segunda-feira, 20 de junho de 2016

COLÉGIO SERGIPANO MOSTRA COMO É POSSIVEL CONHECER O NORDESTE ATRAVÉS DO CANCIONEIRO DE LUIZ GONZAGA.


É este o tema do 2º Sarau Multicultural no Edélzio, o qual estará sendo realizado nessa quarta-feira, 22 de junho, a partir das 14 horas, no Colégio Dr. Edélzio Vieira de Melo, localizado no município de Santa Rosa de Lima.

A programação consta de apresentações de música, teatro, dança, poesia, exposição de painéis, desenhos e pintura, slides e audiovisual, a serem realizadas pelos alunos, inspirados na vida e na obra de Luiz Gonzaga. 

Essa iniciativa se reveste de grande importância,  por ser o nordeste a região do Brasil, onde pratica-se com mais vigor as comemorações ligadas aos festejos do ciclo junino, apesar  das cidades da região  estarem sofrendo uma “devastadora” pressão da indústria cultural, associada as oligarquias locais, que alteraram o padrão de riqueza simbólica e afetiva dos festejos, substituindo-os por uma programação empobrecida sob o ponto de vista identitário e social, um tipo de festa mais comercial, voltada tão somente para a preocupação com o lucro e com o marketing politico, apoiados em uma potente utilização do rádio e da televisão comercial.

Mas, em meio a isso, pesquisadores e educadores, tem descoberto na obra de Luiz Gonzaga e de outros ícones da arte musical da região, uma grande e fundamental contribuição para a resistência cultural , isso por causa do tipo de crônica musical produzida por artistas como Luiz Gonzaga, que deixaram registrados em suas canções uma série de informações fundamentais, para a manutenção ou retomada de valores  importantes da  cultura nordestina e brasileira. 

São valores transmitidos através de mitos, personagens e histórias  que fazem-nos pensar e sermos do jeito que somos, além de informações relativas a economia, a geografia, ao clima, as relações sociais, assim como a transmissão de virtudes como respeito, trabalho, união, lealdade, fé, esperança e etc., os quais tem sido abandonados pelas canções mais tocadas atualmente na maioria das emissoras de rádio, canções cujas letras em sua maioria, fazem apologia a utilização de bebidas alcoólicas e de práticas ligadas a cultura do estupro, a prostituição e etc.., invertendo assim, a contribuição da arte e da cultura para o desenvolvimento humano e cultural, além de agregarem pouco ou nenhum valor educativo ou estético-cultural a formação das novas gerações.

Para considerar a obra de Luiz Gonzaga como parceira no processo ensino-aprendizagem também colabora, a grande produção iconográfica e textual acerca da obra de Gonzagão, tanto a que foi produzida nas décadas de 1940/1950, quando Gonzaga inicia a sua trajetória de artista de massa, a exemplo de fotografias, entrevistas, propagandas, noticias de jornal e revistas, assim como em tempos mais recentes, com a grande produção no campo dos estudos acadêmicos e produção de centenas de títulos de livros e de  documentários audiovisuais, culminando com o filme lançado em 2012, ano do centenário de nascimento de Luiz Gonzaga, “Gonzagão – De Pai para Filho”.

Há que se considerar também, muitas iniciativas culturais e educativas de base comunitária, que são ou foram realizadas no nordeste e pelo país afora, notadamente ligadas as comemorações do centenário do rei do baião no ano de 2012. Aqui em Sergipe, destaca-se a Caravana Luiz Gonzaga Vai a Escola, patrocinada pelo Ministério da Cultura, lançada no dia 31 de agosto de 2012, no Museu da Gente Sergipana e, cuja experiência está sendo aproveitada para a realização dessa segunda edição do Sarau Multicultural no Edélzio. 

Conforme o folder entregue no lançamento da Caravana Luiz Gonzaga, que circulou no museu da Gente Sergipana, em 10 escolas públicas sergipanas e parcialmente na Igreja São Pio X em Aracaju. “Abram os portões da escola e deixem entrar um sanfoneiro cheio de histórias! Luiz Gonzaga com seus 100 anos vai contar a história de um pássaro chamado Asa Branca, explicar como a natureza mostra seus sinais para o homem do campo, contar como é que no sertão se aprende o ABC.”

Para conhecer mais sobre a Caravana Luiz Gonzaga.





Leia/ouça/veja 
Sarau Virtual Noites de São João, Noites de Junho
 publicado em domingo, 28 de junho de 2015

Opinião: São João e Vandalismo Cultural

  Ciclo junino em Sergipe : decadência ou revitalização?

Publicado em 2 de abr de 2013
Baseado em um livro polêmico que conta que a partir dos anos 40, a música brasileira começou a impressionar o mundo pelo seu potencial. Os sucessos de Ari Barroso, Carmem Miranda e Tom Jobim deixaram as corporações artísticas espantadas e com medo do Brasil dominar o mundo. A partir daí, foi criada uma corporação secreta com um único objetivo: destruir a música brasileira.

Diretor: André Moraes
Roteiro: André Moraes, Luciano Santanna
Produção: André Moraes
Argumento: André Moraes e Rafael Greyck
Com: Iggor Cavalera, Jair Oliveira, Wilson Simoninha, Afonso Nigro, Beto Jamaica, Sergio Mallandro, Reinaldo, Adriano Nascimento, Ivan Busic.
Narrado por Caco Ciocler.

Mais e mais verdades sobre a Conspiração em: http://www.youtube.com/watch?v=JxYiCS...



sexta-feira, 3 de junho de 2016

Play list para o Sarau Multicultural no Edélzio - Conhecendo o nordeste com Luiz Gonzaga. A vida de Gonzagão.





A letra da música 9) No meu pé-de-serra é a síntese fenomenológica da obra
literária de Luiz Gonzaga, pois, como em tantas outras, apresenta a figura do retirante que um dia volta à sua terra natal. Para a pesquisadora Cordeiro (2008, p. 68):
Um nordestino trabalhador que possuía um rancho no seu “pé de serra” que trabalhava todo dia e lá possuía tudo que queria [...] um sertão nordestino perfeito, com muita chuva a fartura. O
próprio fiado nos dá esse acesso, poisfala de um lugar que desperta saudades. Logo, o mundo ético do sertão nessa canção é um lugar prazeroso. Além de muito alegre, cheio de música e dança[...]
Percebe-se a existência de um ethos que configura o sertão como um lugar
perfeito, prazeroso, alegre, de muitas festas e muito trabalho, e que deixa saudades. Uma alusão à sua cidade natal, Exu, pois estaencontra-se no pé de
uma serra (Serra do Araripe), constituída por uma sertanejo-nordestino-emigrante que sente saudades de um lugar ideal, sua terra. (CORDEIRO, 2008.