabalho, na periferia de Socorro. Eles merecem ser mais lembrados pelo prefeito Fábio Henrique, autoridade simpática, sensível e de boa conversa. A construção de, por exemplo, uma praça dos esportes e da cultura, ou outro espaço cultural multimeios e multilinguagem, seria uma ótima oportunidade de resgatar a dívida com aqueles jovens.
DE VOLTA PRA CASA
Chegando em casa, lembrei-me que nos tempos atuais, em Aracaju, retornar para casa de ônibus, em certas horas, é pouco prudente, mesmo que a distancia do bairro onde moro e aquele onde o teatro está localizando não seja muito grande.
Quando morei no Rio de Janeiro, encarava esta mesma situação, quando chegava em casa de “busão”, entre as 12 e 2 horas da manhã, encontrando minha mãe acordada , depois de já ter rezado bastante para que os anjos e santos protetores me acompanhassem.
Desde então, e até hoje, continuo defendendo que a oportunidade de fazer e apreciar arte de qualidade não pode ser privilégio de uma minoria da população.
“VIAJANDO” ATRAVÉS DA ARTE
Na certa, se os governantes simpáticos e de boa conversa, pensassem e agissem assim, diminuiriámos bastante o numero de jovens e adultos que nos espreitam nas esquinas para nos roubar alguns trocados para comprar cocaína , crack e outras drogas ilícitas, assumindo o risco de levar até nosso bem mais caro, a vida.
Se fazem isso, por que estão cansados de serem eles mesmos, sempre a mesma pessoa, e utilizam alguns tipos de substâncias químicas que possibilitam “viajar”, porque não criar as condições para fazerem isso através do teatro, da dança, da música, do grafite, do audioviusual, etc., como no exemplo da resposta à pergunta que fiz ao diretor de “O dragão”.
NOITE DE PURO ÊXTASE ARTISTICO
E, para completar o êxtase - não confundir com o ecstasy – assisti, na companhia da “minha” mulher companheira, à retransmissão do programa manos e minas da TV Cultura de São Paulo, apresentando CRIOLO, sentindo a vibração positiva emanada dos apresentadores, produtores e equipe técnica do programa, e em especial da meninada presente ao local.
Concluindo. Não me venham dizer que a arte não pode fazer muito pelas pessoas !
Não me venha dizer que a juventude, o AMOK, uma companhia com uma presença expressiva de jovens, não pode produzir beleza, alegria e dar a sua contribuição para a construção da civilização da paz!
Se quiserem comprovar é só investir mais em educação, arte e cultura (junto e misturado).
Não é brincadeira, estou falando sério!
"Dedico o texto acima a todos (as) que fazem o SESC, na pessoa do Danilo de Miranda, um intelectual e gestor cultural de grande importância para a cultura brasileira, em especial nestes tempos em que os brasileiros voltaram a acreditar que é possível construir outro país, menos injusto e menos desigual.
Também dedico ao presidente LULA, que está passando por um momento bastante delicado em sua vida, em razão da descoberta de um tumor na laringe.
Por último não posso esquecer do querido Gilberto Gil, o ministro Nº 01 da cultura.
Quem produz e consome cultura nas periferias, quebradas, pequenas cidades e rincões desse imenso e belo país, re(conhece) a importância dos três para o desenvolvimento humano, social e econômico de nosso país.
Porque sem a dimensão cultural, não há desenvolvimento integral e sustentável."
Fazendo produção cultural na escola.
Há cerca de uns vinte dias, quando comecei a pensar a respeito da seleção de músicas que utilizaria na apresentação do tema “produção cultural nas escolas”, no programa de formação cultural “Ossos de Oficio”, da Fundação Municipal de Cultura, a primeira frase musical que me ocorreu foi: “Há tempos são os jovens que adoecem”, parte da composição “Há Tempos” do Legião Urbana.
Ao mesmo tempo em que preparava a apresentação, a frase “Há tempos são os jovens que adoecem” me remetia ao trágico acontecimento ocorrido por estes dias em uma escola pública em São Paulo, vitimando uma criança de 10 anos e sua professora, além de outros fatos semelhantes ocorridos nos últimos anos em todo o mundo.
Por outro lado, com a perspectiva de encontrar possíveis soluções, fui buscar em meus arquivos algumas músicas que oferecem pistas sobre os caminhos que precisamos percorrer para evitar ou diminuir os impactos das dores e sofrimentos que se abatem sobre crianças, adolescentes e jovens. Dores e sofrimentos decorrentes de um conjunto de causas que deitam raízes nas contradições do modelo econômico e político atual, cujas bases estão firmadas no individualismo, no materialismo e no consumo desenfreado de bens materiais.
A primeira delas chama-se “Estudo Errado”, de autoria de Gabriel, o Pensador, música que, na minha opinião, pode ser considerada a composição que mais fielmente retrata a situação vivida pelos estudantes da maioria das escolas brasileiras.
Em “Estudo Errado”, podemos ouvir trechos emblemáticos do atraso e dos equívocos inerentes ao nosso sistema de ensino: “Decoreba, este é o método de ensino”. “Quase tudo que aprendi, amanhã eu já esqueci, decorei, copiei, memorizei, mas não entendi“. ”A maioria das matérias que eles dão eu acho inútil, em vão, pouco interessante”. “Eu sei que ainda não sou gente grande, mas eu já sou gente e sei que o estudo é uma coisa boa. O problema é que sem motivação a gente enjoa”. “Vamos fugir dessa jaula! (...).” “Matei a aula porque num dava. Eu não aguentava mais. E fui escutar o Pensador escondido dos meus pais.”
Este último verso nos leva a uma reflexão fundamental: Se a criançada, em vez de escutar o Pensador escondido dos pais, também os professores, técnicos educacionais e psicólogos prestassem mais atenção àquilo que crianças e adolescentes ouvem, leem e assistem, não seria uma forma interessante de iniciar ou reforçar o diálogo dos adultos com a garotada?
Todavia, em muitos casos, teremos que fazer um grande esforço para diminuir preconceitos e/ou resistências de várias naturezas, inclusive a algumas músicas e programas de televisão que reforçam aquilo que foi expresso em uma das composições dos Titãs e que nos causam asco: “A televisão está me deixando muito burro, burro demais”.
Quando me refiro à necessidade de nós adultos prestarmos mais atenção ao tipo de música ou de programa de televisão que nossos jovens assistem, não estamos dizendo que temos que reforçar ou ampliar a audiência que estas músicas ou programas já detêm, mas pensar com eles sobre quais pulsões, instintos ou desejos são alimentados por aquilo que faz sucesso e quem ganha e quem perde com isso.
Outro caminho necessário e urgente é ampliar e fortalecer o acesso a produtos culturais que provoquem reflexão e estimulem valores positivos. Como exemplo, podemos citar, além das músicas de Gabriel, O Pensador, a Legião Urbana, os Titãs, os eternos Racionais Mc's e o trabalho de um jovem e promissor talento que está surgindo na cena cultural independente: nos referimos ao CRIOLO, gestado nas periferias de São Paulo e que mostra em suas composições uma alta dose de criatividade e sintonia com o pensamento e anseios das novas gerações dos guetos e das quebradas, como também de alguns setores de classe média mais cults..
Outra música, composta em meados da década de 80 do século XX, pelos Titãs, e que retrata expectativas, necessidades e desejos da garotada ainda hoje, chama-se “Comida”, diz ela : “A gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte”. “A gente não quer só comer, quer comer e fazer amor“. “A gente quer prazer para aliviar a dor”. “ A gente não quer só dinheiro, a gente quer dinheiro e felicidade”. “A gente quer inteiro e não pela metade”.
A música “Galera da Fraternidade”(1), ainda atual e composta no mesmo período de “Comida”, é da autoria de Reginaldo Veloso, um cara por quem tenho grande admiração e carinho por sua dedicação às crianças e jovens da periferia da grande Recife, em especial dos morros que formam o bairro de Casa Amarela. O padre Reginaldo, como também é conhecido, além de sacerdote, é educador, pai , compositor e cronista.
Foi um dos inúmeros pernambucanos que tiveram o privilégio de conviver e trabalhar com Dom Hélder Câmara, considerado um dos principais referenciais, dentre os chamados “progressistas”, em matéria de religião no século XX.
Por meio de suas composições e crônicas, Reginaldo Veloso retrata uma série de situações, problemas e/ou soluções vivenciadas por crianças e jovens desde a década de 70 do século passado. Muitas delas encontrou na iniciativa impulsionada por Padre Reginaldo, o Movimento de Adolescentes e Crianças (MAC), pessoas realmente comprometidas com a solidariedade e com a alegria, parceiras da construção de um mundo melhor.
A letra da composição “Galera da Fraternidade” apresenta alguns elementos da metodologia e da proposta do MAC, descrevendo com sua melodia e belos versos um exitoso trabalho que inspirou um programa de animação cultural nas escolas das cidades do Cabo, Recife e Jaboatão dos Guararapes e que poderia ser referencia para outras escolas do País. Oxalá! esse texto possa estimular pessoas, com poder de decisão e recursos, a se aprofundarem no conhecimento desta e de outras experiências para que possam ser multiplicadas Brasil a fora.
Com relação a trabalhos de produção cultural na escola, realizados com a minha participação, vale a pena conferir dois vídeos disponíveis no youtube.
O primeiro foi uma reportagem do programa Sergipe Comunidade, da TV Sergipe, no ano de 2003 e o segundo, uma entrevista realizada em 2006, com Fernanda Almeida, adolescente ligada ao Projeto Ecarte, atualmente estudante de audiovisual da Universidade Federal de Sergipe.
À guisa de conclusão, acreditamos que as músicas “Estudo Errado”, “Comida” e “Galera da Fraternidade” apresentam alternativas que podem, como já afirmamos, acabar ou aliviar a dor de crianças e jovens, trazendo a possibilidade de diminuir as situações dramáticas ou trágicas vividas pela moçada e pelos adultos, situações chocantes tão bem captadas por Renato Russo e tantos artistas de outras linguagens.
Espero não estar pedindo muito a educadores, técnicos e gestores dos sistemas educacionais que apurem os ouvidos e o olhar para captar, pelos mais diversos meios, as várias necessidades, desejos e vontades de nossas crianças e jovens, sem esperar que isso ocorra em meio a situações bastante dolorosas ou violentas.(2)
Levar a sério a produção cultural na escola pode contribuir para atingir esse objetivo(3).
NOTAS
(1)Galera da Fraternidade – Letra e Música; Reginaldo Veloso
1. Minha galera é a galera da fraternidade. Meu tempero é a fé, é o amor-liberdade.
2. O meu assunto é a vida.
È a vida, é a vida!
Caretice, aceitar essa vida-sem-vida!
3. Já é hora de a gente mudar,
esse jeito não dá pra ficar
4. É preciso muita criatividade!
Arregace as mangas com muita vontade!
Vamos investir nessa da felicidade!
Ser feliz é o destino da humanidade!...
5. Nós vamos nessa do chapa
Joãozinho Trinta:
A cultura é beleza que encanta e que agita!
6. O meu samba não vai te enganar;
Eu só canto pra vida mudar!
7. Você traz muita coisa
Então pode perder!
Vamos nessa, galera, botar pra valer!
Cada um tem um gosto e um jeito de ser!
É preciso juntar, fazer tudo render!...
8. A gente vai nessa do indio e da ecologia
Salve o verde, a beleza da geografia!
A beleza da geografia!
9. Não morreu Chico Mendes em vão,
Ressuscita em você, meu irmão!
10. É preciso muita, mas muita coragem!
Se guardar pra si mesmo
É uma grande bobagem!
Pois, no fim, quem dá vida
É quem leva vantagem!
É a galera de Cristo
Partindo em viagem!
Confira parte do áudio da composição, aqui
(2)"Numa sala de aula, um jovem com os fones de um walkman nos ouvidos susurra entusiasmado, um trecho de um pop rock nacional: “o amooor, é o caloooor que aqueeece a almaaaa!”. Enquanto isso, outro gruda sorrateiramente em seus ouvidos o seu radinho de pilha (provavlemente para ouvir uma canção de sua preferência). Num canto da sala, uma jovem “devora” páginas de um livro de poesias, “best-seller” do momento. Junto a parede, uma jovem digita um torpedo em seu celular; já outro tenta esconder junto aos cadernos, a última edição de uma revista juvenil, que traz na capa o galã da novela do horário nobre. Um jovem, num outro canto da sala, aguarda a professora passar por entre as carteiras e mochilas da “hora” espalhadas pela sala, para mostrar aos colegas uma tatuagem no ombro direito; e eis que adentra na sala, esbaforida, uma garota, desfilando um cabelo multicolorido, susurrando aos colegas: pintei com papel crepom! Ao lado da janela, uma jovem escreve um bilhete para um colega: Eahe kara, vamu zoa nu xou dos omi? Toca um celular estrindentemente! Insistentemente! E a professora (alheia a isso tudo?)segue explicando a matéria.”
(3)AS 7 APRENDIZAGENS BÁSICAS PARA CONVIVÊNCIA SOCIAL
1) Aprender a não agredir o semelhante(fundamento de todo modelo de convivência social)
2) Aprender a comunicar-se(base da auto-afirmação pessoal ou do grupo)
3) Aprender a interagir(base dos modelos de relação social)
4) Aprender a decidir em grupo(base da política e da economia)
5) Aprender a cuidar de si(base dos modelos de saúde e seguridade social)
6) Aprender a cuidar do entorno(fundamento da sobrevivência)
7) Aprender a valorizar o saber social(base da evolução social e cultural)
Bernado Toro (1993)
Bibliografia:
GARBIN, Elisabete Maria. As culturas juvenis invadem a escola. IN: CAVALCANTE, Koboldt H. Márcia e SOUZA, de Antônio Rui. CULTURAS JUVENIS: Dinamizando a Escola. Rio Grande do Sul: EdiPUCRS, 2009, Cap. 1, p.11-18
TORO, Bernardo. O que é Mobilização Social. http://www.aracati.org.br/portal/pdfs/13_Biblioteca/Publicacoes/mobilizacao_social.pdf Acesso em: 16 ago. 2011
VELOSO, Reginaldo. Galera da Fraternidade e Galera Geral. In: Vida. O Sonho de Deus. São Paulo: Paulus, 2000. 1 CD. (54'33'). Faixa 5 e 11
Para aprofundar o estudo e o debate:
Culturas Juvenis - Dinamizando a escola
Este livro é mais um lançamento do jornal Mundo Jovem, que traz para o centro do debate a rica diversidade cultural presente nos jovens das escolas brasileiras: os que curtem funk, rap, graffiti, cultura anime, rock, religião, que gostam de se encontrar nos parques, nos bares, nas ruas, nos quartos, enfim, múltiplas juventudes.
Como podemos nos apropriar das culturas juvenis em nosso planejamento diário como professores? Como revelar as identidades juvenis nas diferentes práticas do currículo escolar? As aulas podem servir de canal para que as histórias de vida e as identidades dos jovens ganhem lugar na cena escolar? Com a colaboração de diversos autores, esperamos contribuir com a inquietude de tantos que buscam uma escola adequada aos nossos tempos.
Orgs: Márcia H. Koboldt Cavalcante e Rui Antônio de Souza
Número de páginas: 120
Valor = R$ 14,00 (As despesas de correio estão incluídas)
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O Portal do Som (2) - Música e Tragédia Urbana
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Em Sergipe, primavera inicia com Jornada Ecológica
OS BONS TEMPOS ESTÃO DE VOLTA.
Neste 25 de setembro de 2011, ao ultrapassar o portão que dá acesso às salas e auditórios localizados nos fundos da igreja São Pio X para participar do último dia da Jornada Ecologia e Espiritualidade, lembrei-me de bons momentos vividos na década de 80 e meados dos anos 90 do século passado no Rio de Janeiro, em Pernambuco e São Paulo, quando adentrava em alguns espaços eclesiais para participar de encontros, celebrações e eventos culturais.
Naqueles anos, havia um maior número de bispos, padres, irmãs e leigos da igreja católica, como também religiosos e fiéis de igrejas evangélicas históricas, a exemplo das Luterana, Metodista, Congregacional, Presbiteriana (os ramos denominados independente e unida), Anglicana e outras mais, buscando se associar de forma ativa e constante a pessoas que participavam de processos educativos, sociais, políticos e artísticos voltados para a construção de um mundo melhor, independente de crença religiosa ou ideologia.
Por esta razão, a sociedade brasileira avançou em muitas conquistas sociais, políticas, éticas e culturais.
SEXTA-FEIRA
Foi lembrando isso que Roberto Malvezzi, mais conhecido como Gogó, iniciou a sua palestra dialogada na jornada ecológica em 23 de setembro, com público de mais de 40 pessoas, em uma noite de clima agradável.
“Nos últimos anos, vocês tiveram contato com notícias frequentes referentes ao alto número de bebês ou crianças mortas no sertão, saques de gente faminta, êxodo em massa de nordestinos rumo ao chamado sul maravilha, frentes de emergência, carros pipa e etc?” Com essa pergunta Gogó iniciou sua participação na jornada.
Como a resposta foi negativa, Gogó, sem negar os méritos das politicas sociais de alguns governos, discorreu durante parte da noite exatamente sobre as maneiras de superação das constantes situações de dor, sofrimento, morte e desalento encontradas pela população sertaneja, organizada em associações e movimentos sociais apoiados por igrejas, organizações não governamentais e universidades.
Dentre as diversas soluções encontradas, Gogó destacou o programa de construção de milhares de cisternas no semiárido, uma iniciativa que pode ser conhecida com mais detalhes clicando aqui.
SÁBADO
Durante o dia de sábado, a fala do Gogó poderia ser rotulada de “assustadora”, principalmente por estar baseada em fatos comprovados pela ciência, alguns dos quais relativamente divulgados por meio da internet, revistas e programas de televisão especializados.
Foram informações sobre a destruição que nós, seres humanos, estamos causando à fauna, à flora e ao planeta como um todo.
Uma informação fornecida por Gogó é que a ciência e a religião já estão concordando em diversas explicações sobre a vida, o planeta e o cosmos.
Uma delas diz respeito ao fim do planeta terra e do universo, que têm prazo de validade, conforme já afirmavam alguns livros e conhecimentos ancestrais, inclusive o bíblico.
Disse ele : “se é verdade que isto acontecerá daqui a um bilhão de anos, não nos dá o direito de abreviar o tempo de existência das outras espécies e até de nós mesmos, que poderemos sucumbir muito antes do fim do planeta, caso não mudemos radicalmente o nosso modo de produção e de consumo.”
Em seguida, foi abordada a delicada questão das obras de transposição do Rio São Francisco, modelo vinculado a uma tradição governamental de longa data, destinada a favorecer os interesses do grande capital e das oligarquias que controlam a politica nordestina desde a época da colonização portuguesa.
Durante a sua fala, Gogó retomou alguns fatos ligados ao processo da greve de fome de Frei Luís, bispo da diocese de Barreiras, que arriscou sua vida em defesa do Rio São Francisco.
Sobre o estágio atual das obras, foram mostradas fotografias que retratavam a paralisação e, inclusive, o quase abandono de alguns trechos, representando prejuízo para o erário federal.
Disse mais: “dificilmente as obras serão retomadas em curto prazo, em razão da crise econômica global e do desgaste político do governo, que enfrenta muitos questionamentos da sociedade civil sobre a construção das usinas de belo monte e madeira jirau. “
NOITE CULTURAL
Finalizando o dia de sábado, realizou-se a noite cultural, com a participação musical de Krânio e de Gogó. O primeiro, músico, cantor e compositor, mostrou um repertório de clássicos nordestinos inspirados na temática ambiental, além de canções autorais, deixando a todos e a todas com gosto de quero mais.
Já Gogó, que cantou por diversas vezes durante a apresentação dialogada, realizada na noite de sexta-feira e durante todo o dia de sábado, encantou ainda mais aqueles que o assistiam, apresentando outras músicas do seu repertório e de outros compositores nordestinos.
Para se ter uma idéia do sucesso, foram vendidos todos os CDs trazidos por Gogó (4 Elementos e Belo Sertão), além dos pedidos de encomenda, realizados por quem não conseguiu adquirí-los a tempo.
Durante a noite cultural, em alguns momentos, os presentes foram convidados a dançar em roda.
Quem se encarregou de chamar e conduzir o círculo de dança foi o casal Maxivel Ferreira e Maria Margarette, especializados no assunto.
DOMINGO
No domingo, a jornada foi encerrada com um estudo bíblico a respeito de como o livro sagrado dos cristãos aborda as questões relacionadas à terra, à água e aos demais elementos da criação e como nos inspirarmos nele para a defesa do planeta e da vida, de forma contextualizada e respeitando as outras tradições espirituais e filosóficas.
Nesta oportunidade, todos puderam concluir que o diferencial proposto pela jornada ecológica estava consumado, pois Gogó mostrou ser bem preparado também na dimensão bíblico teológica, e soube contribuir na compreensão de que precisaremos unir todas as dimensões da existência no enfrentamento da crise global, ora vivida pela humanidade como nunca antes em sua história.
Quando falamos em “dimensões”, queremos nos referir à ciência, ao compromisso social, à politica, ao afeto, às religiões e espiritualidades e às artes.
Por isso, podemos dizer que neste sentido a Jornada Ecologia e Espiritualidade alcançou seu objetivo, porque, pela primeira vez em Sergipe, o tema ecologia e espiritualidade foi tratado de forma ampla, integral, holística, considerando os aspectos científicos, sociais e políticos, afetivo, espiritual e artístico, como deve ser a busca por soluções dos problemas que afligem e desafiam a humanidade atualmente.
ANEXOS
A opinião dos participantes
Que Bom!
Quero mais!
Foi muito bom tudo que foi pregado na palestra. Foi ótimo!
Uma jornada com este tema, mais voltado a missão das comunidades eclesiais de base (CEBs) e toda a igreja
Que o Pe. Soares escolheu tão bela pessoa para nos apresentar este tema.
Por esta jornada! Pois foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida neste ano. Que bom ter aprendido coisas sobre a Ecologia da qual não tinha conhecimento.
Que o conhecimento que fica me leva a repensar a maneira que devo tratar a Deus e a natureza. Que bom que há pessoas como Gogó que está sempre disposto a nos ajudar a crescer.
Foi maravilhoso participar e hoje aprender muitas coisas.
A participação do povo, a acolhida, o almoço...
Termos outro evento neste formato. Excelente o tema
tratado na jornada; a dinâmica de Gogó; as danças; as músicas
Gostei de tudo, foi ótimo, uma beleza, umas maravilhas!
O desenvolvimento do encontro, a assessoria, o local, a organização
Que nossa igreja está sempre pronta para novas idéias como essa da jornada.
Que Pena!
Que acabou e que nem todos vieram, pois todos deveriam ter esta consciência cristã sobre a natureza e a criação.
Que foi pouco tempo.
Que já está terminando.
Que não pude participar de todos os momentos
Que já vai terminar. Seria bom que fosse mais prolongado.
Que acabou.
Terminou e as pessoas perderam estas maravilhas.
Pouca participação de pessoas.
Que acabou. Precisamos de outra formação, nunca é demais.
Continuar refletindo sobre o tema.
Que são poucos dias.
Apenas dois dias e uma noite. Que idéias como essas possam acontecer outras vezes.
Que acabou! Contudo tivemos estes conhecimentos.
Que tal!
Outras jornadas, formações com temas interessantes como esse.
Vir mais vezes. Fiquei feliz em conhecer Gogó e parabenizo pelo seu trabalho tão bonito de divulgação, ou seja, de levar um pouco de seu tão rico conhecimento também por ser tão bonito!
Para os próximos eventos incentivar mais a participação das pessoas, porque é muito importante o trabalho que Gogó faz.
Muito obrigado! Jesus o abençoe!
Não pararmos por aqui. Precisamos muito destas experiências.
Acontecer uma segunda jornada ou acatar a sugestão do Pe. Soares de irmos em caravana até Pernambuco em 2012 para protestarmos contra a implantação de usinas atômicas as margens do Rio São Francisco.
Foi muito bom! Obrigado!
Continuarmos sempre.
Marcar outro encontro. Parabéns a todos vocês que organizaram este encontro.
Continuar no próximo ano, realizando a II Jornada Ecologia e Espiritualidade com divulgação também em outras dioceses.
Marcarmos logo outros temas do próximo evento ou até mesmo uma procissão.
Que seja formado a partir desta jornada, um grupo de reflexão e trabalho acerca do que nos foi apresentado durante estes dias.
Implantar projetos como a jornada ecológica em comunidades mais carentes.
A graça de Deus nos uniu nesse encontro! Aleluia!
Multiplicar esse evento ecológico em nossa Arquidiocese. É um bem!
Textos para o aprofundamento de temas da I Jornada Ecologia e Espiritualidade, aqui
A Jornada Ecologia e Espiritualidade contou com o apoio cultural das seguintes empresas e instituições.
Centro Educacional Futuro Feliz
Gráfica Farias
(79) – 3215-6767 e (79) 9946-6767
graficafarias@oi.com.br
Rádio Cultura AM670– Clube do Ouvinte
www.cultura670.com.br
Fundação Aperipê (TV – FM 104.9 e AM630)
www.aperipe.com.br
Os organizadores da jornada ecológica e Roberto Malvezzi , concederam entrevistas aos programas:
No Ritmo da História (Aperipê AM), Nação Nordestina (Aperipê FM) e Giro da Noticia (Rádio Cultura).
Quem gostou da proposta da Jornada Ecológica, irá gostar também do
CURSO DE VERÃO 25 ANOS
RELIGIÕES CONSTRUTORAS DA JUSTIÇA E DA PAZ
Apresentação
O CURSO DE VERÃO é um programa de FORMAÇÃO POPULAR no campo sócio-cultural a partir da realidade e seus desafios, à luz da Bíblia, Teologia, Pastoral e do compromisso cristão na sociedade. É um ESPAÇO ECUMÊNICO E INTER-RELIGIOSO de convivência, partilha, troca de experiências, celebração e compromisso. Acolhe participantes empenhados na busca da unidade entre cristãos e do respeito e compreensão entre homens e mulheres de toda a família humana, no esforço para se transformar as pessoas e a sociedade na linha da justiça, solidariedade e defesa do meio ambiente.
É um curso realizado em MUTIRÃO. Pessoas, famílias, comunidades, movimentos populares e instituições educativas e religiosas colocam-se gratuitamente a serviço de sua preparação ao longo do ano e de sua realização, na PUC de São Paulo. O curso é organizado para um grande número de participantes. Oferece, ao mesmo tempo, atenção muito pessoal a cada cursista que é acolhido em grupos menores, dentro da metodologia da EDUCAÇÃO POPULAR, que combina reflexão e criatividade, arte e celebração, vivência e compromisso.
Em 2012, o Curso de Verão estará celebrando 25 anos de ininterrupto serviço aos setores populares nas Igrejas e na sociedade. Volta-se para o crescente pluralismo cultural e religioso e o desafio de se converter conflitos e intolerâncias em diálogo e cooperação, em favor da justiça, da paz e da preservação da vida humana e de toda a criação ameaçada pela destruição da biodiversidade, esgotamento dos recursos naturais e aquecimento global. O Curso dará ênfase à contribuição das diferentes espiritualidades na luta por outro mundo possível.
Inscrições abertas, aqui
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Jornada discute ecologia e espiritualidade
Uma programação voltada para discutir a ecologia, a religião como estímulo de transformação social e ainda, finalizando, com atividades culturais que incluem cantoria e danças circulares. Essa é a principal proposta da “Jornada Ecologia e Espiritualidade” organizada pela ONG Ação Cultural e a Paróquia Pio Décimo que acontecerá nos próximos dias 23 a 25 de setembro na Igreja São Pio X, localizada no Bairro 18 do Forte.
Segundo um dos coordenadores do evento Zezito Oliveira um dos objetivos do evento é “fazer com que mais pessoas conheçam e se envolvam de uma forma diferente com as grandes causas do presente e do futuro e com a questão ambiental. O Brasil é um país cheio de mazelas: uma das maiores concentrações de renda do mundo, situações de violência etc.. Mas existe muita gente trabalhando com solidariedade e criatividade para mudar essa realidade”. A Jornada também foi planejada por agentes ligados as comunidades eclesiais de base (CEBS) e ao centro ecumênico de estudos bíblicos (CEBI).
DESTAQUE
Na programação (que pode ser conferida logo abaixo) um dos destaque é o músico e ativista Roberto Malvezzi, também conhecido como Gogó. Malvezi é agente da comissão pastoral da terra (CPT), residente no sertão baiano, compositor e músico desde os anos 70. Em seu histórico sintetiza uma atuação de organização social através da música. Nas suas composições , Gogó absorve ritmos da música popular brasileira além de atuar como pesquisador, palestrante e escritor de artigos críticos sobre as questões do meio ambiente. Seu mais recente trabalho musical é o CD “Belo Sertão”, em parceria com Targino Gondim e Nilton Freitas.
PROGRAMAÇÃO
Dia 23 – Palestra (19h30) – Convivência com o Semi-Árido e Transposição do Rio São Francisco.
Dias 24 e 25 – Estudo Bíblico – (9 ás 17hs - dia 24) – (8h30 ás 12h – dia 25)
Dia 24 – Noite Cultural (forró, cantoria e danças circulares) - Das 20 ás 24hs.
Leia também: O gospel sócio-ecológico de Roberto Malvezzi
Ouça também músicas do CD Belo Sertão.
Água de Chuva
Beleza Iluminada- onde fica
- Local: Anexo da Igreja São Pio X – Av. Visconde de Maracaju – bairro 18 do Forte.
- quando ir
- 23/9/2011 a 25/9/2011
- quanto custa
- Apenas R$ 5.00
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PAÍS RICO É PAÍS COM CULTURA!
O povo brasileiro tomou nas urnas a decisão de construir um país rico, soberano e democrático.
A cultura do Brasil, seus produtores e agentes em sua mais rica diversidade, se engajou desde o começo do governo Lula no projeto de universalização do conhecimento, do acesso à produção de bens culturais e na distribuição do poder simbólico, econômico e político. Em outras palavras: construir agora o Brasil do futuro, apostando no desenvolvimento e na inclusão, contando com a “inteligência popular brasileira” e a imaginação dos povos dos Brasis.
Por isso, durante os dois governos Lula, a sociedade civil organizada, os coletivos e redes, produtores e agentes estabeleceram uma inédita e saudável relação com o governo no sentido de construir um projeto de cultura para o Estado Brasileiro. A herança maior das duas últimas gestões à frente do MinC é a constituição de uma rede imensa e capilar que vai dos mestres da cultura popular aos hackers.
Durante o governo Lula estas redes não foram apenas atendidas pelas políticas públicas, senão que tornaram-se os sujeitos do processo, fazedores de cultura e de país. Tal legado é patrimônio de todos aqueles que lutaram pelo projeto de nação encabeçado por Dilma Rouseff.
A Crise Estrutural do MinC
Passados 8 meses de governo, segue a crise do MinC, cujo último episódio foi a saída da Secretária de Cidadania e Diversidade Cultural, e as ameaças de novas demissões e desentendimentos.
A sociedade civil organizada, produtores e agentes culturais, parlamentares, ativistas de dentro e de fora do campo cultural, entendem que esta é a hora de uma correção de rumo no Ministério da Cultura.
É necessário uma repactuação com os movimentos culturais que construíram e deram apoio à política pública de cultura gestada no governo Lula e sua continuidade, avanço e ampliação no governo que elegemos. Não podemos mais aceitar que as conquistas e avanços da sociedade brasileira no campo cultural, chanceladas pela sociedade civil e pelo Estado e tornadas públicas no Plano Nacional de Cultura continuem a ser desrespeitadas e ignoradas.
País rico é país com democracia participativa e por isso não podemos aceitar o rompimento do diálogo construído com os movimentos e agentes em gestão compartilhada nos 8 anos do governo Lula. Estes mesmos avanços nos últimos 8 meses do governo Dilma Roussef sofreram retrocessos ou estão paralisados, diante da crise de legitimidade e confiança na qual se vê submerso o MinC.
Os movimentos culturais organizados estão buscando há 8 meses a retomada da experiência de co-gestão e participação da sociedade civil nos rumos da Cultura.
Todos os esforços estão sendo feitos para essa repactuação, por isso reivindicamos que as novas mudanças sejam debatidas e consultadas de forma franca e ampla junto aos movimentos culturais que estiveram durante esses últimos meses e nestes 3 dias de agosto e inicio de setembro reunidos em Brasília, em diálogo direto com todas as Secretarias do Ministério da Cultura (com exceção da Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural, demissionária).
Destacamos os pontos fundamentais defendidos por diferentes movimentos, que vem sendo debatidos desde a primeira crise do MinC:
- A implementação do Plano Nacional de Cultura aprovado pelo governo Lula;
- A aprovação da PEC 150 e do Procultura como enviados para o Congresso;
- A publicização do texto final da Reforma da Lei dos Direitos Autorais e seu envio ao Congresso, mantendo-se os avanços propostos pela sociedade em consulta pública; entre eles a fiscalização de instituições como o ECAD (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição), e a criação de Instituto ou Agência Reguladora na área de direitos autorais, estímulo a produção de conteúdos culturais, educacionais abertos, descriminzalização da cópia e o estímulo ao uso de licenças flexíveis, como o Creative Commons;
- A defesa do Programa Cultura Viva, a manutenção dos 3 mil Pontos e Pontões de Cultura e suas ações. O pagamento de todos os Editais, Renovações dos convênios de Pontos e Pontões, a manutenção e expansão da Rede dos Pontos de Cultura, a contemplação de novas redes e a definição de um novo marco legal.
- Retomada do protagonismo nacional e internacional em Cultura Digital, conquistado pelo MinC, no governo Lula.
- Retomada dos programas de Diversidade Cultural, abandonados nesta gestão
- Aprovação da Lei Cultura Viva, Aprovação da Lei dos Mestres e Griôs
- A Revisão da proposta orçamentária para o Minc em avaliação no Congresso Nacional, que canaliza grande parte das verbas da cultura para obras e infra-estrutura, inviabilizando as demais ações do Programa Cultura Viva (rede dos Pontos de Cultura, Ação Cultura Digital, etc.) de forma desproporcional e assimétrica.
- Defendemos também o maior diálogo do Ministério da Cultura, com nossa participação, em ações transversais com os demais ministérios, particularmente com o MEC, Ministério das Comunicações, Ministério da Ciência e Tecnologia, Ministério do Trabalho e em ações como a do Plano Nacional de Banda Larga.
O MinC somos nós e nosso compromisso é com o viável e com o possível.
Por tudo isso, solicitamos à Presidenta Dilma Roussef, aos parlamentares, ativistas, sociedade civil e movimentos culturais e sociais que juntos possamos estancar as crises sucessivas no Ministério da Cultura, para repactuarmos o compromisso assumido entre o Estado brasileiro, os movimentos culturais e a sociedade civil de um projeto de continuidade, inovação e avanços na cultura brasileira que esteja à altura do papel que o Brasil assumiu como protagonista e referência na cena global em termos de políticas culturais inovadoras.
É preciso que nos unamos ao redor de um projeto no qual a cultura seja convocada de fato a cumprir sua vocação de inventora de futuro, desenvolvimento, soberania, sustentabilidade, democracia e inclusão social. É preciso confiança na Cultura Brasileira!
Obrigado.
Gracias.
Thank you.
Merci.
Brasília , 3 de setembro de 2011
Assine o documento acima, AQUI
Mais:
Manifesto do Movimento Trabalhadores da Cultura.
Libertemos a cultura das suas prisões. (Zé Celso Martinez)
Leia também:
Outro Brasil é possivel, outro olhar é necessário.
Outro Brasil? Somente com participação e arte.
Cultura para quem precisa de cultura.- --------------------------
FASC: A participação da comunidade é fundamental
“Quem produz cultura é a sociedade e não o Estado”. Uma frase/conceito que não esqueci, uma das idéias-chave contidas na carta do encontro preparatório, realizado em Aracaju (SE), do primeiro seminário sobre cultura, promovido depois pela SUDENE na cidade do Recife (PE), em meados dos anos 80, tempos da nova república e de esperanças renovadas com a retomada das liberdades democráticas, subtraídas pela ditadura civil-militar instalada no fatídico ano de 1964.
E, a partir de então, vai se afirmando, gradualmente, nas iniciativas culturais das quais tomei parte, a convicção de não fazer sentido alijar as comunidades dos processo de elaboração, formulação, implementação, monitoramento e avaliação de politicas públicas culturais. O que está conforme um dos tópicos apresentados nas páginas 23 e 24 da apostila da disciplina política e gestão cultural do Programa de Capacitação em Projetos Culturais, de iniciativa da Fundação Getúlio Vargas Online e do Ministério da Cultura, do qual sou participante.
Contudo, este modo de propor e fazer cultura nem sempre é considerado. Por esta razão, muitas iniciativas culturais vinculadas às instancias de governo e, às vezes, no âmbito das organizações não governamentais, em um dado momento, não encontra fontes de vitalidade para prosseguirem a contento ou gerar iniciativas autossustentáveis.
Um exemplo que corrobora o que está escrito acima é a mobilização da qual faço parte e que objetiva a formação de uma espécie de comitê gestor formado por representantes dos poderes público municipal, estadual, federal e da sociedade civil organizada para a retomada e continuidade do Festival de Arte de São Cristóvão (FASC).
Esse festival foi idealizado e realizado pela Universidade Federal de Sergipe de 1972 a 1993 em grande estilo e, desde então, até 2006, foi organizado pela Prefeitura Municipal de São Cristóvão, com altos e baixos, (mais baixos do que altos, diga-se de passagem) com a sequência de realizações interrompida em 2006.
Durante o período do festival, que variava de 3 a 8 dias, a cidade de São Cristóvão era tomada por uma multidão de pessoas, composta de artistas, mestres e brincantes, intelectuais, jornalistas, estudantes, professores, funcionários públicos e trabalhadores em geral, integrantes de diversas tribos que apresentavam e/ou assistiam diferentes tipos de espetáculos, além de comercializarem variados bens culturais.
Todavia, conforme consta de uma dissertação de mestrado em que o FASC foi um dos eventos culturais estudados, “O município e sua população participam do evento apenas como cenário e na qualidade de figurantes”(1).
Dentre alguns problemas gerados por essa postura dos organizadores, têm-se registros de oposição ao FASC de parcela da população mais identificada com o pensamento católico conservador, em especial nos primeiros anos.
Para entender isso, não podemos esquecer que a pacata e centenária cidade recebia mutos artistas, estudantes universitários, jornalistas, intelectuais e hippies que, em muitos casos, com suas vestes diferentes, adereços, comportamentos e valores eram algo bem diverso daquilo a que a população estava acostumada no seu dia a dia.
Também percebemos o pouco investimento em ações mais consistentes e permanentes de extensão cultural, como cursos, oficinas, palestras e seminários, inclusive no campo do empreendedorismo cultural, a fim de “empoderar” os moradores, em especial a juventude.
Caso isso tivesse ocorrido, certamente haveria nos dias de hoje inúmeras iniciativas culturais na cidade de São Cristóvão e municípios adjacentes. Tal fato levaria a iniciativa da organização do festival por parte das organizações da sociedade civil sancristovense, aproveitando o vácuo deixado pelo poder publico federal, estadual e municipal.
Por isso, as demandas apresentadas pelo movimento PRÓ-FASC têm como bases conceituais a parceria, a participação popular, a formação cultural continuada e o empreendedorismo cultural.
Dessa maneira, estarão asseguradas as estruturas vitais para a retomada de um processo cultural cujos alicerces, dentro das comunidades, estarão bem firmados e capazes de garantir uma conquista mais ampla do que um festival de arte apenas por alguns dias.
Para garantir que estamos no caminho certo, deixaremos como conclusão desse texto, um outro registro que consta na página 25 da apostila disciplina política e gestão cultural do Programa de Capacitação em Projetos Culturais já citado, da autoria de Garcia Canclini(2)
(,,,)a política cultural tem um papel que não se limita a ações pontuais, mas que se ocupa da ação cultural com um sentido contínuo, ao longo de toda a vida e em todos os espaços sociais. A política cultural não reduz a cultura ao discursivo ou o estético, já que procura estimular a ação organizada, autogestionária, reunindo iniciativas mais diversas de todos os grupos, na área política, social, recreativa... A política cultural – além de transmitir conhecimentos e desenvolver a sensibilidade – tenta melhorar as condições sociais para descobrir a criatividade coletiva. A política cultural procura que os próprios sujeitos produzam a arte e a cultura necessárias para resolver seus problemas e afirmar e renovar sua identidade (...).
P.S.: De março a maio de 2011, a comissão de articulação do Movimento PRÓ-FASC realizou várias reuniões com a comunidade e com diversos interlocutores que tiveram papel relevante na realização do FASC.
Tendo em vista que desde 1996 a prefeitura é a instância pública encarregada de realizar o festival, foi solicitado ao prefeito, e aceito por ele, a edição de um decreto municipal para oficializar a criação de uma comissão oficial de organização do FASC, composta por representantes do governo federal (UFS e IPHAN), governo do estado (SECULT e SETUR), governo municipal (secretaria de governo e secretaria de cultura) e da sociedade civil (ACASC e Movimento PRÓ-FASC).
Até o momento aguardamos essa providência do prefeito e da secretária municipal de Cultura, professora Aglaé Fontes de Alencar, tradicional pesquisadora e gestora cultural.
Também foi solicitado ao prefeito a contratação de um produtor cultural, com capacidade técnica comprovada, para a (re) elaboração de projeto e captação de recursos para o festival, levando em consideração os novos pressupostos de gestão compartilhada e a atual realidade orçamentária do país.
(1) FILHO, José Ribeiro. Festival de Arte de São Cristóvão: Projeção Nacional e Declinio. In: FILHO, José Ribeiro. Eventos públicos e privados: a elaboração de politicas culturais voltadas para a elaboração da festa. 2008. 145f. Dissertação (Mestrado em Sociologia) – Universidade Federal de Sergipe. Cap.4.p.78
(2)GARCIA CANCLINI, Néstor (ed.) Políticas culturales en América Latina. México,
Grijalbo, 1987.p.51
Esse texto foi publicado originalmente na edicao impressa do Jornal do Dia - edicao de 15 de julho de 2001 e esta tambem disponivel no formato web do jornal, aqui.
Para saber mais sobre o significado da palavra empoderar, recomendo a leitura aqui.
Leia o manifesto PRÓ-FASC, aqui
Assista reportagem da TV Aperipe (abril 2011)sobre o movimento PRO-FASC.
Assine o abaixo assinado PRÓ-FASC, aqui
Memórias estéticas/afetivas PRÓ-FASC. Outra maneira de colaborar é elaborar um depoimento para ser publicado no blog PRO-FASC.
depoimento do Zezito de Oliveira
depoimento do agente cultural Hora Reis
depoimento do poeta Araripe Coutinho
depoimento do gestor público Marcos Santana
depoimento do músico Antônio Vieira (Brasinha)
Confira opiniao PRO-FASC emitida pelo entao ministro da cultura, Juca Ferreira, no ano de 2010.
Confira uma noticia ruim referente a relacao juventude de Sao Cristovao e a sua tradicao cultural.
Confira uma boa noticia referente a relacao juventude de Sao Cristovao e a diversidade cultural.
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O gospel socio-ecológico de Roberto Malvezzi
Mas, quem pode negar que o povo de nosso país tem uma capacidade enorme de se unir em situações de tragédia? Que tem um potencial inesgotável de criatividade e uma diversidade cultural considerada das mais ricas do planeta, dentre outras virtudes e oportunidades?
Imagine só, juntar solidariedade, criatividade e diversidade cultural para combater essas mazelas ! Sim, é possível, e está sendo feito por muita gente boa desse imenso e rico país, como diz uma bela canção interpretada por Milton Nascimento.
Todavia, esse tipo de atitude e seus protagonistas nem sempre chegam ao conhecimento de parcela significativa da população. Pelo pouco acesso a esse tipo de informação há dificuldades para motivar pessoas a se envolverem constante e ativamente com processos de transformação das estruturas que (re)produzem injustiça, violência e miséria, tanto material quanto espiritual.
Para fazer com que mais pessoas conheçam e se envolvam de uma forma diferente com as grandes causas do presente e do futuro, está sendo organizada, por um grupo de entidades religiosas e culturais, uma jornada de estudos composta de oração, leitura biblica, danças circulares e cantoria para tratar da questão ambiental.
Esse momento terá por base o conhecimento cientifico de linha sistêmica, o legado teológico-pastoral do concilio Vaticano II e as conferências episcopais de Medelin, Puebla, Santo Domingo e Aparecida, sem esquecer os referênciais estéticos e artísticos da tradição cultural de nossa gente.
Para a jornada de 2011, seus organizadores – paróquia São Pio X, ONG Ação Cultural, agentes ligados as comunidades eclesiais de base (CEBS) e ao centro ecumênico de estudos bíblicos (CEBI) - trazem à Aracaju Roberto Malvezzi, mais conhecido como Gogó, agente da comissão pastoral da terra (CPT), residente no sertão baiano, compositor e músico desde os anos 70, compondo um gospel sócio-ecológico, com ritmos da música popular brasileira, pesquisador, palestrante e escritor de artigos críticos sobre as questões do meio ambiente. Seu mais recente trabalho musical é o CD “Belo Sertão”, em parceria com Targino Gondim e Nilton Freitas..
A realização da jornada está prevista para setembro. Quando estivermos mais próximos do evento, divulgaremos detalhes sobre a data, o local e outras informações de interesse do público.
Até lá, por meio de textos como esse, de spots de rádio, de entrevistas e notas na imprensa, pretendemos contribuir para a sensibilização e/ou comprometimento de mais pessoas com a causa ambiental de forma sistêmica ou holística, unindo as dimensões racional-científica, afetiva, social, estética e espiritual.
De maneira isolada, tanto as pessoas e instituições, quanto as dimensões acima citadas, continuarão incapazes de frear o ritmo de destruição do planeta que aumenta a passos largos e a olhos vistos.
Afinal, como diz a letra de uma tradicional canção das CEBs “Deus chama a gente para um momento novo, sozinho e isolado ninguém é capaz, a força que hoje faz brotar a vida, é Deus que nos convida, as forças juntar e o amor repartir, porque é hora de unir o cordão, por isso vem, entra na roda com a gente” roda de esperança, de solidariedade, de alegria, de querer bem, de indignados!. Onde isso estiver junto e misturado, Deus aí está.
E, por último, fiquem com a fala e o canto de Gogó:
“ A presença do feminino na ecologia é óbvia. Nem tão óbvias são certas dimensões que estão diante dos olhos, mas não conseguimos percebê-las.
Trabalhando há muitos anos com a questão da terra e da água, fui percebendo algumas dessas “obviedades ocultas”. Uma delas é a figura de Maria, arquétipo feminino católico também na dimensão ecológica. Claro, poderíamos também falar de Iemanjá no mundo das religiões de ascendência africana e Uiara no mundo indígena. Fico restrito à pessoa de Maria.
Quando cheguei pela primeira vez em Corumbá e vi a imagem de Nossa Senhora do Pantanal, confesso que fiquei surpreso. Aquela imagem de Maria coberta de animais e plantas me colocava diante de uma nova dimensão de Maria. A confirmação veio quando conheci Nossa Senhora dos Seringueiros. Foi fácil ligar com a figura de Nossa Senhora Aparecida, encontrada no rio Paraíba; Nossa Senhora das Grotas, encontrada no rio São Francisco; assim como Nossa Senhora do Círio de Nazaré, encontrada nos Igarapés de Belém. Três são os elementos constantes desse arquétipo: elementos da natureza; pessoas do povo como seringueiros, pescadores, índios, vaqueiros, etc.; a figura de Maria.
Diante dessa emergência da questão ecológica, dessa bela e significativa dimensão de Maria, decidi fazer um CD. Ele se chama exatamente “Maria e Ecologia”. São treze músicas cantando exatamente essas Marias bem brasileiras, ecológicas, ligada ao povo simples do Brasil.
O CD não se encontra em lojas. Entidades como a CNBB – no contexto da reflexão sobre mudanças climáticas - e pessoas individuais ajudaram a produzi-lo."
Durante a jornada estará sendo vendido este e outros CDs de Roberto Malvezzi.
Assista o video da fala de Roberto Malvezzi em 2008 no encontro paulistão das CEBs
Assista ao video com a apresenteção da música Água de Chuva de Roberto Malvezzi, interpretada por Antônio Baiano
Assista ao video com a apresentação da música "Lata d'agua" de Roberto Malvezzi (Gogó)
Assista ao video com a gravação da música Patchamama de Roberto Malvezzi, interpretada por Laís e Míriam Régis- ---------------------------
Que saudades do FASC!
Pouco antes do ato solene, dois representantes da comissão do Movimento PRÓ-FASC, Zezito de Oliveira e Glauber de Souza, entregaram à ministra da Cultura, Ana de Hollanda, um dossiê pró retomada do Festival de Arte de São Cristóvão (FASC), uma cópia do manifesto e uma camisa alusiva à campanha.
Na oportunidade informamos que o Festival de Arte de São Cristóvão fora realizado durante mais de trinta anos por iniciativa da Universidade Federal de Sergipe e que está suspenso há cinco anos. Esclarecemos ainda que nossa expectativa naquele momento era obter o apoio dela e do Ministério da Cultura para a retomada e continuidade do festival.
A resposta da ministra foi solicitar ao Sr. Fábio Lima, representante regional do MINC, que estava ao seu lado, para que, em nome dela, se responsabilizasse pelo assunto.
Em conversas preliminares com o Sr. Fábio Lima, ele se prontificou em disponibilizar toda a estrutura do escritório regional nordeste do Ministério da Cultura para apoiar a demanda PRÓ-FASC. Esse compromisso também foi assumido em reunião com a secretária de Cultura de São Cristóvão, professora Aglaé Fontes, quando da primeira visita de Fábio Lima a Sergipe, no mês de maio deste ano.
Desde então, o movimento PRÓ-FASC aguarda a iniciativa do prefeito de São Cristóvão, Sr Alex Rocha, e da secretária da Cultura do município que se comprometeram, em reuniões com os 7 representantes da comissão central do PRÓ-FASC, em contratar um produtor cultural, com capacidade técnica comprovada, para (re) elaborar o projeto e captar recursos, além de editar um decreto municipal criando uma espécie de comitê gestor do FASC, para contribuir na elaboração, formulação, implementação, execução, acompanhamento e avaliação do novo Festival de Arte de São Cristóvão.
Com a palavra “novo”, estamos querendo dizer que o modelo antigo de gestão do festival foi uma das razões que explicam seu declínio e as dificuldades para sua retomada.
Oxalá possamos obter um acordo a esse respeito, porque já está garantido o consenso sobre a importância e a necessidade da retomada e continuidade do FASC.
Essa é a principal conquista, até agora, do movimento PRÓ-FASC, resultado das reuniões realizadas com as diversas instâncias do poder que estiveram envolvidas no festival (UFS, Prefeitura, Secretaria de Estado da Cultura, IPHAN, IFS e Secretaria de Estado de Turismo), além dos vários atos públicos para obter o apoio da população sergipana e, especialmente a sancristovense, ao movimento.
Esse apoio foi obtido e pode ser comprovado com as 5 mil assinaturas recolhidas até o momento.
Além das novidades em matéria de gestão, o movimento apresentará a proposta do FASC “ampliado”, tanto territorialmente, quanto no aspecto temporal.
Isto significa dizer um FASC que realize atividades de formação cultural, tais como, cursos, oficinas, seminários e palestras durantes os meses que antecedem o grande evento, e a utilização de outras áreas do município para sediar as atividades de formação e apresentação de espetáculos, como, por exemplo, escolas e praças do conjunto Eduardo Gomes.
Para assinar o abaixo-assinado virtual, acesse http://scprofasc.blogspot.com
Assista a uma reportagem da TV Aperipê sobre o movimento PRÓ-FASC. Aqui
Assista a uma reportagem da TV Sergipe sobre a entrega do diploma de patrimônio cultural da humanidade. Aqui - -----------------------
28 de maio de 2011 - dia de mobilização PRÓ-FASC
28/5 · São Cristóvão, SE
Chegou a hora de mostrar que o festival de arte de São Cristóvão é assunto de grande valor
Neste sábado, 28 de maio, das 8:00 às 12:00 horas, será realizado o primeiro ato público do movimento PROFASC, iniciativa de moradores de São Cristóvão e de municipios circunvizinhos que tem por objetivo a retomada e continuidade do prestigiado festival de arte de São Cristóvão, também conhecido como FASC.
Os integrantes do movimento reúnem-se semanalmente desde o inicio de março de 2011. Como resultado desses encontros foi elaborado um manifesto, o blog saudades do FASC e planejadas várias ações, dentre as quais reuniões com representantes de órgãos públicos e instituições que estiveram envolvidas no planejamento e execução dos mais de 30 FASCs realizados na década de 1970 até 2005.
Os titulares das Secretarias de Cultura do Município e do Estado foram bastante receptivos à ideia de retorno do FASC. Também reagiram dessa forma o titular da representação nordeste do Ministério da Cultura (MINC), a superintendente estadual do IPHAN e os pró-reitores de extensão da UFS e do IFS.
O dia de mobilização tem como objetivo mobilizar, sensibilizar e convidar outros moradores de São Cristóvão para ter voz ativa no movimento, reivindicando a valorização da cultura como instrumento de fortalecimento da autoestima e do desenvolvimento da cidade.
A programação de 28 de maio de 2011 consta da distribuição do manifesto, coleta de assinaturas e de um cortejo cultural que terá a participação de artistas e integrantes de grupos culturais da cidade e de outros municípios, de representantes de ONGs e iniciativas culturais, de estudantes, educadores, agentes culturais e cidadãos em geral.
Até o momento, está confirmada a participação dos seguintes artistas, grupos e entidade culturais da cidade: Cia de Dança Rick di Karllo, Nelson Santos e Cia de Dança, Grupo União de Seu Jorge, Grupo Jovens Que Encanta, grupo de capoeira Liberdade Negra, grupo Arte da Sucata, alunos do curso de restauração de monumentos, ONGs Saúde, Ação Cultural, Ação Popular e Cidadania João Bebe Água; Terreiro Oxogum Ladê, o grupo Cultura da Senzala, grupo de samba Opção, carnavalesco Florivaldo (Flor), o ator Isaac Galcão e o poeta e historiador Thiago Fragata, dentre outros.
De Aracaju confirmou presença a Cia Stultifera Navis, o Instituto de Artes Cênicas (IACEMA), a Banda de Pifano, a cantora Amorosa, o ator Ivo Adnil, o presidente do Sindicato dos Artistas e Técnicos (Sated), a Associação Brasileira de Documentaristas (ABD) e o Fórum de Artes Cênicas, dentre outros.
Para ler o manifesto PRÓFASC, clique aqui
Para colaborar através do abaixo assinado virtual, clique aqui,
Para saber como colaborar de outras maneiras, clique aqui,
Para saber mais sobre São Cristóvão, clique aqui
Confira
tags
- onde fica
- O cortejo sairá da praça São Francisco, seguirá pelo beco do museu, rua das flores (Messias do Prado), praça do Carmo, ladeira e feira (chegada).AI
- quando ir
- 28/5/2011, às 08:00h
- quanto custa
- livre
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Almoço Cultural Paraense, edição 2011
A Ação Cultural realizará o Almoço Cultural Paraense, edição 2011, no dia 15 de maio (domingo), na garagem d'art, situada na rua Goiás, 889, bairro Siqueira Campos.
O cardápio será o mesmo dos anos anteriores: pato no tucupi, arroz, pimenta de cheiro e farinha. Neste ano teremos ainda uma porção de maniçoba (opcional), ofertada gentilmente pela chef de cozinha Angelina Magalhães que, juntamente com Irene Smith, garantem a simpatia e o sabor do Pará, marca registrada do evento.
No ano passado cogitou-se na possibilidade do Almoço Cultual Paraense ser realizado em um espaço maior, acompanhado de uma roda de danças da região e com decoração típica. Entretanto, as condições atuais não permitiram esta ampliação.
O preço individual é de R$20,00 (vinte reais), com abatimento para quem comprar duas ou mais entradas. A previsão é de atingirmos uma média de doze convidados.
O dinheiro arrecadado será destinado à compra dos ingredientes e ao pagamento de outras despesas relacionadas ao evento. O trabalho de Angelina e de Irene, auxiliado pelos demais membros da família, é realizado voluntariamente.
O almoço será servido entre as 12:00 e 13:00 horas. Para quem quiser chegar antes, o espaço estará disponível a partir das 11:00 horas, podendo a permanência no local prolongar-se até às 16 horas. Como já é tradição, também será servido um “cardápio” de músicas da amazônia durante a realização do evento.
Por fim, a programação cultural trará como novidade uma roda de leitura de textos curtos e de poemas de autores da região.
- onde fica
- Rua Goiás, 889, bairro Siqueira Campos, entre as ruas Acre e Paraíba, próximo a praça D. José Tomaz.
- quando ir
- 15/5/2011, às 11:13h
- quanto custa
- R$20.00 Pagamento antecipado. O pagamento da cerveja ou refrigerante é extra. (opcional)
VAMOS DANÇAR QUADRILHA !
"Não me convidem para certas festas pobres". Essa frase, baseado no primeiro verso da música Brasil do Cazuza, foi citada por mim em um dos momentos em que estive realizando o trabalho de divulgação da oficina de quadrilha junina em uma emissora de rádio em Aracaju.
Este tipo de “pobreza” a que me referi, não diz respeito as condições econômicas, porque em alguns casos, alguma festas juninas “pobres” até dispõem de uma boa estrutura material, fartura de comes e bebes e grandes atrações artísticas.
A questão fundamental a que me refiro é que a alegria e o calor humano espontâneo, sem depender do álcool e de outras substâncias químicas, e a criatividade em especial, são fatores imprescindíveis para o enriquecimento estético, afetivo e ético de nossas existências.
Por exemplo, se fizermos um exercício de memória dificilmente nos lembraremos de uma festa junina da atualidade em que o cenário e adereços não sejam baseados no mesmo padrão de outras, como as bandeirolas de plásticos e réplicas de balões de cartolina, algumas comidas típicas misturadas com cachorro quente, churrasco e sanduíche, refrigerante e cerveja, a bebida que ocupa o lugar do velho e bom licor e do quentão e outras padronizações ou descaracterizações mais.
Por isso, a relevância da oficina de quadrilha junina realizada sob a chancela da ong Ação Cultural, no dia 17 de abril, na comunidade bom pastor, em Aracaju. Ué! Oficina de quadrilha junina foi esta a indagação de um dos radialistas, e então respondi: Com o processo de urbanização acelerada ocorrido no Brasil nos últimos anos e com a falta de percepção dos cursos de formação de professores, de psicólogos, serviço social e áreas afins, com relação ao potencial educativo, estético, lúdico e terapêutico da nossa cultura popular, faz-se necessário um trabalho como este.
E a avaliação dos participantes ao final da oficina, confirmou o que dissemos acima. A maioria dos presentes, estudantes e profissionais das áreas da educação, psicologia, terapias holisticas e comunicação revelaram ter tido contato com a quadrilha tradicional, somente em escolas, nos tempos da infância e pré-adolescência.
Também demonstraram muito contentamento em poder se reportar a este tempo, através do movimento corporal e da música, como por terem se conectado aos antepassados através dessa experiência lúdica e social muito presente nas vidas deles, por ocasião das festas de junho.
Outros três depoimentos que deixou a coordenação da oficina bastante satisfeitos, foi de uma participante que disse ter se inscrito na oficina para sentir alguns momentos de alegria, e isso ficou confirmado pelo brilho nos olhos dela ao final do dia.
Já outra participante, “quadrilheira dos nossos tempos” e integrante dos quadros da quadrilha Asa Branca, disse que há muito tempo não dançava quadrilha no estilo das antigas e se sentiu muito feliz em fazer esta viagem ao passado.
O outro depoimento refere-se a uma pessoa que tinha ficado chateado por ter um curso, cuja data marcada, foi a semana de São João, “nem precisa dizer que o local é a região sudeste, onde os festejos juninos não tem a mesma força cultural que tem aqui em nossa região” e ele, “só pra contrariar” e na base “d’eu vou mostrar pra vocês como é bom dançar quadrilha” estava programando a organização de uma quadrilha junina tradicional, só não sabia antes como fazer, pois a sua aprendizagem com dança, se deu com relação ao estilo flamenco e circulares.
Quem não pode participar confira o que dissemos acima, participando do baile de danças circulares nordestinas, no dia 28 de maio, a partir das 19h30, na comunidade bom pastor. Na ocasião será aplicado o que foi aprendido nesta oficina e em outras promovidas pela Ação Cultural desde 2005.
Por último, vale a pena replicar a idéia da oficina de danças populares em outros locais, não trata-se de formar dançarinos/bailarinos, mas trazer a dança como um componente permanente de nossas vidas, como era no principio e deva ser agora e para sempre.
Assim com nem todos que aprendem a ler e a escrever necessitam tornar-se escritores, assim também nem todos que participam dessas oficinas precisam tornar-se dançarinos.
Por isso, venham todos dançar !
MAIS:
quadrilha tradicional - projeto ciranda - UCB
no you tube.
O Gonzagão em noites de gala
Quadrilha Junina - Patrimônio Cultural Imaterial
Nossos agradecimentos as seguintes instituições e pessoas:
Overmundo, a divulgação através do portal viabilizou o primeiro contato do canal futura.
Comunidade Bom Pastor, sempre abrindo as portas para as oficinas, encontros mensais e bailes de danças circulares, desde o ano de 2005.
Fundação Aperipê, (rádio e televisão) pelos spots e abertura nos programas de rádio (nação nordestina, ritmo da história, encontro com o AA, linha sertaneja e aquarela nordestina)
Rádio Cultura – através do espaço aberto nos programas giro da noticia e linha direta.
Canal Futura, através do espaço aberto no programa conexão futura.
Maxivel Ferreira, responsável pela criação do cartaz e produtor do evento, juntamente com este escriba.
Giovane Reis (mestre/ marcador/oficineiro) por ter aceitado o convite de compartilhar conhecimentos.
Ronaldo Lima, parceiro voluntário e de longa data da Ação Cultural no campo do audiovisual e fotografia. (mais adiante disponibilizaremos imagens em vídeo)
Carlos Barbalho (comunidade bom pastor), Thiago Paulino (jornalista), Hora Reis (funcionário público), Milton Coelho (funcionário publico) e a todos (as) que contribuíram com a divulgação do evento e por último a Indira Amaral, diretora da Fundação Aperipê que desde o inicio deste ano, acatou o nosso pedido de parceria para a divulgação das rodas de danças da Ação Cultural e que se despede dos sergipanos para alçar outros vôos no campo do audiovisual em outro estado (Rio de Janeiro). Confira, aqui, reportagem da TV Aperipê sobre a oficina de danças circulares realizada em janeiro de 2011.
E um agradecimento especial a todos (as) que estiveram presentes, acolhendo o convite para que tenhamos mais vida e vida em plenitude.---------
OFICINA DE QUADRILHA JUNINA DAS “ANTIGAS”
No tempo em que a maioria da população brasileira morava no campo, as pessoas organizavam quadrilhas juninas para fortalecer o convívio social, com a dança popular funcionando como um potente canal de inserção de um número grande de indivíduos nestes processos de socialização e coesão social.
Nos dias de hoje, um grupo de pessoas se preparam com coreografias, cada vez mais complexas e estilizadas, para se apresentarem para um grupo de espectadores, pessoas que apenas veem, mas não participam da “brincadeira”.
Mesmo assim, há um grupo grande de pessoas que desejam celebrar o São João de forma mais comunitária, com alegria e participação de mais gente na folia, como no tempo das “antigas”.
É por este motivo que a Ong Ação Cultural estará organizando a Oficina de Quadrilha Junina Tradicional em 17 de abril , tendo como objetivo preparar focalizadores de danças circulares, educadores, arte-educadores, profissionais da área social e da saúde e ativistas sociais para marcar quadrilhas “improvisadas” ou “caipiras” em seus espaços de atuação.
Esta iniciativa está inserida em torno de um movimento oriundo da Inglaterra e que chegou ao Brasil (São Paulo) no inicio da década de 80, ao nordeste (Recife) no final da década de 90 e, finalmente, em Aracaju, no inicio do ano 2000.
As suas origens se devem à iniciativa do alemão Bernhard Wosien, bailarino e pedagogo da dança, que no decorrer dos anos sessenta do século XX, iniciou o registro e a difusão de muitas danças folclóricas e étnicas da Europa Central e Oriental, incluindo depois regiões de outros continentes.
Wosien fez isso ao perceber que o acelerado processo de urbanização estava ocasionando a perda do patrimônio cultural dançante das gerações mais antigas e, como consequência, a perda das práticas comunitárias de dança popular.
Nas observações sobre os efeitos proporcionados pela prática da dança de roda em comunidades tradicionais, Wosien percebeu, de um lado, o fortalecimento dos laços identitários e sentido de pertencimento e, do outro, o estado de alegria e paz.
Com isso, ele passou a considerar as danças populares como um importante canal de re(vitalização), de interação e coesão social, bastante necessário para as populações residentes nas cidades, as quais se deparam com sérios problemas decorrentes da perda dessa tradição.
Resumo biográfico do oficineiro
Giovane Reis da Silva, 47 anos. Atua como marcador de quadrilha junina há 30 anos, tendo começado na Apaga a Fogueira, prosseguindo na Arrasta Pé, Pisa Milho, Xodó da Vila, Pula Fogueira e por último na quadrilha junina Asa Branca (Conj. A Franco), onde se encontra atualmente. Foi campeão em concursos na rua de São João, centro de criatividade, tri campeão no concurso do bairro 18 de Forte, bi campeão no bairro Agamenon Magalhães e vice campeão em concurso promovido pela Sociedade Comunitária do bairro Siqueira Campos.
No ano de 2008 marcou uma quadrilha infantil em escola particular no conjunto Augusto Franco.
Representou Sergipe em concursos de quadrilhas juninas nas cidades de Recife, Salvador e Maceió.
Participou no ano 2000, de um seminário de formação para marcadores e coreógrafos promovido pela Liga Sergipana de Quadrilhas Juninas.
- onde fica
- Comunidade Bom Pastor -- Rua Efrem Fernandes Fontes, 65- Bairro Santos
Dumont (Próximo ao Terminal Rodoviário Maracaju), Aracaju-SE.
- quando ir
- 17/4/2011, às 08:00h
- quanto custa
- o valor da inscrição é de R$ 40,00 até o dia 07 de abril e R$50.00 após essa data e o depósito pode ser efetuado na conta BRADESCO - AG 3162-3 C/P 3908493-7
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O PORTAL DAS LETRAS (1) - LER E CRESCER
RODA DE LIVROS
Desde o início de 2010 tenho emprestado alguns livros para adolescentes da escola onde trabalho atualmente. Estes livros tratam de temas ligados ao seu cotidiano e foram escritos por pessoas que contam histórias ligadas às suas dúvidas e inquietações, alegrias e tristezas, expectativas e descobertas, além de outras experiências que fazem parte da vida deles e de cada um de nós.
O primeiro livro a ser entregue foi o de Gabriel, o Pensador “Diário Noturno”, seguiram-se “Depois daquela viagem” de Valéria Piassa Polizzi , “Feliz Ano Velho” de Marcelo Rubens Paiva, “Com licença eu vou a luta” de Eliane Maciel, e “Confissões de Adolescente” de Maria Mariana.
O início com Gabriel, o Pensador, deu-se em razão da compra do livro que eu e minha companheira fizemos para dar de presente de aniversário ao filho de uma amiga. Como ele já tinha sido contemplado com um exemplar o presente ficou na estante durante uns três anos e, no início do ano letivo de 2010, tive a idéia de emprestá-lo para alunas (os). Como contrapartida, foi solicitado que escrevessem sua opinião, com no minimo 10 linhas, abordando o que gostou e não gostou , o que aprendeu, passagens marcantes e outros aspectos do livro que julgassem interessantes.
Ainda sobre o livro de Gabriel, o Pensador, vale lembrar que o primeiro contato que tive com ele se deu quando, em 2005, foi realizado o seu lançamento aqui em Aracaju, através do circuito cultural Banco do Brasil. Na ocasião, na companhia de quatro alunos (as), tive a oportunidade de saborear a leitura de alguns trechos pelo próprio autor e de ouví-lo responder às perguntas dos adolescentes sobre o processo criativo, a vida pessoal e a carreira artística do autor.
Em seguida, adquiri com um vendedor de revistas usadas o título “Depois daquela viagem”, pelo módico preço de R$2.00 “ A história de uma adolescente que contraiu aids através de relacionamento sem preservativo com o namorado” , que despertou interesse imediato nos alunos e foi e ainda é, bastante disputado.
Quanto aos livros “Feliz Ano Velho” e “Com licença eu vou a luta” estes foram adquiridos através de um acaso. Mas, será que foi mesmo um acaso? A história foi assim: Em um dos dias de novembro de 2010, marquei uma reunião com uma amiga psicóloga para tratarmos de assuntos referentes às rodas de danças circulares e, na saída, ela me disse que estava com uma caixa de livros para doação e separasse alguns que me poderiam ser úteis.
Para mim, foi uma alegria poder re(encontrar) exemplares de “Com licença eu vou a luta” e “Feliz Ano Velho”. Quem adolesceu e juvenesceu em fins dos anos 70 e meados dos 80 sabe o quanto estas obras significaram para os jovens da época.
Já “Confissões de Adolescente” é uma obra que merece destaque à parte, pois, ao contrário dos demais livros, este foi (re)adquirido em um site de livros usados. A versão audiovisual desta obra, produzida pela TV Cultura nos anos 90 do século passado, foi exibida aos alunos e, diferentemente dos outros livros, foi solicitada a apresentação de um resumo de cada programa valendo nota, ressaltando o que gostou e não gostou, o que aprendeu, passagens marcantes e outros pontos que julgassem relevantes.
O nível de repercussão e de interesse correspondeu às minhas melhores expectativas. Acompanho o alto grau de satisfação despertado por Confissões de Adolescente desde a década de 90, quando, ainda estudante e voluntário em um projeto de arte-educação popular no bairro América (Aracaju), sugeri a aquisição de um VHS com três episódios.
Decorrido mais de uma década, pude adquirir uma caixa de DVD´s contendo todos os episódios da fase principal da série, a preferida por todos nós: o pai, a mãe, a filha adolescente e o filho que, ainda criança, não perdia um programa, bem como, ainda hoje, as diversas reprises a que a irmã mais velha, volta e meia, assiste.
E a roda de livro em 2011???
Manteremos o foco no tema e no objeto principal: Obras de literatura de todos os gêneros com o olhar dirigido para o mundo adolescente e juvenil.
Pretendemos compartilhar informações com iniciativas semelhantes, principalmente através da net. O blog produção cultural nas escolas e do Orkut de História, em termos gerais, e o portal Overmundo, em algumas situações especificas, serão utilizados como espaço de postagem de textos, fotos e vídeos sobre livros e autores, bem como resumos elaborados pelos adolescentes e jovens leitores.
Em termos operacionais pretendemos prosseguir com os empréstimos, mantendo um cadastro organizado de cada adolescente/jovem leitor, um resumo de cada livro, e solicitando com mais firmeza a contrapartida de uma opinião resumida sobre o livro.
Aos poucos, tentaremos adotar uma ou outra obra para um estudo mais sistemático sobre fatos relacionados ao cotidiano juvenil e/ou história do Brasil e, ainda, como suporte para trabalhos de criação, envolvendo audiovisual, teatro, dança, artes plásticas, música, fotografia e etc.
Quem quiser/puder colaborar pode, dentre outras possibilidades:
Sugerir nome de livros para esta iniciativa.
Doar livros ou DVDs com adaptações literárias. Uma opção interessante é comprar através de sebos, inclusive os virtuais.
http://www.estantevirtual.com.br
http://www.sebosonline.com
Realizar ou propor iniciativa semelhante junto a crianças, adolescentes e jovens da família, do bairro, do condomínio e da escola.
Dica importante: Oferecer vários livros como sugestão para quem já está iniciado no hábito da leitura. Para aqueles que não gostam de ler , as estratégias exigem mais estrutura pedagógica e estética, que necessitam de mais políticas públicas nas áreas de educação, cultura e comunicação."
Escrever para a fundação Padre Anchieta solicitando a retomada da série Confissões de Adolescente com temas característicos dos tempos atuais. Ex: internet e novas tecnologias, aquecimento global e desastres ambientais, pedofilia, consumismo, fundamentalismos religiosos, políticos e étnicos, homossexualismo, cultura de massa juvenil, consumo do crack e drogas sintéticas, liberação do consumo da maconha e etc...
Dedico esta iniciativa aos queridos Milton Coelho e Frei Betto, o primeiro, comunista, o outro, cristão, mas ambos incansáveis no incentivo à boa leitura, por que sabem que lendo homens e mulheres se tornam melhores.
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Oficina de Danças Circulares com Álvaro Pantoja
Forma de expressão humana através dos movimentos do corpo, terapia de evolução íntima e de integração ou então “dança como uma meditação em movimento”. Essas são possíveis definições para as danças circulares.
E para quem tiver interesse em se aprofundar e praticar esta arte acontecerá no próximos dias 15 e 16 a “Oficina de Danças Circulares – No Ritmo da Vida”, na Comunidade Bom Pastor no Bairro Santos Dumont.
A oficina é uma realização da Ação Cultural e será ministrada por um das referências nacionais das danças circulares o educador Álvaro Pantoja. Durante o curso que será realizado nos dois dias das 9h às 17h, o público poderá ter contato com diversas técnicas e tipos de dança oriundas de diversos países.
DANÇAS CIRCULARES – Sempre associadas às colheitas, celebrações ou a religiosidade, as danças circulares estão presentes entre diversos povos. Em 1976 o coreógrafo alemão Bernhard Wosien obteve da comunidade alternativa de Findhorn , localizada no norte da Escócia, o compromisso em disseminar o conhecimento por ele acumulado em algumas décadas de registro, catalogação e difusão das danças. Findhorn tornou-se uma grande divulgadora desse tipo de dança ressaltando seus aspectos de integração comunitária e para fins terapêuticos.
Os praticantes de danças circulares também ressaltam o seu caráter terapêutico, de autoconhecimento além de ser uma forma de expressão que estimula a interação, alegria e leveza de seus participantes.
SOBRE ÁLVARO PANTOJA – Carioca, residente em Olinda (PE) e em Porto (Portugal) , licenciado em Filosofia, doutorando em Ciências da Educação na Universidade do Porto (Portugal) , educador, formador, focalizador, desde 2000, de rodas, encontros e cursos de Danças Circulares em diversas cidades brasileiras (Recife, João Pessoa, Aracaju, Maceió, Teresina, Fortaleza, Sobral).
- onde fica
- Comunidade Bom Pastor -- Rua Efrem Fernandes Fontes, 65- Bairro Santos
Dumont (Próximo ao Terminal Rodoviário Maracaju), Aracaju-SE. - quando ir
- 15/1/2011 a 16/1/2011, às 09:00h
- quanto custa
- INSCRIÇÃO – o valor da inscrição é de R$ 60,00 e o depósito pode ser efetuado na conta BRADESCO - AG 3162-3 C/P 3908493-7
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Tiririca e as outras caras do Brasil
Por que Tiririca (1) incomoda tanta gente? Será que por trás do seu rosto de nordestino, “pobre” e palhaço, de suas falas na televisão como candidato, e nos programas de que participa, ele não escancara uma série histórica de símbolos e imagens que queremos manter distantes, talvez por estarem entranhados dentro de nós mesmos?
Será que Contardo Calligaris, Maria Rita Kehl ou um outro psicanalista, antropólogo, jornalista ou especialista em semiótica, já escreveu algo a esse respeito?
Por que nos sentimos no direito de reclamar da eleição do Tiririca se participamos tão pouco da vida pública, seja através dos instrumentos mais tradicionais como sindicatos e partidos políticos ou de instrumentos mais contemporâneos - movimentos sociais, ONGs, fóruns, coletivos, redes e etc.
Se tivéssemos maior participação nessas instituições e/ou movimentos não teríamos mais candidatos eleitos comprometidos com as grandes causas da educação, da cultura, do desenvolvimento sustentável e da comunicação democrática, que motivam muitos de nós?
A esse propósito, o que esperar de uma geração de eleitores que cresceu estudando, em sua esmagadora maioria, nas escolas públicas e privadas de qualidade no mínimo questionável, para não dizer sofrível ? Refiro-me aqui menos ao problema da aprovação ou da reprovação: preocupa-me a questão do raciocinio lógico/crítico, a criatividade e o senso de cidadania, prejudicados pelo modelo de ensino baseado na “decoreba” e no “cuspe e giz”, que prevalece na maioria das escolas públicas e particulares de nosso país.
O que esperar de uma geração que cresce assistindo somente a Xuxa, Gugu Liberato, Faustão, Sílvio Santos, Malhação, Super Pop, Pânico, Brig Brother e etc?(2). A esse propósito, quando ouço algumas pessoas defender o investimento em esporte e cultura como estratégia para “afastar crianças e adolescentes das drogas”, penso com meus botões se já não é hora de ampliarmos o conceito sobre “droga”. Ou temos alguma dúvida sobre o efeito de anestesiamento, alienação, e dano ao desenvolvimento mental, emocional ,ético e estético que uma série de programas da televisão aberta causa àqueles que têm nestes veículos a sua fonte mais importante de informação e de entretenimento?
E como saída , como respondi em dois posts sobre Tiririca, aqui no ovemundo e no blog do overmano Thiago Paulino, a solução, a médio e longo prazo, é mais investimento em escola de tempo integral, criativa, com qualidade (incluindo salários de “qualidade” para os trabalhadores da educação), mais Pontos de Cultura e democratização do acesso ao rádio e a TV para organizações da sociedade civil de caráter educativo e cultural. Se há espaço nesses veículos para os partidos políticos, por que não haver também para outras formas de organização da sociedade civil ?
Ou por que não liberar outras concessões para canais de rádios e de televisão identificados com as causas dos direitos humanos, do desenvolvimento sustentável, da diversidade cultural, da economia solidária, da educação criativa, a exemplo do que foi feito com o TVT?
Nas eleições de segundo turno para o governo estadual e para o federal, é hora de escolhermos pensando nisso e buscarmos nos informar indo além da propaganda e das falas nos debates, que muitas vezes não traduzem o verdadeiro propósito do candidato. O antidoto para isso é conhecer o passado de cada um dos candidatos em relação ao posicionamento e realização nestes campos, bem como suas alianças com setores econômicos e políticos que lhe darão sustentação, caso seja eleito.
Por falar de realizações, entendo que este seja o critério principal, pois não são pelas intenções e palavras, tão desgastadas pela propaganda, quase sempre enganosa, que devemos medir as pessoas, mas sim por seus gestos, atitudes e ações pretéritas, pois de boas intenções o inferno está cheio, como diz o ditado popular.
E neste sentido a internet é um campo privilegiado, precisando somente que o ouro ou o diamante da informação seja separado em meio a tanta sujeira e baixaria que infestam as nossas listas de e-mails, muitos blogs, sites e redes de relacionamentos.
Notas:
(1) Semelhante ao Tiririca, quem causou um verdadeiro “frisson” nas eleições de 1988 no Rio de Janeiro, foram os 130 mil votos dados ao candidato a prefeito macaco Tião. Neste caso, mesmo que estourasse nas urnas, ele não poderia ser empossado, mas a quantidade de votos recebida pelo macaco, materializou em parte o descontentamento de uma parcela respeitável do eleitor carioca.
No caso do palhaço, por tratar-se de um ser humano, as possibilidades de materialização completa do protesto pode acontecer com a posse de Sua Excelência Tiririca.
(2) A despeito do que falei sobre alguns programas de grande audiência na televisão aberta, não trata-se de censura, antes também assistia e gostava do Chacrinha e hoje em alguns momentos dou uma zapeada e paro por alguns minutos principalmente em Pânico, Super Pop e CQC. Como também afirmou o ministro Juca Ferreira em entrevista a Caros Amigos, edição 157, de abril de 2010. “A humanidade tem vinculos com esse tipo de produção(referindo-se ao programa brig brother) É um voyeurismo. A banalidade exerce um fascinio enorme sobre as pessoas”; “Mas eu sou a favor da liberdade de escolha por parte da população. Quem quiser ver Brig Brother que veja. (...) Ás vezes eu assisto coisas absolutamente banais, mas assisto me distanciando como a maioria das pessoas faz.” (grifo nosso).
E como afirmei, para contribuir com esse distanciamento, escola de tempo integral e criativa, acesso a criação e a diversidade cultural e democratização da comunicação é uma combinação formidável.- --------------------
O Portal do Som (3) - Sergipe para exportação
MÚSICA SERGIPANA TIPO EXPORTAÇÃO
Mais uma noite de puro deleite estético/musical em 2010, vivida por mim, juntamente com muita gente “bonita” como disse uma das pessoas que nos acompanhou na Cantoria, organizada pelo grupo de forró Casaca de Couro no restaurante O Paiol em uma noite de sexta-feira (20/08).
O time bem escalado para aquela noite, foi composto de quatro violeiros sergipanos: Muskito, Sena, Joaquim Ferreira e Nino Karvan, participaram também o poeta popular João Brasileiro, o percussionista Tom Toy e os violeiros convidados Josino Medina (Vale do Jequitinhonha), Dinho Oliveira (Vitória da Conquista) e Paulinho de Jequié.
Uma apresentação que me chamou a atenção foi a do cantador do vale do Jequitinhonha, Josino Medina, que traz um som de viola, de dupla matiz sonora, do nordeste e do sudeste, fruto da localização do vale do Jequitinhonha e a de Nino Karvan, que trouxe um toque urbano, agregando novidade ao estilo. Momento emocionante foi todos juntos cantados clássicos como Romaria (Renato Teixeira) e Cio da Terra (Chico Buarque e Milton Nascimento).
No final, para dançar, o autêntico forró do grupo Casaca de Couro, o qual não ficou nada a dever as noites em que o grupo se apresentou no Complexo Cultural “O Gonzagão” nos anos de 2007, 2008 e 2009. Considerado, conforme pesquisa junto ao público presente, como um dos três melhores pé de serra da programação organizada quando estivemos a frente daquela tradicional casa de forró.
Tenho ótimas lembranças sonoras de outras noites em 2010. Noites nas quais aconteceram quando estivemos presentes ao show da Patricia Polayne em duas ocasiões, em uma concha acústica da UFS e no pub Capitão Cook, “o que é bom é para ser visto e revisto”.
E para completar, também estivemos presente no surpreendente show de lançamento do CD de Pantera e em uma noite de apresentação do Maria Scombona antecedendo a entrada da Fernanda Takai no Festival de Verão.
Outra noite memóravel foi aquela da gravação do DVD da dupla Chico Queiroga & Antônio Rogério Mesmo não estando presente, pude captar através do DVD as boas energias, ou as “vibrações positivas” repetindo o bordão de um empresário e politico sergipano ligado ao segmento da cultura de massa baiana.
Uma característica que me empolgou em todas elas, daí o titulo deste artigo, foi o alto grau da qualidade da produção, tanto da parte dos artistas e músicos, como da área técnica, em especial quanto ao som e iluminação.
Também gosto do estilo das composições da Patricia, do Chico&Rogério, do Edelson Pantera e do grupo Maria Scombona pelo fato de serem músicas de gente daqui, mas que sabe incorporar outras matizes sonores. E através disso compor uma interação estética bastante criativa de elementos locais com outras vertentes da musicalidade nordestina, brasileira e universal.
Ao contrário, as músicas de cantoria, também me atraem pela aproximação que esse estilo de música guarda com relação às raízes populares, notadamente do interior nos proporcionando manter conexões bem profundas com o sertão que está dentro de nós e que está em toda parte, como disse Guimarães Rosa.
E é bom que seja assim, é bom poder apreciar música sergipana de alto nivel e cujo sonoridade, ritmos e letras trate das nossas questões, em sintonia com o que circula pelas antenas por sobre as nossas cabeças.
Como também aquelas que nos sintoniza com as antenas que estão dentro da gente, em especial com aquilo que nos vincula a terra, as águas, aos animais, as plantas, aos mitos , aos modo de pensar e viver dos nossos antepassados que viveram ou que ainda vivem no campo.
A esse propósito, o restaurante O Paiol em funcão de estar em um espaço cujo verde é um componente bem presente, além da terra e a circulação do ar, proporcionada pelo fato da área coberta não ocupar todo o terreno. Isso me pareceu um elemento muito importante para a composição do cenário e do clima.
Algo que me lembrou a contribuição que o mar proporcionava ao sucesso da casa de forró Candeeiro que, durante alguns anos funcionou sob as areias e circundadas pelos coqueiros da Praia de Aruana.
CADA SOM PUXA UMA LEMBRANÇA
No show da Patricia Polayne realizada em uma concha acústica rodeada por grama e árvores dentro da UFS também senti a natureza como uma parceira importante para o sucesso da noite. O elemento cênico em termos de figurino e adereços, a percussão, bem como os movimentos corporais e faciais da cantora foram muito importantes para o sucesso do show.
Muito bom e evidente perceber nas composições e nos arranjos, referências do movimento musical conhecido como Mangue Beat .
Quanto ao show do Pantera a minha surpresa foi assistir ao show de um artista sergipano, com um sonoridade que em alguns momentos me transportou para um tempo e um lugar diferente de onde eu estava, cidades velhas, gente simples, bairros antigos, com crianças brincando, pessoas na calçada, árvores no quintal, frutas colhidas no pé.
Sensações iguais quando ouço algumas músicas do Chico Buarque, do Ivan Lins, de Caetano e Gil, do Boca Livre, e principalmente do Milton e de seus companheiros do clube da esquina ou das composições instrumentais do Wagner Tiso e do Egberto Gismonti.
E sobre a influência do som do Clube da Esquina na obra de Pantera: foi a surpresa mais agradável daquela noite. A produção, em matéria de arranjos, ficou a cargo de Toninho Horta que também se fez presente como músico, tendo sido homenageado por Pantera em uma composição totalmente dedicada ao Toninho.
IMPACTOS POSITIVOS
Percebi no material de divulgação dos shows, Cds e Dvds da Patricia Polayne e do Chico & Rogério a marca do Governo Federal através do Projeto Pixinguinha. Isto possibilitou a melhoria do padrão de qualidade técnica e artística, no caso dos arranjos e da qualidade da gravação, tanto em aúdio com em video, bem perceptível para quem esteve presente aos shows e/ou que adquiriram o material gravado.
Este fato, aliado aos outros programas de fomento e incentivo a cultura demonstra o impacto positivo que isso está proporcionando para a cadeia produtiva da música.
Para que isto se amplie e se consolide espero que as universidades invistam em estudos e pesquisas sobre os impactos culturais, econômicos e sociais e certamente com o estimulo financeiro dos governos estaduais e federal, através dos bancos oficiais e com recursos diretos do Ministério da Cultura, muito mais poderá ser realizado neste campo.
Outro aspecto urgente em termos políticos é a democratização do acesso. E uma forma de realizar essa democratização é possibilitar a mais universidades públicas e entidades da sociedade a concessões de canais de rádio e tvs.
Aqui em Sergipe a entrada no ar da Rádio UFS, bem como a reformulação da programação da Rádio Aperipê e Aperipê TV , com a chegada dos novos gestores que assumiram em função da vitória do governador Marcelo Deda (PT) no ano de 2006, está possibilitando um ganho muito promissor para artistas sergipanos, cujas músicas dispunham de pouco espaço para chegar ao público.
Para concluir, é muito importante mais investimento na circulação de espetáculos artísticos e oficinas culturais na rede de escolas e universidades públicas.
Essa medida é imprescindível para ajudar tanto na formação de platéia, como para ajudar a tornar a escola um espaço mais completo em termos educativos. Afinal, como sabemos, nos tempo atuais uma escola que não interaja com a cultura brasileira, não atende completamente aos saberes e fazeres necessários para a educação do futuro.
Do contrário, ruim para a cultura, cujo lixo cultural continuará ganhando cada vez mais corações e mentes. E pior ainda para a escola que continuará sendo um local, cujo interesse e satisfação será cada vez menor em relação aquele proporcionado pela televisão e pela internet.
Como estamos em época de eleições, eleger ou reeleger governos e parlamentares comprometidos com estas bandeiras é tarefa de todos nós. Disso depende a viabilização de condições para que muito mais brasileiros possam se deleitar de prazer em termos estéticos/culturais, com reflexos positivos para a educação, para a economia, para a saúde e para a segurança pública.
P.S: (1)Na última viagem que realizei a Belém do Pará, em julho, pela primeira vez levei CDs de música sergjpana para presentar aos organizadores de um congresso internacional de arte-educação e para parentes que moram na região. No primeiro caso utilizamos CDs doados, além de livros, folhetos sobre turismo e cultura de Sergipe. No segundo caso, custeamos as despesas de aquisição, favorecido pelo preço acessível proporcionado pela apoio do Projeto Pixinguinha a tiragem do trabalho do Chico&Rogério e da Patricia Polayne. O que nos motivou, entre outras razões, está descrito no titulo e em toda a argumentação
(2) Clique abaixo para conferir experiências exitosas da parceria escola e grupos/linguagens artísticas.
Circuito Escolar Maria Scombona
Projeto Estatuto da Criança e do Adolescente com Arte.
Infelizmente muito aquém do que necessitamos. O que fazer para que o MEC e o MINC,bem como as respectivas secretarias de educação e cultura dos estados e municípios dialoguem para que isto seja ampliado dentro do universo escolar? Que tal Pontos de Cultura Itinerantes voltados para a promoção de oficinas/seminários para professores e alunos e a circulação de espetáculos no seio das escolas?
Caso você seja um participante ou conhecedor de iniciativas que façam interagir escolas com grupos/linguagens artísticas, disponibilize o link em "comentários" .
(3) - Confira um exemplo da repercussão de um show da Patricia Polayne no dia 24/08 em Sampa.
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