quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Igreja Católica anuncia apoio contra o novo Código Florestal Brasileiro

Ato na CNBB pede justiça e ética na aprovação do novo Código Florestal



geralplantioAo som de “Cio da Terra”, música de Milton Nascimento, foi plantada na tarde de hoje, 21, na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Brasília, uma muda de Ipê Branco, em celebração ao Dia da Árvore e também num ato público, organizado pelo Comitê Brasil em Defesa das Florestas e do Desenvolvimento Sustentável,  fundado em junho deste ano, na qual a Conferência dos Bispos faz parte.
Representantes de diversas entidades da sociedade civil, ligadas a preservação do meio ambiente, das florestas, dos biomas, e também, os interessados com a configuração do texto do novo Código Florestal, que tramita no Senado, estiveram presentes.
domdamascenoatocnbbA Presidência da CNBB, juntamente com vários outros bispos e religiosos, que participam da reunião do Conselho Episcopal Pastoral (Consep), participaram do ato. O presidente da CNBB, cardeal arcebispo de Aparecida (SP), dom Raymundo Damasceno Assis, deu as boas vindas aos presentes. Segundo o cardeal, a CNBB está acompanhando atenta o trâmite do Código Florestal no Senado. “Queremos que este Código esteja em sintonia com as necessidades dos pequenos agricultores”, afirmou.
O secretário geral da CNBB, dom Leonardo Steiner, recém-nomeado para bispo auxiliar da arquidiocese de Brasília destacou, em seu pronunciamento, a necessidade de que o novo Código Florestal esteja adequado para as gerações futuras. “O Código deve ser pensado para além de nossa geração, mas para as gerações futuras. Ele [o código] deve ser justo, ético e feito para nossos filhos e netos”, ressaltou.
domleonardoatoDom Leonardo citou algumas iniciativas que devem estar presentes no texto do novo Código Florestal. Segundo o secretário geral, o Código deve garantir, efetivamente, a conservação e o uso sustentável das florestas, em todos os biomas brasileiros; trate de forma diferenciada e digna agricultores familiares e populações tradicionais; considere o avanço da ciência; garanta a recuperação florestal das áreas ilegalmente desmatadas; reconheça e valorize quem promove o uso sustentável; contribua para evitar desastres ambientais; combata a cultura da impunidade; ajude a garantir água de boa qualidade para as cidades, e por fim, acabe de vez com o desmatamento ilegal.
“Nós, da CNBB, já discutimos longamente sobre esse novo Código, mas é importante que os senadores sitam a presença e a preocupação do povo brasileiro. Não queremos sobreviver, mas sim, viver de forma equilibrada”, disse dom Leonardo Steiner.
Segundo dom Leonardo, o plantio do Ipê Branco é simbólico. “O Ipê Branco quer ser um símbolo de vida e de paz, e só os teremos com valor e ética”.
plantiodoipe
Defesa da Floresta
Desde ontem, 20, está acontecendo por meio da Rede Mundial de Computadores, uma maratona nacional em defesa das florestas. Durante três dias (20, 21 e 22), 27 milhões de internautas já citaram, por diversas redes sociais (Twitter, Facebook e Blogs), a hashtag #florestafazadiferenca. Por meio do site homônimo (www.florestafazadiferenca.org.br), os internautas podem assinar petições e abaixo-assinados em que serão enviados aos Senadores, pedindo alterações no texto do novo Código Florestal.
pedrogontijocbjpatoO secretário executivo da Comissão Brasileira Justiça e Paz (CBJP), Pedro Gontijo, afirmou que o ato de hoje marcou a posse da CBJP na secretaria operativa do Comitê Brasil em Defesa das Florestas e do Desenvolvimento Sustentável.
“Daremos uma contribuição em vários servições e setores do Comitê, como na articulação, comunicação e no recolhimento de assinaturas”, disse Pedro Gontijo, que explicou ainda a importância da participação da CNBB no ato. “A participação da CNBB é fundamental para o engajamento social nesta causa. É um reforço e tanto para a credibilidade do trabalho do Comitê”.
O Comitê
O Comitê Brasil em Defesa das Florestas e do Desenvolvimento Sustentável é uma coalizão formada por 140 organizações da sociedade civil brasileira contrárias ao PLC 30/2011 aprovado pela Câmara dos Deputados. Lançado em 07 de junho de 2011, o Comitê pretende mobilizar os brasileiros a manifestarem sua discordância e com isso, sensibilizar os senadores para a aprovação de uma lei mais justa com os pequenos proprietários de terra.
O Comitê em Defesa das Florestas e do Desenvolvimento Sustentável é coordenado por: Amazônia Para Sempre; ABONG; CNBB; Coalizão SOS Floresta (Amigos da Terra - Amazônia; APREMAVI; FLORESPI; Fundação Grupo Boticário; Greenpeace; ICV; IMAFLORA; IPAM; ISA; SOS Mata; Atlantica; WWF Brasil; Sociedade Chauá SPVS); Comissão Brasileira Justiça e Paz – CBJP; CNS; Comitê Inter-Tribal; CONIC; CUT; FETRAF; FNRU; FASE; FBOMS; FETRAF; Forum de Mudança Climática e Justiça Social; Fórum ex-Ministros Meio Ambiente; GTA; IDS; INESC; Instituto Ethos; Jubileu SUL; OAB; Rede Cerrado; Rede Mata Atlântica; REJUMA; Via Campesina (ABEEF, CIMI, CPT, FEAB, MAB, MMC, MST, MPA, MPP e PJR).


Ouça Cio da Terra com Milton Nascimento e Chico Buarque, aqui

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