MOVIMENTO PRÓ FESTIVAL DE ARTE DE SÃO CRISTÓVÃO

29/08/2012 18:55 Juventude e tradição dividem espaço no folclore sergipano.

  O grupo das Caceteiras é uma manifestação folclórica única em Sergipe


Aos cinco anos de idade, Maria Clara Santos da Luz já mostra que tem energia e compasso para a brincadeira. A pequena é uma das mais animadas integrantes do grupo das Caceteiras de Rindu, do município de São Cristóvão. A manifestação folclórica única em Sergipe já conquistou seguidores das novas gerações, a exemplo de Clara, e com isso vem garantindo a preservação do grupo e das tradições folclóricas do Estado.
Essa é a grande preocupação de José Gonçalo Oliveira, o ‘Seu Rindu`, que aos 72 anos comanda o grupo com a energia de um menino. "Ainda estou com todo gás para brincar", afirma. No entanto, ele sabe que um dia esse gás acaba e para não ver sua brincadeira morrer, ele tem incentivado a participação de jovens e crianças no grupo. Ele e sua esposa, Dona Maria Acácia, estão empenhados em formar o grupo mirim das Caceteiras.
"Vou montar o grupo das meninas para quando as velhas não aguentarem mais já vamos ter outro grupo formado. Por mim a cultura nunca vai acabar. Eu tenho muito gosto pelo que faço", destaca o mestre. Rindu conta que começou a brincar aos oito anos de idade. "Eu via meus pais, avós, tias todo mundo indo brincar e pedia pra ir também. Se não me levassem eu começava a chorar", relembra.
José George dos Santos, 12 anos, é neto do Seu Rindu e vem seguindo os passos do avô. O pequeno comanda o tambor das Caceteiras, do Samba de Coco e do Reisado de São Cristóvão. Ele conta que desde pequeno ia para os ensaios e apresentações dos grupos e naturalmente aprendeu a tocar. "Eu gosto muito. Meus amigos ficam rindo de mim, mas eu não ligo. Faço porque gosto", afirma o pequeno tocador que não perde o ritmo um só segundo.
Assim como ele, o Seu Milton Bispo, 59 anos, também começou cedo a sua trajetória no folclore e sabe a importância de inserir os mais jovens nos grupos, que hoje são formados em sua maioria por idosos. "Nós temos que colocar essa nova geração para brincar também. Só da minha família tem cinco pessoas, minha esposa filhos e netos", ressalta o pai da pequena Clara.
A cultura não pode morrer
Hoje, as crianças e os jovens integram a maioria dos grupos. Ao lado dos mais velhos, eles compartilham o mesmo encantamento e a mesma história dentro da cultura popular. O tamanho não os diferencia dos adultos ou idosos dos grupos. A diferença de geração só torna a brincadeira ainda mais bonita e mostra como o Folclore é uma manifestação que encanta diferentes gerações, que se unem para não deixar morrer a tradição.
"Essas crianças crescem vivenciando o folclore no seu dia a dia, no seio da família. Para elas é muito natural, elas dançam porque gostam e dançam com muita desenvoltura e empolgação. Toda criança tem no pai a figura de um herói e acompanhar o que eles fazem e reproduzir, é uma satisfação muito grande para elas", explica a assessora cultural da Secult, Maurelina Santos, que trabalha há 27 com os grupos folclóricos do Estado.
Segundo a historiadora e folclorista Aglaé Fontes de Alencar, é ótimo quando surgem grupos formados também por crianças. "Acho bom que as crianças tenham esse interesse porque quando o mestre morre é muito difícil conseguir outro para substituí-lo.
No entanto, Aglaé afirma que esses líderes precisam estar abertos para receber os mais jovens no grupo. Para Rindu, essa tarefa não é nada fácil, mas o retorno é gratificante. "Dá um pouco de trabalho, mas vale à pena. Amanhã ou depois esses meninos vão saber as cantigas, as danças, e não vão deixar a tradição morrer", destaca Seu Rindu.
ASN

 

FASC: A participação da comunidade é fundamental  


Inicio do ato de distribuicao do manifesto e coleta de assinaturas em 28-05-2011

Zezito de Oliveira · Aracaju, SE
4/8/2011 · 8 · 7
FASC (FESTIVAL DE ARTES DE SÃO CRISTÓVÃO)

“Quem produz cultura é a sociedade e não o Estado”. Uma frase/conceito que não esqueci, uma das idéias-chave contidas na carta do encontro preparatório, realizado em Aracaju (SE), do primeiro seminário sobre cultura, promovido depois pela SUDENE na cidade do Recife (PE), em meados dos anos 80, tempos da nova república e de esperanças renovadas com a retomada das liberdades democráticas, subtraídas pela ditadura civil-militar instalada no fatídico ano de 1964.

E, a partir de então, vai se afirmando, gradualmente, nas iniciativas culturais das quais tomei parte, a convicção de não fazer sentido alijar as comunidades dos processo de elaboração, formulação, implementação, monitoramento e avaliação de politicas públicas culturais. O que está conforme um dos tópicos apresentados nas páginas 23 e 24 da apostila da disciplina política e gestão cultural do Programa de Capacitação em Projetos Culturais, de iniciativa da Fundação Getúlio Vargas Online e do Ministério da Cultura, do qual sou participante.

Contudo, este modo de propor e fazer cultura nem sempre é considerado. Por esta razão, muitas iniciativas culturais vinculadas às instancias de governo e, às vezes, no âmbito das organizações não governamentais, em um dado momento, não encontra fontes de vitalidade para prosseguirem a contento ou gerar iniciativas autossustentáveis.

Um exemplo que corrobora o que está escrito acima é a mobilização da qual faço parte e que objetiva a formação de uma espécie de comitê gestor formado por representantes dos poderes público municipal, estadual, federal e da sociedade civil organizada para a retomada e continuidade do Festival de Arte de São Cristóvão (FASC).

Esse festival foi idealizado e realizado pela Universidade Federal de Sergipe de 1972 a 1993 em grande estilo e, desde então, até 2006, foi organizado pela Prefeitura Municipal de São Cristóvão, com altos e baixos, (mais baixos do que altos, diga-se de passagem) com a sequência de realizações interrompida em 2006.

Durante o período do festival, que variava de 3 a 8 dias, a cidade de São Cristóvão era tomada por uma multidão de pessoas, composta de artistas, mestres e brincantes, intelectuais, jornalistas, estudantes, professores, funcionários públicos e trabalhadores em geral, integrantes de diversas tribos que apresentavam e/ou assistiam diferentes tipos de espetáculos, além de comercializarem variados bens culturais.

Todavia, conforme consta de uma dissertação de mestrado em que o FASC foi um dos eventos culturais estudados, “O município e sua população participam do evento apenas como cenário e na qualidade de figurantes”(1).

Dentre alguns problemas gerados por essa postura dos organizadores, têm-se registros de oposição ao FASC de parcela da população mais identificada com o pensamento católico conservador, em especial nos primeiros anos.

Para entender isso, não podemos esquecer que a pacata e centenária cidade recebia mutos artistas, estudantes universitários, jornalistas, intelectuais e hippies que, em muitos casos, com suas vestes diferentes, adereços, comportamentos e valores eram algo bem diverso daquilo a que a população estava acostumada no seu dia a dia.

Também percebemos o pouco investimento em ações mais consistentes e permanentes de extensão cultural, como cursos, oficinas, palestras e seminários, inclusive no campo do empreendedorismo cultural, a fim de “empoderar” os moradores, em especial a juventude.

Caso isso tivesse ocorrido, certamente haveria nos dias de hoje inúmeras iniciativas culturais na cidade de São Cristóvão e municípios adjacentes. Tal fato levaria a iniciativa da organização do festival por parte das organizações da sociedade civil sancristovense, aproveitando o vácuo deixado pelo poder publico federal, estadual e municipal.

Por isso, as demandas apresentadas pelo movimento PRÓ-FASC têm como bases conceituais a parceria, a participação popular, a formação cultural continuada e o empreendedorismo cultural.

Dessa maneira, estarão asseguradas as estruturas vitais para a retomada de um processo cultural cujos alicerces, dentro das comunidades, estarão bem firmados e capazes de garantir uma conquista mais ampla do que um festival de arte apenas por alguns dias.

Para garantir que estamos no caminho certo, deixaremos como conclusão desse texto, um outro registro que consta na página 25 da apostila disciplina política e gestão cultural do Programa de Capacitação em Projetos Culturais já citado, da autoria de Garcia Canclini(2)

(,,,)a política cultural tem um papel que não se limita a ações pontuais, mas que se ocupa da ação cultural com um sentido contínuo, ao longo de toda a vida e em todos os espaços sociais. A política cultural não reduz a cultura ao discursivo ou o estético, já que procura estimular a ação organizada, autogestionária, reunindo iniciativas mais diversas de todos os grupos, na área política, social, recreativa... A política cultural – além de transmitir conhecimentos e desenvolver a sensibilidade – tenta melhorar as condições sociais para descobrir a criatividade coletiva. A política cultural procura que os próprios sujeitos produzam a arte e a cultura necessárias para resolver seus problemas e afirmar e renovar sua identidade (...).

P.S.: De março a maio de 2011, a comissão de articulação do Movimento PRÓ-FASC realizou várias reuniões com a comunidade e com diversos interlocutores que tiveram papel relevante na realização do FASC.
Tendo em vista que desde 1996 a prefeitura é a instância pública encarregada de realizar o festival, foi solicitado ao prefeito, e aceito por ele, a edição de um decreto municipal para oficializar a criação de uma comissão oficial de organização do FASC, composta por representantes do governo federal (UFS e IPHAN), governo do estado (SECULT e SETUR), governo municipal (secretaria de governo e secretaria de cultura) e da sociedade civil (ACASC e Movimento PRÓ-FASC).
Até o momento aguardamos essa providência do prefeito e da secretária municipal de Cultura, professora Aglaé Fontes de Alencar, tradicional pesquisadora e gestora cultural.
Também foi solicitado ao prefeito a contratação de um produtor cultural, com capacidade técnica comprovada, para a (re) elaboração de projeto e captação de recursos para o festival, levando em consideração os novos pressupostos de gestão compartilhada e a atual realidade orçamentária do país.
(1) FILHO, José Ribeiro. Festival de Arte de São Cristóvão: Projeção Nacional e Declinio. In: FILHO, José Ribeiro. Eventos públicos e privados: a elaboração de politicas culturais voltadas para a elaboração da festa. 2008. 145f. Dissertação (Mestrado em Sociologia) – Universidade Federal de Sergipe. Cap.4.p.78
(2)GARCIA CANCLINI, Néstor (ed.) Políticas culturales en América Latina. México,
Grijalbo, 1987.p.51
Esse texto foi publicado originalmente na edicao impressa do Jornal do Dia - edicao de 15 de julho de 2001 e esta tambem disponivel no formato web do jornal, aqui.
Para saber mais sobre o significado da palavra empoderar, recomendo a leitura aqui.
Leia o manifesto PRÓ-FASC, aqui

Assista reportagem da TV Aperipe (abril 2011)sobre o movimento PRO-FASC.

Assine o abaixo assinado PRÓ-FASC, aqui

Memórias estéticas/afetivas PRÓ-FASC. Outra maneira de colaborar é elaborar um depoimento para ser publicado no blog PRO-FASC.

depoimento do Zezito de Oliveira

depoimento do agente cultural Hora Reis

depoimento do poeta Araripe Coutinho

depoimento do gestor público Marcos Santana

depoimento do músico Antônio Vieira (Brasinha)

Confira opiniao PRO-FASC emitida pelo entao ministro da cultura, Juca Ferreira, no ano de 2010.

Confira uma noticia ruim referente a relacao juventude de Sao Cristovao e a sua tradicao cultural.

Confira uma boa noticia referente a relacao juventude de Sao Cristovao e a diversidade cultural.

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ayruman
alerta  
Estimular e produzir culrura autêntica com cara de nosso Povo, nossas raízes, neste País onde impera a politicagem e a safadeza é uma iniciativa de poucos gigantes que se preocupam com uma Ética verdadeira e necessária.

Que tenham todos vocês energia para o grito de liberdade não ficar congelado no Ar! Sucessos...
ayruman · Cuiabá, MT 4/8/2011 18:10
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gteixeira
alerta  
Pra você, tiro meu chápeu.
Realmente você faz a diferença. Aqui no meu municipio
temos dificuldades de alavancar algo cultural, as cabeças por aqui, ainda anda de lado olhando pro chão, e vpcê tá reinventado o inventar.
Fico feliz em conhecer pessoas assim.
Vá em frente.
Gteixeira
gteixeira · Salinas da Margarida, BA 5/8/2011 21:55
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kfarias
alerta  
O mais complicado, entendo, é conseguir pessoas que se enganje em uma proposta gual a sua. Em tendo essas pessoas, por menor que seja o número, aos poucos o desejo e a vontade de se ter um plano Cultural é absorvido pelos demais.
Torço de corpo e alma que voces não desistimulem, e que tenham forças necessárias para essa vencer essa luta.
Sei qu, as vezes, será disigual, mas não desanimem, voces vencerão e eu quero, mesmo de longe, sorrir junto com voces quando isso acontecer.
Sucessos!
kfarias
kfarias · Águas de Lindóia, SP 6/8/2011 12:59
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Zezito de Oliveira
alerta  
Zezito,

Concordo que a cultura pertence a um povo, por conseguinte, a uma sociedade. Portanto, é a sociedade sim quem produz. Entretanto, o fato não isenta o Estado da responsabilidade de ser co-ativo nesta ação, até porque os impostos pagos pela SOCIEDADE devem ser revertidos para ela. Sendo assim, é muito cômodo retirar do Estado a parte que lhe cabe neste "latifúndio".


"Quem produz cultura é a sociedade e não o Estado".Frase bonita essa de quem disse isso (se eu estivesse presente, contestaria no mesmo instante), mas que não condiz com as necessidades de uma sociedade cada vez mais perdida em sua identidade.

A função do Estado é ordenar a estrutura de uma sociedade, principalmente quando esta não está conseguindo obter êxito em sua própria iniciativa. A isso chamamos INCENTIVO, APOIO, INVESTIMENTO.
A comissão do Fasc através da organização dos seus membros e apoiadores precisam REPENSAR a estrutura da campanha. Não se trata o ESTADO com delicadeza, quando ela não está agindo A CONTENTO. Não há MOVIMENTO que chegue a algum lugar. O FASC voltará mas, quem sabe, ano que vem, quando as campanhas políticas estarão nas ruas. Aí sim, ele - O ESTADO, "que nada tem a ver com a cultura", faça alguma coisa.
Um movimento que não caminha para uma ação mais contundente e ofensiva não terá como atrair a sociedade. Pensem nisso!
Um abraço.
Amorosa – cantora e jornalista

Resposta


Amorosa

Importante lembrar que quando nos referimos a ESTADO estamos querendo nos referir a prefeitura, ao governo do estado e a união.

Acredito que o texto é claro quando afirma com opinião e com fatos a postura autoritária e leniente dos agentes públicos envolvidos.


O argumento que defendo tem bases concretas e reais no exemplo do Festival de Jazz de Guaramiranga ( Ceará), em razão de ter tido oportunidade de conhecer a produtora do referido festival e ela ter nos contado sobre todo o processo da organização de um festival semelhante ao FASC, embora de iniciativa particular e com o patrocinio de empresas e do ESTADO, o qual transformou-se em um evento de caracteristicas até mais "públicas" que o FASC,


Quando me refiro as caracteristicas "públicas" me refiro a parceria com a comunidade e o estimulo ao empreendedorismo cultural local e etc..


Aqui em Sergipe, podemos citar o festival de audiovisual CURTA-Se como um outro bom exemplo.


Quanto a realização do FASC no próximo ano, também concordo com você, esta lentidão para encaminhar o processo, não é por acaso.



um abraço,


Zezito


P,S.: Mais adiante produzirei um texto sobre os dois exemplos citados acima.


tréplica

Quanto a observação do festival que o amigo cita temos que lidar com o processo histórico de cada contexto. O curta foi uma iniciativa privada, o FASC, não. Sabemos como nasceu, como se misturou e como se perdeu.
A estrutura da sociedade ainda está fragmentada. A comunidade de base (no caso, de São Cristóvão) ainda não se atentou em temos de maioria, da importância do seu papel nesse contexto.
Então, se o Governo, poder estrutural de uma sociedade, não exerce sua obrigação, ela tem que ser cobrada até as últimas vias. É assim que penso, porque fazem o mesmo com a sociedade, quando ela não paga impostos.
Amorosa
Via e-mail
Zezito de Oliveira · Aracaju, SE 6/8/2011 13:41
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Zezito de Oliveira
alerta  
Zezito,
Bom Dia
Acredito que o caminho é este e quem sabe a sra. Aglé Fontes facilite e encaminhe este Projeto que tem tudo para ser um Programa.
Parabéns aqui de São Paulo
Fábio Neves - professor universitário e ativista social
via e-mail

Zezito de Oliveira · Aracaju, SE 6/8/2011 13:49
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Vasqs
alerta  
Você disse "quintal"? Nós aqui não temos disso. Porra, meu, como isso faz falta, quanta saudade do tempo em que eu quintalzava na minha terra!
abaços
Vasqs · São Paulo, SP 6/8/2011 14:03
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Vinícius Motta
alerta  
E que o povo possa desfrutar de mais iniciativas de construção social como esta.
Uma frase fundamental da sua postagem está logo no início: "Quem produz cultura é a sociedade e não o Estado". É uma grande discussão a ser feita em um país em que muitas iniciativas culturais - o cinema em especial - não existiriamsem a ação de empresas públicas.
Vinícius Motta · Rio de Janeiro, RJ 16/10/2011 12:25
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Zezito de Oliveira
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Que saudades do FASC!  

Zezito de Oliveira
Lar Imaculada Conceição (frente) e Museu de Sergipe (lado)
1
Zezito de Oliveira · Aracaju, SE
12/7/2011 · 2 · 6
Na última sexta-feira, 08 de julho de 2011, a querida cidade de São Cristóvão se preparou com pompa e circunstância para acolher a ministra Ana de Hollanda, e outras autoridades ligadas ao campo da cultura, para receber a certidão da UNESCO que confere o título de Patrimônio Cultural da Humanidade à Praça São Francisco.

Pouco antes do ato solene, dois representantes da comissão do Movimento PRÓ-FASC, Zezito de Oliveira e Glauber de Souza, entregaram à ministra da Cultura, Ana de Hollanda, um dossiê pró retomada do Festival de Arte de São Cristóvão (FASC), uma cópia do manifesto e uma camisa alusiva à campanha.

Na oportunidade informamos que o Festival de Arte de São Cristóvão fora realizado durante mais de trinta anos por iniciativa da Universidade Federal de Sergipe e que está suspenso há cinco anos. Esclarecemos ainda que nossa expectativa naquele momento era obter o apoio dela e do Ministério da Cultura para a retomada e continuidade do festival.

A resposta da ministra foi solicitar ao Sr. Fábio Lima, representante regional do MINC, que estava ao seu lado, para que, em nome dela, se responsabilizasse pelo assunto.

Em conversas preliminares com o Sr. Fábio Lima, ele se prontificou em disponibilizar toda a estrutura do escritório regional nordeste do Ministério da Cultura para apoiar a demanda PRÓ-FASC. Esse compromisso também foi assumido em reunião com a secretária de Cultura de São Cristóvão, professora Aglaé Fontes, quando da primeira visita de Fábio Lima a Sergipe, no mês de maio deste ano.

Desde então, o movimento PRÓ-FASC aguarda a iniciativa do prefeito de São Cristóvão, Sr Alex Rocha, e da secretária da Cultura do município que se comprometeram, em reuniões com os 7 representantes da comissão central do PRÓ-FASC, em contratar um produtor cultural, com capacidade técnica comprovada, para (re) elaborar o projeto e captar recursos, além de editar um decreto municipal criando uma espécie de comitê gestor do FASC, para contribuir na elaboração, formulação, implementação, execução, acompanhamento e avaliação do novo Festival de Arte de São Cristóvão.

Com a palavra “novo”, estamos querendo dizer que o modelo antigo de gestão do festival foi uma das razões que explicam seu declínio e as dificuldades para sua retomada.

Oxalá possamos obter um acordo a esse respeito, porque já está garantido o consenso sobre a importância e a necessidade da retomada e continuidade do FASC.

Essa é a principal conquista, até agora, do movimento PRÓ-FASC, resultado das reuniões realizadas com as diversas instâncias do poder que estiveram envolvidas no festival (UFS, Prefeitura, Secretaria de Estado da Cultura, IPHAN, IFS e Secretaria de Estado de Turismo), além dos vários atos públicos para obter o apoio da população sergipana e, especialmente a sancristovense, ao movimento.

Esse apoio foi obtido e pode ser comprovado com as 5 mil assinaturas recolhidas até o momento.

Além das novidades em matéria de gestão, o movimento apresentará a proposta do FASC “ampliado”, tanto territorialmente, quanto no aspecto temporal.

Isto significa dizer um FASC que realize atividades de formação cultural, tais como, cursos, oficinas, seminários e palestras durantes os meses que antecedem o grande evento, e a utilização de outras áreas do município para sediar as atividades de formação e apresentação de espetáculos, como, por exemplo, escolas e praças do conjunto Eduardo Gomes.

Para assinar o abaixo-assinado virtual, acesse http://scprofasc.blogspot.com


Assista a uma reportagem da TV Aperipê sobre o movimento PRÓ-FASC. Aqui


Assista a uma reportagem da TV Sergipe sobre a entrega do diploma de patrimônio cultural da humanidade. Aqui

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Zezito de Oliveira
alerta  
Que maravilha essa luta. Tem aspectos que envolvem e fazem a vida em sociedade amadurecer que não podem declinar. Festivais, ligados a cultura. dança, teatro, etc. Também celebrações religiosoas populares que enchem o povo de auto-estima. Uma beleza. É preciso lutar. No caso do FASC é bom ficar atento porque se depender só dos gestores municipais desconfio que não ande. Vou tentar sempre mandar e-mails e cobrar. Parabéns a vocês do movimento, incluisive ao pessoal da Ação Cultural, com os quais tenho maior convivência . Que esperança. Valeu mesmo.

Pe. Soares
Zezito de Oliveira · Aracaju, SE 13/7/2011 13:15
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gteixeira
alerta  
Grande Zezito.
Vc é um baluarte cultural, batalhador da preservação das nossas artes e costumes, vamos colocá-lo em algum lugar de destaque aqui no nosso municipio.
Parabéns
Gteixeira
gteixeira · Salinas da Margarida, BA 13/7/2011 18:32
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kfarias
alerta  
Que a Cultura e a humanidade um dia possam olhar para trás e ver o tanto e quanto foi feitonessa terra de cajus e praias maravilhosas.
Sucessos!
kfarias · Águas de Lindóia, SP 13/7/2011 20:18
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Zezito de Oliveira
alerta  
Soares,

A menção que você faz a gestão pública municipal me lembra u ma frase que ouvi muito lá em casa quando era criança/adolescente “Quem bem fizer pra si é” e isso pode ser aplicado tanto para ações individuais, como para organizações ou instituições.

E com um detalhe importante, no caso de organizações ou instituições, a repercussão do ato de fazer o bem e bem feito , traz consequências para a vida de muita gente.

Outra questão importante, você acerta quando se dispõe a cobrar da administração municipal e hoje dispomos de diversos meios rápidos e eficientes para isso, como aqueles que você cita, além da tradicional “carta de leitores” dos jornais impressos e dos programas de rádio que abre espaço para a participação do ouvinte.

Como a retomada do FASC é de interesse de muita gente e não apenas daqueles que estão a frente da comissão organizadora do Movimento PRÓ-FASC, espero que você e aqueles que leram o seu e o meu comentário participem de todas as maneiras que puderem. Quem quiser, pode dar uma entrada no blog e verificar maneiras de colaborar. Sugestões também são bem vindas.

Voltando a questão do FASC, a comissão organizadora do movimento tem feito esforços para apresentar sugestões e alternativas, a principal delas chama-se gestão compartilhada e, como sabemos, não é uma proposta de fácil assimilação, em razão da cultura politica que infelizmente ainda impera nesse país.

De qualquer maneira, no próximo ano teremos eleições e como as propostas e alternativas apresentadas pela comissão PRÓ-FASC são públicas, caso não sejam incorporados pela atual administração, poderão ser aproveitadas por outros agrupamentos politícos interessados em apresentar soluções para as demandas da população.

GTeixeira,

Primeiramente agradeço o elogio e segundamente (lembrando Odorico, o Bem Amado) ocupar um cargo público nem sempre é uma boa idéia. Já passei por uma experiência desse tipo, como diretor de um equipamento cultural e a despeito de ter agregado uma boa experiência a minha trajetória de agente cultural, confesso que no momento prefiro continuar aprofundando meus estudos e práticas em produção cultural. O que não nos impede de prestar serviços como free-lance em instituições públicas.

Karlos.

A sua opinião me lembra o que falo vez em quando. Trata-se do fato de reconhecer que as dificuldades e avanços que temos hoje é resultado do processo histórico, por isso as questões que enfrentamos no estado de Sergipe com relação as políticas culturais, em muitos casos, são diferentes daquelas enfrentadas por baianos, pernambucanos, cariocas, paulistas e etc.

Há situações que enfrentamos e que já foram superadas por quem mora nos estados citados, e isso por causa da ação de pessoas e organizações que no passado tiveram uma atuação que levaram a determinadas conquistas. Da mesma maneira, algumas conquistas em Sergipe no campo da cultura, também resultaram disso, às vezes sem reconhecimento da sociedade.

Já nos dias que correm, contamos com a internet e outros meios de registro digital que podem ajudar na preservação da memória, facilitando a atuação das novas gerações e fazendo justiça aqueles que precedem.
Zezito de Oliveira · Aracaju, SE 18/7/2011 08:17
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kfarias
alerta  
Entendo que a luta não pode parar, que há de haver uma persistencia e perseverança de monge, já que nem todos olham a Cultura como parte integrante do SER e imaginam que qualquer recurso coltado para tal não dará os frutos necessários (VOTOS).
Mas O Projeto, o Ideal, a Vontade- são fatores decisivos.
Torço para que, Oxalá, seja coroado de sucessos os desejos do povo Sergipano. Sera uma mostra de garra e determinação.
Abraços.
kfarias · Águas de Lindóia, SP 20/7/2011 10:19
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Zezito de Oliveira
alerta  
Zezito muito boa a reportagem e todo o empenho pra voltarmos a ter o festival. Parabens para todos que de fato faz a diferença.

Rosali (via e-mail)
Zezito de Oliveira · Aracaju, SE 5/8/2011 18:40
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Zezito de Oliveira
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Info

 

imagens clique para ampliar

Professor Fernando Aguiar participando da campanha de assinaturas PRÓ-FASC zoom
Professor Fernando Aguiar participando da campanha de assinaturas PRÓ-FASC
Faixa de recepção a ministra Ana de Hollanda zoom
Faixa de recepção a ministra Ana de Hollanda
Seu Jorge e Grupo União zoom
Seu Jorge e Grupo União
Preparataivos para a solenidade militar zoom
Preparataivos para a solenidade militar
Reisado de Satu zoom
Reisado de Satu
Apresentação de grupo folclórico zoom
Apresentação de grupo folclórico 

28 de maio de 2011 - dia de mobilização PRÓ-FASC  

28/5 · São Cristóvão, SE
Zezito de Oliveira
PRAÇA SÃO FRANCISCO - CENÁRIO E PALCO PRINCIPAL DO FASC
1
Zezito de Oliveira · Aracaju, SE
26/5/2011 · 4 · 8
Chegou a hora de mostrar que o festival de arte de São Cristóvão é assunto de grande valor

Neste sábado, 28 de maio, das 8:00 às 12:00 horas, será realizado o primeiro ato público do movimento PROFASC, iniciativa de moradores de São Cristóvão e de municipios circunvizinhos que tem por objetivo a retomada e continuidade do prestigiado festival de arte de São Cristóvão, também conhecido como FASC.

Os integrantes do movimento reúnem-se semanalmente desde o inicio de março de 2011. Como resultado desses encontros foi elaborado um manifesto, o blog saudades do FASC e planejadas várias ações, dentre as quais reuniões com representantes de órgãos públicos e instituições que estiveram envolvidas no planejamento e execução dos mais de 30 FASCs realizados na década de 1970 até 2005.

Os titulares das Secretarias de Cultura do Município e do Estado foram bastante receptivos à ideia de retorno do FASC. Também reagiram dessa forma o titular da representação nordeste do Ministério da Cultura (MINC), a superintendente estadual do IPHAN e os pró-reitores de extensão da UFS e do IFS.

O dia de mobilização tem como objetivo mobilizar, sensibilizar e convidar outros moradores de São Cristóvão para ter voz ativa no movimento, reivindicando a valorização da cultura como instrumento de fortalecimento da autoestima e do desenvolvimento da cidade.

A programação de 28 de maio de 2011 consta da distribuição do manifesto, coleta de assinaturas e de um cortejo cultural que terá a participação de artistas e integrantes de grupos culturais da cidade e de outros municípios, de representantes de ONGs e iniciativas culturais, de estudantes, educadores, agentes culturais e cidadãos em geral.

Até o momento, está confirmada a participação dos seguintes artistas, grupos e entidade culturais da cidade: Cia de Dança Rick di Karllo, Nelson Santos e Cia de Dança, Grupo União de Seu Jorge, Grupo Jovens Que Encanta, grupo de capoeira Liberdade Negra, grupo Arte da Sucata, alunos do curso de restauração de monumentos, ONGs Saúde, Ação Cultural, Ação Popular e Cidadania João Bebe Água; Terreiro Oxogum Ladê, o grupo Cultura da Senzala, grupo de samba Opção, carnavalesco Florivaldo (Flor), o ator Isaac Galcão e o poeta e historiador Thiago Fragata, dentre outros.

De Aracaju confirmou presença a Cia Stultifera Navis, o Instituto de Artes Cênicas (IACEMA), a Banda de Pifano, a cantora Amorosa, o ator Ivo Adnil, o presidente do Sindicato dos Artistas e Técnicos (Sated), a Associação Brasileira de Documentaristas (ABD) e o Fórum de Artes Cênicas, dentre outros.


Para ler o manifesto PRÓFASC, clique aqui

Para colaborar através do abaixo assinado virtual, clique aqui,

Para saber como colaborar de outras maneiras, clique aqui,

Para saber mais sobre São Cristóvão, clique aqui

Confira

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onde fica
O cortejo sairá da praça São Francisco, seguirá pelo beco do museu, rua das flores (Messias do Prado), praça do Carmo, ladeira e feira (chegada).AI
quando ir
28/5/2011, às 08:00h
quanto custa
livre
website
http://scprofasc.blogspot.com
contato
Zezito de Oliveira - 79 9993-4483

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ayruman
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Sucessos Zezito e Cia. Luz, Paz e Amor.

Obs: Não consegui colaborar através do abaixo assinado virtual. Não abre...
ayruman · Cuiabá, MT 26/5/2011 15:21
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alcanu
alerta  
Interessante ver você engajado e envolvido com suas causas nobres !
Rolou o mesmo problema que com o Conrado...
Um beijo !
alcanu · São Paulo, SP 26/5/2011 15:30
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Zezito de Oliveira
alerta  
Ayruman, Alcanu e todos que chegarem até aqui,

"Eu como devoto, trago um cesto de alegrias de quintal. Venham para a festaII " (Gilberto Gil)

Será muito legal ter a companhia de vocês durante os dias do festival.

Aqui a primeira reportagem de TV sobre o movimento PRÓ-FASC,

E aqui, o FASC em minha vida.


Um grande abraço!!
Zezito de Oliveira · Aracaju, SE 26/5/2011 19:51
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Zezito de Oliveira
alerta  
Ah!

O problema relativo ao abaixo assinado já está resolvido.

Grato pela força!!
Zezito de Oliveira · Aracaju, SE 26/5/2011 19:55
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Zezito de Oliveira
alerta  
via e-mail

ADOREI, ZEZITO!!!

Estarei com vocês em pensamento, pode ter certeza!
Boa sorte, que vocês consigam continuar nessa iniciativa tão bonita!

Beijão!

Márcia - Curitiba -PR
Zezito de Oliveira · Aracaju, SE 27/5/2011 08:26
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Cintia Thome
alerta  
QUE ESSA MOBILIZAÇÃO SEJA O COMEÇO DE BONS FRUTOS PARA A CULTURA DO PAÍS.

BOM TEXTO/MATÉRIA , ZEZITO!
GDE ABRAÇO
Cintia Thome · São Paulo, SP 27/5/2011 18:35
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kfarias
alerta  
Tenho certeza absoluta que seu esforço, trabalho e vontade de ver a ARTE outra fez a brilhar em São Cristovão, irá fazer com que o sucesso triunfará.
Precisamos de mais e maires manifestos pela Arte e pela Cultura do País.
Parabéns!
Perdoe-me o atrazo, muito e muito trabalho, graças a Deus.
kfarias · Águas de Lindóia, SP 6/6/2011 15:52


Zezito de Oliveira
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reunião do PRÒ-FASC em Aracaju zoom
reunião do PRÒ-FASC em Aracaju
reunião do PRÓ-FASC em Aracaju (2) zoom
reunião do PRÓ-FASC em Aracaju (2)
audiência reunindo a secretária de cultura da cidade e o representante do MINC zoom
audiência reunindo a secretária de cultura da cidade e o representante do MINC
audiência com a secretária de estado da cultura e PRÓ-FASC zoom
audiência com a secretária de estado da cultura e PRÓ-FASC
audiência com o pró-reitor da UFS e  PRÓ-FASC zoom
audiência com o pró-reitor da UFS e PRÓ-FASC


Terça-feira, 12 de abril de 2011


Gerações assustadas com a violência de São Cristóvão

Fonte: http://www.infonet.com.br
Idosos e jovens lutam por tranquilidade no município de São Cristóvão. Somente este ano, foram registrados 20 crimes


12/04/2011 - 08:16

Idosos e jovens sonham com tranquilidade em São Cristóvão
A violência costuma causar danos emocionais em todas as faixas etárias. Mas no município de São Cristóvão, a falta de segurança vem abalando principalmente os idosos e os jovens. Os primeiros sonham com a tranqüilidade de quando eram crianças e adolescentes nas ruas da quarta cidade mais antiga do país.
O sonho dos jovens é chegar à terceira idade com a paz reinando entre os moradores. Ambos são acometidos por um mesmo pesadelo: dias e noites de angústia e medo por conta do grande número de arrombamentos, assaltos, assassinatos, drogas, roubos, furtos e espancamentos.
Somente este ano, foram registrados 26 homicídios e a média é de 400 inquéritos policiais que estão sendo investigados. No último dia 4, o ajudante de pedreiro José Paulo de Araújo Silva, 31, foi atingido por tiros enquanto trabalhava no Loteamento Rosa do Oeste.
E a preocupação das pessoas mais velhas e mais jovens, tem sentido. Nos últimos meses, além da morte de jovens entre 18 e 24 anos, em sua maioria usuários de drogas principalmente nos conjuntos Eduardo Gomes e Rosa Elze, idosos que residem em sítios localizados nas redondezas do Centro Histórico de São Cristóvão, estão sendo alvo de bandidos.
D. Clemildes: "A violência tá demais"
“Ah! Como era bom antigamente. A gente ficava na porta tomando fresca, conversando até altas horas. As crianças brincando na rua sem nenhum problema, os jovens conversando nas praças, os garotos jogando bola. Eu morava no povoado Ilha Grande e desde 1982 estou aqui na cidade. Mas muita coisa mudou. Agora as pessoas estão em polvorosa. Aqui a violência tá demais. Quem era São Cristóvão, tão calma!”, relembra a aposentada Clemildes Santos Bonifácio, 75 anos.

“Aqui era muito diferente. Era uma cidade pacata, as pessoas vinham se divertir nas festas sem problemas. Agora só fico trancada em casa, de dia e de noite. A gente vai para a missa
D. Maria Fortunato: "Trancada em casa"
e volta com medo. Tô com medo mesmo, todo dia matam gente. Tem muita violência ali no Alto da Divinéia. Mataram um rapaz tão bom, dentro da chácara dele. Eu é que não quero mais sítio. Vendi o meu, pois os bandidos estão invadindo, matando e roubando tudo. Agora, depois que meu marido morreu, vivo trancada”, lamenta D. Maria Fortunato.

Constrangimento
“Nasci em Lagarto, mas me criei aqui, constitui família, fui vereador por cinco mandatos e ao me aposentar coloquei um negócio para tirar xerox, encadernar. Pensei que poderia curtir
Sr. Irênio: "Fui vítima da violência"
minha aposentadoria em paz. Engano. Vivemos assustados, trancados, a casa toda gradeada”, reclama o Sr. Irênio Santana ao lembrar que já foi vítima da violência em São Cristóvão.

“Eu passei o maior constrangimento. Uma freira deixou um material para ser encadernado e quando veio buscar, estava com um envelope embaixo do braço contendo um dinheiro que ajudaria às crianças do orfanato. De repente entrou um rapaz com um revólver engatilhado, colocou na minha testa pediu que entregasse a renda e pegou o envelope da irmã que continha R$ 2 mil.
Eu tinha no caixa R$ 670 e passei. Ele nos trancou e deixou a chave na calçada, avisando que só podíamos gritar depois de cinco minutos. Assim fiz, gritei, gritei e o rapaz do cartório aqui ao lado veio ver o que era. Eu disse que a chave estava na calçada, mas quando ele entrou, encontrou uma situação delicada: a freira chorando muito e eu agoniado. Ele pensou que eu tinha feito mal a ela”, relata o Sr. Irênio, de 72 anos.
Juventude assustada
Thayse e amigas esperam dias melhores

Nas ruas da cidade de São Cristóvão e em conjuntos localizados no município a exemplo  do Eduardo Gomes, jovens reclamam a falta de segurança. “Nós vivemos no interior como se morássemos em São Paulo, no Rio de Janeiro. Aqui não temos vida. Se vamos para a escola, corremos o risco de perder o celular, o tênis. Se vamos em uma lan house, podemos ser assaltados. Se optarmos pela bica ou até mesmo se tivermos de pagar uma promessa no Cristo, podemos ser abordados. Temos praças belíssimas, tombadas pelo patrimônio, mas não ficamos mais de dez minutos”, diz o estudante Davi Lima, que preferiu não aparecer.
“Nós queríamos ficar batendo papo na porta à noite, mas é perigoso. Quando ficamos é até no máximo 21h.
Pessoas começam a deixar a cidade
A violência em São Cristóvão está demais. Os jovens estão sofrendo porque não podem sair para se divertir, nem mesmo ficar na porta de casa”, diz Thayse Santos.

Comerciantes ameaçados
Na área da Bica de São Cristóvão, a insegurança também vem ameaçando os comerciantes. “Eu nasci aqui na Bica. Minha mãe tem bar há 60 anos e eu e meus irmãos, sobrinhos, seguimos o mesmo ramo, mas temos que fechar as portas às 17h no máximo por causa dos marginais. Já entraram em vários bares aqui na redondeza, levaram caixas de som, comidas e bebidas”, conta Rosângela Maria Pinto.
Recentemente, uma comissão de vereadores de São Cristóvão se reuniu com o secretário chefe da Casa Civil, Jorge Alberto quando entregaram um documento solicitando segurança entre outras
Alex Rocha: "Tirando jovens da ociosidade"
reivindicações para o município. O secretário tirou cópias do documento e enviou à Secretaria de Segurança Pública pedindo providências. E na tarde da última quinta-feira, 7, o prefeito Alex Rocha e os vereadores participaram de uma reunião com o secretário da Segurança Pública, João Eloy para cobrar providências por conta dos 20 crimes registrados este ano no município.

Medidas
Na ocasião, o coordenador das Delegacias da capital, delegado Fernando Melo, anunciou o aumento do efetivo local e a abertura das delegacias da cidade de São Cristóvão e do conjunto Eduardo Gomes durante os finais de semana. “Já designamos agentes para reforçar a equipe da cidade e durante os finais de semana, de forma alternada, as delegacias de São Cristóvão e do conjunto Eduardo Gomes funcionarão. Além disso, acontecerão ações em conjunto com a Polícia Militar com o intuito de coibir o crime e cumprir mandados de prisão”, explicou Fernando Melo após a reunião.
“A nossa parte é tirar os jovens da ociosidade, através de programas do Pró-Jovem. Estamos oferecendo escolinhas de futebol e de Box. Já temos até um garoto que participou com vitórias no campeonato brasileiro de Box na categoria dele. Agora, segurança publica é com o governo. Faltam blitzes nas ruas de São Cristóvão, um policiamento mais ostensivo principalmente no Roza Elze, Eduardo Gomes, Divinéia”, entende o prefeito Alex Rocha.
Por Aldaci de Souza


quinta-feira, 14 de abril de 2011


Nova geração mata tradição

Fonte: portal infonet
No município de São Cristóvão a tradição folclórica que atrai turistas pode acabar e dar lugar somente a lembranças
14/04/2011 - 07:52
A tradição da cultura local corre risco

Percorrer as ruas largas, visitando casarões e conhecendo a história de São Cristovão, município distante 25 km da capital sergipana, é roteiro de vários turistas que visitam todos os dias a cidade. Igrejas centenárias, museus, a biblioteca Senador Lourival Batista, além da casa do folclore, todas localizadas na Praça São Francisco, -considerada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) Patrimônio Histórico da Humanidade,- recebem diariamente pessoas interessadas no turismo cultural.
Segundo os moradores, o problema é que na quarta cidade mais antiga do país, a tradição da cultura pode estar com os dias contados. A principal queixa dos moradores de mais de 60 anos

Bonecos mostram que a cultura da cidade é mantida através da história
é que a nova geração desconhece os grupos folclóricos da cidade e, com a morte de alguns fundadores os grupos podem deixar de existir, ficando apenas restrito a um acervo.
Reisado, samba de coco, a Caceteira do falecido João de Cota e a Chegança de São Cristovão. Em uma breve conversa com alguns jovens estudantes do município, muitos não sabiam quase nada ou nunca tinham ouvido falar sobre os grupos folclóricos da cidade. Mas aos 70 anos de idade, Maria Neuza dos Santos, mantém viva a memória das festanças que atraiam milhares de pessoas.  
“Meu pai [José Cardoso dos Santos] era o embaixador da Chegança, que acontecia depois do Natal no Dia de Reis. Era tudo tão bonito, aqueles homens bem vestidos cantavam o bendito dentro da igreja. Hoje os jovens
Os mestres do folclore são lembrados e preservados na Casa do Folclore
não querem saber disso, e muitos até dão risada dos idosos quando ouvem falar essas histórias”, diz dona Neuza, que expressa saudades do pai, já falecido. “Meu pai faleceu ano passado, mas tenho essa memória dele, entrando na igreja e cantando”, relembra.
A artesã e funcionária pública, Neide Quitéria Silva, que trabalha na Casa do Folclore Zeca do Noberto, reconhece que a procura por informações sobre as tradições locais é restrita a universitários da capital ou a turistas de fora do Estado. “Infelizmente os adolescentes da cidade sentem vergonha dos grupos, já foram feitas tentativas para montar grupos de jovens, mas muitos dizem que não aceitam porque é coisa do passado. Existe a preocupação de manter a tradição, mas
Nova geração confessa que entende pouco da tradição local
alguns grupos já deixaram de existir porque não tem gente que leve a tradição adiante”, lamenta.
Para as estudantes que cursam o sétimo ano do ensino fundamental do Colégio Gaspar Lourenço, o conteúdo não é tratado em sala de aula. “Não sei nada sobre isso, nunca vi na escola falar sobre esses grupos”, diz Diná Rayane Oliveira, que a convite do Portal Infonet e acompanhada de mais duas amigas visitam a casa de folclore com admiração. “Mestre do que? Caceteira de Rindú? Isso nunca vi”, fala Emilyn Caterine.
Religiosidade
O monumento do Cristo Redendor que possui uma das mais
O Cristo Redentor
belas paisagens do alto da cidade, fica em uma área distante (pouco mais de um quilômetro da sede do município). O problema é que para visitar o local, moradores dizem precisam realizar preces para não serem assaltados no caminho.
O Portal Infonet visitou a área e constatou que além da falta de iluminação pública no trajeto, o monumento não oferece segurança. Um problema tratado em reportagem anterior sobre a insegurança e aumento de violência na cidade.
Ecologia
No passado, um ponto de encontro de famílias, turistas e moradores. Assim era o parque João Alves
A paisagem que encanta visitantes, preocupa pela insegurança do local
Filho, popularmente conhecido como ‘Bica de São Cristovão’. Moradores que preferem não ser identificados afirmam que o local, além de não possuir atrativo recreativo é ponto de marginais que assaltam e ameaçam comerciantes.
Há mais de 30 anos, a vendedora Rosangela Pinto, convive no ambiente e diz que alguns poucos clientes ainda frequentam o local pela fidelidade e bom atendimento, mas que não faltam reclamações sobre a estrutura do espaço. “Antes era uma bica, a água era forte. Teve uma reforma há mais de 20 anos, aí transformaram essa bica em 12 bicas, o resultado é uma água fraquinha que não atrai quase ninguém”, salienta a vendedora que reivindica melhorias.
Em resposta a solicitação, o prefeito do município Alex Rocha, disse que existe um projeto para recuperação do parque, mas há dois anos aguarda liberação de
Comerciantes reclamam da falta de estrutura do local
recursos provenientes do governo do Estado.      
Cultura
A secretária da Secretaria Municipal da Cultura e do Turismo, Aglaé Fontes, afirmou que quando assumiu a pasta encontrou seis grupos folclóricos desativados. A secretária explica que os grupos não possuíam roupas e estavam desestimulados, mas a secretaria resgatou a tradição através da Caceteira de seu Rindú, da Chegança e de outros grupos.
“Estamos dando cursos, de educação patrimonial ressaltando o valor não somente dos prédios e das igrejas, mas também da cultura imaterial que tem uma riqueza muito grande. Esse curso formou mais de 30 monitores de turismo, estamos fazendo também trabalhos nas escolas”, declara a secretária.
Turistas lamentam horário de fechamento das igrejas
Aglaé Fontes salienta que o município vem desenvolvendo um trabalho com 200 alunos que estão aprendendo a tocar instrumentos musicais sobre a coordenação do professor Vieira. O trabalho promete levantar a estima dos jovens e preservar as manifestações culturais da cidade.
Sobre o potencial turístico da cidade, Aglaé diz que alguns turistas reclamam dos horários de visitação das igrejas, mas ressalta que a responsabilidade e da arquidiocese. A secretária reconhece que a cidade não possui hotéis e pousadas para abrigar os turistas. “Precisamos de pessoas que acreditem no nosso potencial turístico cultural e ecológico e invista em pousadas com condições de receber os turistas”, diz.
Museu
Sobre o funcionamento do Museu Histórico de Sergipe (MHS) a assessoria de comunicação da Secretaria de Estado da Cultura (Secult) esclarece que o museu está aberto à visitação de terça-feira a domingo, das 10h às 16h, fechando às segundas-feiras para manutenção do prédio.
A informação é que o horário de funcionamento foi estabelecido em 2009, através de um pacto entre Secult, Emsetur, Prefeitura Municipal de São Cristóvão, e Subsecretaria de Patrimônio Histórico Artístico e Cultural (Subpac), que levaram em conta os horários em que havia maior fluxo de visitantes no MHS, chegando à conclusão de que manter as portas do museu das 10h às 16h supriria a demanda.
Por Kátia Susanna

CHEGANÇA DE RINDÚ HOMENAGEIA DIA DE REIS

“Entremos por esta santa casa, por esta santa casa, por esta santa casa....”. Foi em meio a esse louvor que a Chegança de Rindú, grupo folclórico de São Cristóvão, adentrou na última quinta-feira, 06/01/2011, a Igreja do Rosário dos Homens Pretos, para homenagear o dia de Santos Reis.
Vestidos com fardamentos semelhantes aos uniformes militares da Marinha do Brasil, homens, mulheres e crianças encantaram os devotos que estavam na missa e exaltaram o menino Jesus. Vagarosamente os brincantes caminhavam em direção ao altar, onde estava a imagem do menino Jesus. A todo o tempo, os cerca de 25 componentes da Chegança, adoravam e engrandeciam o nome de Deus.
Liderados pelo mestre Rindú, os componentes que se dividiam em duas filas, esta em ordem crescente, ao chegar na frente do altar ficaram de joelhos e louvaram outro canto de adoração.
Após a adoração, mestre e seus brincantes saíram da igreja para danças e louvar a Deus na área externa do Rosário.
A solenidade fez parte da programação natalina, realizada pela Prefeitura Municipal de São Cristóvão, através da Secretaria da Cultura e do Turismo. Onde proporcionou a população shows culturais, apresentação de grupos folclóricos, corais, feirinha de natal e um belíssimo presépio, que foi montado na Praça Patrimônio da Humanidade, para apreciação.

Dia de Reis
O Dia de Reis é uma das festas tradicionais mais singelas celebrada em todo o mundo católico. Segundo o Padre Bernardino, este dia se comemora a visita de um grupo de reis magos, vindos do Oriente, para adorar a Epifania do Senhor, ou seja, o nascimento de Jesus, o Filho por Deus enviado, para a salvação da humanidade.
Cada um dos reis magos saiu de sua localidade de origem, ao contrário do que pensamos - que viajaram juntos. Baltazar saiu da África, levando para o menino mirra, um presente ofertado aos profetas. O presente do rei Gaspar, que partiu da Índia, foi o incenso, como alusão à sua divindade e Melchior ou Belchior partiu da Europa, levando ouro ao Messias, rei dos reis. O ouro simbolizava a nobreza e era oferecido apenas aos deuses.
Em homenagem aos reis magos, os católicos realizam a folia de reis, que se inicia em 24 de dezembro, véspera do nascimento de Jesus, indo até o dia 06 de janeiro, dia em que encontraram o menino. A festa de reis é de origem portuguesa e foi trazida para o Brasil por esses povos na época da colonização.
Durante os festejos, os grupos saem caminhando pelas ruas das cidades, levando as bênçãos do menino para as pessoas que os recebem. É tradição que as famílias ofereçam comidas aos integrantes do grupo, para que possam levar as bênçãos por todo o trajeto

ChegançaA Chegança é uma manifestação folclórica que retrata as grandes façanhas marítimas dos portugueses durante o Império de Portugal, quando a sua época dos grandes navegantes e desbravadores. Não se sabe ao certo como surgiu, porém acredita-se que é a dramatização das lutas trágicas das conquistas do mar vivido pelos portugueses.

Texto e foto: Grazziele Santos
Fonte: Prefeitura Municipal de São Cristóvão 




GRUPOS FOLCLÓRICOS DE SÃO CRISTÓVÃO ENCANTAM TURISTAS EM LARANJEIRAS


Zabumba, ganzás, cuícas, sanfona e triângulo. Foi ao som desses cinco instrumentos, que os grupos folclóricos Reisado da Paz e Caceteiras do Rindú anunciaram a sua chegada no XXXVI Encontro Cultura de Laranjeiras, que aconteceu nos dias 06 a 09 de janeiro.
Vestidos com roupas exuberantes, montadas com apliques e fitas coloridas, espelhos e chapéus cobertos com flores de tipos variados, os brincantes distribuíram seu charme pelas ruas históricas da cidade.
O ritmo e o canto empolgante cativaram diversos olhares, atraindo dezenas de curiosos para o tablado cultural Seu Oscar. Elidiane Vieira, estudante do 7° período do curso de história e moradora da quarta cidade mais antiga do país, não se conteve ao ritmo e fez questão de acompanhar o grupo do início ao final da apresentação.
“Essa é a primeira vez que venho ao encontro de Laranjeiras, se antes eu já estava animada imagina agora que vejo os grupos da minha cidade. Fico emocionada em saber do prestígio que os grupos da minha terra têm.” falou a estudante.
A cidade de São Cristóvão, quarta cidade mais antiga do país, é famosa não somente por ser Patrimônio da Humanidade ou por possuir belos casarões antigos. Mas também, por ter uma diversidade cultural ampla. Todos os anos os grupos folclóricos seguem a estrada até a cidade de Laranjeiras para se apresentar, a presença deles é esperada por todos.
A moradora da capital sergipana, Lurdinha explica que todos os anos participa do encontro e se encanta com os grupos de São Cristóvão. Este ano a sergipana veio acompanhada de uma amiga portuguesa, que não se conteve em pedir para tirar retratos com os brincantes.
“Não sei o que é mais encantador, se é o canto, o ritmo ou a batida. Tudo é muito lindo, tudo o que vem de São Cristóvão me fascina, mas essas danças são sem comparação” explica Lurdinha, que não parou um só minuto de se balançar.
A primeira apresentação foi feita pelo Reisado da Paz, logo após foi a vez das Caceteiras de Rindú, que não decepcionou o público que encontrou na porta da igreja Matriz o camarote perfeito para assistir toda a apresentação.
Para Maria José dos Santos, mais conhecida como “Foguetinho”, a dança folclórica é muito mais do que uma brincadeira, é uma terapia. “Eu sou doente mental e encontrei na dança folclórica o incentivo que precisava para levantar minha cabeça e mostrar que não sou diferente de ninguém. Hoje além, de dançar eu toco cuíca e ganzá, isso realmente me realiza” completa.

Texto e foto: Grazziele Santos







CASA DO FOLCLORE REALIZA CURSO DE BONECOS DE PANO

 26 abril 2011

A Secretaria Municipal de Cultura e do Turismo, através da Coordenação da Casa do Folclore Zeca de Noberto, realiza neste mês de abril o curso gratuito de Boneca de pano temática, intitulado folclore local, voltado a um público composto por estudantes e professores.
Ministrado pela artesã Tânia Aguiar, são oferecidas 20 vagas, e o curso será apresentado em três módulos, sempre as segundas e terças-feiras, sendo que por motivo do feriado do Dia do Trabalhador, 01 de maio, os próximos encontros serão nos dias 09 e 10, 16 e 17 de Maio.
Reunidas em mesas redondas, onde a artesã aplicou a metodologia de capacitação massiva, quando os instrumentos para confecção são compartilhados entre os participantes para que seja adicionado ao objetivo especifico do projeto, a economia solidária, através da qual a comunidade possa se auto-sustentar, e levar adiante os valores folclóricos.
As inscritas fizeram moldes, pontilharam modelitos inspirados nas caceteiras, e superaram suas próprias limitações, pois muitas não sabiam costurar.
“Ao todo, serão seis aulas, onde confeccionaremos bonecos de pano e indumentárias inspiradas nas Caceteiras, Reisado, São Gonçalo e Chegança. Na turma, temos pessoas que ainda não sabem costurar e pessoas experientes, que através do curso as motivaremos a desenvolver a comercialização do artesanato”, explicou a artesã Tânia Aguiar.
Participando ativamente da capacitação, a coordenadora da Casa de Folclore “Zeca de Noberto”, Maria da Glória Santos, também desenvolve as técnicas da artesã, passo a passo.
Em meio às senhoras e adolescentes inscritas, brincantes do Reisado de Satú participam do curso com o objetivo de aprender a arte para comercializar a produção, posteriormente.
As adolescentes Aline da Conceição Santos, 14; Maria José Conceição dos Santos,16; e Radele Conceição Matheus, 12, são brincantes do reisado de Satú e pensam em comercializar bonecos com indumentária folclórica.
“Brinco no Reisado de Satú e assim que soube do curso de bonecos temáticos, me inscrevi. Eu não sabia costurar, mas estou aprendendo e penso em fazer os bonecos de pano para comercializar”, disse Radele.
Assim como as adolescentes, também está presente a costureira veterana Terezinha Leite da Silva, 68, que revelou ter brincado bastante com bonecos de pano durante sua infância e que, o curso veio em boa hora.
“Pretendo aprender a fazer as bonecas de pano, pois na minha época, o corpo, a cabeça, os braços e as pernas eram feitos separados e costurados em seguida, mas a técnica da artesã Tânia é ainda mais simples, pois o molde já permite o desenho do corpo inteiro, bastando costurar e alinhavar para dar forma aos bonecos e aos modelitos”, observou a dona Terezinha que faz o curso em companhia da filha e pretende explorar o aprendizado.
Das 9h às 12h, segundas e terças-feiras, na Casa do Folclore “Zeca de Noberto”, em São Cristóvão, onde a Prefeitura Municipal, através da Secretaria Municipal da Cultura e do Turismo promove a perpetuação do folclore local explorando o potencial econômico, alinhado à sustentabilidade.

Texto e Fotos: Yara Santos



ALUNOS DO PROJOVEM CONFECCIONAM BONECAS CUSTOMIZADAS

14 junho 2012


“Vejo aqui a oportunidade de futuramente ajudar minha mãe e também gerar renda para mim mesma”. Assim como a jovem Ana Alice, 15 anos, outras dezenas de meninos e meninas vêem na aula de artesanato uma chance para mudar de vida e se profissionalizar. Promovido pela Secretaria da Inclusão e do Desenvolvimento Social através do Centro de Assistência Social (Cras), o programa Projovem Adolescente contempla mais de 300 jovens da cidade de São Cristóvão.
A aula de artesanato destinada à criação e confecção de materiais manuais, respeita os princípios e cuidados ao meio ambiente, onde 85% dos materiais utilizados nas aulas são recicláveis.
De acordo com a oficineira, Márcia Castor, a aula não limita-se apenas a confecção de bonecas, fuxicos e bordados, mas também ensina aos alunos a cuidar do meio ambiente e reutilizar materiais que muitas vezes são descartados no lixo.
“Aqui nada passa despercebido aos olhos dos alunos. Nós mostramos a eles que a matéria-prima para a confecção do artesanato muitas vezes está na casa deles e só uma questão de criatividade e atenção” disse.
A atenção e criatividade são itens essenciais para a produção do artesanato. Márcia ensina que cada peça produzida é única, e é por isso que se torna especial tanto para quem faz e para quem adquire.
Na aula desta manhã, 14, os retalhos de pano e peças soltas de fuxico deram vida a lindas bonecas, que podem servir como enfeites ou encosto de porta. Durante todo o processo os alunos contam com a orientação e dicas da oficineira, que faz questão de fazer a peça e ajudar os jovens na confecção.
Márcia explica que eles têm que sentir seguros, para que assim possa dar início à confecção em suas casas. “Nosso objetivo é preparar o jovem de forma eu ele saia do programa capaz de gerar renda para si e sua família” finalizou.
O curso de artesanato é ministrado também no povoado Pedreiras, recreio dos Passarinhos e no conjunto Brigadeiro Eduardo Gomes, onde a Secretaria da Inclusão e do Desenvolvimento Social também promove programas de inclusão e geração de emprego e renda.
Texto e foto: Grazziele Santos

PREFEITO INAUGURA SALA DOS SABERESE FAZERES

Na manhã desta quinta-feira, 14, A Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de São Cristóvão, inaugurou oficialmente a Sala dos Saberes e Fazeres, onde contou com a presença do prefeito Alex Rocha; secretariado; servidores; artesãos e vereadores.
A Sala está localizada no térreo do prédio da Secretaria de Cultura e reúne artesãos, os quais passam por cursos e produzem bonecas temáticas, rendas e bordados, enaltecendo o patrimônio histórico e cultural de São Cristóvão.


As bonequeiras são mulheres que aprenderam a costurar ou bordar com algum parente, mas que com a criação da Sala, há um ao, passaram a produzir mais, aprimorar os saberes e comercializar os produtos que já foram para os Estados Unidos, França, Espanha e tantos outros.
A inauguração contou com o descerramento da placa feito pelo prefeito; pela secretaria de Cultura e Turismo, Aglaé Fontes; e por uma das mais experientes bonequeiras, Dona Terezinha.
Logo após a inauguração da placa, foi servida uma mesa repleta de quitutes feitos artesanalmente pelas bonequeiras.
A sala permanece aberta durante todo o dia ( manhã e tarde) para que as bonequeiras possam vender os seus produtos e atender encomendas.

CACETEIRA DE D. NADIRA SAI PELAS RUAS DE SÃO CRISTÓVÃO E REVIVE TRADIÇÃO JUNINA

 31 maio 2012


  
Era 4h da madrugada desta quinta-feira, 31 de Maio, quando os bumbos e as caixas anunciavam que as Caceteiras de D. Nadira já procuravam o mastro para a brincadeira que não deixa a tradição se acabar, no Loteamento Lauro Rocha, em São Cristóvão.

Própria do ciclo junino, o grupo das Caceteiras do Loteamento leva o nome de uma das fundadoras, D. Nadira, já falecida, mãe de Robério Espírito Santo, que quando pequeno via a mãe brincar e hoje, dá continuidade à tradição. “Se minha mãe fosse viva, estaria aqui participando da brincadeira”, disse.

 
A árvore que servirá de mastro foi retirada de uma propriedade particular, localizada na Colina, cujo dono deu autorização. Os participantes já combatem o desmatamento e visam ao reflorestamento.

Arriado na esquina da Avenida B com a Rua José Anísio Lima de Oliveira, no Loteamento, o mastro aguarda os prêmios que estão sendo arrecadados de porta em porta e, posteriormente amarrados ao tronco.

 
Os organizadores da brincadeira, Robério, Cleones Santos da Cruz (Binhaço), José Rafael Espinheira, Lucas Vasconcelos e Robson Ventura explicaram que arrecadam os prêmios pelas Ruas e empreendimentos da cidade e estes serão amarrados ao mastro. O tronco será posto de pé e uma fogueira será acesa às 23h30min, para que o mastro caia à meia-noite. Quando os prêmios caírem, quem tiver coragem irá buscá-los, mas terá de enfrentar os fogos. Para esse ano, serão 30 dúzias de fogos de artifício.

A brincadeira que parece perigosa tem a adesão de crianças, jovens e idosos, que assistem de suas casas ou participam protegidos com macacões, máscaras e botas, para prevenir queimaduras.

As senhoras Maria Helena dos Santos e Maria Helena dos Santos Ventura têm os nomes parecidos e a mesma satisfação de assistir às caceteiras. “Moro aqui há 20 anos e assisto às Caceteiras desde a época de Nadira”, disse a segunda.

O grupo percorreu as ruas do Loteamento e seguiu para a sede, onde arrecadaram mais prêmios, desceram a ladeira rolando e continuaram em direção à cidade baixa. Acatando à decisão judicial,a brincadeira com os fogos será concentrada no Loteamento, preservando o patrimônio histórico da cidade.
Texto e Fotos: Yara Santos

23 maio 2012


ALUNOS DO PROJOVEM CONHECEM SALA DOS SABERES


Marcada para ser ministrada na manhã de hoje, 23, a aula sobre teoria da música ganhou outro ritmo, ou melhor, outro tema. Como forma de proporcionar mais conhecimento aos 15 alunos que compõem a oficina de música, o educador social Edivanílson Conceição levou os educandos para conhecer um pouco mais da cultura sancristovense, o local escolhido foi a Sala dos Saberes, mantida pela Secretaria Municipal da Cultura e Turismo.
Mesmo com entrada ser gratuita e funcionando diariamente, a sala dos saberes ainda é uma novidade para os adolescentes.  Encantado com todos os artesanatos que enfeitam paredes e prateleiras da sala, Ubiratan Silva, 16 anos, disse que não sabia da existência do espaço e que agora passará a visitá-lo com mais freqüência.
“Eu não sabia que em nossa cidade existia um espaço destinado à arte da nossa gente, achava que era concentrado apenas nos museus” falou.
Já para Luana Reinaldo, 15 anos, a sala dos saberes era vista apenas do lado de fora. “Sempre que eu passava via as mulheres costurando, mas nunca tive coragem para entrar. Hoje me senti maravilhada, pois o que tem aqui é fruto do talento da minha cidade e isso me orgulha muito” completou.
Durante a visita os jovens puderam presenciar a confecção de artesanatos comercializados na própria casa e conheceram também a Secretária da Cultura, Aglaé D’Ávila que disse estar muito feliz com a visita dos jovens.
Segundo o educador social, a visita proporciona aos alunos não somente o conhecimento da cultura local, mas também incentiva a praticar seus talentos. “Os educandos do projovem aprendem não somente as técnicas, mas também a fabricar os seus instrumentos com materiais recicláveis, que não agridem o meio ambiente. Hoje temos a sala dos saberes, mas quem sabe amanhã não teremos a sala da música, que contará a história da Lira e outros músicos da nossa cidade”, finalizou.

Texto e foto: Grazziele Santos

PATRIMÔNIO IMATERIAL DE SÃO CRISTÓVÃO GANHA DESTAQUE NACIONAL

O município de São Cristóvão recebeu a visita de representantes da editora nacional, Editare, que publica livros de arte, guias turísticos, preservando e resgatando os aspectos da cultura material e imaterial brasileira. Na última sexta-feira, 10, foi a vez dos doces, folclore, artesanato e personalidades sancristovenses ganharem destaque nas páginas da revista.
O registro do patrimônio será publicado no livro de arte desenvolvido pela Revista, chamado ‘Brasil: Uma Nação Multicultural’, onde diversos pontos do país estarão elencados e, marcando presença, São Cristóvão.
O primeiro local visitado foi o Povoado Cabrita, onde fotografaram a arte de fazer os doces pelas delicadas mãos das doceiras da cooperativa, cuja coordenação tem à frente a líder popular, Dona Santaninha, figura atuante que recebeu os visitantes e enalteceu o potencial local.
Em seguida, os visitantes partiram em direção à cidade histórica, em viagem acompanhada pela coordenadora do Posto de Informações Turísticas – PIT, Eliene Marcelo, chegando à casa da artista plástica, Vesta Viana, que recebeu a todos com entusiasmo, munida de fotos antigas e muitas lembranças ouvidas e anotadas com atenção.
As indicações das personalidades e patrimônios a serem visitados foram feitas pela diretora de Turismo do município, Silene Lazarito, atendendo à solicitação do responsável pelo editorial, Gustavo Lima Molinari Peixoto, contemplando o folclorista, Sr. Manuel Ferreira; D. Marieta, da Casa das Queijadas; as Irmãs do Lar Imaculada Conceição, com os briceletes; os Beijus das senhoras Neide e Kêu; as Bonequeiras da Sala dos Saberes e Fazeres; o artesanato em cipó e palha de D. Joaninha; Sr. Rindú, Mestre das Caceteiras; Sr. Satu, Mestre do Reisado; Sr. Jorge, carnavalesco e mestre do Batalhão de São João e Taieira; Dona Zil, carnavalesca; Sr.ª Lourdes Tavares, dos Bordados; Sr. Vítor e Sr.ª Madalena, da Colônia de Pescadores; e o artesanato do barqueiro André, além dos dois pontos inicialmente citados.
Os registros foram feitos por Stepan Chahinian e Pedro Barbosa, que seguiram encantados pelo patrimônio material e imaterial de São Cristóvão, com ênfase para a Praça São Francisco, detentora da chancela de Patrimônio da Humanidade, o que projeta a cidade para o mundo, no auge dos seus 422 anos, numa administração que acompanhou e buscou o título junto à comissão da Unesco, atendendo a todas as prerrogativas, a exemplo da fiação subterrânea e iluminação apropriada.
A visita dos representantes da Revista de alcance nacional evidencia o potencial histórico-cultural de São Cristóvão, com ênfase para a sua população que ocupa os prédios centenários, transmite os rituais dos brincantes para as gerações mais recentes e imortaliza os saberes e fazeres através de uma culinária repleta de símbolos. O encontro aconteceu na última sexta-feira, 10.


Texto e Foto: Yara Santos

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