quarta-feira, 1 de abril de 2015

Ministério da Cultura busca uma participação social mais ampla e plural




25.3.2015 - 17:00  
Organizado pela Secretaria de Articulação Institucional (SAI), o bate-papo foi transmitido pela internet. (Foto: Oliver Kornblihtt)
 
O Ministério da Cultura começou nesta quarta-feira (25/3) uma série de conversas sobre participação social na área cultural.
 
Um dos principais temas discutidos foi a criação do Gabinete Digital no ministério. O debate foi organizado pela Secretaria de Articulação Institucional (SAI), por meio de um bate-papo transmitido pela internet.
 
"A atividade de hoje é muito importante. Estamos revisando os procedimentos para construir processos participativos, onde podemos aprofundar, pensar formulações nascidas na instituição", afirmou o ministro Juca Ferreira,que participou do início do debate.
 
Segundo o secretário de Articulação Institucional, Vinícius Wu, essa discussão ampliada com a sociedade vai reposicionar o ministério. "Queremos criar uma estrutura através das redes digitais. Hoje é o ponto de partida, o inicio do processo, que tem o diálogo como instrumento central", resumiu.
 
O ministro defende que a construção das políticas públicas não seja feita mais de forma verticalizada, apenas a partir do governo. "Vamos aprimorar o sistema de participação, buscando os que refletem sobre isso, buscando a academia, e também os que militam na área cultural, as pessoas que têm interesse nesta construção", completou.
 
Com relação à ampliação das participações, o secretário Vinícius Wu apontou a necessidade de incluir representantes dos Pontos de Cultura nas discussões do Conselho Nacional de Política Cultura (CNPC) e também repensar na atual sub-representação de negros e indígenas. "É preciso trazer para a agenda grupos que não encontram eco nas estruturas formais de representação." 
 
Novos participantes
Professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o cientista político Leonardo Avritzer destacou que a participação social tem de ser ainda mais ampla do que já é atualmente. "Hoje, temos um grande dilema de como estender e ampliar a participação para novos setores, como aqueles que participaram das manifestações de junho de 2013, que tinham um perfil mais jovem, com renda um pouco mais alta e nível de educação mais alto", observou.
 
Na mesma linha, a professora da Universidade de Brasília (UnB) Débora Cristina Rezende  defende que haja uma revisão nos conselhos e nas conferências realizadas pelo ministério. "É preciso rever em que medida estas instituições precisam criar mecanismo de comunicação mais amplo".
 
Um dos caminhos que o professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA) Wilson Gomes apontou foi a popularização das redes sociais de internet. Segundo ele, houve um acréscimo de canais que trouxe um público disposto a usar estes meios digitais para discutir, comunicar e participar.
 
O diretor teatral e escritor Marcus Faustini ressaltou que a participação social deve sempre ter uma "causa" a ser buscada e defendida, como foi a ideia de democratização da cultura a partir de 2003. Para ele, uma das causas mais urgentes é evitar os cortes nos orçamentos públicos deste ano nas áreas culturais, previstos nos programas de ajuste fiscal. 
 
Os temas debatidos neste bate-papo servirão como base para produção de um documento que incluirá o planejamento de reestruturação do Conselho Nacional de Políticas Culturais (CNPC); a definição de um novo modelo de Conferência Nacional de Cultura; e a criação do Gabinete Digital do MinC.
 
Oficina
Durante a oficina, o secretário Vinícius Wu apresentou algumas propostas como divulgar previamente as pautas do Conselho Nacional de Política Cultural (CNPC) para permitir a possibilidade de interação do público com os conselheiros; a abertura de um processo de eleição de integrantes do CNPC via internet; o estabelecimento de cotas nas delegações regionais para a Conferência Nacional de Cultura; a instituição de algum grau de decisão sobre o orçamento, a utilização do futuro gabinete digital para consulta pública sobre projetos de lei, entre outras. 
 
Os participantes contribuíram no sentido de se certificar sobre a efetividade da participação social como base para as construções de políticas públicas para a cultura. Além disso, a participação se daria em todo o processo: da concepção, passando por monitoramento até execução. 
 
As propostas serão reunidas em um documento que será em breve disponibilizado nos canais de comunicação do MinC.
 
Assessoria de Comunicação
Ministério da Cultura
 



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