quarta-feira, 5 de março de 2014

Os baianos invadiram quase tudo e agora reclamam da invasão do sertanejo"made in brazil"

Agora, na capa do UOL...
Quantas vezes comentei isso e fui covardemente atacado.
Só que não faço questão desse espaço baladeiro e nunca fui especialista em animação de multidões. Outros são, e reclamam por outros motivos que eu.
Uma coisa é abrirem espaços para o gosto da maioria.
Outra coisa é o eterno loteamento do espaço publico, o velho Jogo Sujo.
Está aí : Os espaços públicos são COMPRADOS, eis a questão.
A musica brasileira, no 'mainstream", esta morta, só o que conta é a eficiencia da musica em ser utilitária para a balada.
E a balada está cada vez mais ignorante, é pena.
A Bahia já foi produtora de qualidade na balada.

Um dia isso vai mudar.









"Carnaval da Bahia vive invasão sertaneja absoluta", diz Moraes Moreira

Carlos Minuano e Leonardo Rodrigues
Do UOL, no Recife

  • Divulgação
    Moraes Moreira e Davi Morais, atrações do Marco Zero do Recife no Carnaval 2014 Moraes Moreira e Davi Morais, atrações do Marco Zero do Recife no Carnaval 2014
Uma das atrações do último dia de shows do Marco Zero no Carnaval do Recife nesta terça (4), o cantor Moraes Moreira e o filho Davi Moraes agitaram o público com antigos sucessos da música baiana, frevo e maracatu. É a primeira vez que os dois tocaram juntos no Carnaval de Recife, mas Davi acompanha o pai no palco desde os sete anos de idade. "Tocou comigo até no Rock in Rio", ressaltou o músico.
Moraes Moreira elogiou a diversidade e a democracia do Carnaval do Recife. "É de dar inveja a outros estados", afirma. Mas concorda com Alceu Valença, que disse ao UOL que o conceito de multiculturalismo se tornou um engodo para inserir outros ritmos no Carnaval.
"Na Bahia está uma invasão sertaneja absoluta no Carnaval ", diz. "Gusttavo Lima puxou um trio elétrico em Salvador". Moreira sublinha que não tem nada contra o músico . "Questão não é essa, o fato é que o Carnaval da Bahia tem que caminhar para um lugar, mais bonito, mais essencial"
Exemplo pernambucano para o Brasil
O caldeirão sonoro promovido pelo ex-Novos Baianos está em sintonia com a história e discurso do artista. Para ele, o Carnaval da capital pernambucana é uma espécie de modelo para o Brasil.
"Sempre falo isso, tranquilamente, que muitos Estados têm que olhar para Recife, porque aqui se faz um Carnaval democrático", disse.
"Você vê os blocos, os frevos de bloco, os frevos de trio, maracatu. É uma diversidade cultural maravilhosa, além de ver artistas que são contemporâneos. É incrível, viajando por aí no Carnaval, e assistindo ao Carnaval do Recife."
Pai e filho descreveram como "inesquecível" a emoção de tocarem juntos no Carnaval do Recife. "Foi muito especial. Isto aqui é um templo da música brasileiro. Palco de shows históricos, encontros históricos. E a gente está encerrando nosso Carnaval, não podia ser melhor", afirmou Davi.
A festa segue na última noite de apresentações no Marco Zero. Almir Rouche, Alceu Valença, Elba Ramalho e o arrastão do frevo completam a  programação.

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Guilherme Arantes

Prefiro nem comentar...Tudo que eu poderia dizer a respeito foi publicado em entrevistas, há mais de 10 anos atrás...Na época, me espinafraram, que eu seria invejoso, despeitado, que eu estava esquecido e rancoroso. Mas eu estava dando minha contribuição, alertando. Tudo que se torna demasiado  prisioneiro de uma fórmula fácil, tende a ir para o esquecimento. Eu também viví isso, em outras fases, e sei do que se trata... Mas volto a cantar a bola : a Bahia tem um futuro que enxergo claríssimo e aposto que vem aí. Nada fica parado. Toda "morte" traz embutido um renascimento. E nós amamos a Bahia. É o amor que transforma. Continuo resiliente nas minhas apostas e sei que não vou me arrepender.







Salvador abre Carnaval 2014 em meio a debate sobre crise do axé

Thays Almendra
Do UOL, em São Paulo




Resgatando a mortalha, banda Alavontê abre comemorações do Carnaval11 fotos


25.fev.2014 - Banda Alavontê posa para foto ao lado do prefeito de Salvador ACM Neto e a promoter Lícia Fábio André Carvalho

Às vésperas do início do Carnaval 2014 de Salvador, um clima melancólico paira no ar. O axé, principal combustível da festa baiana, sofre de desencanto. Enquanto uns dizem que o ritmo está "vendido ao sistema", outros afirmam que o espaço para o gênero foi tomado pela música sertaneja. Críticas --e críticos-- não faltam: Ivete Sangalo condena a maneira como o artista é tratado, Claudia Leitte apela por novidades na música baiana e Saulo Fernandes reclama que o modelo como o estilo é trabalhado está gasto. O axé está em crise.
O sinal de frustração vem de dentro da comunidade. Como forma de protesto e tentativa de se desvincular do "axé industrial", os músicos Ricardo Chaves, Manno Góes (Jammil), Magary Lord e Durval Lelys (Asa de Águia) criaram a "superbanda" Alavontê com a ideia de "voltar às raízes". Eles se uniram a Jonga Cunha, Ramon Cruz, Adelmo Casé e André Simões --precursores do axé na Bahia-- para fazer um "som diferente do que toca nas rádios locais".

Alavontê levanta reflexões

A superbanda Alavontê dispensou trios elétricos grandes e abadás para o Carnaval. Ricardo Chaves adiantou que o grupo vai sair em um novo bloco, o "Furdunço", numa reunião de grupos culturais em blocos sem corda.

Com o Trivela do Asa de Águia, um trio elétrico menor, a Alavontê quer fazer uma reflexão de como está o Carnaval baiano atualmente. "Será que precisamos mesmo de trios imensos, abadás e camarotes gigantes?", questiona Chaves.

A travessia será na sexta-feira (28), a partir da 13h, no Campo Grande. No mesmo dia,  a banda se apresenta em um baile de Carnaval dentro do hotel Pestana, no bairro Rio Vermelho.
"Todo mundo estava meio saturado dessa indústria engessada do entretenimento da Bahia", disse ao UOL Ricardo Chaves, que entrou no Carnaval baiano em 1982 e, dez anos depois, estourou com o hit "É o Bicho". Para o cantor, o axé de raiz era atrelado ao Carnaval e a "momentos agradáveis". "O que acontece é que [a música] deixou de ser do público e passou a ser feita para ganhar prêmios. Tipo: 'Qual é a melhor música do Carnaval?', e não importa se as pessoas gostam. Eles [empresários do ramo] vão lá, pagam às rádios e vivem um ano inteiro de um só hit. E nós cansamos disso".
Uma das músicas mais cotadas para ser o sucesso do Carnaval 2014 de Salvador, o pagode baiano "Lepo Lepo" da banda Psirico, teve um investimento de R$ 300 mil da produtora Penta Eventos. Os gastos foram divididos em campanhas publicitárias, distribuição de CDs, promoções e divulgações em rádios, viagens para apresentações em programas de TV, participação em shows diversos, placas de outdoor, publicidade no mobiliário urbano e na gravação de dois vídeos promocionais.
Na contramão, a Alavontê quer fugir dos holofotes da mídia --até o momento, os músicos não querem fazer parte de qualquer gravadora. Na última terça-feira (25), a banda se apresentou em um local fechado e, ao invés do tradicional abadá, os foliões resgataram a antiga mortalha --uma espécie de túnica multicolorida que servia como vestimenta padrão no início dos anos 90.
Invasão sertaneja no Carnaval
  • Gusttavo Lima lança o bloco "Doidaça"
O Carnaval 2014 de Salvador terá um bloco na avenida comandado pelo cantor Gusttavo Lima. Ele estreia no sábado (1º) o "Doidaça", que percorrerá o circuito Barra-Ondina tocando "sertanejo romântico animado". A dupla Jorge & Mateus também dará continuidade ao bloco "Pirraça/Fecundança", que este ano vem com participação de Israel Novaes.
Ricardo Chaves defende que o "axé verdadeiro" perdeu a força quando passou a ser atrelado às grandes micaretas fora de época, eventos que foram tomados por festivais e rodeios por todo o país. "Agora temos a entrada maciça dos sertanejos no Carnaval. Ao meu ver, todos os sertanejos são iguais. Quer coisa que mais segregada do que o sertanejo universitário?".
O empresário Stephan Geocze, dono da agência de turismo "Juca Na Balada" e presidente do fã-clube do Chiclete com Banana "Invasão Laranja", faz coro ao dizer que o axé perdeu espaço para o sertanejo. "Antes minha empresa era focada em viagens para grandes micaretas, mas tive que expandir para outros segmentos para suprir essa deficiência no axé", disse ele, acrescentando que a procura por camarotes no Carnaval 2014 é maior do que a compra de abadás para seguir blocos de axé.
Entra e sai de vocalistas
Neste Carnaval, os vocalistas Bell Marques (Chiclete com Banana), Alinne Rosa (Cheiro de Amor) e Léo Santana (Parangolé) deixarão suas respectivas bandas para seguir carreira solo. Ivete Sangalo --que esteve à frente da Banda Eva por cinco anos na década de 1990-- atribui esse "abandono" à desvalorização do artista por parte dos empresários.

Quem deveria estar em uma banda perfeita? Vote

Para o empresário da banda Cheiro de Amor, Windson Silva, é um "anseio natural do artista de querer fazer o seu trabalho sozinho". "Eles acreditam que vão se dar bem sozinhos. Mas como não acompanham a engrenagem e o business, quando entram em carreira solo, precisam cuidar de tudo isso, e é uma realidade diferente".
Silva disse que Alinne Rosa fazia o que queria no Cheiro de Amor e nunca foi forçada a nada. "Ninguém dava pitaco. Não concordo com essa coisa de dizer que o artista não pôde se expressar. Como eu não concordava com o repertório [feito por ela], por exemplo, deixei até de viajar com a banda. Mas, mesmo assim, acatei as decisões dela", contou ele, acrescentando que as saídas e entradas nas bandas mostram uma renovação no axé.
O empresário acredita que, daqui três anos, novatos como Felipe Pezzoni (Banda Eva), Vina Calmon (Cheiro de Amor) e Levi Lima (Jammil) serão as novas estrelas do axé. Para ele, o gênero não está gasto e vem em constante transformação para seguir as tendências do mercado. "O axé está tão bem que os grupos sertanejos estão gravando as nossas músicas. Continuamos com um caldeirão musical muito forte".

Seleção da boa música baiana das décadas de 1980 e 1990...




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