segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Novo secretário do MinC quer menos burocracia para incentivar a cultura "Políticas públicas dos EUA e Europa visam muito dar acesso à população de baixa renda às exposições, aos shows, aos museus", disse Marcos André Carvalho, secretário de Economia Criativa do MinC

Correio Braziliense Vanessa Aquino José Carlos Vieira Publicação: 29/09/2013 08:05 Atualização: (Ed Alves/CB/D.A Press) Desenvolver ações eficazes de sustentabilidade para a área artística. Essa é a tarefa do novo secretário de Economia Criativa do Ministério da Cultura (MinC), Marcos André Carvalho. Em entrevista ao Correio, o gestor público, empreendedor cultural, músico e diretor artístico carioca falou sobre medidas para acabar com a dependência exagerada de editais e leis de incentivo para o fomento de produções culturais e também medidas para dar prioridade aos grupos populares, hoje excluídos pela burocracia. Críticos dizem que a economia criativa faz parte de um arcabouço neoliberal dos anos 2000. O que o senhor acha disso? No começo da gestão do ex-ministro Gilberto Gil, ele ajudou a reposicionar o trabalho do Ministério da Cultura e definiu as diretrizes em três eixos: simbólico, cidadão e econômico — o potencial da cultura para o desenvolvimento de um país. No fim da gestão, ele percebeu que as manifestações culturais foram muito beneficiadas por uma política de democratização de acesso aos recursos e aos editais públicos, com seleções transparentes, com a participação de notáveis da sociedade civil, especialistas nos temas. Na parte de inclusão cidadã, Gil avaliou os pontos de cultura, que foi uma marca da gestão dele e teve um resultado de muito impacto no país, pois existem diversas comunidades tradicionais e patrimônios materiais e imateriais no país, comunidades de 100 anos de existência, quilombos, aldeias indígenas, que nunca haviam recebido apoio do poder público. Esse primeiro dinheiro que chegou aos locais mais escondidos do país foi por meio dos pontos de cultura. Foi bem-sucedido em uma área na qual o Brasil tem muito a ensinar, que é área de utilização de tecnologia social para o desenvolvimento comunitário por meio da cultura. Como os resultados desses pontos de cultura são medidos? Isso está na rua. Existe um senso comum dentro da sociedade civil, das comunidades populares, urbanas e rurais, pelo país inteiro, existe um consenso que o programa teve um impacto muito forte no desenvolvimento dessas comunidades. Os grupos culturais comunitários espalhados pelo Brasil inteiro relatam o benefício e eu tive a oportunidade de vivenciar essa experiência no Rio de Janeiro, meu estado. Existe referência de pontos de cultura em outros países? Existem vários países que hoje estão estudando essa nossa metodologia de reconhecer essas comunidades como produtoras de cultura, não somente como consumidoras de cultura. Políticas públicas dos Estados Unidos e Europa visam muito dar acesso à população de baixa renda aos grandes equipamentos das exposições, aos shows, aos museus. Ou seja, uma postura muito passiva de público, de formação de plateia. Nossa política é muito moderna, no sentido de que reconhecemos o que é feito dentro das comunidades, pelos próprios agentes populares, fazedores de cultura. Grupos que fizeram muito sem apoio nenhum são capazes de fazer muito mais com recurso. Mas no terceiro eixo, o econômico, o ex-ministro Gilberto Gil fez uma autocrítica de que ele não conseguiu chegar lá, de implementar políticas para economia criativa, que potencializasse esses setores como estratégicos para o desenvolvimento do país. A matéria completa está disponível para assinantes. AQUI

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